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Boca de
Cena (Arranco - 2013)
O GRES Arranco do Engenho de Dentro abre
as cortinas da folia para apresentar na avenida uma nova montagem de um
espetáculo vibrante, com seleto elenco das diversas linguagens
teatrais. Configuradas como um grande painel de magia e esplendor,
várias facetas da boca de cena serão apresentadas sob a
ótica do folião do nosso Carnaval, que se
deliciará num caleidoscópio de emoções que
começa na coxia e emana do palco.
Nossa boca de cena em desfile é um convite à sedutora tentação de reinventar deliciosas histórias que nos foram apresentadas ao longo dos séculos, de tentar mudar o rumo dos fatos e até mesmo de visitar o inexorável futuro. Com as bênçãos de Dionísio, deus do teatro, a avenida, iluminada e festiva, num grande palco de alegria vai se transformar. Numa bem ensaiada e divertida montagem teatral, subirão ao palco da folia personagens incríveis que povoam a imaginação e mexem com a emoção dos espectadores. Hábeis na arte de improvisar, Arlequins e Colombinas apaixonados dançam ao som do samba para representar a Comédia dell’arte, em divertidas performances acrobáticas e pantomímicas. Sem a pretensão moralizante, farsantes caricatos do teatro cômico medieval adentram a cena para satirizar fatos do cotidiano para arrancar do público gostosas gargalhadas. Companhias teatrais mambembes chegam de todas as partes em suas carroças enfeitadas trazendo suas trupes para se juntar à nossa grandiosa produção. Representando peças cômicas ou dramáticas, vão encantar a plateia com seu esmerado figurino e singelos cenários. De olhinhos puxados, desembarcam no nosso democrático palco representantes do importante teatro japonês. Atores das modalidades Nôh e Kabuki se exibem interagindo com o público e usando máscaras belíssimas com muita música, dança e mímica. Sob um tênue foco de luz, uma angustiada “cantora careca” que se comunica com dificuldade e os semipalhaços Vladimir e Estragão esperam ansiosos pela ajuda de Godot que nunca chegará. Neste ato, entra em cena o absurdo do teatro, momento em que são encenadas situações disparatadas, onde a falta de sentido constitui o próprio sentido da realidade retratada. Também participam de nossa encenação carnavalesca memoráveis artistas que brilharam no teatro brasileiro de Revista. Carmem Miranda, Elvira Pagã e as sensuais e voluptuosas vedetes têm entrada triunfal cantando e dançando para delírio da assistência. Mãos habilidosas fazem aparecer no palco vários tipos de bonecos articulados para animar nosso espetáculo. Essa variedade cênica composta por fantoches, marionetes e mamulengos, cuja destreza de seus manipuladores impressiona, têm o poder de encantar gerações, tocando-lhes o coração com a singeleza das histórias apresentadas. Sombras provenientes de mãos adestradas ou por silhuetas de papéis recortados sob a luz dão formas a protagonistas inusitados que falam, cantam e dançam. Originária da China antiga, essa modalidade cênica lembra aquela típica brincadeira de criança de criar bichos em movimento com as sombras das mãos entrelaçadas. O teatro feito para a criançada é repleto de criatividade para aguçar o imaginário e a fantasia dos pequeninos. Personagens marcantes dos contos de fadas e das fábulas, na eterna luta do bem contra o mal, ganham vida para alegrar a garotada. As risadas genuinamente inocentes são o que há de melhor numa peça infantil. Máscaras de tipos diversos, maquiagens de efeito, figurinos deslumbrantes, cenários de pura emoção, iluminação vinda da alma e tantos outros elementos cênicos dão vida a tantas tipologias teatrais e seus protagonistas em nossa imponente apresentação carnavalesca. Na boca de cena transgressora, um turbilhão de ideias a cultivar. Com certeza, o público vai sair da passarela mais leve e feliz, alimentado da boa arte teatral montada com muito carinho por nossa escola. Não importa se criança ou gente grande, o teatro faz viajar, imaginar, emocionar, divertir e rende muitas histórias. Semente do saber, arte de ensinar. É a representação alegórica da vida, onde tudo pode acontecer. Basta apenas acreditar e sonhar! Toca a bateria maestro! O espetáculo vai começar! Desfile teatral: Boca de Cena Concepção, direção, cenário e figurinos: Severo Luzardo Filho Pesquisa e adaptação textual: Julio Cesar Farias Produção: G.R.E.S. Arranco do Engenho de Dentro Local: Palco da folia da Intendente Magalhães Duração: 50 minutos Data: apresentação única no dia 10 de fevereiro de 2013 Valor do ingresso: sorrisos e aplausos Censura: livre para todos os foliões |
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