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33, Destino Dom Pedro II (Embalo do Engenho Novo - 2018)
33, Destino Dom Pedro II (Embalo do Engenho Novo - 2018)

Justificativa

Passados 33 carnavais, o GRES Embalo do Engenho Novo vem hoje, com muito orgulho, reeditar um grande carnaval de sua coirmã GRES Em Cima da Hora, enaltecendo e reafirmando a importância do carnaval carioca como veia crítica e pensante da cultura popular brasileira.

Sinopse

Vamos hoje sublimar em poesia, carnavalizar o dia-a-dia e exibir nesta avenida o cotidiano do trabalhador. Aquele que acorda cedo todo dia e se despede da família para trazer o pão. O verdadeiro responsável pelo progresso da nação. Viver nesta crise não é mole não! O que faz o governo que não controla a inflação? Sem contar o aumento dos preços e o desemprego que arrasam os cidadãos…

Ao entrar no trem, em Japeri, o trabalhador faz uma prece a Nossa Senhora da Conceição pedindo para o trem não quebrar, senão não vai chegar a tempo do seu ponto marcar. Porque o empregado quando chega atrasado o patrão logo fica mal-humorado e irritado, mas é porque não anda nesse trem lotado, amarrotado, imprensado, baldeando por aí…

Surfando sobre os trilhos chego à terra da deusa da passarela, terra de gente bamba, de vendedores e pregadores. “Caminhão virou, preço despencou!”; “Isso aqui é tecnologia da NASA, só eu que tenho!”; “Ele é o caminho, a verdade e a vida!”; “Ele está voltando!”; “Olha o picolé, água pura ninguém quer!”. Múltiplas vozes que vão se alternando e bradando a trilha da nossa viagem.

Ao passar pela capital do samba reparo na linda menina de laço de fita sentada, sonhando acordada, distraída, seu olhar viajando por mundos através da janela, enquanto um paquera, sentado à sua frente, na ânsia da conquista, deseja um beijo e o coração lhe roubar.

Próxima estação: Engenho Novo. Terra que embala muitos corações azuis e amarelos apaixonados, incluindo o meu e o do operário que vai batucando na marmita, fazendo um samba pra não ver o tempo passar.

Já na estação primeira, no fundo do vagão, ganha quem tem o melhor jogo na mão, aquele carteado com damas e reis. Enquanto músicos, poetas e repentistas tiram onda de artista neste famoso “trinta e três”.

A próxima parada é morada da paixão nacional. O templo sagrado do futebol, torcidas, bandeira tremulando, bola rolando, é gol, bate forte o coração! Mas existe outra paixão que também faz meu coração bater forte, como um surdo de terceira, o carnaval. Na noite dos desfiles este trem se transforma em passagem para os mais diversos mundos carnavalescos.

Ao longe já consigo avistar o relógio da estação Central, nosso destino. Destino de milhares de fluminenses, de cariocas e de brasileiros que desembarcam rumo a seus trabalhos, rumo a seus estudos, rumo a melhores oportunidades, com os bolsos cheios de esperança, rumo à construção de um país melhor e mais justo.

Embarque neste trem junto ao Embalo do Engenho Novo, rumo à vitória e ao título do Grupo E no carnaval 2018, na Intendente Magalhães.

Cláudio Almeida
Carnavalesco