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Curiuá-Catu e a Epopeia Amazônica
SINOPSE ENREDO 2017

Curiuá-Catu e a Epopeia Amazônica



INTRODUÇÃO

Em 2017 a Cupincha de Campo Grande revive a epopeia conduzida no século XVII, em plena União Ibérica, pelo militar e navegador português Pedro Teixeira através do Rio Amazonas. Uma expedição desafiadora que partiu do Forte do Presépio – hoje Belém – rumo a Quito, com cerca de 2 mil pessoas entre soldados, cartógrafos, jesuítas e índios de várias tribos, principalmente Tupinambás. Entre mito e realidade muitos obstáculos surgiram no caminho, fazendo os índios acreditarem que eram frutos do deus do mal – Jurupari.

Portanto, a Cupincha faz uma justa homenagem a esses heróis bandeirantes e a seu líder, o lusitano Pedro Teixeira, também conhecido pelos índios como Curiuá-Catu – homem branco bom – por terem concluído em dois anos uma epopeia pelo grande rio Amazonas, época em que o Brasil pertencia ao Império Espanhol, que definiu em pleno século XVII a conquista da Amazônia para a Coroa Portuguesa e o atual tamanho do Brasil. 

SINOPSE

Certo dia, sobreviventes de uma expedição espanhola que partiu de Quito para explorar o rio Amazonas em busca do Eldorado chegaram ao Forte do Presépio e relataram ao governador do Pará que a expedição fora dizimada por índios ferozes. Preocupado com a presença de espanhóis naquela região, o governador do Pará resolveu criar uma expedição à cidade de Quito, no Vice-Reino da Nova Granada, e deu o comando a Pedro Teixeira, pois o mesmo foi responsável por derrotar e expulsar ingleses e holandeses dos povoados  portugueses do norte. Era importante enviar a expedição para Quito, pois chegar àquela cidade seria a prova de que os portugueses haviam navegado todo o rio Amazonas, pois apenas assim, poderiam tomar posse das terras amazônicas de maneira incontestável.

A escolha de Pedro Teixeira levou em conta sua bravura e simpatia dos índios por sua pessoa. Muitos portugueses se juntaram à expedição seduzidos por riquezas, já que da boca dos indígenas saíam histórias que garantiam que havia inúmeras tesouros escondidos no Rio Amazonas à espera de grandes conquistadores.

A expedição se prepara para a partida. A lua ilumina a mata, ao longe se escuta o ecoar dos tambores. São os guerreiros tupinambás, valorosos no combate, que se preparam para partir rio acima ombreando com seus aliados portugueses, liderados por Pedro Teixeira, único patrício por quem aceitam ser liderados, por considerá-lo um homem valoroso e justo,  além de destemido contra os inimigos. Chamavam-no Curiuá-Catu – O Homem Branco Bom.

Canoas e jangadas se lançam ao Rio-Mar em busca de riquezas escondidas, como a lenda da Cidade do Ouro Perdido, na qual um grande tesouro, maior que a riqueza de todos os reinos estaria escondida.

A travessia se revela a Curiuá-Catu e seus comandados mais deslumbrante do que imaginavam.  Mesmo os índios evitavam subir rio acima, pois inúmeras histórias eram narradas de geração para geração sobre o que se podia encontrar na travessia. Histórias de perigos sobrenaturais, mitos e lendas como o deus do mal  Jurupari e a enorme serpente Boiúna, que temiam que devorasse toda a comitiva.

O valente comandante da expedição compreende que no grande rio o mítico se funde ao real e não é possível distinguir o que é lenda do que é realidade, e que a própria história do rio é a história daquele povo que em suas margens vive. O canto e a beleza de Iara, a Majestade do Rio, seduzem os viajantes, assim como as histórias narradas pelo velho pajé, como as lendas das Amazonas, o fulgor das Icamiabas e o esplendor de Muiraquitã.

A viagem se torna a cada instante mais difícil, a visão se torna inebriante e surgem delírios e alucinações.  Mas aos poucos animais ferozes, doenças e tribos hostis vão ficando para trás. Os rituais do pajé Uacari, frutos da sabedoria ancestral, reestabelecem os feridos com suas ervas que curam, extraídas do interior da mata verdejante, afastando todo o mal lançado por Jurupari.

Após tantos esforços, os valentes desbravadores alcançam o objetivo da viagem: após tantas provações chegam à cidade de Quito, onde são recebidos com festa. Cantos e danças indígenas tomam conta do acampamento.

Após um tempo em Quito, a expedição retorna ao Forte do Presépio. No retorno rio abaixo, Pedro Teixeira, cujo olhar penetrante fascinava os índios, os quais afirmavam que  tinha o dom de atravessar as almas, vai tomando posse das terras amazônicas em prol da coroa lusitana, ainda durante a União Ibérica, em pleno domínio espanhol.

Dois anos após ter partido em busca de riquezas, sobretudo ouro e pedras preciosas, Curiuá-Catu compreendeu que não eram estas as grandes riquezas daquela região. As verdadeiras riquezas da Amazônia são a fauna, a flora e a alma do povo e as suas tradições.

César Maia