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Regina Celi e Salgueiro: uma história de amor sem ponto final (Arranco - 2017)
Regina Celi e Salgueiro: uma história de amor sem ponto final (Arranco - 2017)

Solte as rédeas da fantasia. Deixe a imaginação bailar ao sabor do vento.


Nos raios do sol branco e encarnado, a chama que não se apaga. O cenário é perfeito.

O dia amanhece mais festivo, cintilante, com as cores da alegria, refletindo o brilho de uma grande mulher, a senhora maior que reina absoluta no comando da Academia do Samba.

De longe se sente sua vibração e coragem, de perto sua dedicação e ternura. Tem amor nesse tempero.

Rainha do céu resplandecente de uma comunidade foliã. Esplendorosa, desce do trono para subir o morro, acolhendo a todos não como súditos, mas como se filhos fossem.

Sambando com seus componentes, se diverte e se realiza, sem perder a autoridade, pois tem banca, moral, respeito!

Amada por sua originalidade e determinação, recebe o afeto do reconhecimento de um trabalho promissor frente a uma agremiação. O bem que a gente planta floresce nesse chão.

Com a força de uma leoa, luta como guerreira sem perder a candura.

Dona de si, enfrenta tudo com firmeza, de cara limpa ou maquiada, sempre pronta para a guerra. Se não acredita, bate de frente pra ver.

Com singularidade e a exuberância de uma diva, desfila de cabeça erguida com um sorriso no rosto, chamando atenção por onde passa com sua forte presença e luminosidade. Alma que transborda generosidade e simpatia.

Acalenta o projeto de construir o futuro da escola abrigando numa creche a garotada. Olhando sempre pra frente, sem esquecer as lições do passado. Prudência nunca é demais.

No tambor do Salgueiro, tem magia, tem axé! Na ginga do corpo, emana alegria. Seu ritmo encanta, envolve, levanta o astral. No seu canto, na sua dança, é festa, é popular, é campeã!

No livro do seu Carnaval, mensagens de esperança guardadas na lembrança, clareando a imaginação de adultos e crianças.

No Rio no cinema, uma estrela entra em cena, projeta sonhos na Avenida, tem jogo de cintura, requebra até de manhã.

No cordel, seu santo é forte, num sonho divinal. Traz sua corte de fãs, é dia de coroação da rainha da folia no palco sob as estrelas.

Tem fama de fazer história por ser diferente, quem a ama faz parte das páginas que escreveu. É bela ou fera? Se você quer saber, espere pra ver.

Mãe Gaia do samba. Aprendeu a cuidar com sensibilidade, tem sabedoria para preservar o que conquistou, tocando com orgulho o coração do salgueirense.

Prepara a mesa, bota fé no samba em louvação. É de dar água na boca, atiça com gosto de quero mais. Virou arte e tradição seu jeito de ser.

Na malandragem, salve o povo de fé! Pedimos licença para a rainha da noite passar. Filha da sorte e da luta de cada manhã. Quem dá as cartas é ela, pode apostar!

Hoje, irmanado com o Salgueiro, sem um ponto final nessa história de amor, o Arranco aclama Regina Celi no palco da ilusão.

Pesquisa, desenvolvimento e texto: Julio Cesar Farias