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Brasilianamente: Arlindo dos Arlequins

SINOPSE ENREDO 2013

Brasilianamente: Arlindo dos Arlequins

JUSTIFICATIVA

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Flor de Lótus, com muito orgulho, apresenta seu enredo para o carnaval virtual 2013: Arlindo Rodrigues.

Em sua trajetória artística, Arlindo exaltou de forma magistral a história do Brasil e suas mais diversas passagens. Brilhantemente, sua imaginação fez desfilar pela avenida nossas belezas naturais, folguedos, acontecimentos e figuras da história brasileira.

Portanto, faremos da arte criada por Arlindo a nossa festa maior. Viajaremos ao passado para trazer de volta todos os delírios criados pelo artista. É o Brasil do mestre na passarela!

Aplausos à arte do gênio que imortalizada ficou!

Pois ele é Arlindo Rodrigues. "Brasilianamente: Arlindo dos Arlequins".

SINOPSE

Descerro as cortinas.

Do meu, do seu, do nosso passado que é tão presente em nosso dia a dia.

Que lugar é esse que desperta no canto apaixonado do divino maestro?

Terra de uma gente de alma pura, que pinta o corpo, se enfeita de pena. Que bate o pé no chão e toca taquara e maracá. Evoca sol e lua para abençoar.

Paraíso fantástico de um pequenino rei, uirapuru. Milagre de todas as vontades, que brota da terra. É singeleza de planta e flor, é floresta, imensidão. Nasce feito caudaloso riacho e vira rio, de novo imensidão. Imensidão que vem e vai. A mando da cobiça "Del Rey", singrar, descobrir, conquistar.

De lá, vencendo as ondas de um mar de mistérios e saudade, vem o destemido desbravador, rumo às Índias para buscar riquezas. Na sua rota, o desejo ardente do novo desbravar, trazer de lá cores e sabores para vossa majestade. Porém, como um toque de magia, quis Netuno um "novo mundo" para o navegante. Daí descobriu-se "Vera Cruz", "Santa Cruz", seu maior tesouro. Que mais tarde virou Brasil, e "querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo".

Imensidão que vai e vem. Trazer do berço do mundo uma gente diferente, para fazer desta terra uma nova morada pro seu coração. Nesse Porto-Seguro, ergue-se o símbolo de um novo tempo. Reza-se a missa, ronca o trovão e baixam os orixás.

Na terra do preto velho feiticeiro, quando roda a barra da saia rendada, tem samba de roda e batucada. Se ela vai marcando o passo da procissão, roda com jarros de flores e panos brancos pra ornar, água de cheiro para lavar e perfumar a casa do seu pai Oxalá. Roda com tabuleiro na cabeça, baiana quituteira, vem ofertar aos devotos do teu Senhor do Bonfim.

Lá pras bandas das Gerais fez morada a negra realeza. De tal Chico, que com ousadia tirava da cabeça o que não dava pra tirar do bolso. Da corte festeira da negra Chica, que ao rei da Costa do Marfim encantou. Alforria, seu maior tesouro, brilhava mais que o sol, valia mais que santo ouro. Que beleza, a nobreza que visita "Holanda Tropical" do bom Nassau. Minueto para saudar, Mani-Congo que veio d’além-mar. Veio em Pernambuco a paz buscar. Que beleza, o encontro da nobreza daqui e de lá no tempo colonial.

Que beleza de mistura, a transformação da cultura popular. Que dá vida ao brasileiro, herdeiro das raças que formaram essa grande nação.

Vem da floresta misteriosa. Cobra grande, boto e caipora, conta a lenda de outrora.

O violeiro faz o som encantado, reza sua oração para o estandarte encarnado, o divino recebe sua adoração.

O tambor marca o passo, e no compasso gira a saia da calunga. Vem o negro rei e a negra rainha do reinado andante, vem o nobre maracatu elefante.

Bonito é ver a peregrinação dos fiéis dos Santos Reis. Segue a folia viajante o rastro da estrela-guia, vai seguindo até encontrar o bom Jesus que nascia.

Quem por acaso folhear essa história, verá também que foi escrita com luta e bravura. Lembremo-nos dos mascates de Recife, que lutaram contra os senhores de engenho de Olinda para garantirem o que era seu por direito.

Glórias a Zumbi dos Palmares, imortal guerreiro e por sua luta por liberdade e igualdade do povo negro. Glórias aos alfaiates baianos e os inconfidentes mineiros, que ousaram lutar por um Brasil sem injustiças.

Honras sejam dadas ao monarca que a esta terra independência declarou. À nobre princesa, heroína libertadora da negra raça, e ao Marechal que a república proclamou. Pois todos são filhos desta mãe gentil, e ao honra-la, jamais fugiram da luta, jamais abandonaram seus ideais.

Há de se recordar também a beleza do carnaval. Dos tempos idos, do Zé Pereira com seu bumbo original, que anunciava os festejos onde não havia distinção social.

Do romantismo nostálgico dos ranchos e cordões. Afinal, na beleza e no brilho da fantasia somos todos da lira, quem há de negar? Rosa de Ouro é quem vai ganhar!

Recordar saudosos das baianas festeiras, de Ciata imortal. Do seu terreiro ecoava o som da negritude. Era semba e lundu, era jongo e caxambu!

Da mistura da boa batucada nasceu o samba. De Ismael, de Paulo Benjamim, de Cartola. Do Estácio, da Portela e de Mangueira! Do malandro que jamais foi marginal, fez escola, se tornou um poeta genial. Carioca da gema, presente imortal.

Hoje, sou saudoso dos tempos em que o Rio viveu apogeu do glamour. Do teatro de revista na Tiradentes, do skindô tão bonito que o samba tinha. Tudo mudou.

Porém, o carnaval sempre será o carnaval, ele vive no simples fato do povo sempre querer sambar! Então, que se faça a folia!

Vem menininha, defuma a avenida, espalha axé! Quem quiser pode chegar! Sob a luz das estrelas, vamos sambar, viver feliz e nada mais!

 

Eu? Sou Arlindo Rodrigues! Esse é o meu Brasil!

O que me falta? Fazer um carnaval no céu!

Entre arcanjos e querubins. Pierrôs, colombinas e arlequins!

 

Autor do Enredo: Diego Araújo