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O Bobo na Corte do Carnaval (Chatuba de Mesquita - 2017)
Tive origem no Império Bizantino, nesta época usava um uniforme muito mal criado, era colorido, chamativo e além do mais acompanhava um chapéu bizarro, podia ter comportamento para criticar ao rei e ao reino sem risco de ser preso, livre para pensar e agir, como ninguém era. Tinha duas faces da realidade, manipulava minhas máscaras revelando intimidades e expunha em público as ambições do rei. Tornei-me fonte de inspiração de diversos artistas, ganhei espaço nos palcos, nas páginas dos livros, em revistas, e até mesmo nas telas do cinema. No teatro tive meu grande momento, na ópera de Guiseppe Verdi, Rigoletto, no teatro La Fenice em Veneza. Nesta ópera fui enganado pelos empregados do duque, que sequestraram minha filha, ao descobrir, jurei vingança. Neste momento, deixei de ser um personagem secundário, tornando-me protagonista em diversas obras, já fui até duque. Na obra de Shakespeare, fui personagem aparentemente ingênuo e inconsequente, contudo meu principal momento se deu com a Commedia Dell’Art, de máscaras divertidas e diferentes, roupas largas e sapatos engraçados. Saio das páginas dos livros e dos palcos para as cartas do baralho e inspiro até a sétima arte. No baralho sou o coringa, posso alterar o jogo radicalmente por não ser numerada. O coringa traz em si a personalidade de bufão, seu grande segredo é justamente o de ser dotado de inteligência e vivacidade mental. Finalmente, chego ao cinema onde sou o maior vilão e arqui-inimigo do Batmam, sou psicótico com uma aparência similar a um palhaço, cabelos verdes, pele branca e boca vermelha, sempre a desafiar o homem morcego. Sou um grande humorista e uso armas inspiradas na comédia. Nesses dias atuais, meu humor e riso, tem ligação direta com a manifestação popular do carnaval, onde o povo expõe os defeitos das autoridades e crítica a realidade. Faço uso da arte para alegrar e entreter, mas principalmente criticar. Sérgio Falcão – Carnavalesco |
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