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O Feijão Nosso de Cada Dia

SINOPSE ENREDO 2014

O Feijão Nosso de Cada Dia

Vindo da velha África

Eré, èwá, otilli

Preto, mulato, branco, vermelho

Nos Tumbeiros do Navio negreiro

Chegaste à velha Bahia

 

Com toque dos Ogãs alabês

E seus atabaques, gongês

Caxixís e Xequerês

Os Nagô-Iorubás

Pediram a proteção dos Orixás

Que baixaram no terreiro

Iam ter que te ofertar

Ebó-alafia para ter a paz

 

Eparrê Oyá!

Eparrê Oyá!

Kawô Kabiesilé!

Kawô Kabiesilé!

 

Para Oyá Iansã,

O fradinho se misturou

Com cebola e sal

Frito no dendê

Até Obá Xangó

Fogo da boca soltou

E o Akáràjé famoso se tornou.

 

Obá Xiré Yá!

Obá Xiré Yá!

 

Esse fradinho é metido

Ficou descascado e moído

Com cebola, gengibre e camarão

Na palha de bananeira, envolvido

Junto com dendê, cozido

A Obá, oferecido.

O saboroso Abàrá.

 

Ogunhê, Ogunhê!

Patakori, Ogun,Patakori!

 

O preto com as partes

Do porco se juntaram

Ofertaram a Ogun

Fazendo desse Adalu

A conhecida Feijoada

Grande Comida Brasileira.

Neste Brasil vives o teu apogeu

Forte desde o tempo colonial

Foi posto no prato

Da família imperial

Ao mais simples trabalhador

Dos rincões do interior

Que com força te plantou

Levando-te até ao exterior.

 

Conquistaste a Terra

Da longínqua Cruzada

A mas covarde das Guerras

Mesmo enlatado e enviado

Para os campos de batalhas

E não perdeste a tua função

De matar a fome da multidão

 

A GRESV Cangaceiros de Jaboatão

Nesse enredo singular

Pediu licença aos Orixás

Para homenagear

O maior companheiro

Do almoço e do Jantar

De paladar sem igual

Com cheiro gostoso que contagia

É O FEIJÃO NOSSO DE CADA DIA.


Texto: José Mauro da Silva