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Sinopse Sereno 2010

SINOPSE ENREDO 2010

Teotihuacán, a Morada dos Deuses

Autor
Milton dos Santos

JUSTIFICATIVA

A Sereno de Cachoeiro traz para o carnaval virtual em 2010 o tema “Teotihuacán, a Morada dos Deuses”, mostrando o apogeu e glória da maior e mais antiga cidade-estado das Américas, bem como sua lendária origem divina e seu legado às civilizações pré colombianas posteriores ao seu declínio.

Enquanto Roma vivia seus dias de glória, nas terras mais tarde conhecidas como América, mais precisamente na região central do atual México, Teotihuacán vivia seu período clássico (entre 250 a.C e 900 d.C). Era um centro multi-étnico, que incluía Zapotecas, Mixtecas, Maias, Nahuas e, mais tarde, Astecas. Acredita-se que no auge de seus dias possuía entre 100 e 200 mil habitantes. Grandes construções se destacam em seu perímetro urbano, entre as quais as pirâmides do Sol e da Lua, e a chamada Avenida dos Mortos, revelando uma arquitetura elaborada. Os seus palácios eram ricamente decorados com pinturas, onde se encontravam representadas figuras de determinados animais, deuses e outros personagens religiosos.

Levaremos, em forma de viagem ao passado, o esplendor dos dias de glória desta metrópole antiga, da qual hoje só restam ruínas. 

INTRODUÇÃO

Contam as lendas de tempos imemoriais que a primeira geração dos homens foi formada por gigantes que habitavam as cavernas, que foram devorados pelos jaguares, marcando o fim da primeira era. Este foi o Primeiro Sol.

A segunda geração dos homens foi destruída pelos ventos de Quetzalcóalti. Os homens foram transformados em macacos para que se salvassem subindo em árvores. Foi o Segundo Sol.

A terceira geração foi aniquilada pelos raios e trovões e por uma chuva de lava. Os homens foram transformados em aves pelo deus Tlatoc para se salvarem. Este foi o Terceiro Sol.

A quarta geração foi destruída quando caíram as chuvas que inundaram a terra até o cume dos montes mais altos. Os homens foram transformados em peixes. Este foi o Quarto Sol.

Com a abundância de chuvas do Quarto Sol, o quinto Sol que estava por vir se apagou.

Os deuses então se reuniram nas planícies de Teotihuacán com a finalidade de criar um Novo Sol para dar vida à Terra. Para isso, era necessário sacrificar um deus, para o qual se ofereceram dois deles, um rico e poderoso e outro pobre e enfermo. Ambos fizeram oferendas ao Pai dos deuses e as oferendas do deus rico foram maiores e mais pomposas que as do deus pobre. Iniciou-se então um período de penitência que durou 4 dias.

No quinto dia todos os deuses se reuniram na borda do braseiro do grande fogo sagrado. Era hora do sacrifício e o deus rico foi o primeiro que tentou lançar-se ao fogo, mas temeroso não conseguiu se lançar. O deus pobre e doente, entretanto, não tendo nada a perder, fechou os olhos e lançou-se ao fogo. Caiu bem no centro e levantou-se então, uma chama enorme que o consumiu. O deus rico, arrependido, joga-se na pequena fogueira que havia sobrado e também foi consumido. Neste momento, uma águia também se lançou ao fogo, levantando vôo logo em seguida, majestosa e dourada. O deus pobre se transformou no Quinto Sol e o deus rico se transformou na Lua. Os outros deuses se transformaram nas estrelas que enfeitam as noites.

SINOPSE

Uma águia voa até a morada dos deuses na terra, lugar sagrado de muitos povos.

Envolvida em mistérios e lendas, surge a Cidade onde os homens se tornam divinos, Teotihuacán.

O sol se põe no horizonte e seus últimos raios tocam a grade pirâmide, uma imensa procissão se aproxima para o sacrifício. É preciso alimentar o Sol com o coração de um guerreiro, para que ressurja majestoso em um novo dia. Diante da Pirâmide do Sol, o ídolo de pedra coberto de ouro se ilumina quando os raios do arrebol tocam seu peitoral em forma de raios dourados. Entre a fumaça das ervas sagradas, som de tambores, conchas e danças é feita a cerimônia do Solstício de verão e o Deus Sol repousa no horizonte, tingindo de vermelho o céu sobre a Grande Cidade

E desce o véu negro pontilhado de estrelas. Surge no céu a Lua, cobrindo de prata a outra pirâmide, a Pirâmide da Lua. Ali será honrada a Deusa da Agricultura, que cobre os campos de milho e derrama a fartura sobre os povos que se reúnem em Teotihuacán para honrá-la e pedir suas bênçãos. Sacerdotisas irão dançar e oferecer frutos da terra para a deusa, sob a luz das estrelas e dos archotes durante toda a noite para que o solo sagrado seja fecundo.

Fecundo como o ventre da Mãe Terra, útero divino onde são semeados homens para brotarem deuses. Onde os corpos dos que dormem o sono da Morte são enterrados com belas e ricas máscaras para, no Além, se tornarem Teutl, os heróis divinizados. Máscaras azuis de Tatloc, deus das chuvas e das águas, mascaras vermelhas de Xiuhtecutli, deus do fogo e negras como Quetzal, o pássaro de belas plumagens. Desfilam assim pela Avenida dos Mortos, que corta a Cidade Sagrada, para serem levados à última morada, de onde ganharão o Paraíso.

Parte a Avenida dos Mortos da Pirâmide da Lua e segue até a Cidadela, chamada assim pelos “conquistadores” chegados mais tarde de além mar. Seria aquele espaço o lugar onde bravos guerreiros defenderiam a cidade de invasores? Seria lá o berço dos grandes guerreiros dos grandes povos da antiguidade?

Bravos lutadores e atletas, fortes e valentes teriam sido treinados naquele lugar? As respostas a estas perguntas se perderam na poeira do tempo.

No caminho encontramos riquezas, como o imponente Palácio da Borboleta Quetzal, com seu pátio de pilares ricamente decorados em ouro e vermelho. Lá está a representação da borboleta sagrada Quetzalpapalotl, em meio a belíssimas fontes. Ali vive a corte, cercada de ostentação e riqueza. Criados e criadas de belos corpos servem aos soberanos como a deuses, belas cortesãs dançam com sensualidade e leveza, seus corpos enfeitados com jóias de ouro e pedras preciosas, flores e belas plumagens. Há fartura de iguarias e bebidas inebriantes, onde a luxúria tem o seu lugar. Tudo para o encanto e deleite dos homens ilustres de Teotihuacán. Próximo dali vislumbra-se um imenso portal, ladeado de figuras de felinos emplumados que sopram conchas de caracol, como instrumentos musicais. É o Palácio dos jaguares com todo o seu esplendor. Ali está representado o deus Tatloc, deus das chuvas, das águas e senhor do trovão, além da representação do Calendário Solar. Sábios de todos os povos ali se reúnem para o estudo das ciências e da astrologia. O estudo da natureza possibilitará entender a vontade dos deuses e seus prenúncios de chuvas ou secas.

Mais à frente está o Palácio dos Caracóis Emplumados, onde há belas figuras de aves e instrumentos musicais. Ali se reúnem os artistas, os músicos, escultores e pintores, num templo dedicado à arte. Do bico das figuras de araras brotam fontes, e a música é ouvida e estudada como arte sagrada. Habilidosos artesãos se dedicam à confecção de estátuas de fino lavor, enfeites feitos com as mais belas plumagens e jóias em ouro. Canções milenares são entoadas por vozes cristalinas.

Mas a mais bela jóia de Teotihuacán ainda está por vir. Eis que surge o Grande Templo de Quetzacoatl, a serpente sagrada.

Construído pelo rei Mitl, decorado com mosaicos de pedra, esculturas as cabeças e símbolos divinos do deus Tláloc e do deus Quetzalcóatl (a estrela da manhã, a serpente emplumada, génio nacional). Lá se encontra também a venerada Rã de Esmeralda, a primeira muiraquitã, deusa da água e das chuvas. É ela que anuncia a chegada das chuvas e , por isso as rãs são consideradas sagradas, assim como as serpentes, sendo até mesmo oferecidas em sacrifício. Astecas e Maias expandiram o culto à Quetzalcóatl e ergueram templos em suas cidades inspirados no Grande Templo de Teotihuacám.

Um dia, por motivos que a história não conta, a Grande Cidade teve seu ocaso, mas sua luz não se apagou. Por toda a América encontram-se vestígios da influência da Cidade dos Deuses em todos os grandes povos, seja na ciência dos Maias, na arquitetura e religião dos Astecas, na beleza da cultura Inca ou até mesmonas lendas e costumes dos índios de nossa terra. Tesouros que sobrevivem ao tempo são hoje visitados por pessoas de todo o mundo como fonte de inspiração. E como as ruínas da Morada dos Deuses, a Águia atravessa o tempo e o espaço para trazer esta história que a poeira do tempo não apagou.

AOS COMPOSITORES

- Não há limite de composições por autor.
- os sambas devem ser enviados em formato MP3, juntamente com a letra em formato Word para o email miltinhosbj@ig.com.br
-não é preciso citar os nomes de deuses presentes na sinopse. Contudo é obrigatório citar o nome da cidade de Teotihuacán (leia-se "têotirruacán").
- a gravação deve ser feita com pelo menos uma base rítimica (marcação) e /ou melódica.
- Data final de entrega: 29/11/2009