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Nossa Senhora
Aparecida... O Milagre (Unidos do Cabuçu - 2015)
Amanhece um lindo dia de doze de outubro. Dia de
devoção, festa e fé numa pequena e pacata cidade
no interior de uma região qualquer do país. Os habitantes
começam a acordar e se preparar para o dia. A trupe de teatro,
que chega cedo à cidade, começa dar início a mais
uma jornada. Os habitantes, como de costume, já aguardam
ansiosamente a cada ano a apresentação do grupo.
O bufão, mestre de cerimônia, anuncia com seu megafone o espetáculo do dia: - Venham! Venham! Hoje na cidade, na Praça da Igreja da Matriz, não percam “Os Milagres de Nossa Senhora Aparecida!” Não percam a história dos pescadores que por ocasião de uma ilustre visita, do Senhor Conde de Assumar que passaria pela cidade, tiveram a incumbência de pescar um grandioso peixe, e foram eles lá para o Rio Paraíba em seu barco. E não é que ao chegarem ao meio do rio jogaram a rede uma, duas, três vezes... E não havia nenhum peixe! E agora? O que se faz? Na última e desanimada tentativa, ao lançarem a rede e puxarem apareceu a imagem do corpo de Nossa senhora aparecida. Os pescadores ainda muito frustrados e sem perceber, jogaram-na novamente. Mas desta vez quando a puxaram, pescaram a cabeça da Santa... E por milagre de Nossa Senhora veio também um monte de peixes. O cardume nadava e saltava ao redor do barco. Daí então eles perceberam a imagem da Santa e passaram a respeitá-la e amá-la. E a multidão vai se aproximando se divertindo com a desenvoltura do bufão. As crianças sorrindo de orelha a orelha... E segue o bufão: - Querem saber mais? Conheçam em detalhes o primeiro milagre da Santa. Foi numa noite bem estrelada e a lua grande, redonda e branca. Mas não tinha um vento sequer e de repente, estranhamente as duas velas que iluminavam a imagem de Nossa Senhora Aparecida, apagaram. As pessoas ali assustadas e sem entender nada! E quando foram pra acender as velas... Outra surpresa: Acreditem senhoras e senhores, as velas acenderam sozinhas! Reação de espanto e fascínio do público! - Nossa! Como? É milagre! Muito buxixo... E o bufão exclama: - Ainda tem mais! Não percam! Se aproximem! Tem também o Zacarias! Eu estou falando do escravo Zacarias! Este era devoto de nossa Senhora Aparecida. Acorrentado passando em frente à igreja da Santa, Zacarias pediu ao seu feitor que o deixasse rezar. Ele então se ajoelhou e frente à porta comungou toda sua fé: - Ô minha Santa Aparecida, me liberte destas correntes! A fé foi tanta, tanta, mais tanta que as correntes arrebentaram. E vocês querem saber o que aconteceu com o Zacarias? Ele ficou livre... livre... livre! Já emendo a história e vos falo da bela e adorável menina cega que num belo dia, passeando com sua mãe à margem do rio, Indo em direção à igreja, subindo a escadaria a menina exclama: -“Mamãe, como é linda essa igreja!”. E a platéia começando a ser formar... As senhoras, sempre as mais devotas traziam cadeiras, bancos e já se acomodam. O bufão muito alegre e receptivo indicando às carochas um local pra ficarem. – Aqui tem lugar! Senta ali, rapazinho dá licença pra este senhor aí! Vamos embora... Aproximem-se. Peguem seus lugares! - Para quem não acredita em fé e milagres, vou contar-lhes do cavaleiro de Cuiabá que ia para Minas Gerais e passava pela cidade de Aparecida com seu cavalo. É senhoras e senhores, crianças e quem mais quiser ouvir. Ele caçoou dos romeiros, achava aquilo tudo uma bobagem. O que ele fez? O valente cavaleiro resolveu entrar na Basílica Velha. Subindo a escadaria o cavalo prendeu uma das patas no degrau fazendo-o cair no chão. Ficou a marca da ferradura cravada na pedra e o cavaleiro tornou-se devoto de Nossa Senhora aparecida! O bufão vira-se para a platéia: - Tá bom ou querem mais? A platéia do lado de cá: - Conta mais! - Tem mais milagre? - Vocês conhecem a história do menino que saiu com o pai para pescar? Platéia: - Não tinha peixe no rio? - A água secou? Bufão toma a palavra: - Nada disso. Esta é mais surpreendente. Então, foi pai e filho pescar num lindo dia de sol. A correnteza estava muito forte e por descuido o menino caiu no rio e foi levado. O pai assustado rezou e pediu a Nossa Senhora Aparecida para salvar o seu filho. Daí fez-se mais outro milagre. O corpo do menino parou de ser arrastado e o pai tirou-o de dentro do rio. A platéia esboça arrepio e aflição: -Óoooh! -Que sufoco do menino! Vocês acham que este foi o mais surpreendente? O mais, mais, mais apavorante de ter pesadelos? Perguntou o bufão. Saibam vocês do mais milagroso dos milagres. O homem que voltava para sua casa e deparou com uma onça. Isto mesmo minha senhora, uma onça! Ai minha virgem Santinha! Tirai-me desta arapuca, te suplico! Disse ele, Prestes a atacar o homem, a onça se afasta e vai embora. Graças ao intermédio de Nossa Senhora Aparecida! A platéia comemora festivamente: -Milagre, milagre de Nossa Senhora! -Salve Nossa Senhora aparecida! Venham todos assistir nosso espetáculo e surpreender-se com os milagres que Nossa Senhora aparecida faz até hoje! E aproveite e peça seu milagre também! “Nossa Senhora Aparecida! Querida Mãe! Vós, que nos guiais e nos amais todos os dias; Vós, que sois a mais bela das Mães, a quem eu amo com todo o coração! Eu Vos peço, mais uma vez, Que me ajudeis a alcançar esta graça, Por mais dura que ela seja!” |
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