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Umbanda - Raízes Fortes da Espiritualidade Brasileira (Coroa Imperial - 2021)
Apresentação
“…Luz que refletiu na terra Luz que refletiu no mar Luz que veio de Aruanda Para nos iluminar…” Foi assim que José Manuel Alves metaforizou a Umbanda ao compor seu hino. E será pedindo as bênçãos de Oxalá, os auspícios de Exú e sabedoria aos Pretos Velhos que a G.R.E.S Coroa Imperial apresentará a religião que veio do reino de paz e amor de Oxalá; Que ao seu filho de fé significa um mundo cheio de luz, cheio da força que dá a vida, da grandeza que conduz. Com a sua lei não há porque a paz, caridade e amor significam Umbanda! Abrindo uma gira na avenida, a escola contará sobre a religião construída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que, através de seu aparelho com nome de batismo de Zélio Fernandino de Moraes, pôde nos transmitir e ensinar em algumas noites de Novembro de 1908. A Umbanda chegou em nosso plano para falar e auxiliar aos humildes e aos necessitados através dos espíritos dos negros e índios, a fim de que cumpra suas missões confiadas do plano espiritual. E ao longo dos seus 113 anos de existência, passou por inúmeros processos de transformação. Do “simples” incorporar de um espírito para curar um enfermo até toda a carga literária, teológica, sincretista e espiritual que existe na atualidade. O pavilhão abordará em seu desfile uma das suas variadas transformações: A Umbanda Sagrada. Através do médium Rubens Saraceni, aparelho utilizado para trazer inúmeras literaturas, as entidades presentearam a Umbanda com uma vasta teologia, resgatando o orgulho do filho de fé em ser Umbandista e fazendo de Saraceni um dos principais catalisadores no processo de popularização da Umbanda no Brasil. Saravá a todo povo! Cantando, sambando, louvando, saudando e levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá, A G.R.E.S. Coroa Imperial apresenta em uma grande gira aquilo que refletiu a luz divina com todo seu esplendor: Umbanda – Raízes fortes da espiritualidade brasileira! Saravá Umbanda! A gira vai começar! Sinopse “…E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.” E confesso que para mim, até então, também não houve. Eu, um filho de fé, humilde brasileiro que trabalha desde antes do amanhecer até depois do crepúsculo, sei que sou abençoado por Oxalá e protegido pelo meu pai, pela minha mãe e pelo meu orixá de cabeça! A labuta faz o cavalo, aparelho que sou cansar. Mas é na gira que minh’alma tranquiliza. Lá, faço transbordar a caridade e o amor em meu coração. Lá, visto o branco da pureza e meus pés descalços tocam o chão para que as energias atravessem meu corpo. Lá, tudo se sente sem que nada nos cobrem. Saravá Umbanda! E hoje é dia de Tenda! E chego lá vendo o defumador aceso queimando ervas para purificar. É saudando o dono da porteira que começaremos os trabalhos: Laroyê Exú, Mojubá! Patakori Ogum, Ogunhê! É o momento de saudar a Pemba! Que Oxalá, a nossa bandeira, nos dê as bênçãos para a gira girar! Toquem os pontos, batam palmas ou dobrem o rum! Saudemos os Orixás das sete linhas de Umbanda! Saudemos as sete vibrações da natureza criadas por Olorum que estão no Congá! Saudemos a linha da sagrada geração, linha da vida com Iemanjá e Omolu! Saudemos a linha do conhecimento, saudemos a floresta de Oxóssi e Obá! Saudemos a linha forte das demandas, a lei, de Iansã e Ogum! “Saravá pra Lei da Umbanda, Saravá pra lei maior!” Saudemos a linha da justiça, o equilíbrio, Xangô e Oroiná! Saudemos a linha da evolução, do saber, com Nanã e Obaluaê! Saudemos a cachoeira e o arco íris, a linha do amor, Oxum e Oxumaré! Saudemos a linha da fé! Saudemos Logunã que Pai Rubens nos ensina e saudemos o nosso regente Oxalá! Saudemos as sete cores da coroa de Babá! Enquanto a gira vai abrindo, a sensação do amor atravessa todo meu corpo e faz-me sentir uma felicidade indescritível! As palmas de minhas mãos tocam minha testa; Acendo as velas. É hora de bater cabeça no Congá! É no bater das palmas que sinto uma energia fluir! É a paz de Angola! O povo de Aruanda chegou à Tenda! Meu irmão de fé assenta sereno, vovô chegou! “Me dê sua benção e me ajude, meu avô!” “Deus te abençoe, meu fio! mande mureque buscá meu cachimbo! Pá vencê demanda é preciso ter muita fé, meu minino! Com fé nêgo ainda sorria mesmo sabendo em como o chicote doía!” E vovô foi me contando as lendas, as histórias e os mistérios de seu tempo até que meu irmão de fé despertasse! As palmas continuam enquanto meu corpo formiga, meus olhos fecham, surge a vontade de dançar e a espiritualidade toma conta. Qual será o meu caboclo? Okê-Arô! de qual falange ele será? Pele Vermelha, Urubatão, Das sete, Tamoio, Guarani, Cobra-Coral, Juremê e Juremá? Kaô Kabecilê! Será pedra branca ou pedra preta? Treme Terra, Sol e Lua? Ventania ou Cachoeira? Será Cigana do Oriente? Opatchá! ou Quenguelê? Eparrei-Oyá! de qual falange ele será? Raios, Ventos, Balês ou Amazonas? Odoyá! Marinheiros e Caboclas dos Rios e do Mar? Ogunhê! Rompe Mato, Beira Mar, Iara ou Megê? Malê, Nagô, Naruê? Aos poucos posso sentir e entender cada vez mais sobre a minha entidade. Meu espírito transborda em sensações e o aparelho que é meu corpo está pronto! Tem baiana, Eparrei-Oyá! Ogunhê!, o boiadeiro vai laçar! Epa Babá! Pro Erê é doce e guaraná! Mas para qual santo vou rezar? Atotô! Tem guardião nos dois reinos! Aquele que surge sob a luz da lua na encruzilhada. Mojubá! O mensageiro que leva e trás. Dos Rios tem aquela que encanta e seduz. E das almas, Malê, Nagô será que cura minha dor? Mossorubi, Misto ou Kimbandeiros! E se alguém começar a sambar… dá a pinga que o malandro do catimbó, da madrugada, que acabou de chegar! Eu jamais poderia deixar de contar sobre a energia que nos faz tocar as mãos de nossos orixás. A eles, oferecemos também a energia. É com frutas, folhas, sementes, velas e bebidas que os saudamos! É inhame pra Ogum e flores para Iemanjá; Acarajé para Iansã e feijão roxinho com taioba para Nanã; Milho vermelho com coco para Oxossi e feijão com dendê para Omulu; Quiabo para Obá e banana para Oxumaré; Quiabo para Xangô e pipoca com dendê para Obaluaê; Maracujá para Logunã e feijão fradinho para Oxum; Laranja para Oroiná e mel para Oxalá! E quando a gira vai chegando ao fim posso sentir a leveza de minh’alma. Sinto-me grato, completo e protegido! A pureza do branco da roupa toma nosso coração. A benção de nosso pai Oxalá nos conforta e fortalece e o guardião das ruas nos protege para voltar ao lar. Nosso louvor para Olorum, nosso criador! Pois aqui não ando sozinho. Estou com o nosso redentor! Saravá Umbanda – Raízes fortes da espiritualidade brasileira! Apresentação e Sinopse: Matheus Brito Oliveira Arte: Daniel Thompson |
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