Sinopse Cabral 2010
Eu
Quero é Botar Meu Bloco na Rua... (Unidos do Cabral - 2010)
Há quem diga que eu dormi de
touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu perdi o sonho, que eu perdi a alegria
Que eu perdi a vontade de cantar a liberdade.
Não! Isso não é verdade
O que me dói no peito é uma terrível saudade
De pegar o bonde e ir nem sei aonde,
Mas sempre atrás da irreverente fantasia de nosso carnaval
Tomar o São Januário, o Piedade e sair por toda essa cidade
Pegar o bonde Alegria e cair nela, livre e solto na folia
Que o tempo não trás nunca mais.
Há quem diga que eu perdi a vontade
Mas o que eu sinto é uma tremenda saudade
Isso sim é verdade, do saudoso carnaval
Me lembro como se fosse agora
Dos velhos carnavais de outrora
Eu sujo de confeti e serpentina, num bloco de sujo
lançando perfume e olhando a menina buliçosa
trajando linda melindrosa e cantando engraçadinha
aquelas lindas marchinhas que o tempo teimoso,
rude e rancoroso tenta insistentemente apagar
Há quem diga que eu perdi o encanto
E tal qual um Pierrot derrubo meu pranto
Lembrando saudoso dos antigos carnavais
E como posso esquecer dos velhos coretos decorados
Da banda animada tocando pra'quela gente fantasiada
Por isso lembro de outrora, das caveiras, dos índios, diabos e
bate bolas
Lembro Arlequins e Colombinas, queijas, odaliscas e bailarinas
Lembro dos bailes do clube de minha esquina
onde nos braços de Mono eu fazia meu carnaval
Há quem diga que eu envelheci
E isso é natural, mas não perdi a magia
De lembrar com singela nostalgia de me ver suado e molhado
Num daqueles motivados banhos de mar a fantasia
Ah! como era bom me vestir de cacique, me fantasiar de onça,
Me sentir Boêmio de Irajá e brincar, sem parar até o sol raiar
Começar pelo Bola Preta e terminar no Chave de Ouro
Ainda bem que o Bola tá vivo e está sendo tão bem seguido
Pelos novos blocos de todos os bairros desse meu Rio querido
Há quem diga que nada mudou
Que apenas o mundo se modernizou
Que o carnaval virou luxo, requinte, quesito e Sapucaí
Mas te digo companheiro. A coisa não é por aí
O carnaval é liberdade espontânea, descontração e singela
fantasia
È sair por aí, sem ter por onde ir e extravasar as agruras de
um ano inteiro
Por inteiro nos quatro dias de folia.
Há quem me chame de radical
Mas não estou assim tão mal
Ainda sigo um pouco nesse novo e engessado carnaval
E no raiar da terça feira gorda
Me fantasiarei e cantarei como se num bloco estivesse
Desfilarei no meu querido Unidos do Cabral
Eu quero todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Sinopse - Luiz Fernando Reis
Carnavalesco - Comissão de Carnaval