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Nas Águas do Kaduna, a Esperança Nupê: Tsoedé e o Clamor de Liberdade nas Memórias da Mãe África
SINOPSE ENREDO 2020

Nas Águas do Kaduna, a Esperança Nupê: Tsoedé e o Clamor de Liberdade nas Memórias da Mãe África

Introdução
Às margens do rio Kaduna, havia uma aldeia pobre e rudimentar. Era uma das doze tribos nupês e seus habitantes tiravam do rio o seu sustento. Embora as tribos irmãs não constituíssem um reino, nutriam uma amizade verdadeira entre si. Pagavam tributos ao reino de Igalah, muito superior militarmente.

A perda da liberdade
Com o tempo, a ganância foi ficando maior e os tributos impagáveis. O povo igalah passou a exigir escravos e todo ano centenas de garotos eram enviados a Idah. Certa noite, a lua cheia iluminava a floresta e uma mulher não conseguia dormir, pois aflito estava seu coração. Era a sacerdotisa do culto a Kaduna e temia pela sorte de seu filho, Tsoedé. Ela sabia que os guerreiros de Igalah chegariam à aldeia e eles não tardaram. Sentindo que não mais veria seu filho, deu ao menino o amuleto de Okun. Antes que o levassem, sussurrou-lhe ao ouvido “guarde-o, você se tornará o Etsu de um grande reino”. O amuleto havia sido concedido à sacerdotisa por Kaduna, personificação do rio, em um ritual de seu culto.
 
No reino de Igalah
Com o tempo, o menino cresceu e se tornou o favorito do Attah. Tornou-se um grande guerreiro e sempre regressava das guerras com ricos butins. A estima do rei cresceu muito mais quando descobriu que Tsoedé era seu filho. Quando a notícia se espalhou pelo reino, a inveja germinou na corte. Muitos não toleraram a ideia de um herdeiro nupê no trono de Igalah e, com isso, logo surgiram as conspirações. Pouco tempo passou até que o rei morresse pelo veneno de uma serpente. Sucumbindo o Attah, Tsoedé sentiu na pele o horror da escravidão. Torturado, humilhado e entregue à chibata, deram-lhe os trabalhos mais pesados. Protegido pelo Amuleto de Okun, ele resistiu até que os Kyedes, ribeirinhos nupês, sorrateiramente o libertaram e lhe entregaram uma canoa para que fugisse. Ao se aproximar da canoa, o amuleto de Okun brilhou e transformou em bronze a madeira da canoa. Assim, Tsoedé fugiu pelo rio, prometendo recompensar os Kyedes.

O Domínio do Bronze e o Advento de Um Reino
Tsoedé tornou-se hábil no manejo do bronze e sabendo que havia inimigos em seu encalço, refugiou-se no âmago da savana, levando consigo vários de seus companheiros. Passou a organizar os nupês para a resistência, e criou uma grande cavalaria. Fez alianças comerciais com reinos do norte e, desse modo, passou a trocar objetos de bronze por armas e cavalos com os mulçumanos do norte e do Negueb. As caravanas começavam a chegar e sair das aldeias. Marchando contra Igalah, saiu-se vencedor. Na Batalha de Gara veio a liberdade do seu povo. Tornou-se o grande Etsu, herói, libertador e fundador do reino nupê, unificando assim as doze tribos. Nas estátuas de Bronze, deixou um grande legado em memória à união e à liberdade.

Vocabulário

Igalah – Reino de Igalah [pronuncia-se Ig(á)lah];
Kaduna – personificação do rio Kaduna;
Idah – capital de Igalah;
Etsu – rei na língua nupê;
Attah – assim eram chamados os reis de Igalah;
Gara – cidade em que ocorreu uma importante vitória de Tsoedé e garantiu a liberdade do povo nupê.