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Sinopse Arrastão 2009

...e foram felizes para sempre. A química perfeita das duplas! (Arrastão de Cascadura - 2009)

Desde os primeiros tempos, os dois arquétipos da natureza foram representados não apenas pelo claro e pelo escuro, mas pelo masculino e pelo feminino, pelo inflexível e pelo dócil, por opostos e complementares.

A perfeição do Criador pode ser observada na natureza, através da ordem e harmonia entre as espécies. Cada ser vivo se adapta ao ambiente onde vive, seres diferentes fazem alianças inusitadas, revelando a sabedoria divina por trás da criação. A criação de Adão e Eva, primeira dupla de seres humanos a povoar a terra, símbolo da dualidade, inconsciente de si mesma, gerando unidade.

Chamamos de "DEUS", Aquele que provoca diálogos entre energias diferentes, Aquele que enxerga soma na diversidade.

O enredo propõe um olhar mais atento sobre a química que circula entre as duplas. Misturar nossos sabores, nossos sorrisos e nossa emoção...

G.R.E.S. Arrastão de Cascadura
"...e foram felizes para sempre. A química perfeita das duplas!"

I. Alianças entre as espécies: códigos e combinações

A química que ocorre na natureza, constrói belas histórias.
Formas diferentes se encaixam e realizam milagres.
A energia ligada à sigla DNA, está diretamente associada às forças criativa e criadora. É uma energia que se aproxima do divino, equilibrando o físico e o espiritual,
na longa fita retorcida e sinuosa, a combinação de códigos diferentes ligando e gerando vidas.
Variabilidade genética, gens opostos que nos unem!
Bases nitrogenadas construindo um único ser: você!
Colorindo olhos, pele, pêlos...
Quatro moléculas surgem aos pares.
No encontro do par Adenina/ Timina, o equilíbrio, a evolução,
em direção a um determinado objetivo,
a dupla da união intuitiva entre o sagrado e o material.
O par Guanina/ Citosina e sua capacidade de criar, ligando as porções da nobreza masculina e feminina. Um importante papel na criação.

Pelo canal imaginário que só o carnaval constrói, flutua a preservação das espécies.
Os meridianos irreais, por onde a imaginação passeia, permitem tais travessias, porque não podemos permanecer vivos sem sonhar.
A embarcação bíblica preservou a humanidade, mantendo sobre a face da Terra animais e insetos selecionados em duplas. Sobre as águas do dilúvio, Noé e sua família recebem as bênçãos das sete cores do arco-íris. Aliança entre o Criador e Criaturas.
Duas forças complementam-se, compõem tudo o que existe, e do equilíbrio dinâmico entre elas surge todo o movimento e mutação.
O Yin se veste de Lua. Princípio passivo, feminino, noturno, escuro. Usa seu instinto, protagonizando cenas, elevando marés, protegendo sereias. O dom precioso de ser noite, evoca o sublime.
O Yang representa a luz, o princípio ativo, masculino, quente.
Na dança do tempo, o dia não vive sem a noite.
Só a outra metade entende o flerte, prepara a fresta, inventa pontes sobre as torrentes. Ligações inquebráveis sobre as espumas, companheiras do mar.
A visível harmonia é o fruto da atração entre os desiguais.
Nossos personagens só desejam ser felizes para sempre!
A clássica frase, na verdade, não encerra as histórias. Traduz que a felicidade só é possível se o outro existe.
A conquistada alquimia aromática. Cheiro único. Metade que completa.
Promessas entre anéis e planetas. Néctar sugado em cada coreografia no ar.
Jogo de cores e sedução.
Como a concha consegue perdoar o intruso grão de areia,
transformando sua dor em pérola?

II. A união dos sabores

Duas cores diferentes. Cor de pele.
A energia do café e o alimento do leite, nutrindo e aquecendo as manhãs dos que acordam juntos!
Enxergar a harmonia contida na culinária, é temperar de alegria os olhos e o coração!
A química no paladar, na emoção!
Sim, a química em todo lugar, até sobre os fogões!
Os negros, primeiros a consumir o feijão com arroz,
não imaginavam que essa combinação seria hoje símbolo
de identidade nacional. A dupla mais famosa da nossa culinária!
Identificar nas misturas, a cultura do nosso povo:
jabás com jerimuns, queijos e vinhos, casadinhos...
Beijos roubados no escuro do cinema, gosto de pipoca com guaraná!
Você é a azeitona que faltava na minha empada!

III. As grandes parcerias da arte

A rica obra dos homens, produziu grandes parcerias.
A química da amizade, formando um único elemento, fundamental na invenção de amores e aventuras.
Entre lágrimas, sorrisos e sonhos, a arte lançou aos mares piratas e papagaios, perpetuou mulatas e malandros.
De todas as lembranças, as tardes no circo, sob a gigantesca lona estrelada! Início de pactos com a arte! A ilusão de que em toda cartola de mágico há sempre um coelho!
"Aviso aos Navegantes": Oscarito e Grande Otelo, a mais famosa dupla do cinema brasileiro. Grandes estrelas da Atlântida, marco do cinema industrial no país!
O vento levou e trouxe histórias que até hoje povoam o imaginário de muita gente. É impossível esquecer o grande amor dos sertões. A lendária união do cangaço.
Como não lembrar da química entre Xica da Silva e João Fernandes e tantos outros?
"Ressuscita Eurídice, minha amada!": o inesquecível som da lira de Orfeu!
Fazendo arte, inventando tonalidades: paletas e pincéis.
As duplas do esporte, conquistam os metais da glória. Duas energias diferentes se completam.
Novos Apolos, olímpicos: Ricardo e Emanuel. A dupla das areias, das arenas e das medalhas de ouro!
Com Garrincha e Pelé em campo, a seleção brasileira sem derrotas. Há 50 anos, nascia o futebol-arte.
O que dizer dos encontros musicais?
A arte promove a química perfeita de letra e música, de agudos e graves.
Parcerias saltando das telas, atravessando décadas! Parcerias estranhas: calafrios, sopa de aranhas!
O amor não conhece barreiras. Peri e Ceci: revirando páginas, misturando etnias.
"Ao final das doze badaladas, todo o encanto acabará!" Mentira! A Gata Borralheira e o Príncipe: a química do amor não enxerga os ponteiros.
Na pele de sambista, os homens promovem a união entre música e cultura popular. Reinventam-se.
Senhores do tempo.
Metamorfoses de sapateado em samba!

IV. O Reino dos confetes e serpentinas

No equilíbrio químico entre o povo e o carnaval, há uma ligação entre as almas, entre caminhos já percorridos, com resistência e poesia.
É tempo de revelar nossos Reis e Rainhas cafuzas, mamelucas e mulatas, que ostentam suas coroas somente durante o reinado de Momo.
Chegou a hora de fazer emergir nossa nobreza, resultado da química afetiva entre as raças.
O Arrastão louva todas as duplas que a cada ano preenchem as páginas em branco do carnaval, escrevendo novos capítulos, oxigenando o cotidiano.
Da saudade dos confetes e serpentinas, erguemos um reino,
lugar onde a igualdade é peça fundamental.
Salão a céu aberto repleto de pierrôs e colombinas.
A monarquia mestiça pede passagem.
Antes da quarta-feira de cinzas, quem sabe, o encontro de metades?
Fantasias de bufões, pra fazer o Rei sorrir!
As mesmas fantasias do ano passado, os mesmos guizos, pra que se reconheçam.
Amanhecer lado a lado ao som de "Cidade Maravilhosa",
presentes de pele e suor mulato!
FELIZES PARA SEMPRE!

Heriton Bakury