Sinopse Falcões 2009
SINOPSE
ENREDO 2009
O Berço da Humanidade.
Mali, a Utopia Africana
Autor
Luiz Eduardo Tannus
Sinopse
São histórias ou estórias? Não sei, só ouvi falar...
Dizem alguns relatos que o homem lá surgiu,
com um tal nome de "Sahelanthropus tchadensis", seria
esse um dos elos entre o homem e os símios do velho mundo.
Outros relatos dizem que esses hominídeos
evoluíram e se adaptaram ao ambiente. Criaram crenças, rituais
e invenções. Descobriram que a sociedade poderia ser estável,
e descobriam que eles sabiam que sabiam...
Sabiam também que a natureza era cheia de
mistérios, inclusive o princípio da existência?
Ao perecer, para onde íamos?
Os primitivos acreditam que ficávamos na terra
para guiá-los por melhores caminhos.
Nos primeiros povos africanos, os ancestrais se
tornaram deuses, e estes, escolhiam pessoas para ter acesso ao
mundo dos mortos e das magias.
Mas e quando um povo INTEIRO tem acesso a elas?
Seriam os Mandingos, povos guerreiros e bruxos da
África Ociental, que fez dos férteis vales do rio Níger sua
morada e o princípio para sua sabedoria.
Algumas lendas dizem, que eles surgiram devido a
profecia da feiticeira búfala Sogolon, que teria um filho de
saúde frágil e de espírito forte.
Filho, este , de nome Sundiata Keita, que, mesmo
com problemas de paralisia nas pernas, buscou por justiça, e um
povo unificou.
Povo este, chamado povo Mandingo.
Sundiata, animista de nascimento, descobriu pelos
contatos com os povos do deserto, que uma religião poderosa
poderia torná-lo mais glorioso.
Essa religião seria o Islamismo.
Então, surge o Islamismo africano, com rituais de
magia e diferente interpretação do corão pelos árabes.
E uma rica cultura se formou.
De Djenné surge o início de tudo, e de
Tombouktou, o ícone da glória.
Fé negra que leva ao ápice da glória e da arte.
E Sundiata Keita mostra ao mundo, o império do
Mali.
Não durou muito, Sundiata torna-se um espírito
ancestral, e o guia de seu filho mais velho, Abubakari II.
Poderoso como o pai, Abubakari tinha como
princípio o conhecimento, e, dessa ânsia, cria Sankoré, a
universidade islâmica. Fazer do Mali referência não foi
difícil, já que as minas de sal de Taghaza e as minas de ouro
de Boure e Bambouk, e as pedras preciosas de Wagadugou, mostrou
que riqueza esse povo tinha de sobra.
E o mundo conheceu o poder do Império Malinês de
Abubakari II. Ponto final das caravanas da rota da seda, rota
para o comércio de Zanzibar e da Índia.
Mas Abubakari, que buscava conhecimento, não via
em seu próspero império um caminho para a felicidade.
Decidiu ver além do mar oceano, que se acabava no
horizonte de Gorée e Sefadu. Se até o fértil e imenso rio
Níger tinha um fim, porque o mar não tinha?
Abubakari fez o que seu povo não queria: abdicou,
e foi em busca de uma utopia.
E foram mais de dois mil barcos, com uma corte
pomposa e munida de fartura e luxos, Abubakari atravessa o mar e
chega ao Brasil, em terras nordestinas, que ele, incrédulo com a
semelhança da nova terra com suas minas de ouro africanas, chama
a terra de Boure Bambouk.
O artista malinês, depois de pintar um legado na
áfrica, cria uma delicada aquarela Malinesa em terras
brasileiras
Miscigena com o índio e constrói o império
africano-tupi, o grande Boure Bambouk, que ia de Alagoas às
Guianas.
Além de minérios, tinham as plantas, os animais,
toda uma incrível natureza para um império utópico e
maravilhoso
O éden muçulmano vinha a tona.
Mas infelizmente, essa utopia se perdeu no tempo,
juntamente com seus relatos, apagados por uma revoltada e magoada
população que, abandonada, resolve aclamar Imperador o grande
Mansa Musa, rei do deserto
Durante séculos, o Mali vai se esfarelando como
as dunas do Saara, desmembrado em seus antigos reinos de Songhay,
Ghana e Mandingo, perece à colonização européia.
E, depois de uma linda e utópica aquarela pintada
alguns séculos antes, uma horrível mancha negra na história da
humanidade mostra a terrível cena da escravidão.
E os mandingos voltam ao Brasil, partindo da mesma
Gorée, que antes era porto de exportação de marfim, virou
porto de exportação de seres humanos.
Não iam se rebaixar aos ignorantes e iletrados
senhores de engenho. Com seus conhecimentos e formações
científicas, usam de sua inteligência para voltarem a serem
conhecidos como "os bruxos". Do patuá corânico que
carregavam, se revoltavam em silêncio, tornavam-se de confiança
de seus senhores e também se alforriavam sem maiores problemas.
Para os brancos, eram de confiança. Para os
negros, eram feiticeiros. Para todos, eram um mistério. Um povo
negro que ardilosamente mostrou o verdadeiro poder da
inteligência malinesa.
Mas um dia, a chama guerreira dos discípulos de
Sundiata Keita acendeu. Era os Malês, que vieram para Salvador
para trabalhar forçadamente, mostraram-se menos pacíficos que
os irmãos Mandingos. Guerreiros de sangue quente e cabeça
estratégica, não demoraram a se revoltar. A serpente marinha
que os trouxeram foi domada e para a áfrica voltaram. Revolta
dos insubmissos que não deixaram a áfrica se curvar para a
ganância e prepotência européia. Revolta dos guerreiros, que,
assim como a Falcões da Serra, nasceram para voar alto e mostrar
para o mundo, que a liberdade é algo tão precioso quanto o
conhecimento.
E, com a força vital de Allah, a África
muçulmana escreve sua história e deixa um legado de estórias
nas páginas da humanidade.
Seria todo esse relato real?
Ou seriam apenas relatos?
O princípio da existência da humanidade continua
sem respostas...