Sinopse União da Ilha 2009
Viajar
é preciso - Viagens Extraordinárias Através de Mundos
Conhecidos e Desconhecidos (União da Ilha - 2009)
Introdução
Tecnicamente falando, Viajar é a ação de se deslocar de um
lugar a outro, com distâncias variadas e itinerários diversos,
e o termo viagem também é usado como conotação e devaneio.
Exploração é ato de pesquisar, ou viajar, com o intuito de
descoberta.
Mas o encontro com o novo, o original, o diferente, o
desconhecido, tende a provocar uma série de mudanças e uma
satisfação pessoal que, normalmente, não se encontra na
realidade cotidiana; além de ser sustentado por uma expectativa
imaginativa sobre aquilo que irá, ou poderá, se encontrar. O
homem precisa viajar: com seus olhos, seus pés e sua mente, para
conhecer o mundo e a si próprio.
Enredo
Em 1863, um pequeno livro aparece nas prateleiras das livrarias
francesas contando uma incrível história sobre três viajantes
pelo mundo. Era no brilhante século dezenove, embalado pelo
otimismo da revolução industrial, que o autor daquele pequeno
passaporte literário chamado Júlio Verne bebia inspiração
para seus visionários romances; entusiasmado com a expansão
científica da época que viu nascer a fotografia, o cinema, o
automóvel e a eletricidade, enchendo suas obras de inovações
inimagináveis. Sua mente era uma máquina criativa que fabricava
traquitanas e engenhocas maravilhosas, antecipando o futuro,
profetizando acontecimentos e idéias, fascinando várias
gerações de leitores.
Numa época de exploração e conquista européia do globo, a
geografia era uma ciência das mais efervescentes. Único
escritor cujas histórias passaram por praticamente toda a Terra,
Júlio Verne transportou os leitores para as mais exóticas
paisagens numa gigantesca odisséia geográfica sem excluir
qualquer continente.
Deu várias voltas ao mundo fazendo os leitores embrenharem-se
pelo mar, ou pela terra, em busca de experiências ousadas por
lugares que ainda, literalmente, não estavam no mapa; conhecendo
povos dos quatro cantos do mundo, pois, as diversidades étnicas
e culturais do planeta constroem o mosaico romântico de seus
livros.
A Fantasia sem limites fez chegar ao fim do mundo, e até fora
dele, descobrir a origem do universo (e o seu fim) além das
cartas geográficas: viajando ao redor do planeta e vislumbrar o
infinito cósmico alçado à atmosfera por um canhão; entrando
em um vulcão para uma expedição subterrânea pelas entranhas
do planeta até a região onde "pulsa o coração da
Terra" e descobrir a existência de mares, florestas,
animais e homens pré-históricos; mergulhando pelas profundezas
dos oceanos com seres abissais e criaturas marinhas de aspectos
monstruosos; ou se aventurando pelo rio Amazonas em meio à
natureza selvagem, índios, febres delirantes e lendas da
floresta amazônica navegando em uma aldeia flutuante nas terras
de seu colega, o "imperador da selva" D. Pedro II, que
era mais conhecido por suas viagens pelo mundo e interesse
cultural-científico do que pela política.
E, se o Brasil inspirou a história de Júlio Verne, ele também
inspirou a história do Brasil, pois a própria conquista dos
ares pelo brasileiro Alberto Santos Dumont se deve, em grande
parte, à sua relação com os livros de Verne. O mineiro
afirmava ter sido influenciado pelas aventuras criadas pela
imaginação do escritor francês, lendo as histórias
fantásticas com as máquinas voadoras que tanto o levaram a
sonhar na infância.
Em Paris tornou-se inventor e projetista de traquitanas e
motores, enveredou pelo balonismo e transformou-se em celebridade
com seus vôos dirigidos, suas novidades mecânicas, suas
experiências públicas e provou que o homem podia voar com um
aparelho mais pesado que o ar ao colocar o 14 BIS nos céus do
Campo de Bagatelle.
O brasileiro mais famoso em seu tempo, Monsieur Dumont ditou a
moda masculina na capital mundial da moda, brinquedos foram
feitos reproduzindo seus balões e as crianças pediam doces com
a imagem do inventor e de suas criações nas confeitarias.
Quando já era quase visto como um dos personagens de Verne,
ficou amigo do escritor e, juntos, ajudaram a fundar o Aeroclube
da França.
Hoje, Alberto Santos Dumont (considerado o pai da aviação,
Patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira) dá nome
ao Aeroporto do Estado do Rio de Janeiro. Um cartão-postal do
Brasil às margens da Baía de Guanabara, aos pés do
Pão-de-Açúcar e abençoado pelo Redentor, uma das maravilhas
do mundo moderno, que, do alto do Corcovado, recebe de braços
abertos a todos os que chegam a Cidade das Maravilhas: uma
"terra que a todos seduz" com seu sol, sua natureza,
seu carnaval e sua vocação para a felicidade, um ninho de sonho
e de luz".
A Cidade Maravilhosa dos embarques e desembarques na Ilha do
Governador, pois, pelos mares e ares insulanos sopram os ventos
da aventura que impulsionam a quem parte e acariciam o rosto de
quem chega, mas isso já são outras histórias...
Jack Vasconcelos
Carnavalesco