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Um, flato, traque ou cheiroso, segura o peito no trepidar do honório pendante

SINOPSE ENREDO 2021 (EDIÇÃO ESPECIAL MILTON CUNHA)

Um, flato, traque ou cheiroso, segura o peito no trepidar do honório pendante

Introdução:

O Clube Carnavalesco Virtual Cangaceiros participará honrosamente do Carnaval Extra da LIESV Carnaval Virtual de Fevereiro com o enredo “Pum, flato, traque ou cheiroso, segura o peito no trepidar do honório pendante”, baseado no artigo do escritor Moacyr Scliar (in memorian) ao jornal noticioso “Folha de S. Paulo”, intitulado “O pum da cultura”. Esperamos que se divirtam neste carnaval.

Resumo:

O enredo que começa com o intelectual ingerindo as comidas que causam flatulência, passa mal, e tem pesadelos, acometido pelo pecado da gula a padecer no inferno de Dante, com buzanfas trombeteando nos ouvidos dela, com uma troca de diálogos com a cozinheira Joana, que fez os quitutes para o intrépido “homem das letras”.

Título:

“Pum, flato, traque ou cheiroso, segura o peito no trepidar do honório pendante”

Veio do sul do país pra Pernambuco
Um nobre colega, conhecedor das letras
Se dizendo intelectual, homem do mundo
Mas que nunca provou das nossas delícias
E queria se fartar
Mal sabia ele onde iria se enfiar
Depois das comidas provar
Avido e afoito, de tudo comeu
Do sarapatel a buchada
Do bolo de rolo a feijoada
Tapioca e até acarajé
Se empapuçou e o bucho quase estourou
A cozinheira Joana, velha e experiente na arte de ver
Gente se lascando nessa, então avisou:
“homem, não vai dormir logo de “bucho cheio”
Pra o pesadelo não te pegar”
Ele, metido a sabidão, nem ligou
E logo se deitou,
numa rede na beira do cais,
ao som do hino de Pernambuco,
“Anunciação” do maioral Alceu Valença, ele adormeceu
Mas a barriga foi no ritmo do verso desta canção
“Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”
Daí veio o primeiro pesadelo
Dentro do Inferno de Dante
Atacado por bufanzas da divina comédia
Que bufaram seus ouvidos
Daí ele, ao acordar,
Procurou um chá com a cozinheira
Que na frente dela,
começou a se desmanchar
“não tem problemas, filho, já tô acostumada
Com amarelo como vc”
Um forte trovão do ventre saiu
e do filósofo Sócrates
logo ele lembrou.
“estou como o noivo das mil e uma noites”
Que peidou a cerimônia inteira
e morto de vergonha ficou.
Joana de tudo ria, e o intelectual,
Que de várias leituras de tudo tinha visto
Se empolgou:
“Sabia que tinha na Inglaterra
um cara chamado Absolom
Que um beijo de mulher casada
queria roubar e levou do marido
uma peidada na cara?”
E D. Pedro 2º? De nada era elegante
Peidava sem cerimônia em todo o Palácio
Minha senhora, nem tudo era sorriso
Um duque desrespeitou a Rainha Elizabeth
E ficou 7 anos exilado, mas depois desse tempo
ela ainda não esqueceu do fato
Sabia que com controle das pregas
Se tocava até flauta que
Do Molin Rouge virou atração ?
É Freud, minha amiga.
A força da flatação é tão grande
Que teve filme, livro e foi até da Broadway
Não escapou e o “quem comeu meu queijo”
Musical se transformou?
A velha Joana não se aguentou e logo perguntou:
“o senhor conhece tanto de traque internacional,
Não aprecia a peidança nacional”
Por isso estou aqui, né?
Lembra da TV, os Cassetas ?
“Não solte pum no elevador”
Grande campanha incerta
Por não dá pra segurar.
Olha a cozinha, repleta de comida
Batata doce com ovo,
combustível dos marombeiros
Alho com repolho
Combustível dos peidoreiros
E olha a minha mão?
Amarela que só, mão de peidão
E, a partir de hoje, como sou mengo
Farei parte da TOF – Torcida Organizada
Fla-tulencia do mengão
Ah, lembrei quando era pequeno,
Que tinha de soltar o traque bem baixinho
Pro isso, fiquei conhecido como “menino traquino”
Nisso, a barriga do intelectual melhorou
A cozinheira por enquanto se “aquetou”
Mas a TV estava ligada na cozinha
Regina Duarte estava discursando
O pum do palhaço com a cultura ela comparou
Um peido forte no ar subiu
Foi a senhora, dona Joana?
“Sou velha, filho, não deu mais pra segurar
Explodiu este cheirosão”
Foi assim, que esta história de
real valor e relevância cultural
Soltada em versos no Carnaval virtual
Sem vergonha ou pudor
Medo de fedor
O Cangaceiros desafia você
A abrir o seu coração
Libertando o seu rabão
como um grande peidão !

REFERÊNCIA

SCLIAR, Moacyr. “O pum na cultura”. Folha de S. Paulo. São Paulo, 09 de março de 2008. Disponível em . Acesso em: 09 dez 2020

ERNANI. Felipe. Regina Duarte Compara Cultura ao “pum do palhaço”; assista ao discurso. Tenho mais discos que amigos. Disponível em: https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2020/03/07/regina-duarte-pum-do-palhaco/. Acesso em: 09 dez 2020.