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Nobreza na Cor, Soberanas na Raça... Rainhas do Ventre da Humanidade (Difícil é o
Nome - 2022)
SINOPSE
África … mãe negra África mundo de mistérios e encantos a essência da cultura dos povos, da arte e da beleza natural, ventre da pátria da humanidade, quando os navios negreiros também chamados de “Tumbeiros” aqui aportavam vindos de além mar, os sobreviventes da cruel travessia eram expostos e vendidos como mercadoria arrematados pelos melhores lances oferecidos dou-lhe uma, dou-lhe duas faça lhe bom proveito dos escravos, as mulheres não recebiam diferente destino sofreram castigos, abusos e violência marcadas a ferro e fogo pelo corpo com sinais distintos de acordo com seu proprietário, seguindo não somente a iconografia de “Debret”, observamos que viveram como máquinas vivas escravizadas, desempenhavam todos os tipos de atividades nos engenhos, nessa diáspora africana, viviam nas senzalas e mesmo diante das adversidades seguiam mostrando ser a antítese dos caudalosos dias de sofrimento lembrando dos seus valores, sua nobreza dos tempos longínquos como a soberana rainha de Sabá das montanhas da Etiópia. Escravizadas durante três séculos, muitas foram as mulheres negras que lutaram abrindo caminhos por liberdade e respeito, fizeram história ajudando a construir nosso imenso Brasil. GUERREIRAS: DANDARA não foi somente a bela mulher de Zumbi, líder guerreira lutou bravamente no Quilombo dos Palmares contra o sistema escravista na era Brasil-Colônia e TEREZA DE BENGUELA ou “Rainha Tereza”, liderou por duas décadas negros e índios no quilombo de Quariterê no meio do pantanal criou uma espécie de parlamento sendo política em pleno século XVIII em sua homenagem o dia 25 de julho é considerado o dia da mulher negra e de Tereza de Benguela. PIONEIRAS: Dois séculos após enfrentando obstáculos com a presença das mulheres na política, ANTONlETA DE BARROS se elege como a primeira deputada de pele preta no Brasil criou o projeto “dia do professor”em 1948 oficializado em todo Brasil 20 anos mais tarde, BENEDITA DA SILVA a primeira mulher Afro Brasileira a atingir os mais altos cargos políticos no Brasil, a mais longeva e expressiva voz na nossa política em atividade. RESILIENTES: Aos 63 anos de idade CLEMENTINA DE JESUS, inicia carreira vitoriosa como cantora ovacionada pela crítica e amada pelo povo Clementina ficou eternizada como “Rainha Quelé”, D IVONE LARA outra revelação tardia da música popular brasileira sendo a primeira mulher a assinar um samba enredo e fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba foi feminista usando seu talento coroada com o título de “A grande dama do Samba”. ESTRELAS: Se autores precisam de personagens para criar seus textos, personagens precisam de grandes atores para dar vida a eles e RUTH DE SOUZA foi uma atriz de real grandeza no cinema, televisão e teatro encenando em 1960 a peça “O quarto do despejo” do livro de CAROLINA DE JESUS escritora, compositora e poetisa, traduzida para 16 idiomas leitura obrigatória em salas de aula que antes do estrelato, trabalhou como catadora de papel e viveu em favela como documentou em seu livro. EXUBERANTES: MERCEDES BATISTA com seu talento e beleza na dança foi pioneira e revolucionou o carnaval carioca coreografando a comissão de frente do Salgueiro dançando o “Minueto, no vitorioso desfile em homenagem a outra rainha negra CHICA DA SILVA, escrava alforriada que viveu em Diamantina sempre ricamente coberta por joias e belas roupas, promovia grandes festas, teve 13 filhos concedendo à eles, vida confortável educação com acesso a bons estudos , conquistando o respeito da sociedade elitista nas Minas Gerais no século XVIII. SOBERANAS: Na religião de matriz africana da diáspora negra trazida pelos IORUBAS, o culto aos orixás, na Bahia se popularizou como Candomblé religião Afro Brasileira e MÃE MENININHA DO GANTOIS, foi alvo de intolerâncias mas reinou como a lalorixá mais famosa e respeitada em todo o Brasil, outra filha de Oxum “Orayê yê ô”, vinda da Bahia com todo Axé, TIA CIATA “Matriarca do Samba”, fez do quintal de sua casa na rua Visconde de Itaúna na Praça Onze, uma manifestação permanente cultural e artística ali, em 1916 foi criado “Pelo telefone”, o primeiro samba gravado em disco, entre quitutes ervas e muito samba salve Hilária Batista de Almeida a minha, a sua a nossa TIA CIATA. NOBREZA: O samba hoje, atende pelo nome de HELENA THEODORO, seu saber múltiplo sobre nossa ancestralidade, nossas raízes, consciência e luta pela nossa cultura, pelo ser humano e pelo samba em geral vai além do mestrado, doutorado e pós-graduação que ela possui, seus livros são hinos de amor ao samba a nossa cultura popular brasileira. Porque esse enredo? Quero registrar através do maior espetáculo da terra que um passado não distante homens vendiam outros homens apesar de séculos de luta ainda convivemos com preconceitos e racismo que o tom de pele deveria ser apenas uma questão de pigmentação porque na verdade, existe uma única raça “Humana” gerados dos ventres femininos, mulheres rainhas da humanidade, com esse enredo louvando grandes mulheres na nossa história, homenageio também as guerreiras da nossa escola de samba à Rose Baraçal, Karine, Camila, Monica, Tuany, Vanessa, Carla, Daxé, Aline, Laís, Bia, Ritinha, Elizangela e Marias da comunidade da “Flor de Lis de Pilares”, nem bem o dia se insinuava todo com um vermelho que crescia no céu ( vermelho da cor da nossa escola) expulsando a noite, resolvi botar tudo no papel antes que esquecesse. PESQUISAS E TEXTO: CÁSSIO CARVALHO |
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