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SINOPSE ENREDO 2009 Rui Barbosa - Em Verde e Amarelo, Herói de Nossa Gente; Gênio Nacional Autor Para o carnaval
virtual de 2009 a Estrela do Amanhã irá exaltar a figura de Rui
Barbosa. Jurista, diplomata, jornalista, apenas um estudante como
ele mesmo dizia, as várias faces de Rui estarão presentes nesse
desfile que marca os 160 anos de seu nascimento.
É tempo de cantar com força toda a luta do herói de nossa gente, gênio que usou as palavras como arma em seus combates por uma pátria melhor e mais justa para todos. Hoje Brasil, nas cores da tua bandeira, o Verde que são suas matas e o Amarelo que são suas riquezas, tu tens o lábaro ainda mais estrelado e o céu muito mais Azul. É chegado o tempo de deixar a Estrela reluzir, deixar que seu brilho leve para o Amanhã toda a história desse grande GÊNIO NACIONAL! (...)"Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta"(...) (Trecho do Hino Nacional Brasileiro - Joaquim Osório Duque Estrada) "Rui Barbosa - Em Verde e Amarelo, Herói de Nossa Gente; Gênio Nacional". Muito prazer! Meu nome é Rui Barbosa. Convidaram-me para contar sobre a minha vida. Ora, que convite mais inusitado, mas como sempre gostei de histórias porque não contar a minha? Desde pequeno vivi rodeado de livros e música clássica. Sempre me dediquei aos estudos, o que me rendeu uma medalha de ouro. Após formado, ingressei na Faculdade de Direito de Olinda, onde conheci Castro Alves e juntos criamos uma sociedade abolicionista. Dois anos depois já em São Paulo vi o café modernizar a cidade e naquele cenário de intensa política plantamos uma "Semente Revolucionária" pela abolição e pela república, formado retornei a Bahia onde tive minhas primeiras causas como advogado. Fui deputado na Bahia e na Corte onde consolidei um grande plano de reforma na educação e expandi o direito de voto dos homens. Lá minha defesa pela libertação dos escravos foi grande, até que em 1888 a Princesa Isabel proclama o fim de todo aquele cenário de horror que manchava o Brasil. "A Liberdade em todas as suas manifestações, eis, a meu ver, o instrumento fundamental de todo o progresso". (Rui Barbosa) A monarquia foi abalada de vez, numa triste valsa bailou pela última vez ostentado todo o poderio daquela falida coroa. Enfim em 15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca, à frente das tropas rebeladas, decreta o fim da Monarquia, e instituí a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil. Com o cenário da jovem república, a primeira constituição foi aprovada e o Brasil conheceria as leis que o regeriam dali em diante e oficialmente teria seu primeiro presidente da república. Fui ministro, com um tesouro falido na mão tentei industrializar o Brasil, em vão, tudo deu errado e instalou-se uma grande crise que fez com que eu ordenasse a queima dos documentos do tempo da monarquia com medos dos falidos senhores do café. Com o tempo algumas decisões arbitrárias fizeram com que o Marechal Deodoro renunciasse, e então assume Floriano Peixoto que deveria convocar eleições, mas permanece no poder gerando uma crise no país. A crise se espalha e o militar passa a ser conhecido como "Marechal de Ferro" e exila todos que iam contra suas decisões no Alto Amazonas. Explodem pelo país revoltas contra todo aquele cenário, no Rio Grande do Sul a Revolta Federalista e no Rio de Janeiro a Revolta da Armada, fui considerado mentor da revolta, pois não apoiava as decisões do presidente e com minha vida ameaçada resolvo me exilar em Buenos Aires e Lisboa, mas pro problemas diplomáticos fixo residência na Inglaterra, de onde envio as "Cartas de Inglaterra" como meio de colaboração para o Jornal do Comércio. Dois anos depois Prudente de Moraes assumi a presidência e eu retorno ao Brasil e logo trato de retornar as minhas atividades como Senador fazendo um discurso sobre a pacificação do Rio Grande do Sul e pedindo a anistia por todos os revolucionários, mais tarde pedi anistia também para todos aqueles que sofreram durante o governo de Floriano Peixoto. Defendi o Brasil em outras questões, pela soberania da posse do estado do acre e contra a obrigação da vacinação imposta por Oswaldo Cruz que para mim violava os direitos individuais dos cidadãos. Em 1907 depois da eleição de Afonso Penna, fui convidado a representar o Brasil na Conferência de Paz de Haia, na Holanda. Naquela grande reunião mundial, fiz o Brasil se destacar através dos meus discursos e no fim fui aclamado e sabia que tinha conseguido projetar a bandeira verde e amarela mais alto que todas as outras. "Vi todas as nações do mundo reunidas e Aprendi a não me envergonhar da minha. Medindo de perto os grandes e os fortes, Achei os menores e mais fracos Que a justiça e o dinheiro". (Rui Barbosa) No dia 18 de Outubro de 1907 quando foi encerrada a conferência, noticias sobre meus discursos correram o mundo e o meu país, quando cheguei no Brasil em dezembro a delegação brasileira ficou conhecida como "delegação das águias" pois aquele animal representava imponência e soberania e foi assim que o Brasil saiu da conferência, no desembarque eu estava a frente da comitiva e passando assim a ser conhecido como o "Águia de Haia". "Idealista humanitário, eloqüente ao extremo, enfim jurisconsulto de Haia, para coroar tantas virtudes". (Georges Clemenceau, ministro francês) Em 1909, com a morte de Afonso Penna lanço minha campanha dita "civilista" para concorrer contra o domínio militar da "política do café-com-leite". Numa época em que o rádio inexistia, pioneiramente, me dirigi às massas utilizando minha arma predileta - a palavra, transformando-a em instrumento de conscientização, excursionei por São Paulo, Bahia e Minas Gerais, me firmando como o profeta do liberalismo e da luta contra as oligarquias. Após árdua luta, fui derrotado no processo eleitoral que ficou marcado pela fraude a favor dos militares. Hermes da Fonseca foi eleito e durante os primeiros anos de seu mandato acontece no Rio de Janeiro a Revolta da Chibata, comandada pelo almirante João Cândido, os marinheiros dos navios Minas Gerais e São Paulo se rebelaram contra os castigos a base de chibatadas impostas aos marinheiros que se recusavam a seguir ordens de superiores ou se rebelassem. A visão da baia foi tomada por encouraçados que bombardeavam a cidade, mas o desfecho de toda aquela rebelião teve um tom triste, o congresso declarou anistia aos rebelados, mas voltou atrás e mandou prender todos os marinheiros que acabaram acusados de conspiração, as atitudes tomadas pelo governo eram as mais cruéis que se podiam imaginar, fui incansável no meu protesto, mas todos foram mandados para a Ilha das Cobras num exílio de dor e terror, e depois foram embarcados no navio Satélite, rumo ao Acre, e mais uma vez os militares calavam a voz do povo que clamava apenas por melhores condições, exilavam na densa floresta o "Almirante Negro", João Candido. Apesar de estar sempre envolvido com meus afazeres políticos e sociais nunca deixei de lados meus ideais, eu fui Imortal da Academia Brasileira de Letras até 1919, em 1918 comemorei meu "Jubileu Cívico", lá se foram 50 anos de árdua luta pelo Brasil, pelo povo brasileiro era constante a minha luta pela cidadania, jurista, jornalista e escritor fui aclamado como "o Maior dos Brasileiros" sendo condecorado com várias medalhas e outras honras como a Cruz de Ouro da Academia de Ciências de Lisboa e a Ordem da Coroa da Bélgica. Em 1919 fui candidato de novo à presidência, sozinho percorri o Brasil e vi na figura do Jeca Tatu do livro Urupês a forma de defender aquele povo tão sofrido que gritava pelas ruas e em greves por seus direitos. Fui derrotado de novo, mas tenho certeza que mais uma vez tocava a consciência de todos e despertava cada vez mais os ideais de todos deveriam lutar pelos seus direitos. "O general sem soldados mobilizara um formidável exército de consciências".(Luis Viana Filho) Ainda em 1919 participaria do pleito sucessório na Bahia, cruzei o sertão levando meus discursos por uma sociedade mais justa, mas fui derrotado mais uma vez. Após essa derrota abandonei a vida política e resolvi me dedicar aos pequenos prazeres que cultivei durante toda uma vida. Em minha biblioteca que considerava um dos meus lugares preferidos e mantinha uma coleção incrível de romances e outros gêneros de leitura, e dentre eles o que muito me fascinava era leitura de obras de Alexandre Dumas como "Os Três Mosqueteiros". Mantinha uma paixão forte também pela sétima arte, o cinema me fascinava, o preto e branco da tela me envolvia de forma que até ganhei uma cadeira especial no Cine Ideal para poder assistir as maravilhas produzidas por aquilo que considerava como teatro condensado e rápido. Cultivei também paixão pelos meus jardins, em especial pelas rosas, colecionava todos os tipos daquela planta que me fascinava e nela eu tinha a paz e a serenidade que tanto precisava uma pessoa como eu. Em 1920, já meio adoentado fui convidado para ser paraninfo da turma de formandos da velha faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a data da formatura chegou a ser adiada para que a minha presença fosse certa, mas o tempo e a doença que se agravava sobre mim acabaram não permitindo a minha ida, então escrevo um de meus mais famosos discursos que carinhosamente intitulei de "Oração aos Moços" em homenagem a todos os formandos daquele ano. ..."Estudante sou. Nada mais. Mau sabedor, fraco jurista, mesquinho advogado, pouco mais sei do que saber estudar, saber como se estuda, e saber que tenho estudado. Nem isso mesmo sei se saberei bem. Mas, do que tenho logrado saber, o melhor devo às manhãs e madrugadas". (Rui Barbosa em "Oração aos Moços") E assim ao chegar ao ano de 1923 eu enceraria minha passagem pela escola da vida, na verdade eu não poderia apenas morrer, sempre fui um estudante. Estudei direito, estudei jornalismo, a vida me ensinou a lutar sempre pelo direito do povo e pela justiça social, então agora digo que sou formando. Agora estes gênios, loucos delirantes resolveram me render mais esta homenagem, então visto com orgulho o manto azul e branco da Estrela do Amanhã e já que esta é uma escola de samba, porque não me formar no samba? E hoje esta mesma estrela que brilha forte nessa grande festa do samba, condecora os formandos do samba e nessa formatura, a festa é o carnaval. |
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