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Mineirinho
Genial! Nova Lima – Cidade Natal. Marquês de Sapucaí
– O Poeta Imortal (Beija-Flor - 2016)
Uma
grande História, para ser bem contada, necessita de enredo,
fundamentos, algo que permeia a eternidade da linha do tempo, sem
querer jogar confetes que seja cheia de vida, iluminada como uma
senhora festa e que, acima de tudo, ilustre a força de seu
personagem principal. Não é uma historiazinha qualquer
que agora principia, por ora o prelúdio da crônica de uma
vida recheada de caminhos, vitórias e uma
consagração digna da nobreza d´alma de poucos com
espírito tão elevado. Muitos já ouviram meu nome!
Quantas vezes fui testemunha da mais original
manifestação popular no maior espetáculo da Terra?
Cândido nasci, e das ruas de pedra de Congonhas de Sabará – hoje Nova Lima, jamais imaginaria um futuro tão brilhante como o mais puro ouro das Minas Gerais. Sou daquele tempo, em que a riqueza da mineração conduzia metais preciosos, influência e homens letrados à Corte no Rio de Janeiro. Mas antes de chegar à capital do Império, conheci terras lusitanas, na ciência das leis, um bacharel, e de Coimbra, coração apertado de saudade, resolvi voltar. A vocação jurista ganha corpo, a vida profissional ascensão, e tudo parece seguir um rápido desfile no curso do Brasil à beira da Independência. O grito do Ipiranga acabara de ecoar, e eu estava nas cercanias de Mariana como Juiz de Fora. O homem público a cada momento se eleva, e uma sucessão de conquistas parece não mais que algo naturalmente lógico na concentração da posteridade que se aproxima: deputado, senador, desembargador, conselheiro do Império, ministro das Finanças e da Justiça e, acima de tudo, o mestre preceptor do futuro Imperador Pedro II À memória popular que pouco conhece dessas vertentes, mas que não me esquece por outros nobres motivos, históricos e culturais, deixo de ser apenas Cândido, em um ato de reconhecimento e gratidão imperial, principalmente para ter seu grande conselheiro próximo à futura Estação de trens que herdaria seu nome, Pedro Segundo me faz Visconde. A antiga rua Bom Jardim, na Cidade Nova, conquista meu título de nobreza e definitivamente passo a escrever a glória maior da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Um dia, já Marquês, minha passagem me eleva a outro plano, fincado como parte desse chão vi crescer estas paragens, vivi reformas, passei por revoluções... Quando a liberdade quebrou correntes, eu estava lá! A Aurora da República assisti de perto; vislumbrei de camarote a redenção de uma gente marginalizada, que pouco a pouco fez história, e através de suas escolas, ensinou o Brasil a sambar. Ah! Quantos personagens imortais? Quantos sambas antológicos e artistas geniais passaram por mim? E hoje, na mais cândida paciência, aguardo os quatro dias de folia para o mundo inteiro ouvir meu nome. Eu, poeta de Minas Gerais, que nem de longe esperava tanto, sou palco de todas as emoções, a Avenida do desfile principal na Apoteose do sambista verdadeiro. Adormeço aos pés da praça, onde faço minha última morada, e num desfecho magistral, sou apenas mais um nobre recebendo a Deusa da Passarela: Muito prazer! Marquês de Sapucaí. Comissão de Carnaval: Laíla, Fran Sérgio, Victor Santos, André Cezari, Bianca Behrends, Claudio Russo |
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