Sinopse Flor da Mina 2008
O
Sonho não vai Sucumbir, sou Costa do Sol, Herança de Zumbi!
(Flor da Mina do Andaraí - 2008)
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
A Flor da Mina do Andaraí vem no carnaval de 2008 com o enredo:
O SONHO NÃO VAI SUCUMBIR, SOU COSTA DO SOL HERANÇA DE ZUMBI!
Esse tema tem o objetivo ressaltar o sonho do líder negro Zumbi.
Deixado como herança e que se espalhou por todo país. Pelos
diversos Quilombos fundados, onde muitos hoje não existem mais,
apagando assim a história do negro no Brasil. Vamos com a
missão de preservar o patrimônio na Região dos Lagos, tão
conhecida por suas lindas praias e suas belezas naturais, e que
também foi o grande ancoradouro de navios negreiro do Estado do
Rio de Janeiro, quando já estava oficializada, a proibição do
trafico de escravos. Devido a fugas originaram-se diversos
quilombos na costa do sol onde hoje estão dividido pelos
Municípios de Cabo Frio, Búzios, Araruama, Saquarema, Rio das
Ostras, Macaé, Iguaba, São Pedro da Aldeia, Maricá, Casemiro
de Abreu e seus arredores que compõe a Região dos Lagos; os
Quilombos da Costa do Sol urgem por preservação...
Os Quilombolas, que lutaram pela liberdade, lá deixaram um
legado místico, cultural e artístico que precisamos ajudar a
preservar!!!
APRESENTAÇÃO
Cientistas e pesquisadores já provaram que a África foi o
berço da humanidade e que foi de terras africanas que o homem
saiu e migrou para outras partes do mundo. Os mais antigos
fósseis de hominídeos de que se tem notícia foram encontrados
no continente africano, na região que hoje abrange a Etiópia.
Há milhões de anos.
A partir do século XIV, o colonizador europeu voltou seus olhos
para a África, atraído pelas riquezas naturais e minerais e
pela vasta mão-de-obra, o que provocou talvez a maior diáspora
da história do ser humano. Grande parte das etnias e povos
africanos foi retirada à força de seus locais de origem e
transportada, nas piores condições possíveis, para regiões
completamente diferentes e estranhas, onde foram submetidos a
trabalhos forçados, humilhações e açoitamentos durante
centenas de anos.
Mas enganam-se quem pensa que as condições desumanas a que
foram submetidos tenham enfraquecido a força da cultura
africana. Mesmo longe de casa e sofrendo punições e castigos de
todos os tipos, o povo negro conseguiu, a duras penas, não só
resguardar seus costumes, tradições e cultura, como
transmiti-las e incorporá-las as culturas dos colonizadores.
No Brasil, um dos países com maior população de negros no
mundo, a influência africana pode ser facilmente notada. As
raízes africanas de nosso povo e de nossa cultura são
diversificadas, porém oriundas de dois grupos principais: os
sudaneses, próximas ao Golfo da Guiné (África Ocidental), que
desembarcaram em sua maioria em Salvador, na Bahia, e os Bantos,
originários das terras que hoje abragem o Congo, Angola e
Moçambique, que ficaram principalmente em São Luís do
Maranhão e no Rio Janeiro. Assim vieram as tão faladas
"peças de guiné", como o europeu tratava os escravos
vindos da África. Tirado do seio da sua terra, vieram reis,
rainhas, príncipes e princesas. "Olorum todo poderoso faz
rufar os tambores ancestrais,
Minha escola pisa forte ,nesta avenida e faz o melhor dos
carnavais..."
"o mar se abre e traz sobe a proteção de Iemanjá,
E conduz os filhos da África com a regência de
Obatalá..."
"Ave Bahia, terra da magia e sagrada, o sangue do negro
bordou paginas em nossa história ,Religião, feitiçaria,
encantos e hamornia, deixou de herança para seu povo a
fé.."
Rogamos Mãe de todos os santos, que estenda o seu manto, e
embale o candomblé,
A Costa do Sol é o Berço da encantaria, que rufem seus tambores
em um ritual de fé
Nós, brasileiros, revelamos em cada gesto, em cada forma, em
cada palavra, mesmo que inconscientemente, o quando somos
africanos, quão definitiva e difundida é a marca desse vínculo
em nossa sociedade. Um vínculo que em sua origem na escravidão,
com distorções e injustiças que se prolongam no presente, na
forma de uma divida individual e social que ainda não
conseguimos resgatar completamente.
Mas essa trágica marca não ofusca a riqueza da contribuição
africana para o Brasil. Os africanos não reproduziram as
Áfricas no Brasil. Mas as trouxeram consigo e delas nos
impregnaram. E de tal modo, com tamanha extensão e intensidade,
que não nos explicamos sem elas.
O Quilombo do Andiray unindo-se aos quilombolas da costa do sol
pede passagem, e pisa forte na avenida, e vem sambar exaltando
esta história da luta pela liberdade, igualdade e justiça
social, que é o direito de cada cidadão brasileiro.
"O sonho não vai sucumbir, porque somos quilombolas
descendentes de Zumbi! !"
1º SETOR - O HERÓI ZUMBI É COROADO NO ANDARAÍ... (Os
ideais de Zumbi são consagrados na aldeia do Andiray!)
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de
40 escravos foragidos de um engenho situado em terras
pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez
com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros
que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o
destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos
foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O
mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga em Alagoas, foi
a sede administrativa do primeiro povo quilombola. Um negro
chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.
Alguns anos após a sua fundação, o Quilombo dos Palmares foi
invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes,
inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi
levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo,
um padre da vila de Recife.
O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado
e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além
de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia.
Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população
local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho
como filho, e não como servo.
Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não
se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua
cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados
e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando
completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca de
seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares. Após caminhar
cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à serra da Barriga.
Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo
nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com conhecimentos repassados
pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e
coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma
espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.
Com a queda do Rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto
de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e
levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o
extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada
pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto
a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos,
então terra de Pernambuco.
Contudo, em 20 de novembro de 1665, Zumbi foi traído por um de
seus principais comandantes, Antônio Soares, que ao ser
capturado trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo.
Onde Zumbi foi então capturado e torturado.
E Jorge Velho matou o Rei Zumbi e o decapitou, levando sua
cabeça até a Praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou
exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
"Deus da Guerra", "Fantasma Imortal" ou
"Morto Vivo". Seja qual for a tradução correta do
nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o
movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o
maior ícone da resistência ao escravismo e a opressão o grande
exemplo de luta por liberdade, igualdade e justiça social .
Os anos foram passando mais o sonho de Zumbi permanece vivo até
os dias atuais, e a sua história, é Bandeira, é ideal e outros
Adjetivos para a nossa Escola de Samba Flor da Mina do Andaraí
na luta por sua liberdade neste Carnaval, através da igualdade e
justiça social... e será exaltada com muito orgulho pelos
sambistas descendentes dos zumbis representando a nossa princesa
da floresta , lembrando que os ideais deixados na costa do sol ,
não foi em vão...
"viva a nossa guerreira Flor da Mina do Andaraí ".
2º SETOR - A COSTA DO SOL NASCE COMO UM SONHO DE ZUMBI !
A região dos lagos com a facilidades de desembarque, após a
proibição do trafico de escravos em (1850), foi o grande
ancoradouro no Rio de Janeiro de navios negreiros vindo da
África com as "peças de Guiné" como eram chamados os
negros capturados. Sobre tudo, a história da escravatura na
região, se divide em duas partes:
A primeira relata os diversos conflitos entre fazendeiros, fugas,
rebeliões que causaram morte de feitores.
Já a segunda diz respeito à proibição do tráfico
transatlântico de escravos e o contrabando florescente que dele
derivou diversos quilombos.
As praias do Peró em Cabo Frio, de José Gonçalves e a da Rasa,
em Búzios, tornaram-se pontos de desembarque clandestino deste
comércio humano.
A marinha Inglesa, em flagrante desrespeito as leis brasileiras,
promoveu repressão ao tráfico e chegou a apreender navios
negreiros vindo da África na costa do sol, dando a liberdade aos
aprisionados, que livres comercializariam produtos de domínios
da Inglaterra em terras brasileiras.
As constantes fugas que originou a criação de diversos
Quilombos na região dos lagos (os chamados Quilombolas da Costa
do Sol), implantaram sua cultura de liberdade e segurança, marca
registrada da região dos lagos, e mantida pela mídia até os
dias atuais no Brasil e no Exterior, o que vem atraindo o turismo
cada vez mais freqüente para estes paraísos que são
patrimônio da humanidade!
Podemos afirmar que na Região dos Lagos, a participação do
negro em seu desenvolvimento foi fundamental. Os engenhos
funcionavam com força humana, teve a mão negra no trabalho do
plantio e colheita, da cana e do café, que só foi possível
graças ao combustível: que foi o suor dos Negros, As beleza
naturais e suas lindas e virgens praias que a primeira vista já
seduz brasileiros e turistas de diversas nacionalidades, que com
grande demanda desembarcam periodicamente na região e
consequentemente vai espalhando por mundo afora notícias deste
paraíso livre, inigualável sem discriminação, mostra que; Os
ideais do Rei de Palmares estão fecundados na Região dos Lagos,
todos livres, todos iguais. A luta não é em vão porque , todos
nós, queremos é paz , harmonia e liberdade.
Os Quilombos tinham como ideal básico a Liberdade! Todos
plantavam, todos colhiam. Opressão e Feitores não existiam...
Capitão do Mato pra que? Repressão nunca mais, em seus
arredores somente a paz, o amor e a fraternidade com igualdade e
justiça ,
E é assim que é conhecida e vista a Região dos Lagos, no
Brasil e mundo afora ...
As tradições africanas afloraram e enraizaram nesta região
abençoada, como a religião, culinária, as artes, ofícios, as
danças, o folclore e o amor pelo próximo ..
Viva a costa do sol, viva a cultura africana, que com amor,
alegria, liberdade, muita paz e que tudo termine em harmonia num
clima de festa, viva a congada , viva o jongo , viva o tempero da
sinhá, viva a ginga da raça, , a religião, viva o Samba!!! Que
entre outras são marcas registradas do povo africano !
3º SETOR - AXÉ QUILOMBOLAS DA COSTA DO SOL...
Hoje em dia muito se fala em preservação ambiental, mais não
podemos esquecer de que não só basta preservar o meio ambiente.
Temos que preservar nossa cultura, que é o nosso maior
patrimônio.
Os Quilombos da Costa do Sol, região conhecida e considerada
Mundialmente como o Paraíso da Humanidade , infelizmente vem
passando por um processo de extinção. Foi dado um grito de
alerta pelo INCRA, de que empresas imobiliárias usurpam terrenos
onde o espírito da luta do negro pela vida está enraizados, e
querem exterminar com um único propósito , os lucros
financeiros .
Vamos preservar os ideais de liberdade que é a segurança plena
! .
Um alerta está sendo dado. O sonho de Zumbi, tem que ser
preservado, vida aos quilombos da costa do sol, eles fazem parte
da história do negro no Brasil .
Injustiças raciais, sociais, infelizmente fazem parte do nosso
cotidiano fraseando o poeta da nossa madrinha Estação Primeira
de Mangueira: "livres dos açoites da senzala, mas presos
nas misérias da favela..." .
Humilhar o negro é não reconhecer a origem desta nação
maravilhosa.....
Sarava!!! Irmanados com a alma e os ideais do Rei Zumbi, vamos à
luta quilombo do ANDIRAY ! Vamos brigar pelo nosso patrimônio
cultural que é a nossa Flor da Mina , afinal foram os
Quilombolas que sangraram pelas vitórias na história do Brasil,
e até em atos e fatos omitidos ...
FLOR DA MINA RUMO A VITÒRIA EM 2008
ASSIM VOLTAREMOS PRO "QUILOMBO" DA SAPUCAÍ EM 2009!