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Por Gentileza...
Autor do Enredo:
Diego Araújo Justificativa “Toda bondade que vai crescer no mundo vai ser por intermédio do Rio de Janeiro, no Brasil, porque o Profeta Gentileza é Brasileiro” (Profeta Gentileza) Ele que era profeta dos Joãos e Marias do dia-a-dia, profeta das ruas, profeta do povo. Ele era José Datrino. Quem levou a vida a semear centelhas de esperança, semear flores para alegrar as pessoas. Um ser de luz, a própria luz que irradia Gentileza. Hoje o manto azul e branco tem a honra de contar os ideais do Profeta Gentileza. E nesse palco onde sonhos se transformam em realidade, mesmo que apenas em desenhos, a Guerreira empresta suas asas a cada pessoa para que possam alçar um vôo sublime de revelações, onde o Brasil é cenário de um sonho arquitetado pelas graças de São José. É a terra onde Deus e os homens estão mais perto! “Por Gentileza...” Esta em você O que o amor gerou Ele vai nascer, e há de ser sem dor Ah! Eu hei de ver Você ninar e ele dormir Hei de vê-lo andar Falar, sorrir...” (Música: “Tom Maior” – Martinho da Vila) Está na natureza o passado, o presente e o futuro da grande nação. Uma das dádivas de Deus aos seres humanos. Está sim, no amor à natureza, a semente que fez germinar esse gigante Brasil. E Deus coloriu, feito aquarela deslumbrante, um cenário magistral, a esse paraíso deu forma e sons. Criou a Deusa Mãe-Terra, regente da sinfonia da vida, da grande orquestra de seres vivos, no palco adornado por plantas e flores, formando o teu matiz tão singular. “Este é o profeta Gentileza que gera Gentileza. Amor, beleza e riqueza. A natureza e Deus nosso pai criador da tudo de graça. O destruidor é o capeta, vem de capital faz toda maldade.” (Pilastra 4 - Profeta Gentileza) Mas tudo mudou, e no alvorecer da nova era em que a tecnologia avançou assustadoramente, o homem deixou de lado o amor à natureza, construiu e desconstruiu inconseqüentemente toda a obra arquitetada pelo grande criador. Atormentado pela “capetalização” do mundo, o homem esqueceu valores básicos para sua existência, deixou de amar a si mesmo. Alguns, desprovidos de oportunidade, foram lançados ao abismo da miséria como ratos, perdidos no caos do crescimento urbano. Para outros, o enriquecimento e o luxo sustentaram os desejos materiais que afloravam em suas almas e corrompiam toda a razão existencial ditada pelo criador. "cobrou é traidor - o padre está esmolando, o pastor tá pastando e o Papa tá papando, papão do capeta capital" (Profeta Gentileza) Nas suas perambulações sem destino, o profeta Gentileza pregava incansavelmente contra o capitalismo. Empunhando firmemente o “estandarte do pai criador”, em sinal de sua devoção e respeito a Deus acima de tudo. Taxado de louco, preso, torturado. Gentileza nunca deixou seus ideais de lado, foi firme, mesmo vitimado pela opressão e a falta de compreensão daqueles que incansavelmente diziam que ele era apenas mais um louco em meio à alucinação criada pelo progresso. Tolos que não sabiam que ele apenas queria livrar suas mentes dos vícios que as poluíam, e não deixavam enxergar a verdadeira beleza da vida, proclamadas no amor espiritual e na honra. “Gentileza. Meus filhos qual é a maior praga do mundo. Que produz as piores moléstias do mundo, que cega a humanidade, destrói a mente, destrói o amor. Produz tragédias, problemas, pobrezas, mendigos, fome, nudez, devassidão, vícios, guerras. Meus filhos a praga que mata o espírito santo de Deus, nasce o espírito de porco, são os filhos do capeta, vem de capital, faz o diabo, demônio, marginal. Ai os filhos de Deus vivem mal de situação e maldade” (Pilastra 12 – Profeta Gentileza) “...E então quando ele crescer Vai ter que ser homem de bem Vou ensina-lo a viver Onde ninguém é de ninguém...” (Música: “Tom Maior” – Martinho da Vila) O desejo de que todo homem fosse livre do capitalismo, e valoriza-se a si e a Deus, preenchia cada vez mais suas palavras. Após um tempo o profeta mudou o visual, e de cartola e terno, fez as avessas do Tio Sam se transformando no “Profeta Tropicalista”. Suas andanças cortaram o Brasil, em especial as Minas Gerais. Lá transformou a pacata cidade de Ouro Preto em seu reduto espiritual. Rodeado pelos anjos que adornavam os altares e os louvores dos santos católicos, a inspiração transformou Tiradentes em Jesus, firmando um elo entre o povo brasileiro e o divino. Pregava pelas ruas de pedra, no monumento ao mártir reuniu estudantes das muitas republicas que haviam na cidade para trazer a público as mensagens do grande pai criador. "Sou maluco para te amar e louco para te salvar" (Profeta Gentileza) Mas quis o profeta muito mais. Quando retornou ao Rio de Janeiro resolveu que deveria deixar suas palavras para as gerações futuras, e escolheu 56 pilastras do viaduto do caju para gravar as mensagens do pai criador. Ali, tudo foi milimetricamente arquitetado, o grande livro abriria suas páginas para homens e mulheres, imersos no caos urbano onde reluziam semáforos, vidas se engarrafavam, e razões eram atropeladas na escuridão do asfalto. Munido de pincéis e tintas, Gentileza coloriu as pilastras com mensagens de alerta para a humanidade, pregava no traçado verde e amarelo que dava vida aos seus pensamentos o amor a natureza, ao próximo, a própria gentileza que lhe dava nome. Estava lá, erguido e altaneiro o grande livro urbano, obra do suor de muitos homens, escrita por um homem só, livro para uma vida melhor! Sempre atento aos clamores do mundo, o profeta passou a estar presente em grandes acontecimentos públicos, enxergava nisso a oportunidade de levar suas mensagens às pessoas. Em 92 viu o mundo se reunir no Rio de Janeiro para discutir ecologia, discutir a sua amada mãe-terra, assim, levou suas palavras, conclamou aos ambientalistas e representantes das nações da ECO-92 a usar a gentileza como semente para um futuro melhor para as pessoas e para própria natureza. Para muitos, aquilo que parecia loucura, acabou se tornando lei para os homens, Gentileza pode ver a criação da “Carta da Terra”, que como um abraço fraterno, declarou princípios fundamentais para a construção de uma sociedade global mais justa, pacífica e sustentável no novo século que estava para nascer. "A gentileza havia desaparecido há muito. O Gentileza, entretanto, continuava a apregoá-la, quando ela não era senão uma saudade no coração da metrópole" (Arno Vogel) Quando o profeta partiu rumo aos braços do pai-criador, o que ficou se transformou em saudade. Suas palavras tornaram-se imortal, fonte de inspiração para muitos. Mas houve quem continuasse a desprezar tudo aquilo que foi criado pelo homem que só queria mais amor, mais gentileza pra humanidade. Em um ato de crueldade os escritos de algumas pilastras foram pichados, outros cobertos por tinta cinza durante a pintura do viaduto, deixando a cidade atônita e muda perante o acontecimento. Contudo o feito despertou o povo, que clamou a restauração da obra de Gentileza. E assim, em meio ao cenário circense armado em torno da pilastra 1, palhaços e mambembes eram embalados pelo som da bandinha, iniciando ali, o projeto “Rio Com Gentileza”, que um ano depois fez a cidade, o mundo, as almas vislumbrarem de novo toda a beleza da obra do Profeta Gentileza, que não foi apenas uma pessoa, foi centelha de luz que veio para iluminar o mundo, foi um pouco de amor para os corações e palavra de carinho. "vivemos nas cidades rodeados de indiferença. O que gera a violência é o anonimato no meio da multidão"... "Gentileza pregava o amor fraterno e propunha às pessoas que dessem atenção umas às outras e criassem intimidade, o que faz muito bem à saúde. Um Profeta é isso: alguém que ilumina as pessoas". (Paula Alzugaray) |
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