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O Rei de Irê (Arrastão de Cascadura - 2010) Apresentação:
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Arrastão de Cascadura
orgulhosamente apresenta para o Carnaval 2010 o enredo: "O
Rei de Irê".
Com o objetivo de simbolizar o esforço guerreiro que se encontra dentro de cada um de nós, optamos em homenagear o guerreiro Ogum, contando um pouco de sua lenda de força e perseverança, assim como nosso trabalho árduo, a cada ano, de se colocar um carnaval na rua. ENREDO 1º Setor Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé. Guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas batalhas, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreava, saqueava e destruía. Cidades, chegando a devastar muitos outros estados. Quando apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, instalando seu próprio filho no trono e regressando glorioso, passando a intitular-se Oniiré, "Rei de Irê". Um dia, ao regressar a cidade de Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. Ao término da cerimônia, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seu prato predileto: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma. Mais calmo e arrependido, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que chegara agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá. 2º Setor No Brasil Com a chegada do navio negreiro e os portugueses no tempo da escravidão, os negros escravos eram proibidos de cultuarem os seus deuses africanos. A igreja católica daquela época dizia que os orixás não passavam de demônios, obrigando os negros a se converterem ao catolicismo, chegando, muitas vezes, a serem levados ao tronco, dizendo-se ser uma espécie de exorcismo. Quando os escravos se passavam por convertidos, eles comparavam a história ou a lenda de um santo católico, substituindo-o pelos orixás africanos, por isso o sincretismo religioso com os santos da igreja católica. Ogum na religião brasileira é o vencedor de demandas, que abençoado por sua mãe Yemanjá, protege aquele que sempre se encontra em dificuldades, seja na rua, no mar, no cemitério, no mato e nos campos. Gerando sempre muita energia positiva, Ogum pode ser simbolizado nas cores verde, vermelho e branco, ou azul royal. Sempre empunhando uma espada ou lança, vestido com sua armadura e seu capacete, Ogum se torna imbatível. Umas imagens de Ogum com suas qualidades ou caminhos pela sua proteção se encontram em um altar, chamado de gongar, e, no centro do mesmo, há imagem de Oxalá, seu pai. Muitos devotos do mundo inteiro comemoram no dia 23 de abril, o dia de São Jorge, onde no Brasil é considerado como Ogum o vencedor de demandas. É celebrado também em canções populares de Caetano Veloso, Jorge Bem-Jor, Fernanda Abreu, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Icone, orixá da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia, sua relação com a lua viria de uma lenda antiga que acabou virando crença para muitos. Relata a tradição popular que as manchas apresentadas pela lua revelam o milagroso santo com a sua aspada, pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda. E é com a ajuda de Ogum que o G.R.E.S. Arrastão de Cascadura presta esta grande homenagem, pelo trabalho árduo e guerreiro de todos os componentes que a ele recorrem com fé e devoção. Carnavalesco:
Sandro Gomes |
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