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Continente Negro - uma Epopeia Africana (Cubango - 2014)
Nosso samba hoje ecoa na Avenida em
retumbantes tambores africanos para revelar aos quatro ventos a cultura
de nossos ancestrais, afinal cientistas já provaram que o
primeiro homem surgiu na África.
Nas florestas e nas extensas savanas dessas terras, vamos fazer um safári de alegria, com animais selvagens dançando num contagiante ritmo sincopado em homenagem a todos os povos do berço da humanidade. Um lugar de natureza exuberante e de contrastes sociais marcantes, onde o brilho dos diamantes que brotam do chão e a riqueza do ouro negro que jorra em abundância ainda são ofuscados pela fome que assola diversas regiões do continente. Ainda que possua países bastante desenvolvidos, com economias em crescimento, como a África do Sul que até já sediou uma Copa do Mundo, a miséria de povos de outras regiões ainda são reais e bastante propagadas como um dos retratos negativos do continente. São terras de clima ardente, cortadas pelos trópicos de Câncer e de Capricórnio, ainda habitadas por impressionantes clãs e tribos milenares, governadas por cortes reais tradicionais e dinastias estruturadas. Apesar da existência dessas sociedades primitivas, o continente continua passando por um processo de urbanização, tendo aumentado, nos últimos anos, o número de países com governos democráticos, que atraem cada vez mais a população rural para as cidades em desenvolvimento econômico. Embora hoje outras religiões sobressaiam em alguns países do continente, a África ainda é a morada dos orixás, da mandinga e do candomblé, em que a magia do sagrado revela a alma mística, a força espiritual para suportar tantos reveses da vida. Pelo mundo se espalhou a cultura forte de uma raça, que conseguiu preservar suas raízes até em terras distantes, nos cultos religiosos dos terreiros, na malemolência de suas animadas danças e na saborosa culinária extravagante. Gente sofrida, que já foi cativa e explorada em tempos remotos servindo às vontades dos brancos europeus e que muito contribuiu na formação das atuais sociedades da América. Portugueses, ingleses e holandeses colonizaram as terras africanas, implantando aspectos de suas culturas, de suas línguas, que se misturaram às fortes tradições locais, formando a identidade desses povos. Ainda que extinta a escravidão histórica dos negros e tenha sido expurgada a dor das senzalas, recentemente Nelson Mandela teve de lutar contra a vergonhosa segregação racial que teimava em persistir na África do Sul. Este grande líder tornou-se o símbolo mundial da liberdade e do combate ao preconceito da cor. Hoje a diversidade de países africanos tão contrastantes dão as mãos e ganham adesões importantes mundo afora para limpar suas principais feridas históricas, combatendo a secular exploração humana e de seus recursos naturais e a implacável fome que ainda mata centenas de inocentes em várias regiões. As áreas mais desenvolvidas investem no ecoturismo e no esporte, produzindo renda e campeões. A cultura africana está marcada no Carnaval brasileiro, nascido do batuque dos negros escravos como forma de resistência à subjugação dos brancos e também de preservação às suas raízes. Por isso, os enredos afros - que já foram tema de belíssimos desfiles na nossa e em outras escolas - sempre emocionam, pois possuem uma força impressionante, uma vez que resgatam a identidade e o axé de uma raça, reconhecendo seu devido valor. É esse também o objetivo de nossa agremiação. Que rufem os tambores d’África na Avenida, pois a Acadêmicos do Cubango chegou para fincar suas raízes na Sapucaí!!! SARAVÁ!!! Marcio Puluker Carnavalesco |
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