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Louvação ao Sono Eterno

SINOPSE ENREDO 2010

Louvação ao Sono Eterno

Autor
Luiz Eduardo Tannus

Sinopse

Transcender.
Acabar.
Reencarnar.

O que é morrer pra você? É dormir a vida inteira, preso a um corpo que se desmancha debaixo da terra?
É trocar de corpo?
Aliás, você acredita nesta hipótese de trocar de corpo?
Nós da Falcões da Serra não sabemos ao certo, pelo menos até o final do nosso desfile. Nem vamos morrer pra saber.

Dizem aqueles sujeitos que estudam uma tal de Biologia que o corpo falece quando as células dos mais diversos órgãos, do cérebro ou do coração (não necessariamente nesta mesma ordem), encerram suas atividades entrando em consequente estado de decomposição.

A morte usa diversas ferramentas. Ah! Pensava que só existia a tal da foice, não era?
No no! Armas de fogo, armas brancas, venenos, guilhotinas
... virus, bactérias... quer mais?

As sociedades antigas se dividiam quanto ao benefício ou o malefício de morrer. Alguns morriam de medo de chegar num outro lado (sabe-se lá onde) sem nada, e faziam questão de levar fortunas em seus sarcófagos. Outros jogavam os bebês defeituosos do desfiladeiro como forma de livrá-los de uma vida desafortundada.
Apesar de Cristo ter vindo pregar aos seus que a morte os levaria à terra santa de Jerusalém, os cardeais da idade média faziam questão de assombrar a todos, de dizer que quem não comprasse o seu terreno ia queimar no inferno, que pra outros é feito de mármore ardente.

Em compensação,
outros fazem questão de entregar sua vida por motivos ora justos.
O suicídio para muitos povos é maneira nobre de se despedir da terra. Morrer por amor, seja à nação, à religião, para reparar um erro... Se você acha que morrer é ruim, respeite a opinião dos outros.

Interessante é pensar que a morte de outrem pode dar vida a alguém. O coração que pulsa no agora no seu peito, a córnea que te ajuda a ler esta sinopse, ou o pulmão que seu corpo usa ao respirar, pode um dia ser a nova luz de alguém que precise. É só você querer.
 
Esses povos, de tantas opiniões diversas, contudo, compartilham de uma opinião comum: enquanto há vida, que seja ela seja uma vida feliz, sem percalços.

E por isto o Falcões da Serra vem brincar de morrer de felicidade, sem medo de caixões, crematórios ou qualquer outra zica. Descansar em paz? Só depois da quarta de cinzas!

Murilo Duarte e Dudu Tannus
GRESV Falcões da Serra