Sinopse Beija-Flor 2008
Macapaba
- Equinócio Solar: Viagens fantásticas ao meio do mundo
(Beija-Flor - 2008)
Justificativa:
Viagem e sonho, realidade e fantasia; porções que juntam na
receita de um carnaval. Viajar na história real, misturando
ilusão e magia, é traçar a linha imaginária que tece o
enredo, recheando de arte e poesia, para enfeitar a festa do
povo.
A brasilidade, é o tempero que atrai, como aroma de algo
familiar e a pitada do desconhecido nos desperta a fome do saber.
Por isso, a Beija-Flor de Nilópolis tem o orgulho de apresentar:
"Macapaba - Equinócio Solar: Viagens fantásticas ao meio
do mundo". Um tema brasileiro, que mistura mito e realidade,
acendendo a luz do conhecimento ao levantar o manto que encobre
uma terra fascinante e que, ao fazê-lo, revela uma redescoberta
do Brasil.
"Macapaba", que na língua indígena quer dizer
concentração de "bacabas" ou "bacabeiras",
uma palmeira nativa da Amazônia, de onde deriva o nome Macapá,
a capital do Estado do Amapá (nome de outra planta), cenário
onde se desenrola a nossa história.
A região é também conhecida como "meio do mundo",
por ser cortado pela Linha do Equador, o Marco Zero divisor dos
hemisférios Norte e Sul.
Macapá é o palco onde ocorre o fenômeno do equinócio, quando
em dois períodos do ano - no Outono e na Primavera - o Sol se
posiciona à 90º dessa linha divisória, iluminando por igual os
dois hemisférios, fazendo com que os dias e as noites tenham a
mesma duração de 12 horas.
Fantástica é a obra do destino, que nos levou à esta cidade
que completa 250 anos no dia 4 de fevereiro, dia de carnaval. E
os raios do Sol nos guiaram para essa região mágica, de muita
beleza, riqueza e de história, muita história para contar.
Desde a formação de nosso povo, há muito milênios atrás, à
visitação de povos antigos, navegantes e desbravadores, em
busca de mitológicos "Eidorados" e a saga pela
expansão e demarcação do nosso território.
Terra por muitas terras cobiçada, porta de entrada para a
exuberância, encanto e riqueza da Amazônia; é um paraíso
preservado, que abriga em suas matas, uma grande diversidade
ecológica. Em sua rica fauna, espécies incomuns e, dentre elas,
uma pequena jóia rara, mais uma feliz coincidência: um delicado
pássaro chamado de "Brilho de Fogo", um beija-flor.
Por essa e por outras razões,que a nossa Escola percorre essa
terra encantada. É esse brilho que nos encanta; é esse fogo que
nos impulsiona e nos ilumina a imaginação, e faz como que um
outro Beija-Flor, de Nilópolis, faça essa viagem fantástica ao
"meio do mundo", para revelar Macapá e o Amapá, o
extremo ponto onde começa o Brasil, no mapa e em sua história
real.
E assim, na fantasia que nos envolve e que enfeita essa
trajetória, o samba vai contar, em poesia, a contramão de nossa
história; viajando nessa linha imaginária que nos une, numa
aventura surreal por mares e rios, muito antes navegados. Hoje a
Beija-Flor, desbravadora, descobre mais um carnaval.
Sinopse
Resplandece a noite da folia, como quem clareia, trazendo a luz
que ilumina a alegria, a "Deusa" e seu manto azul do
dia, radiante como o Sol que brilha, "Brilho de Fogo",
que nos aquece e incendeia, faiscante de esplendor.
Lança seu vôo, pássaro encantado! Nos conduz em suas asas;
reluz seu sonho, Beija-Flor! Segue a trilha do horizonte, tece a
imaginação, faz a sua viagem fantástica; leva o nosso
coração, entrelaça a poesia na Linha do Equador; faz do canto,
o contar dessa história, e do seu samba uma canção de amor.
Abra o "Portal da Amazônia", rasga o céu, a
"tenda da chuva", que alimenta a infinda luta, das
águas titãs a se enfrentar: Do marque quer sempre ser rio, do
rio que insiste em ser mar. Revela essa terra encantada,
"Macapaba" enraizada por seu nome de palmeira;
bacabeira, verde selva, "verde" aos olhos
desconhecidos, "madura", agora ao se mostrar por
inteira.
Vem contar que és face primeira, que os andarilhos do Oriente
beijaram de amor ardente, na aurora da "Tribo
Brasileira", que por ti se fez raiar. Modela em barro a sua
história, por "Cunanís", "Maracás",
"Aristés" e "Aruãs"; resplandece do ocaso a
civilização perdida, escava da terrao passado e dê vida, como
ceramista que dá forma ao pó.
Trazàluz os seus segredo lendários, dos relatos de épocas
distantes, que foste a terra do sol à pino, brilhante, que a
Fenícia visitou, guardiã de tesouros escondidos, traços pela
mata engolidos, mistérioque o tempo apagou.
Faz lembrar que foste Brasil, no anteontem de Vera Cruz, a
"terraà vista" por Vespúcio,a fúria de um rio que
enfrentou Pinzón, a "Nova Andaluzia" de Orellana,
presente que não herdou. Que vistes os "grandes olhos de
cobiça" de além, a ser tentada por tantos, portanto, ao
tempo foste terra de ninguém.
Mostre assim, que a sua forçaestá no chão, no ar, nas águas,
na natureza; que és a grandiosanação "Waíãpi", que
um dia viu na pele branca portuguesa, a reencarnação de
"Ianejar" e que se permitiu erguer a fortaleza, em
forma de "Mairi", uma estrela, descida do céu de
Tupã. E como mito que recria a vida, dela assim se fez crescer a
vilade São José de Macapá.
Vem refletir a face escura, que um dia a selva conheceu, da
caravana vinda de longe, das terras de areias brancas, que como
semente ao vento, se lançou no ventre verde da sua mata e que em
suas entranhas cresceu. Faz ressucitar o que jaz na mente, a
herança marroquina, presente, mourisca lembrança de Mazagão,
que entre a cruz e a espada, o sangue da "Guerra Santa"
fez respingar em seu chão.
Por tudo isso, és a terra mais morena, de toda a amazônica
paisagem, és cabocla, és mistura, és miragem; africana no
batuque do "Quilombo de Curiaú"; no tempero, és
brasileira, terra de múltipla cores, de cheiros, de sons,
desabores, acima de tudo és verde, és fértil, és promissora.
És a terrados encantos, de uma viagem fantástica, iluminada de
sol, que te faz "meio do mundo", o coração do Amapá;
que emerge como Marco Zero da linha que enlaça e nos leva ao
redor do planeta, numa ciranda, feito uma dança que gira,que
mexe até onde a imaginação alcança.
E nesse caleidoscópio mágico, o carnaval traz a história
contra a história, onde o real e a fantasia se misturam. E nessa
mescla, em forma de festa, canta "parabéns à você"
nessa passarela, que hoje é o seu rio onde desfila Nilópolis, a
sua floresta, que semeou e fez crescer; duas plantas que se
fundiram: "Macapaba" e "Amapá", criando uma
raiz de amor que ao som do batuque "Marabaixo", como
ladrão rouba um verso e faz brotar seu universo, num poema
escrito em samba, no coração da Beija-Flor.
Setores do enredo
Setor 1 - O Sol
O Setor 01 retrata a primeira viagem do beija-flor à terra do
beija-flor "Brilho de Fogo", que é o Amapá. Essa
viagem se dá pela linha imaginária que nos permite o carnaval e
pela linha imagináriaque corta a cidade de Macapá; bem como
pelo fenômeno do equinócio, que consiste no instante em que os
dois hemisférios estão igualmente iluminados.
Setor 2 - Macapaba
Abordamos, no segundo setor, a exuberante natureza amazônica,
descoberta há aproximadamente 12.000 anos pelas correntes
migratórias vindas do norte da Mongólia, as quais começaram o
povoamento da região que chamamos "Macapaba", placo da
luta da água do Rio Amazonas contra o Oceano Atlântico.
Setor 3 - Cerâmica / Os Cunanis Maracás
Nesse setor são abordadas as civilizações que floresceram na
região do Amapá - Cunanis, Aristés, Maracás e Aruãs - que
nos legaram o trabalho rebuscando em cerâmica, o qual foi
descoberto em vários sítios arqueológicos que contra a
Pré-História amazônica.
Setor 4 - Fenícios
O Setor 04 mostra que, dentre tantas viagens fantásticas que se
deram até aquela regiãi, divrsos indícios apontam para a
presença de fenícios em terras amapaenses, alimentando lendas
de se encontrarem, naquela localidade, as famosas Minas do Rei
Salomão.
Setor 5 - Navegadores / Conquistadores
No setor 05, serão abordados diversos navegadores que
participaram de expediçõs na região amazônica: Américo
Vespúcio, Francisco de Orellana, Vicente Yañez Pinzón, Luis de
Mello e Silva e Duarte Pacheco Pereira, dentre outros. Diz-se que
este último inclusive, teria estado em território brasileiro e
cruzado o Rio Amazonas mesmo antes do descobrimento do Brasil,
sendo o comandante desta expedição secreta, realizada com o
objetivo de reconhecer as zonas situadas para além da linha de
demarcação de Tordesilhas.
Setor 6 - Fortaleza de São José de Macapá
No sexto setor, a realidade e a fantasia se fundem na ocasião da
construção da Fortaleza de São José de Macapá, construída
às margens do Rio Amazonas, a partir de uma grande muralha de
pedra. A obra teve início em 1764, e só terminou em 1782,
dezoito anos mais tarde.
Omito Waiãpi da recriação do mundo, após os cataclismos
enviados por Tupã, e a chegada dos portugueses para a
construção do Forte, se mesclam ao promoverem o surgimento da
cidade de Macapá ou ressurgimento da vida.
Setor 7 - Mazagão
O setor 07 abordará Mazagão, município localizado ao sul do
Estado do Amapá e também nome dado à uma cidade no norte da
África, atual Marrocos. Em 1769, Marquês de Pombal,
estrategista durante o reinado de D. José, decidiu que toda a
cidade africana seria transferida para a Amazonia, no Brasil,
outra região sob controle português, que necessitava de
garantias de soberania. Assim, a fortificação na África foi
abandonada e destruída, tendos os seus habitantes partido para o
Brasil, onde fundaram a vila de Nova Mazagão (atualmente apenas
Mazagão, no Amapá)
Setor 8 - Linha do Equador
O último setor retrata a Linha do Equador, que é uma linha
imaginária, a qual resulta da intersecção da superfície da
Terra com o plano que contém o seu centro, e é perpendicular ao
eixo da rotação. (Devido à oscilação do eixo de rotação, a
posição da Linha do Equador não é rigorosamente constante,
razão pela qual é adotada, para efeitos geodésicos, uma
posição média).
A Linha do Equador divide a superfície da Terra em dois
hemisférios: o Hemisfério Norte, ou Setentrional, que contém o
Pólo Norte; e o Hemisfério Sul, ou Meridional, que contém o
Pólo Sul. O raio do equador é cerca de 6.378 km, a que
corresponde um perímetro de 40.075 km.
No Brasil, a única capital que é "cortada" pela Linha
do Equador é Macapá, no Amapá. Ali existe um complexo
turístico-cultural, onde tem o Marco Zero; um obelisco de 30
metros de altura, que tem uma abertura no alto. Nos Equinócios
(março e setembro), ao entrar a luz do Sol, projeta uma bola de
luz, que cai na Linha do Equador. As pessoas podem assistir a
esse fenômeno todos os anos.
Representando uma grande ciranda, Macapá abraçará todas as
localidades cortadas pela Linha do Equador, ao som do batuque do
Marabaixo.