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Não deu pra mudar o começo, mas vamos mudar o final (Caprichosos - 2017)
SINOPSE
1º SETOR – PRIMEIROS PASSOS DA CORRUPÇÃO Muito prazer, eu sou apenas mais um brasileiro comum entre tantos outros, sem dinheiro no banco, sem iates, sítios ou fazendas. Não tenho nada! Absolutamente nada além da velha e boa esperança de um dia ainda ver nossa história tomando um novo rumo. Este rico e belo país ainda resiste, enquanto tristes episódios não ilustram os mais lindos livros. Desde que Brasil é Brasil é assim… Dizem até que não foi Cabral quem o descobriu; dizem também que nossos índios se encantaram com os Jesuítas que traziam a palavra de Deus em troca do nosso ouro e nossas riquezas. Com isso os ditos homens de Deus milagrosamente levavam o que podiam no interior de singelas imagens “abençoadas”. Santos do pau oco! Era uma festa sem fim… Piratas ingleses que saqueavam piratas portugueses; franceses enlouquecidos com nosso pau, e assim nosso país foi perdendo algumas de suas preciosidades ao longo do tempo. E não parou por aí. Três séculos depois a grande sacada era ser amigo do Rei, uma espécie de toma lá dá cá, um presentinho aqui, outro ali era o passaporte para os negócios públicos e privados irem de vento em polpa. 2º SETOR – … E A CORRUPÇÃO EVOLUIU Mas a modernidade chegou e a corrupção também evoluiu, um escândalo atrás do outro envergonham nosso país que sangra manchando nossa bandeira. São direitas e esquerdas, direitos e deveres se confundindo e priorizando a lei da vantagem. Os representantes do povo enriquecendo ilicitamente com nosso dinheiro que passeia em malas e cuecas, viajando na bagagem da impunidade. Esse mesmo dinheiro que poderia curar a doença de nossa saúde pública, educar nossas crianças que serão o futuro deste país e matar a fome de tantos miseráveis. Hoje a ganância desfila com ternos e grifes, sobrevoam o país surrupiando verbas alheias. Sanguessugas superfaturam e corrompem, recebem ou pagam propinas, a que ponto chegamos! Tanta nomenclatura para identificar inúmeros casos de vergonha nacional: anões do orçamento, mensalões e petrolões… Mas ninguém sabe de nada, ninguém viu nada, ninguém roubou nada… Num momento em que comer feijão virou ostentação. Onde iremos parar? 3º SETOR – ESSE É MEU CARNAVAL Faço parte de uma fatia da população que luta honestamente para viver melhor. Vivemos em um país onde o lixo vira comida, e mesmo assim temos orgulho de sermos filhos do Brasil, este “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Somos todos filhos de uma luta de mais de 500 anos, mas será que alguns “filhos da luta” não enxergam que nosso povo não quer mais camisetas, dentaduras e sacos de cimento? Queremos dignidade! Ah! Meu lindo e belo país que se afoga num mar de sujeira, que país é este? Este é o mesmo Brasil que tanto amamos? Sim, e em meu peito bate um velho coração testado diariamente às dezenove horas quando ouço a voz que vem de onde estranhos seres famintos vivem e manipulam suas marionetes. Agora pra mim chega, já mexeram demais com meu povo, nossa gente pacata, passional e sem escudos, heróis da resistência que sustentam famílias e políticos com um mínimo salário, uma sociedade atormentada, cidadãos de bem que ainda tentam criar seus filhos com a mesma educação que lhes foi ofertada por seus pais. Chegou a nossa vez, vamos quebrar tudo… Toda impunidade, covardia e desonestidade, pois queremos um país melhor e, “Só de sacanagem” vamos provar que mais honestos ainda seremos, a hora é agora e “minha esperança é imortal! Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar para mudar o final”. Amauri Santos Inspirado no Texto “Só de sacanagem” de Elisa Lucinda |
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