Sinopse Estácio 2008
A
História do Futuro (Estácio - 2008)
Justificativa
Do futuro, só sabemos que ele virá. Do presente temos um
conhecimento relativamente confuso, se não, totalmente
distorcido, já que estamos dentro dele e que se trata de uma
realidade em transformação, de êxitos incertos. A única
certeza reside no passado, única fase realmente imutável da
nossa existência. Podemos remevê-lo, esquecê-los, mas não
apagá-lo. Podemos fragmentá-lo, disfarçá-lo, porém, jamais
modificá-lo.
Contudo, não vivemos senão, projetados no nosso futuro. Quase
nunca pensamos no presente e quando o fazemos, não é mais do
que para nos dar indicações, acerca de como dispor do nosso
futuro. Portanto, passado e presente, não passam de instrumentos
para condicionar a única realidade que realmente nos interessa,
ou seja, a futura. No fundo, no fundo, nós não vivemos, mas,
esperamos viver. Desde o passado mais remoto, o que nos reserva o
porvir é uma preocupação constante, e esta obsessão em
conhecer o futuro se tornou nossa estrela guia.
Das profetisas da Antiguidade, até os nossos dias
reconstruiremos a história do que foi dito e escrito nos
séculos, sobre o futuro destino do homem.
Faremos uma viagem apaixonante, pelo mistério insondável das
artes divinatórias, que inclui entre suas etapas mais
significativas a civilização dos Caldeus, os primeiros grandes
investigadores das estrelas, e tentaremos decifrar os números
ocultos da Grande Pirâmide. Passaremos pelas profecias bíblicas
e o Apocalipse de São João; mergulharemos no universo da
Inquisição Medieval e a feroz caça às Bruxas; conheceremos as
Centúrias de Nostradamus e a sua força premonitória e,
finalmente, este viagem chegará ao Brasil, terra mística e
abençoada, local onde todas as artes divinatórias se encontram
e se misturam no enorme caldeirão da cultura popular.
Contar a história da busca humana em desvendar o futuro é
também uma maneira de desmistificar a afirmação que o
"futuro a Deus pertence", para reafirmarmos que, em
tempos de "livre arbítrio", o futuro a cada um de nós
pertence; e modificá-lo para pior ou para melhor é nossa
responsabilidade única e intransferível. Um feliz novo
amanhecer para todos nós.
Cid Carvalho
Sinopse
Vem, oh imponente leão! reluzente como o sol regente, iluminar
as antigas civilizações.
Deixa a tua morada que é a quinta casa zodiacal e, hoje, da Lua
e das estrelas, as tuas guias. E assim, nos releve os segredos do
futuro.
Saudai a Mesopotâmia, senhora de tantos séculos, berço da
astrologia; saudai também a mística civilização dos Caldeus,
herdeiros de tão bondosa mãe, senhora das estrelas, porque
dentre todos foram os primeiros a decifrar os mistérios dos
céus.
Marca o teu caminhar com o fogo da descoberta e transponha a
soleira do desconhecido para nos guiar por areias escaldantes e
misteriosas, em direção à Grande Pirêmide e, ao encontrar a
bíblia de pedra onde repousa o antigo Faraó, clareia a nossa
visão como um oásis de sapiência para interpretar este
oráculo monumental.
Transfigure-se em iluminado espírito para louvar o Leão da
tribo de Judá, o próprio Cristo rei, filho "daquele",
que confiou ao apóstolo João, as mensagens apocalípticas
revelando o fim para os ímpios e o recomeço do mundo para os de
bons corações.
Que os teus rugidos revestidos de majestade e autoridade possa
ecoar na penumbra medieval como prenúncio da verdade e da
justiça contra o cruel fogo da inquisição que transformou
gente em cinzas em rituais macabros e satânicos. E que, dessa
forma se apaguem definitivamente as labaredas da intolerância
que teimam em se manter acesas em corações endurecidos,
triunfando assim, a chama da verdadeira fé.
E renasça majestosamente clássico destas cinzas que te
envergonham, qual a mitológica Fênix, e transforme a
intolerante injustiça eclesiástica em sagrado fermento, a
expandir a arte profética para todos os cantos e lugares
habitados.
E, ao se banhar nas águas da Renascença, aromatizadas com as
essências da nova arte e da nova ciência, banhe da mesma forma
os corredores e os nobres salões da corte de Catarina de
Médicis; mas, acima de tudo banhe os corações da nobreza com a
seiva da arte divinatória e visionária de Nostradamus.
E, se ainda assim, sem peso algum de consciência, insistiram em
enviar, por assim dizer, as infortunadas bruxas em degredo para o
novo mundo condenadas por feitiçarias é porque naquele lugar
tinha uma profecia para se fazer cumprir.
É somente prestar atenção no movimento das saias, na
vitalidade da música, e na alegria da dança, para entender que
tudo estava escrito na palma da mão.
Seria apenas coincidência que, o povo deste mundo chamado novo,
também já dançava, cantava e interrogava os astros celestes e
amuletos como faziam os antigos profetas da Mesopotâmia,
desejando decifrar o que lhes reservava o tempo desconhecido?
E o que dizer da diáspora africana que fez aportar nestas praias
a magia do continente negro com seus tambores de transe, o jogo
divinatório de seus búzios e a incorporação dos ancestrais
orixás?
Finalmente, imponente leão, abençoe o Brasil, este terreiro
tropical, onde se fundem ingredientes mágicos desde a aurora de
seus tempos, misturados no grande caldeirão cultural desta
pátria mãe gentil de todas as manifestações divinatórias.
Abençoe da mesma forma esse povo mestiço, suas crendices, suas
mandingas e adivinhações.
Porque hoje, a minha escola vai desfilar e, antes de ir pra
Avenida, eu vou mesmo é naquela velha benzedeira e fazer uma
simpatia para confirmar.
E à noite quando a sirene tocar, com o pé direito na avenida eu
vou entrar; firmar e bater cabeça pro meu orixá, saravá.
Eu tenho fé e acredito que as cartas daquela moça jamais irão
errar.
E nesse carnaval, não vai dar pra ninguém, é a minha querida
Estácio que irá ganhar!
Cid Carvalho (carnavalesco)