Yuri Gagarin Volta ao Cosmos (Unidos de Cosmos - 2012)
Yuri
Gagarin Volta ao Cosmos (Unidos de Cosmos - 2012)
AUTORES: JOSÉ GERALDO DOS
SANTOS (Sociólogo), RAPHAEL LADEIRA (Carnavalesco) e NEY
LANZELLOTTI (Biólogo).
JUSTIFICATIVA E INTRODUÇÂO
Sumérios, Egípcios, Babilônios e Assírios desenvolveram a
Astronomia. Eles criaram calendários observando os astros e o
rei Sol. Desde a Grécia Antiga a Roma Imperial o homem almejava
trilhar o horizonte sem fim. Os mistérios do Cosmos intrigavam
as mentes dos homens desde a Antiguidade, levando a Humanidade a
sonhar com a conquista do espaço sideral.
Kepler, Copérnico, Giordano Bruno, Leonardo Da Vinci e Galileu
Galilei, ousaram, sonharam e pesquisaram sobre os encantos e a
magia do Cosmos.
Com Júlio Verne a ficção ganhou asas. O homem viaja ao espaço,
descobre os mistérios da lua; mas a espécie homo sapiens
sapiens ainda não atingiu as conquistas dos sonhos. É fato que
a Ciência Alemã ajudou na conquista do espaço sideral. Os Soviéticos
desenvolveram foguetes interplanetários, mandaram animais
descortinar o Cosmos, mas faltava enviar o mais evoluído dos
seres conquistar o espaço infinito.
O desenvolvimento social do Leste Europeu permitiu que esta
proeza coubesse a um filho de camponês russo que dominando a
arte da aeronáutica com maestria chegasse ao Cosmos pela
primeira vez. Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, faz a
primeira viagem triunfal ao Cosmos, desafiando os limites da ciência
da época. Ele observou lá de cima os encantos que muitos homens
de distintos povos queriam conhecer, mas coube ao Cosmonauta
Russo Yuri Gagarin o pioneirismo da conquista do espaço pelo
homem e ao povo eslavo comemorar as glórias do seu filho saído
do campo para as páginas da História Universal. Das conquistas
espaciais soviéticas é que outros países partiram pra exploração
do Cosmos. Chegamos ao cinqüentenário da conquista do espaço
por Gagarin, seu nome não se apagou da nossa memória e por todo
o mundo acontecem comemorações pra lembrar o grande feito do
ilustre cosmonauta russo. Por isso o GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE
SAMBA UNIDOS DE COSMOS se insere nestes festejos e anuncia que
levará pra Passarela Popular da Intendente Magalhães –
Carnaval 2012 - o pioneiro feito de Yuri Gagarin, com o enredo
“YURI GAGARIN VOLTA AO COSMOS”. Pela Avenida, Cosmos e
seus componentes exaltarão a extraordinária façanha do
Cosmonauta e a sua passagem por cidades brasileiras quando foi
aclamado por trabalhadores, estudantes, intelectuais e
autoridades do Brasil como “O EMBAIXADOR DA PAZ MUNDIAL”.
Em nosso sonho de carnaval, Yuri Gagarin volta ao Cosmos e com a
nossa aguerrida Unidos de Cosmos faz um ZIRIGUIDUM CELESTIAL.
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
YURI GAGARIN VOLTA AO COSMOS
E mais uma vez aqui estamos, aventureiros por natureza, a
preparar novamente as malas para outra grande aventura. Embarcar
numa astronave rumo ao espaço, ao infinito cosmos, na companhia
do cosmonauta russo Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar ao
espaço e retornar com segurança.
Assim, lá vamos nós, desbravadores do espaço, cruzando a órbita
da terra com nossa nave, livres da gravidade.
E bem do alto, em meio às estrelas, poderemos perceber a
grandeza do universo, e a perfeita harmonia entre os astros, o
brilho cintilante da Lua refletindo a luz, e a magnitude da
estrela maior o Sol.
Ah! terra, nosso lar, nossa casa e por si só um espetáculo a
parte, como é linda daqui do alto! Sua cor azul me faz lembrar o
céu visto daí de baixo.
Ah, grande Copérnico, grande Galileu, vocês foram geniais nas
observações sobre o espaço e tudo que há de belo aqui em cima!
Pena não terem vivido para ver de perto o que observaram de tão
longe.
Ah, genial Leonardo Da Vinci, pena que suas máquinas voadoras e
todas as suas maravilhosas invenções não foram capazes de levá-lo
tão alto para que pudesse desfrutar de toda a beleza dos céus.
Ah, pobre Capitão América, parece mesmo ter preferido a ficção
do que a realidade. Enquanto perseguia, ao lado da Mulher
Maravilha, o Inimigo Verde imaginário que surgiria do espaço
para tomar toda a galáxia, dando ouvidos as histórias surreais,
incutindo na mente humana histórias de ficção cientifica, eu
pude ter a honra de ser o primeiro a deslumbrar toda beleza do
cosmos.
Desculpem-me e perdoem-me os crédulos, pois apesar de procurar,
não vi Deus por aqui, olhei para a Lua e o cavaleiro não estava
por lá.
Só sei que aqui tudo é tão maravilhoso, que eternamente
poderia voar por entre as estrelas. Longe de toda a miséria
humana, das máquinas, das bombas nucleares dos tanques de guerra,
construídos pelo homem para levar a dor e o caos ao planeta, que
daqui do cosmos vejo tão belo. Agora sei por que Laika, sua
cachorra danada, não voltou para nos contar como era o cosmos,
preferiu ficar por aqui, junto com as estrelas, perdida no espaço,
na companhia deste tripulante da folia, que parece jamais ter
conhecido a gravidade, viver eternamente com os pés fora do chão,
a flutuar com a cabeça no mundo da lua, sambando e sonhando e
poder soltar o grito de “Campeã”.
Os bichos do espaço(Laika, o primeiro ser vivo que foi ao espaço)
EXPLORAÇÃO ESPACIAL: OS MÁRTIRES QUE NÃO FALAVAM
Quando o homem decidiu a lançar-se ao espaço, superar questões
de natureza prática assumiram todo peso do impossível, pois
fazer um artefato ir ao espaço e retornar com o mesmo, ou o possível
do mesmo, era atributo de ficcionistas, como Julio Verne ( Viagem
à Lua ).
Um dos maiores obstáculos a empreitada seria a “força”
necessária para fazer o artefato sair da Terra, não sendo possível,
com a tecnologia disponível até meados da década de 40 do século
passado, tal feito. O desenvolvimento do motor a reação (
propulsão jato – foguete ), com seu posterior refinamento,
resolveu esta parte.
Os cálculos necessários para navegação espacial, posto que
complexo, podiam ser desenvolvidos e dominados pelo homem, sendo
já obstáculo natimorto para a aventura.
Faltava, entre outros problemas, resolver um dilema capital :
pode-se sobreviver a uma viajem ao espaço? A resposta para esta
questão seria de difícil solução, pois como se poderia mandar
uma pessoa para o desconhecido, sem qualquer parâmetro que
abalizasse a empreitada?
A resposta a esse dilema talvez só pudesse ser dada por um mártir,
um herói que caminhasse para a morte certa, que fosse
suficientemente capaz de cumprir um determinado conjunto de exigências
e, no processo, morrer. Como fazer isto com um ser humano?
O homem, para si o soberano da criação sabe, em momentos difíceis,
que não está sozinho nesta vida, e quando a situação “aperta”,
sabe que sempre pode lançar mão de um “companheiro de
viagem” (de pelo menos 10 mil anos , talvez mais) da existência
no planeta.
Em muitas ocasiões, o cão doméstico (Cannis lupus) salvou o
homem de situações perigosas , mortal, mesmo com o sacrifício
da própria vida. Seria agora, novamente, chamado para cumprir
esta missão.
Um corpo complexo, grande e exigente como o do ser humano,
carrega tantas variáveis que seria impossível à época (como o
é agora)desenvolver um modelo capaz de compreender todas as
nuances provocadas pelo ambiente extraterrestre. Fundamental ter
um modelo vivo e próximo para guiar os cientistas nesta pesquisa.
A escolha de um cachorro seria uma possibilidade viável, pois
fisiologia e estrutura são próximas, são bem conhecidos em
termos de biologia e, importante para o projeto, poderiam repetir
ações nos quais foram adestrados.
O trabalho de enviar laika para um vôo orbital (o primeiro com
um ser vivo) passou pela captura dos cães – recolhidos de
ruas de Moscou- a seleção e treinamento dos mesmos no centro
espacial de medicina de Moscou e avaliações da capacidade de
cumprir a missão.
Originalmente Laika foi chamada de Kudryavka (crespinha),
recebendo também o nome de limãozinho e bichinho (Limonchik e
Zhuchka, respectivamente) e só no final de seu treinamento foi
denominada Laika (mesmo nome da raça, com significado “que
ladra”).
Fisicamente, Laika era um cão entre pequeno e médio, com
aproximadamente seis quilos de peso, aproximadamente 3 anos de
idade e, segundo cientistas que conviveram , esperta e calma.
O treinamento estava a cargo do cientista Oleg Gazenko, do centro
espacial, e consistia em habituar e treinar os animais –
havia três cães diretamente envolvidos- ao espaço reduzido da
cabine, as constantes acelerações e frenagens da cabine e ao
desconforto físico, térmico e sonoros da mesma. Interessante
notar que os princípios técnicos desenvolvidos foram utilizados
com os futuros cosmonautas humanos no centro de treinamento
espacial em Baiakur.
Os “amigos” de Laika, também capturados em ruas
moscovitas, foram Albina e Mushka, recebendo tratamento e
treinamento igual. Foram utilizados em vários testes, e Albina
ficou de reserva, caso Laika não pudesse ir.
A MISSÃO
O foguete foi lançado no dia 3 de novembro de 1959, sendo Laika
acondicionada em uma cadeirinha especial, limitadora de
movimentos, estando ligada a sensores que mediam constantemente
temperatura , batimentos cardíacos e movimentos do animal. Um
traje próprio, com dispensador para os resíduos foi vestido no
cão, e havia alimento e água para sete dias, embora a missão
devesse durar de três a quatro dias.
A construção da nave – Sputnik 2- foi apressada, devido a
ordem de Khrushchev, líder à época, para lançar um artefato
no mesmo dia que se comemorava a revolução russa. O resultado
da urgência foi uma nave que apresentou falhas no mecanismo de
refrigeração, uma das possíveis causas da morte de Laika entre
3 e 7 horas após o lançamento do Vostok. As condições físicas,
provocadas pelo terrível estresse do lançamento, devem ter
contribuído para a morte do animal. De qualquer forma, não
havia plano desenvolvido para recuperar o animal com vida.
REPERCUSSÃO
Na época pouco ou nada se discutiu sobre o destino de Laika,
exceto algumas vozes britânicas contra o maus tratos de animais.
O mundo da guerra fria e a empolgação pela conquista espacial
tolheram quaisquer outras formas de se pesar custos e benefícios
da corrida espacial. O sacrifício foi momentaneamente esquecido.
Após alguns anos a contribuição do bravo cãozinho foi
reconhecida, sendo o único animal não humano (por enquanto)
retratado em uma placa monumento que apresenta os heróis da
aventura espacial, estando retratada surgindo por entre as pernas
de um cosmonauta. Escolas, construções e até mesmo uma marca
de carro homenageiam o animal. Uma bela escultura, próximo ao
centro de treinamento também faz homenagem. Sem dúvida , Laika
honrou as tradições dos cães , bravos amigos da humanidade.
REPERCUSSÃO DA VISITA DE GAGARIN AO BRASIL
Yuri Gagarin, digno representante do povo russo, ficou
maravilhado com a acolhida recebida em terras tupiniquins. Embora
filho de uma nação eslava, com mentalidade européia, o
cosmonauta russo não deixou a ditadura da razão embotar seus
sentimentos de humano, em confraternizar com pessoas de outros
povos o impressionante feito.
Consta, segundo relatos da época, ter o automóvel em que
Gagarin transitava no Rio, sido erguido em meio a multidão,
enquanto o cosmonauta era saudado aos gritos de Gagarin , gagarin,
gagarin.., pelo povo que o veio receber.
Em São Paulo, cidade trabalhadeira e industrial, a exemplo do
povo eslavo, mais contido em suas demonstrações de emoção,
foi nosso herói , assim como a cobertura jornalística
brasileira que o acompanhava, surpreendidos com a explosão
emocional que a visita daquele homem de 160 cm, aproximadamente,
causaram. As pessoas, tomadas de incontida emoção, ignoraram
barreiras policiais para se aproximarem do herói, quando possível,
segundo relatos da época, até de botões de sua roupa queriam
ter, como recordação.
Na cidade de São Paulo, a recepção oficial, encabeçada pelo
prefeito Prestes Maia ( interessante coincidência... ) galardoou-o
com diploma e medalha “ Pioneiro do Cosmos”,
ressaltando toda importância do feito.
Em Brasília, ainda pouco mais que uma cidade recém inaugurada,
Gagarin foi saudado e condecorado pelo presidente Jânio Quadros,
que palestrou um bom tempo com o cosmonauta, relembrando de sua
estada agradável na Rússia, e se inteirando de fatos da histórica
viagem.
Vale destacar que o povo brasileiro recebeu muito bem o
cosmonauta. No Rio, Adelina Fernandes, uma moça brasileira,
congratulou –se com Gagarin, chamando- o de “Embaixador
da paz “, reiterando o desejo de todo povo brasileiro pelo
sucesso desta nova missão. O cosmonauta também recebeu beijos
de outras moças, em outras ocasiões, o que, sem dúvida, deve
ter deixado Gagarin bem feliz, pois consta o mesmo ser bem
chegado a atenções femininas ( detalhe : Gagarin era casado com
uma colega da escola de aviação... )
A visita do cosmonauta mobilizou intelectuais, trabalhadores,
estudantes e mesmo a alta sociedade, pois o fato era bastante
badalado internacionalmente. O povo trabalhador que, de alguma
forma assistiu o evento foi caloroso, porém não foi de maneira
alguma uma revolução social, sendo mais uma questão de
demonstração do poderio , simpatia e boa vontade soviéticos
para o mundo ( lembre-se : Guerra Fria). Apesar de toda polarização
à época, até mesmo militares receberam bem o “ Russo das
estrelas “, demonstrando toda a importância do feito.
Campos dos Goitacazes – A Vanguarda da Astronomia fluminense
O Clube de Astronomia Louis Cruls, Fundação Cultural Oswaldo
Lima, a Prefeitura de Campos dos Goitacazes e o Instituto Federal
Fluminense Realizaram o 4º encontro Internacional de Astronomia
e Astronáutica que teve como tema Principal os Cinqüenta Anos
da conquista do espaço pelo homem, o grande feito do cosmonauta
russo Yuri Gagarin. Campos de 21 a 23 de abril de 2011 se tornou
a capital brasileira da astronomia. Cosmonautas Russos,
Astronauta Norte-Americano, Marcos Pontes, o primeiro Astronauta
brasileiro que foi ao espaço, Astrônomos, físicos e
intelectuais de várias áreas do conhecimento participaram da
homenagem a Yuri Gagarin no Teatro Trianon de Campos dos
Goitacazes. O Clube de Astronomia de Campos realizou a maior
comemoração dos cinqüenta anos que Yuri Gagarin viajou ao
cosmos e, com certeza, no ziriguidum sideral, do Unidos de Cosmos
têm sambistas da terra do grande compositor Wilson Batista. A
encantada nave de Gagarin decolou de Cosmos, passando por Campos,
e chegando a passarela cosmonáutica.
O Clube de Astronomia Louis Cruls está comemorando 50 anos e
hoje é considerado um dos grupos de ensino e divulgação da
astronomia mais famosos do mundo, o Clube de Astronomia de Campos
realizou a maior celebração da América Latina em homenagem aos
cinqüenta Anos da viajem de Yuri Gagarin ao Cosmos.
BIBLIOGRAFIA: TEXTOS DIVERSOS SOBRE A CONQUISTA DO ESPAÇO POR
YURI GAGARIN
Verne, Júlio; Viagem à Lua – Circulo do Livro, São Paulo
1984
Vieira, Cristina; Egito (Culturas, Histórias e Mitos –
Editora Escala, São Paulo, sd
SITES (Wikipédia, UOL Educação, A Lusa, Voz da Russia);
Jornais: Pravda, Granma, Jornal do Brasil, O Globo, New York
Times, Folha de São Paulo.
Textos do Clube de Astronomia de Campos (Louis Cruls): Professor
Marcelo de Souza.