SÃO CLEMENTE
SÃO CLEMENTE
FUNDAÇÃO |
25/10/61 |
CORES |
Amarelo e Preto |
QUADRA |
Av. Presidente Vargas,
3.102
Centro
20940-070
Telefone: 2580-2121 |
BARRACÃO |
Rua Rivadávia Correa, 60
Barracão 09
Cidade do Samba - Gamboa
20940-070
Telefone: 2580-2121 |
LEMA |
Olha a Crítica |
RESULTADOS - SAMBAS-ENREDO
HISTÓRICO
Como
muitas escolas de samba da cidade do
Rio de Janeiro, a São Clemente começou como bloco no ano
de
1952. O bloco, inicialmente adotando as cores azul e branca, era
formado por garotos pobres do bairro de Botafogo, liderados por
Ivo Gomes. O saudoso Ivo da Rocha Gomes, juntamente com João
Marinho e Ailton Teixeira, foram os idealizadores e fundadores da
escola de samba que tem o mesmo nome da rua onde moravam: São
Clemente. Todos moravam na Vila Ganhy, no bairro de Botafogo. No
ano seguinte, em 1953, querendo agradar aos meninos, um político
deu aos garotos duas dúzias de camisas de um clube de futebol
nas cores preta e amarela, quantidade suficiente para que o bloco
de garotos pobres adotassem essas cores, que passaram a ser as
oficiais do desfile. Os garotos foram crescendo, o bloco foi
melhorando até que foi transformado em escola de samba em
25/09/61, tendo a primeira chance de participar de um desfile
oficial em 1962. Foi um começo modesto, mas promissor. A prova
disso é que já no ano de 1965 a São Clemente
ganhava o seu
primeiro título de campeã e subia de grupo.
Porém, a escola
sempre contou com a má vontade dos morados
de Botafogo, que reclamando do barulho que faziam fez tudo que
era possível para impedir os seus ensaios. Até que seus
presidentes, Ricardo Gomes e Ivan Vasconcelos, alugaram para isso
todas às sextas-feiras o Ginásio do Mourisco em Botafogo.
Com
mais calma, a escola foi melhorando.
A partir da
década de 80, a escola se caracterizou por
apresentar enredos participantes e de cunho social, que,
comprovadamente, a define como uma escola de samba preocupada com
a problemática do povo brasileiro. O samba-enredo
Capitães do Asfalto que a São Clemente trouxe para a
avenida em
1987, tinha um forte apelo emotivo. A mais famosa escola da Zona
Sul do Rio de Janeiro mostrava em seu enredo a
preocupação com
os dissabores do menor abandonado no Brasil. Sempre antenada com
os problemas sociais do País, a São Clemente,
através dos
carnavalescos Roberto Costa e Carlinhos de Andrade, assumiu a
linha da crítica social, sempre com uma boa pitada de ironia.
Em
1984, conseguiu ascender ao então primeiro grupo com o enredo
"Não Corra, Não Mate, Não Morra: O Diabo
Está Solto no
Asfalto", sobre o caos e a violência no trânsito. No ano
seguinte, com "Quem Casa, Quer Casa", novamente
desfilou uma deliciosa sátira ao sério problema do
déficit
habitacional no Brasil. Sua comissão de frente ganhou o
Estandarte de Ouro do jornal O Globo (a escola revolucionou o
Carnaval carioca ao apresentar a sua comissão de frente fazendo
evoluções e engajada ao enredo - até então
as escolas
apresentavam nesse quesito a velha guarda que tinham a única
função de apresentar a escola, permanecendo
estática e sem
engajamento ao enredo desenvolvido). O desfile, porém,
não lhe
manteve entre as grandes escolas. Em 1986, de volta ao segundo
grupo, a São Clemente entrou na avenida novamente abusando do
bom humor e encantou público e jurados com o enredo "Muita
saúva, pouca saúde, Os males do Brasil são",
abordando o
descaso com a saúde no Brasil.
Em 1987, a Escola retornou ao
primeiro grupo com um belo samba, todo em tom menor, composto por
Manuelzinho Poeta, Jorge Madeira e Izaías de Paula, este
último, ex-interno do SAM (Serviço de Assistência
ao Menor).
Sua experiência de vida o permitiu expressar nos versos do
inspiradíssimo samba sua revolta contra o descaso com as
crianças pobres do nosso País. Durante o desfile,
permeado de
ironia na discrepância entre o luxo da vida do menino rico e a
miséria da criança que perambula pelas ruas das grandes
metrópoles, a São Clemente apresentou um grupo de meninos
de
rua de verdade. O desfile emocionou a Marquês de Sapucaí e
proporcionou um dos melhores momentos da história da escola de
Botafogo. Com esse desfile, a São Clemente consegui um honroso
sétimo lugar, e marcou seu nome definitivamente na
história dos
desfiles da passarela. Em 1988, "Quem avisa amigo é",
um grito de alerta contra a violência e, em 1989, "Made in
Brazil!!! Yes, nós temos banana", um hino de amor e fé no
Brasil, e finalmente "E o samba sambou", de 1990 (uma
crítica aos próprios desfiles atuais das Escolas),
conseguindo
um 6º lugar no Grupo Especial, sua melhor colocação
até hoje.
Dos blocos, ela
guardou, além da origem, a irreverência que
lhes é peculiar, inclusive no carnaval contemporâneo,
felizmente. Mas a São Clemente, além da
irreverência que a
caracteriza, tem a sua outra metade: a consciência
política e
social. Estas duas características foram fundamentais para que a
Escola se transformasse em uma das mais queridas da cidade, já
que seus enredos sempre dão voz ao povo, aos seus anseios e
necessidades, sem esquecer entretanto, da natureza festiva do
povo brasileiro e da alegria necessária ao Carnaval.
A
escola quebrou uma amarga sequência e conseguiu estabilidade no
Grupo Especial, onde está desde 2011, obtendo a maior
sequência na elite em sua história, superando o
período 1987-1991. Desde 1991, quando foi rebaixada, a escola
participou
do principal desfile em 1995, 1999, 2002, 2004 e
2008, sempre caindo para o
Acesso. Em 2011, mais uma vez acabou classificada em último
lugar. Porém, o incêndio no barracão de três
escolas a um mês dos desfiles fez a LIESA cancelar o
rebaixamento. No ano seguinte, a São Clemente fez um excelente
desfile e, embalado pelo samba do "bububu no bobobó", conseguiu
a permanência na elite do carnaval carioca, onde se mantém
até hoje. Para 2015, a contratação de Rosa
Magalhães e a homenagem a Fernando Pamplona proporcionaram um
desfile espetacular, fazendo a São Clemente obter sua melhor
colocação desde 1990: um oitavo lugar. No ano seguinte,
Rosa trouxe um enredo sobre palhaços e classificou a
agremiação em nono. A despedida da consagrada
carnavalesca foi com uma nova nona colocação com
"Onisuáquimalipanse" em 2017. Na estreia do jovem Jorge Silveira
em 2018, que trouxe um enredo sobre os 200 anos da Escola de Belas
Artes, a São Clemente escapou do rebaixamento na última
nota, ao levar um 10 em samba-enredo que mandou a Grande Rio para a
Série A. No entanto, a virada de mesa manteve a Tricolor de Duque de Caxias no Grupo Especial.
Jorge Silveira ainda desenvolveu mais dois enredos irreverentes e de
leitura fácil. Em 2019, a reedição do tema de 1990
"E o Samba Sambou..." e em 2020, "O Conto do Vigário" (com
samba-enredo tendo entre os compositores o humorista Marcelo Adnet).
Mas a São Clemente seguiu mal avaliada pelos jurados, sempre se
classificando nas últimas colocações.
Porém, se mantém na elite do Carnaval Carioca.
RESULTADOS DA ESCOLA
1962 - 4ª no Grupo 3
Riquezas do Brasil
Gabriel e Dario
1963 - 3ª no Grupo 3
Rio de Antanho
Augusto Henrique
1964 - 1ª no Grupo 3
Rio dos Vices Reis
Ivo da Rocha Gomes
1965 - 3ª no Grupo 2
Relíquias e Memórias do Rio
Ivo da Rocha Gomes
1966 - 1ª no Grupo 2
Apoteose ao Folclore Brasileiro
Ivo da Rocha Gomes
1967 - 10ª no Grupo 1
Festas e Tradições Populares do Brasil
Renato Miguez e Dedé
1968 - 7ª no Grupo 2
Apoteose à Cultura Nacional
Ivo da Rocha Gomes
1969 - no Grupo
Assim Dança o Brasil
Ivo da Rocha Gomes
1970 - 9ª no Grupo 2
Histórias Fantásticas
Ivo da Rocha Gomes
1971 - 5ª no Grupo 2
O Beijo de Três Saudades
Ivo da Rocha Gomes
1972 - 5ª no Grupo 2
Dança de um Povo Livre
Ivo da Rocha Gomes
1973 - 7ª no Grupo 2
Momentos Inesquecíveis de Tapoagipe
Ivo da Rocha Gomes
1974 - 11ª no Grupo 2
Sonhos Fascinantes de um Jovem Adolescente
Ivo da Rocha Gomes
1975 - 5ª no Grupo 2
Quem Quebrou meu Violão - Tra-Lá-Lá
Ivo da Rocha Gomes e Carlos Gil
1976 - 10ª no Grupo 2
Recife, Nosso Amor Distante
Ivo da Rocha Gomes
1977 - 10ª no Grupo 2
Acredite se Quiser
Ivo da Rocha Gomes
1978 - 9ª no Grupo 2
Apoteose ao Teatro de Revista
Ivo da Rocha Gomes
1979 - 5ª no Grupo 2A
Louvação às Três Rainhas
Ivo da Rocha Gomes e Ricardo Ayres
1980 - 9ª no Grupo 1B
A Doce Ilusão do Sambista
Ivo da Rocha Gomes
1981 - 3ª no Grupo 2A
Assim Dança o Brasil
Ivo da Rocha Gomes
1982 - 3ª no Grupo 2A
As Intocáveis Tempestades de Dam
Carlinhos Andrade
1983 - 2ª no Grupo 2A
Criação da Noite
Carlinhos Andrade
1984 - 4ª no Grupo 1B
Não Corra, não Mate, não Morra - O Diabo
está Solto no
Asfalto
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1985 - 15ª no Grupo 1A
Quem Casa, Quer Casa
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1986 - 2ª no Grupo 1B
Pouca Saúde, muita Saúva. Os Males do Brasil
São
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1987 - 7ª no Grupo 1
Capitães do Asfalto
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1988 - 10ª no Grupo 1
Quem Avisa Amigo É
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1989 - 13ª no Grupo 1
Made in Brazil, Yes Nós Temos Banana
Roberto Costa e Carlinhos de Andrade
1990 - 6ª no Grupo Especial
E o Samba Sambou
Carlinhos Andrade e Roberto Costa
1991 - 13ª no Grupo Especial
Já Vi este Filme
Carlinhos Andrade, Roberto Costa e Cesar D’Azevedo
1992 - 7ª no Grupo A
E o Salário Ó ...
Luiz Fernando Reis e José Félix
1993 - 7ª no Grupo A
O Pão Nosso de Cada Dia
José Félix e Roberto Costa
1994 - 2ª no Grupo A
Uma Andorinha só não faz Verão ou Aonde vai a
Corda vai a
Caçamba
Roberto Costa
1995 - 14ª no Grupo Especial
O que é que não é, mas será?
Luiz Fernando Reis
1996 - 3ª no Grupo A
Se a Canoa não Virar, a São Clemente Chega Lá
Roberto Costa
1997 - 3ª no Grupo A
A São Clemente Botafogo na Sapucaí
Jaime Cezário
1998 - 2ª no Grupo A
Maiores são os Poderes do Povo ! Se Liga na São Clemente
!
Jaime Cezário
1999 - 14ª no Grupo Especial
A São Clemente Comemora e Traz Rui Barbosa para os Braços
do
Povo
Jaime Cezário
2000 - 4ª no Grupo A
No ano 2000, a São Clemente é Tupi com Sergipe na
Sapucaí
João Luis de Moura e Sônia Regina
2001 - 2ª no Grupo A
A São Clemente Mostrou, e Nada Mudou nesse Brasil Gigante
Sônia Regina
2002 - 14ª no Grupo Especial
Guapimirim, Paraíso Ecológico Abençoado pelo Dedo
de
Deus
Sônia Regina, Lane Santana, Nonato Trinta e Edvar Rachid
2003 - 1ª no Grupo A
Mangaratiba, uma História de Lutas para todos que Amam a Terra e
a Liberdade
Lane Santana
2004 - 14ª no Grupo Especial
Boi Voador sobre o Recife: Cordel da Galhofa Nacional
Milton Cunha
2005 - 3ª no Grupo A
Velha é a vovozinha: a São Clemente enrugadinha e
gostosinha
Milton Cunha
2006 - 2ª no Grupo A
De Gonzagão a Gonzaguinha: Em Vida de Viajante
Comissão de Carnaval
2007 - 1ª no Grupo A
Barrados no Baile
Comissão de Carnaval
2008 - 12ª no Grupo Especial
O Clemente João VI no Rio: A Redescoberta do Brasil...
Milton Cunha, Mauro Quintaes e Fábio Santos
a
2009 - 4ª no Grupo A
O Beijo Moleque da São Clemente
Mauro Quintaes e Alexandre Louzada
.
2010 - 1ª no Grupo A
Choque de Ordem na Folia
Mauro Quintaes
.
2011 - 9ª no Grupo Especial
O Seu, o Meu, o Nosso Rio, Abençoado por Deus e Bonito por
Natureza
Fábio Ricardo
.
2012 - 11ª no Grupo Especial
Uma Aventura Musical na Sapucaí
Fábio Ricardo
.
2013 - 10ª no Grupo Especial
Horário Nobre
Fábio Ricardo
.
2014 - 11ª no Grupo Especial
Favela
Max Lopes
.
2015 - 8ª no Grupo Especial
A incrível história do homem que só tinha medo da
Matinta Pereira, da Tocandira e da Onça Pé de Boi!
Rosa Magalhães
.
2016 - 9ª no Grupo Especial
Mais de mil palhaços no salão!
Rosa Magalhães
.
2017 - 9ª no Grupo Especial
Onisuáquimalipanse (Envergonhe-se quem pensar mal disso)
Rosa Magalhães
.
2018 - 11ª no Grupo Especial
Academicamente Popular
Jorge Silveira
.
2019 - 12ª no Grupo Especial
E o Samba Sambou...
Jorge Silveira
.
2020 - 10ª no Grupo Especial
O Conto do Vigário
Jorge Silveira
SAMBAS-ENREDO
1962
ENREDO:
Riquezas do Brasil
AUTOR(ES): Carlos Correa Lopes
Historiando
A geografia deste país altaneiro
Lembrai das fontes de riquezas
Tesouro do rincão brasileiro
E a pujância verdejante
De vegetação naturais
Rico de pedras preciosas
Matéria prima do meu Brasil
Orgulho da natureza
Gigante de riquezas mil
Brasil és uma glória na produção
Do ferro, borracha e algodão
Agora a nova fonte de riqueza
É o ouro negro
Relíquia da tua grandeza
A principal é o café
Pois cresce exuberante
Na terra roxa fertilizante
Tudo que se planta
Nasce com valor
O milagre industrial
É mais uma página
Da história nacional
1963
ENREDO:
Rio de Antanho
AUTOR(ES): Carlos Correa Lopes e Robertinho Devagar
Rio de Janeiro
Obra-prima descendente da nobreza
Oh, como é belo recordar
Os tempos remotos depois de Estácio de Sá
Rio das mucamas faceiras
Formosas sinhazinhas
Fidalgos, pregoeiros e liteiras
Rio dos lampiões a gás
Das carruagens dos boêmios (bis)
Que não voltaram jamais
Rio és recordação
O morro do Castelo
Os logradouros públicos
O vintém e o tostão
Antigamente ornamentavam
O teu encantamento
Os lindos chafarizes
E o sacro mosteiro de São Bento
Cidade maravilhosa
Foste musa dos poetas
Relíquias de encantos mil (bis)
Orgulho do Brasil
1964
ENREDO: Rio
dos Vices-Reis
AUTOR(ES): Adilton Luz, Zezinho e Walter
Rio, cidade cuja beleza
Tantos puderam contar
Tens presente a natureza
Cuidadosa e maternal
Eternamente a te enfeitar
Sempre bela e majestosa
Mesmo quando ainda era
Da colônia a capital
O céu, a terra e o mar
Que outrora inspirou poetas
Por mais de uma vez
Foi talvez a inspiração
Que tornou o nosso Rio de Janeiro
Em capital dos vices-rei
Contrastando a natureza
De alegre e belas matizes
Não era bonita a cidade
Que abrigava sem conforto
O povoado infeliz
Mas de bela muito existia
Os seus costumes e tradições populares
Bota bicos a carruagem
As cadeirinhas e os pregões
Também lembramos os seus rituais
E as festas que eram tradicionais
O divino imperador as cavalhadas
Serração do velho e as congadas
Entretanto nesta época
Nossa cidade evoluiu
Além de belos chafarizes
Obras de vulto então se construiu
E no crescente natural
Tornou-se a sala de visita do Brasil
1965
ENREDO: Relíquias
e Memórias do Rio
AUTOR(ES): Adilton Luz, Zezinho e Walter
Tendo como artística moldura
A majestosa baía da Guanabara
Aqui foi fundada
A cidade de São Sebastião
Quatro séculos de glória
Transformando sua história
Na mais bela desta nação
Nem mesmo o tempo
E o progresso atual
Nos fizeram esquecer
Este passado original
Passado que nos conduz aos quiosques
E dali
Observar os diferentes pregoeiros
E o pisar provocante
Das mulatas faceiras
Evitando medrosos valentões capoeiras
Sentir nas noites sombrias
A pálida luz dos lampiões a gás
E ver os lindos chafarizes
E o Zé Pereira nos primeiros carnavais
Ver circular o primeiro bondinho
E o primeiro automóvel no Brasil
Transpor o portão do Passeio Público
E deslumbrar a beleza sem fim
As grandes obras do imortal mestre Valentim
Prevenir toda a beleza de outrora
Nas relíquias do Rio
Cidade padrão
Memórias do Rio (bis)
Hoje quatrocentão
La-raia, la-raia
La-raia, la-raia
La-raia, la-raia
La-raia, la-raia
1966
ENREDO: Apoteose
ao Folclore Brasileiro
AUTOR(ES): Carlos Correa Lopes e Robertinho Devagar
Brasil
O artista brasileiro
Idealizou esta apoteose
No teu folclore, no Rio de Janeiro
Onde o carnaval
Será o cenário desta linda tela
A nossa coreografia
Arte inicial desta aquarela
Imaginando
Na paulicéia dos saudosos bandeirantes
Os seresteiros exaltando aparição alucinante
Do lendário saci-pererê
Com seus poderes sobrenaturais
Amedrontando os dançarinos
Nos fandangos de Minas Gerais
Que recordam os negros
Ornamentando a natureza
Na pescaria do xaréu
Que simboliza a típica beleza
Das baianas que dançam
Com grande alegria
Pra rainha Iemanjá (bis)
Nas noites de Luanda na Bahia
Como é bonito
Os nordestinos dançando frevo com alucinação
No Recife onde o maracatu
Relembra em outra região
Os caboclos se exibindo
No formoso boi bumba
Anunciando a cobra grande do Amazonas
Eterna guardiã do rio-mar
Que é lendário até o outro extremo
Onde o Negrinho do Pastoreio
Surge com o seu poder supremo
Cavalgando sobre a lua
Nessa imensidão azul
Espantando os animais
Enfeitiçando o Rio Grande do Sul
Lará,
lará, lará, lará, lará, lará,
lará
Lará, lará, lará, lará, lará,
lará, lará
1967
ENREDO: Festas
e tradições populares do Brasil
AUTOR(ES): Paulo Granada, Leônidas de Araújo, Barata e
Chocolate
Glória ao poeta que um dia
Escreveu obras tão belas
Que apresentamos hoje nesta passarela
Dizia como era festejado o ano bom
Ninguém dormia
Nos palacetes grandes bailes
A luz dos castiçais
Atendidos por elegantes serviçais
Com presentes desejava a todo o povo
Boas saídas, feliz ano novo
E ao nordeste do Brasil
No pequenino Sergipe
Numa festa de colorido sutil
Homenageavam São Benedito
E sempre a festejar
Já no Rio de Janeiro
A irmandade do rei Baltazar
Coroava o rei negro
Quando apareceu nesta cidade o carnaval
Era animado pela banda marcial
Dominós, arlequins e pierrots
Que encantavam a família imperial
Eh, eh, eh, eh, boi
Ia o carro pela estrada cantando feliz
Levando o noivo pra o casório na matriz
Numa tradição que é só nossa
Como era lindo o casamento na roça
Eh, eh, eh, eh, boi
Foi na Bahia, que em dois de julho aconteceu
O general Labatout
A tirania combateu e venceu
Representando a vitória
Do povo sobre a opressão
Paraguassu vinha trazendo
Sob os seus pés feroz dragão
A cidade amanhecia engalanada
Num colorido febril
Para comemorar com alegria
A independência do Brasil
E ao final cantava (bis)
Já raiou a liberdade
1968
ENREDO: Apoteose
à cultura nacional
AUTOR(ES): Chocolate
Dom Pedro II
Foi quem incentivou
Dando impulso magistral
A cultura imperial
Grandes nomes
Cobertos de glórias
Passaram para os anais
Da nossa história
Recordar
E o nosso sublime ideal
Ladislau Neto foi
No campo da ciência
Grande pesquisador
E na pintura
Com suas obras de grande esplendor
Pedro Ernesto
Se imortalizou
Imprensa águia de Haia
Rui Barbosa
Deixou muitas saudades
Pelo seu valor
Salve o magnífico
Machado de Assis
Figura principal da nossa literatura
Exuberante como cronista
Entretanto foi o melhor romancista
Neste cenário multicor
Relembramos grandes histórias
Que através do tempo nos legou
1969
ENREDO: Assim
dança o Brasil
AUTOR(ES): Dario Marciano, Lorival Boa Memória e João
Carlos
Grilo
Em síntese apresentamos
Danças tradicionais
Do folclore brasileiro
Neste carnaval
Assim dança o Brasil
Desde os tempos coloniais
A começar do exuberante Amazonas
Sentimos aplausos da dança da sucuri
E no Pará
Quem não conhece o boi-bumbá (e simbora gente)
No Nordeste tão falado
Das danças do quilombos
O côco e o xaxado
Que nos faz lembrar
O cangaceiro Lampião e Maria Bonita
Que se tornaram tradição
Em Pernambuco
Vibramos com o frevo e o maracatu
Algo sublime
conhecemos na Bahia
Candomblé e a capoeira (bis)
E a festa da lavagem do Bonfim
Caminhando um pouco
mais
Chegamos a Minas Gerais
Aonde o calango
E a dança do mineiro pau
São tradicionais
E na região Sul
Chimarrita e a quadrilha
São as danças principais
No Centro-Oeste
As danças serra moreninha
A rawana e outras mais
Laiá lá laiá laiá...
Finalmente
Chegamos ao Rio de Janeiro (bis)
Capital
Do samba brasileiro
1970
ENREDO: Histórias
fantásticas
AUTOR(ES): Dario Marciano e Lorival Boa Memória
Histórias fantásticas
É o tema que vamos apresentar
Na Amazônia entre as verdes matas
E o murmúrio das cascatas
Alguém nos falou
A história do sapo aru
E sobre o canto inconfundível do irapuru
Pássaro de pequeno porte
Quem consegue apanhá-lo
Dizem traz muita sorte
Ê ê ê
Dentro do roda moinho
Vem o saci-pererê
Neguinho do Pastoreio
Menino escravo
De um avarento estancieiro
Por deixar o cavalo fugir
Foi açoitado
E jogado ao formigueiro
Lá lá lara
Lá lá lara
Lá lá lara
1971
ENREDO: O
beijo de três saudades
AUTOR(ES): Ivo da Rocha Gomes e João Carlos Grilo
São Clemente vem cheia de glória
E empolgação
Apresentando como tema
A história da miscigenação
Índios guerreiros
Cuja a terra habitavam
Não deixaram se escravizar
Por portugueses que aqui chegavam
E que nossa terra queriam colonizar
Tiveram que trazer da África
Negros para trabalhar
Ô ô ô
Das senzalas vinham lamentos de dor (bis)
Negros humilhados e maltratados
Pela chibata do senhor
Índios brancos e negros
Formam a nossa raça
Com orgulho e felicidade
Exaltamos o beijo de três saudades
1972
ENREDO: Danças
de um povo livre
AUTOR(ES): Ivo da Rocha Gomes e João Carlos Grilo
Já se ouve ao longe
Os tambores a rufar
Lá vem, lá vem as congadas
Vamos festejar
Sinhazinha esta na hora
Venha logo se arrumar
A fogueira esta armada
Nosso rei já vai chegar
Menina ajeite a fita
Abre a roda e vem dançar
Kenguerê, kenguerê
Olha o congo do mar (bis)
Gira gira calunga
Na nuvem lá
O soberano tão contente
Acabava de chegar
E acenando o seu bordão
Cantava com emoção
Sou rei do Congo
Quero brincar (bis)
Cheguei agora
De portugá
1973
ENREDO: Momentos
inesquecíveis de Itapagipe
AUTOR(ES): Sidney da Conceição e Natal
No bairro do Itapagipe
Eram montados os arraias
Palanques engalanados e barraquinhas
Com comidas regionais
É tão bonito de se ver
Os fiéis em romaria
Baianas todas de branco
Lavando a escadaria
Cantos ranchos e desafios
Capoeira e berimbau (bis)
E no largo da Ribeira
Fabuloso carnaval
Tão sublime
Recordar em poesia
E cantar na passarela
As coisa da velha Bahia
Vindo a pé ou de saveiro
Gente de todo lugar (bis)
Que beleza é ver o povo
1974
ENREDO: Sonhos
fascinantes de um jovem adolescente
AUTOR(ES): Ouvídio e Filinho
Lá vem a São Clemente na avenida
Cantando sonhos fascinantes
Onde um jovem
De coisas lindas se encantou
Em Vila Rica
Amigo de Chico Rei se tornou
E não saiu de sua mente
Aquele baile que a preta velha o levou
Que beleza
Que esplendor (bis)
O minueto com sinhazinha ele dançou
Foi quando surgiu o saci-pererê
Negrinho engraçado
Traquino e arteiro
Jurema linda guerreira ele conquistou
Nas matas da Amazônia
Quando lá passou
E na lagoa do Abaeté
Se arrepiou
Como as magias sobrenaturais
Ele viu
Iemanjá (bis)
Ele viu a sereia cantar
Quando ele acordou
Tudo era lindo
E a alegria era geral
Uma pomba branca anunciava
A paz universal
1975
ENREDO: Quem
quebrou meu violão - Taí, Taí
Tra-lá-lá
AUTOR(ES): Boca Rica, Wanderley Caramba, Risada e Jorge Canário
Entre confetes e serpentinas
Viemos exaltar
Três expoentes
Da nossa canção popular
Quem quebrou meu violão (bis)
Taí taí tra lá lá
Relembrando o tabuleiro da baiana
A velha Lapa das boemias e canções
Cabaré de gente bamba
Chico viola quantas recordações
Abre a janela
Oh, minha amada (bis)
Cantava o seresteiro
Em noites enluaradas
Foi ela oi
Foi ela
Foi ela que se consagrou
No exterior
Como nosso samba
É isso aí Carmem Miranda
E o Lamartine
Com o seu tra lá lá
Pierrots arlequins e colombinas
Pelas ruas a cantar
Linda morena, morena
Morena sem igual (bis)
És a rainha do meu carnaval
1976
ENREDO: Recife,
nosso amor distante
AUTOR(ES): Sidney da Conceição, Natal e Ouvidio
Pernambuco
Oh terra de mil tradições
De violeiro e sanfoneiros
Reino das lindas canções
E a brisa como criança
Brinca nas folhas do coqueiral
Na dança mansa
Dos seus palmeirais
Seus poetas
Lhe vestem poesia
Sua gente vem pra rua
Pra cantar com alegria
Pandeiros e fitas
Dona Santa tão bonita
Leva o povo no cantar
É o frevo boli bolacho (bis)
Que acabou de chegar
Recife nosso amor distante
De beleza tão constante
Que se faz em samba
E a São Clemente apresenta
Com seu rosário de bamba
Maracatu senhor
Maracatu sinhá (bis)
Roda minha gente
Vamos todos dançar
1977
ENREDO: Acredite
se quiser
AUTOR(ES): Chocolate, Zé Prego e Siri
Num lindo sonho de menino
Cansado da monotonia
Um jovem príncipe
Num mundo de fantasia
Partiu pro céu
Em seu cavalo voador
Aconselhado pela estrela Dalva
Coberta de luz e fulgor (bis)
Ele para a terra retornou
E encontrou
Encontrou um bosque encantado
Num festival de cores
Ornamentado pela estação das flores
Surgiu então
O engraçado saci pererê (bis)
Canta canta uirapuru
Que até o lobisomem vira pra te ver
Mas o momento culminante
Foi quando o mamão
Numa noite de raro esplendor
Com a melancia se casou
Belas sereias...
Belas sereias entoavam
Canto de fascinação
E teve início a grande festa
No castelo da floresta (bis)
Repleto de doce ilusão
1978
ENREDO: Apoteose
ao teatro de revista
AUTOR(ES): Chocolate
Carnaval
És um palco iluminado
Onde o teatro de revista
Vem reviver suas glórias
Panorama belo
Entre bambas da comédia
Oscarito e Grande Otelo
Plumas paetês balangandãs
Num festival de vedetes (bis)
Aplaudidas pelos fãs
Rufam os tambores
Agita-se o pano vermelho
Favela dos meus amores
Malandrinhos lavadeiras
E as mulatas faceiras
É o teatro popular
Que a São Clemente se orgulha em mostrar
Walter Pinto
Carlos Machado e outros mais
Virginia Lane resplandece em cartaz
Carmem Miranda, grande estilista
Que levou ao estrangeiro
Nosso teatro de revista
Manhã tão linda
Num céu de anil (bis)
Tudo é alegria
Canta, canta meu Brasil
Lá laia laia laia laia
Laia laia laia laia
Laia laia laia
1979
ENREDO: Louvação
às três rainhas
AUTOR(ES): Ivo da Rocha Gomes e Izaías de Paula
Lindo é o Rio de Janeiro
Reina quatro dias o carnaval
E o artista imaginou
Um tema genial
Começando pela rosa flor
Do jardim florido a preferida
Com seu perfume embriagador
É a inspiração da minha vida
Vai o barco navegando
Com oferenda pelo mar (bis)
São singelas homenagens
Nos caminhos de Iemanjá
Dora rainha do frevo e do maracatu
Ninguém requebra nem bole
Melhor do que tu
Ginga ginga ginga ginga
Quero ver você gingar (bis)
No balanço do meu samba
Até o dia clarear
1980
ENREDO: A
doce ilusão do sambista
AUTOR(ES): Ivo da Rocha Gomes e João Carlos Grilo
A doce ilusão do sambista
São Clemente vem apresentar
Convidando o povo a cantar
Nessa festa colorida
De luxúria e prazer (bis)
O sambista vem mostrar
A razão do seu viver
Na passarela da vida
Entre risos e lágrimas
Seu coração palpita
A galera se agita
E começa a cantar
Olê olá
Sobre chuva de confetes e serpentinas
Cercado de pierrots e colombinas
Oh, quanta alegria
Salve o soberano da folia
Mas quarta-feira chegou, só restou
Saudade e contas a pagar (bis)
E a fantasia de rei (de rei)
Foi o que ficou para lembrar
1981
ENREDO: Assim
dança o Brasil
AUTOR(ES): Dario Marciano, Lorival Boa Memória e João
Carlos
Grilo
Em síntese apresentamos
Danças tradicionais
Do folclore brasileiro
Neste carnaval
Assim dança o Brasil
Desde os tempos coloniais
A começar do exuberante Amazonas
Sentimos aplausos da dança da sucuri
E no Pará
Quem não conhece o boi-bumbá (e simbora gente)
No nordeste tão falado
Das danças do quilombos
O coco e o xaxado
Que nos faz lembrar
O cangaceiro Lampião e Maria Bonita
Que se tornaram tradição
Em Pernambuco
Vibramos com o frevo e o maracatu
Algo sublime
conhecemos na Bahia
Candomblé e a capoeira (bis)
E a festa da lavagem do Bonfim
Caminhando um pouco mais
Chegamos a Minas Gerais
Aonde o calango
E a dança do mineiro pau
São tradicionais
E na região Sul
Chimarrita e a quadrilha
São as danças principais
No Centro-Oeste
As danças serra moreninha
A rawana e outras mais
Laiá lá laiá laiá...
Finalmente
Chegamos ao Rio de Janeiro (bis)
Capital
Do samba brasileiro
1982
ENREDO: As
intocáveis tempestades de Dan
AUTOR(ES): Wilson Magnata, Marino e Ivanildo
Olhando as sete cores do arco-íris
Deixo voar a minha imaginação
Para uma lenda leve como a brisa
Que a São Clemente transformou canção
Dizem que uma moça muito linda
Que veio, um dia, escolhida ser
A grande dama das águas
A divindade da terra
E ter palácios no céu
Seu corpo tornou-se encanto
De mil pedras preciosas
Que se espalharam ao léu
Pega na ponta da cauda
Faz a serpente girar (bis)
Brinca na chuva
Deixa a água te banhar
Seduzidos por riquezas
Presos nos encantos seus
Muitos homens se perderam pela vida
No feitiço do seu véu
Não se livra da desgraça
Quem tocar com sua mão
Na poeira colorida
Semeada pela terra
Espalhada pelo chão
Vem depressa seu castigo
De repente transformada
Em pedrinha de carvão
Ela é a mãe do ouro
Ela é Dan-Dangbé
Ela é dona dos tesouros (bis)
Espalhados pelo mundo
Ela é Oxumaré
1983
ENREDO: Criação
da noite
AUTOR(ES): João Carlos Grilo, Serginho e Chocolate
Mergulhei, no mar da imaginação
Procurei
Se encontrei, se encontrei não sei
De mares nunca dantes navegados
Veio o branco navegador
Ao deparar com a bela índia
Por ela logo se apaixonou (ooo)
Uiara, linda como as flores
Tinha o sol, tinha natureza-dia
Mas era noite que ela queria
Noite, como será (como será)
Noite, onde buscar
Será
No caroço da fruta vou encontrar
Será, com a onça preta estará
Ou o marinheiro vai trazer de além-mar (bis)
De solo africano
O negro aqui desembarcou (desembarcou)
Trazendo em sua pele
A cor da noite e a noite na cor
Apesar de sofrimento e dor
Com sua presença a terra prosperou
Entre tantas coisas lindas
Essa festa colorida
Ele encantou (ooo)
1984
ENREDO: Não
corra, não mate, não morra - O diabo
está solto no asfalto
AUTOR(ES): Rodrigo e Geraldão
Neste dia de festa
Eu mostro o que resta
E aconteceu
Trânsito maior realidade
Manchete sempre deu
E quem não tem reza forte
Procure melhor sorte
Conselho meu
Zeca Passista, ilustre nesta história
Perdeu sua memória
Quase morreu (sonha, sonhou)
Sonha, sonha, sonhou, delirou (bis)
Seu anjo da vida transformou
Placa de
trânsito virou alegoria
Fumaça a cores fantasia
Som de motor virou tambor
O Zeca ainda inconsciente
De passista a presidente
Diretor de harmonia
Chamou seu guarda de tenente
Comandou a sua gente
Dirigiu a bateria
O sinal tá verde
Deixa o diabo solto
No asfalto da avenida
Amarelo é nossa vida
O vermelho é pra parar
Não corra, não mate, não morra
Conserte esta zorra (bis)
São Clemente vai passar
1985
ENREDO: Quem
casa quer casa
AUTOR(ES): Rodrigo, Izaías de Paulo e Helinho 107
Nasci com a nobreza
Na pobreza me criei
Andei, andei (mas eu andei)
Aqui cheguei
Hoje mostro na avenida
Quem foge nesta vida de aluguel
Trago chave de cadeia
E os prazeres de motel
Quem casa quer casa
Eu não tenho onde morar (bis)
Vou viver como índio
Até melhorar
(A natureza)
A natureza
Mostrou ao homem como a vida é
Caranguejo em casa de peixe
Só tem a sua, de acordo com a maré
No reino da bicharada
Salve-se quem puder
O forte ganha no grito
O fraco leva no bico
O negócio é se arrumar
E nessa vida de toca
em toca (bis)
O rato se maloca pra poder rato criar
(Ai, ai, meu Deus)
Ai, ai, meu Deus
Guarde uma casa pra mim no céu
Veja nesta terra tudo é forma de aluguel
O meu salário é uma cascata
Eu não vou poder pagar
Vou arranjar um amor cigano
A gente faz casa de pano (bis)
Ainda pode aumentar
1986
ENREDO: Muita
Saúva, pouca saúde, os males do Brasil
são
AUTOR(ES): Helinho 107, Mais Velho e Nino
Desperta Brasil
Desse coma entre vorazes tubarões
Vindo por terra ou por mares
Poluindo nosso ares, explorando nosso chão
Impondo ordens em receitas estrangeiras
No acoito das saúvas brasileiras
De Norte a Sul "Brasil-Invest" por aí
E outros males como FMI
Mate a saúva antes dela te matar
O peso é muito para um morto carregar
Pouca saúde, pouca grana pra gastar
Oh, seu ministro, onde a coisa vai parar
Oh, que tristeza, a realidade brasileira
A malária que era só do Norte
No Sudeste chegou forte, correu a nação inteira
O arlequim ficou biruta e ri à toa
Da Colombina tão bonita e tão sacana
Dona de um banco de sangue tão bacana
Que deixou o Pierrot descascando uma banana
Fila pra lá, fila pra cá (bis)
Pra marcar a hora certa do defunto desfilar
(Mas que saudade...)
Mas que saudade
Dos tempos idos que não voltam mais
Vovó quando doente era curada
Com elixir, biotônico e outros chás
Jeca Tatu tão doente e explorado
Espera a salvação chegar
Mais a diligência da saúde
Vem puxada por saúvas
Que a nova república deu fim no Delfim
Ai de mim
É AIDS sim
Paetês e silicones desfilando por aí (bis)
E os meus direitos humanos
A São Clemente cobre na Sapucaí
1987
ENREDO: Capitães
de Asfalto
AUTOR(ES): Izaias de Paula, Jorge Moreira e Manuelzinho Poeta
Pequenino, triste feito um cão sem dono
Tão cansado de viver e sofrer
Por aí perambulando
Não teve sorte
Seu berço não foi de ouro
Seu pai não teve tesouro
É triste sua vida a vagar
Seu moço dê-me um trocado
Eu quero comer um pão (bis)
Sou menor abandonado
Neste mundo de ilusão
Enquanto o filho do papai rico
Desfruta o bom e o bonito
Do dinheiro que o pai tem
Lá vai o menino pobrezinho
Que acorda bem cedinho
Pra vender bala no trem
Muitas vezes é abandonado
Sendo bem ou maltratado
Na chamada FUNABEM
Alô Brasil
Felicidade nunca existiu no SAM
Se hoje ele é mal orientado
Será marginalizado
Nas manchetes de amanhã
A São Clemente
Lembrou do seu existir (bis)
Somos capitães de asfalto
Na Sapucaí
1988
ENREDO: Quem
avisa amigo é
AUTOR(ES): Izaias de Paula, Helinho 107 e Chocolate
Desponta na avenida "nova mente"
Mais uma vez vou cantar com altivez
Ora, tenha a santa paciência
Por que tanta violência
Nosso mundo está sofrendo
A fauna e a flora em extinção
Ainda temos esperança
De encontrar a solução
Nosso índio perde e terra
E é massacrado
Negro sofreu com a escravidão (bis)
Sonhava chegar o dia da libertação
(Oh, mulher...)
Mulher, lute pelos seus direitos
O tabu da virgindade
Já foi desfeito
Crianças encantadas com "He-Man"
Desconhecem as maldades
Que em nossa terra tem
O Nordeste tão sofrido e sem amparo
Cidade grande, a polícia e o ladrão
Se defendem contra o monstro da inflação
(Liberdade...)
Liberdade
Quero mudar o meu canal pra outro mundo
Onde não existe guerra
Nem tampouco marajás
E a paz se faz reinar
Se essa onda pega
Vá pegar em outro lugar (bis)
"Quem avisa amigo é"
São Clemente vai passar
1989
ENREDO: Made
in Brazil. Yes, nós temos banana
AUTOR(ES): João Carlos Grilo, Ricardo Goes, Ronaldo Soares e
Sérgio Fernandes
Já é hora, oi
Do gigante adormecido despertar (despertar)
Do jeito que a coisa anda
Não pode continuar
A serra que é pelada até no nome, oi
Pelada há muito está
Quero é saber de todo ouro
Onde está nosso "tesouro"
Onde estará
Quero é saber de todo ouro
Onde está nosso "tesouro"
Oh tesouro, onde estará
Parece brincadeira mas não é (mas não é)
O dólar valorizado
O coitado do cruzado
Não pode se envolver na transação
O aço volta manufaturado
Jacaré vira sapato
Lembrando até piada de salão
Exportam até nossa gasolina
Por quantia pequenina
E também nosso melhor café
Os craques se mandando de montão
Já está faltando craque
Pra jogar na nossa Seleção
Eu choro, eu grito
E falo porque amo meu país (meu país)
Só não podem exportar (bis)
A esperança desse povo ser feliz
1990
ENREDO: E
o samba sambou...
AUTOR(ES): Helinho 107, Mais Velho, Chocolate e Nino
Vejam só
O jeito que o samba ficou (e sambou)
Nosso povão ficou fora da jogada
Nem lugar na arquibancada
Ele tem mais pra ficar
Abram espaço nesta pista
E por favor não insistam
Em saber quem vem aí
O mestre-sala foi parar em outra escola
Carregado por cartolas
Do poder de quem dá mais
E o puxador vendeu seu passe novamente
Quem diria, minha gente
Vejam o que o dinheiro faz
É fantástico
Virou Hollywood isso aqui (isso aqui)
Luzes, câmeras e som (bis)
Mil artistas na Sapucaí
Mas o show tem que continuar
E muita gente ainda pode faturar
"Rambo-sitores", mente artificial
Hoje o samba é dirigido com sabor comercial
Carnavalescos e destaques vaidosos
Dirigentes poderosos criam tanta confusão
E o samba vai perdendo
a tradição (bis)
Que saudade
Da Praça Onze e dos grandes carnavais
Antigo reduto de
bambas (bis)
Onde todos curtiram o verdadeiro samba
1991
ENREDO: Já
vi este filme
AUTOR(ES): Manoelzinho Poeta, Jorge Moreira, Severo, Jorge
Melodia e Haroldo Pereira
Avancei no tempo
O mundo parou, acabou
Carnaval, festa profana
Satã é o imperador
Clementius do espaço sideral
Criou a terra, céu e o mar
Do clementônio fez o homem
Que a mulher originou
A longo prazo tudo se modificou
E assim viu que tudo dava certo
Desceu para ver de perto toda sua criação
Com 13 naves invadiu nosso torrão
Viu muito bumbum de fora
A missa rezou (bis)
Trouxe os saturnafrincanos
E os escravizou
Na evolução do tempo
Veio a voz da liberdade
Com a corda no pescoço
Se calou sem piedade
Clementius que não é bobo
Vendo o mundo diferente
Sem querer ser comandado,
Tinha um plano traçado
Elegeu-se presidente
Passaram os anos foi aberta a exceção
Diretamente para as urnas o povão
Cansado, confiscado, sem saber o que fazer
Vendo Clementius novamente no poder
É brincadeira,
Quá, quá, quá (bis)
Pau-Brasil que nasce torto
Sempre torto vai ficar
1992
ENREDO: E
o salário ó
AUTOR(ES): Chocolate, Helinho 107, Maurício, Ricardo e Ronaldo
São Clemente através do carnaval
Traz uma mensagem na avenida
Que transformamos em salas de aula
Cobrando urgente a solução
Para o problema da educação
A professorinha de outrora
Que permanece em nossa memória
As velhas sabatinas do colégio
Relíquias do antigo magistério
Hoje tudo está tão diferente
O ensino em decadência
Enriquece muita gente
Que absurdo com salário tão minguado (bis)
O nosso professorado é maior abandonado
Estou em greve, vou gritar
A boca no mundo (vou botar)
Professor insatisfeito
Luta pelo seu direito de ganhar pra lecionar
Mas ainda resta a esperança
De educar nossas crianças
Desperta meu Brasil é hora de união
Salvem a "educação"
Que saudade da escolinha da vovó (bis)
Terminei a faculdade "e o salário ó"
1993
ENREDO: O
pão nosso de cada dia
AUTOR(ES): Helinho 107, Chocolate, Ricardo, Ronaldo e Maurício
Clareou e o padeiro chegou
Anunciando que o pãozinho tá quentinho
Prepara a mesa meu amor
Receba com alegria, o pão nosso de cada dia
Quando o imigrante italiano, ao nosso povo incentivou
O consumo do pão no Brasil
A panificação se expandiu
Tem pão de ló, tem pão francês (bis)
Mas o que vale é o bolso do freguês
No Pão de Açúcar me inspiro, me encanto
Recanto de belezas naturais
No café, no almoço ou no jantar
O pão vem comprovar seu paladar
A gostosa rabanada sempre foi a preferida do Natal
O pão suíço é saboroso, mas eu vou de
integral
Pra ficar um pão no carnaval
Prepare a festa e bote o forno pra aquecer
São Clemente traz a massa embalada na folia (bis)
Que contagiou você
1994
ENREDO: Onde
vai a corda vai a caçamba ou uma
andorinha só não faz verão
AUTOR(ES): Dedeco, Cesar Neguinho e Buda
Hoje o meu Brasil está em festa
A hora é esta, oi
Vamos todos cantar
Vamos lá rapaziada, meu amigo e camarada
E ao nosso jeito, vamos juntos caminhar
Vai ser difícil conseguir nos separar
Unidos companheiros
Vamos dar as mãos (bis)
Que uma andorinha só não faz verão
Sai pra lá
bicho malandro que eu sou cara-pintada (bis)
Fomos à luta e ganhamos a parada
Brilhou o sol da liberdade
No infinito uma estrela anunciou
Que o povo unido jamais será vencido
Em sintonia um grito forte ecoou
Quero ver o mundo contente a sorrir
Fazendo a festa hoje na Sapucaí
Aonde vai a corda, vai a caçamba (bis)
A São Clemente traz a paz, o amor e o samba
1995
ENREDO: O
que é, o que é, que não é, mas será?
AUTOR(ES): Helinho 107, Cláudio Filé, Vaguinho e Leonardo
Alegria
Da crítica eu fiz o meu caminho
Alertei e encantei
Zona Sul é São Clemente
De estilo irreverente
Vem cantar e sambar
Brasil (meu Brasil)
Com saúde pra dar e vender
De justiça e moral posso crer
Num país mais querido
Democracia e igualdade
Sinto que a felicidade
Está em nossos corações
Entra nessa onda (meu povo)
De amor (bis)
Com verde e amarelo
Na alma eu vou (eu vou)
Brasil "pé no chão"
Que vibra com a nossa seleção
Mostra sua força ao mundo inteiro
É o orgulho brasileiro
Na luta por um novo amanhã
E essa gente guerreira
Otimista e festeira
Que sincretiza a fé e os Orixás
Tece em sua rede a confiança
Nunca perde a esperança
Em ver a sua vida melhorar
Amor, me leva
Me leva que eu quero amar
Um país bem diferente
Hoje mostra a São Clemente
Fazendo o meu povo delirar
Me leva, amor, me leva
Me leva que eu quero amar
Um país bem diferente
Hoje mostra a São Clemente
Fazendo o meu povo delirar
1996
ENREDO: Se
a canoa não virar a São Clemente chega lá
AUTOR(ES): Henrique Damião, Maurílio Faria e
Flávio Oliveira
Quem é do mar não enjoa
Sabe com quantos paus
Se faz uma canoa
A São Clemente
Sente que chegou o dia
A bordo da fantasia
Abre as velas, vai pro mar
"Guerrear, guerrear"
E sobre as ondas
Ventos e estrelas me conduzem por aí
Se navegar é preciso
Navegando num sorriso (bis)
Vou cruzando a Sapucaí
Sou cisne branco que em noite de lua
Vem deslizando desde a Zona Sul
A alegria em meu peito flutua
A avenida é um imenso mar azul
Na batalha triunfal (triunfal, triunfal)
Vim ganhar o carnaval (carnaval, carnaval)
Galeões e caravelas
Dizem nas velas, "Rio, vou te conquistar"
(Se a canoa não virar)
A paz se veste em poesia
Feliz vou desembarcar
Do cais eu vejo a estrela-guia
Apoteose vamos festejar
Raiou o dia
Hoje tem festa no mar (bis)
No delírio dessa onda
Vem comigo balançar
1997
ENREDO: A
São Clemente Botafogo na Sapucaí
AUTOR(ES): Ricardo Góes, Ronaldo Soares, Chocolate, Fernando de
Lima e Nivaldo
Carnaval
A minha escola é alegria
E vem contar
Sua história em poesia
Herança viva que marcou
Todo glamour de uma cidade
Na praia os romances
Lindos lances ao luar
Balneário sem igual
Da coroa imperial
Beleza e paz
Que sedução (bis)
Meu Rio traz
Recordação
Mais tarde
Nosso remo virou atração
Se tornou esporte oficial
Da real sociedade
E tudo então, se transformou
Ruas, bares, Zona Sul
A boemia, fascinação
O berço do meu pavilhão
Nasce a nossa escola verdadeira
Mostra o mundo em brincadeira
A consciência social
Que sensação, quanta lembrança
Nosso coração balança
São Clemente irreverente
Consciente vem aí (bis)
E "Botafogo" na Sapucaí
1998
ENREDO:
Maiores são os poderes do povo
AUTOR(ES): Ricardo Góes, Ronaldo Soares, Chocolate e Fernando de
Lima
Vejam só que brincadeira
Bagunçaram nosso carnaval
Nossa luta é pioneira
Somos vanguarda da cultura nacional
A esperança continua
De ver um novo amanhã
Todos iguais, sem distinção
Sem fome e dicriminação
Viver melhor e encontrar
Saúde e mais educação
Quero ver você zoar
Com a bateria
Ter certeza de brindar
Um novo dia (bis)
Energia de viver
Vem se embalar
Brincar de ser feliz, quero sonhar
Vem mudar o meu país
Realizar o sonho, que o povo sempre quis
Ter um voto consciente
Cidadania um Brasil da gente
Cem pra sorrir
Vamos lutar
Todo mundo vai ganhar
Maiores são os poderes do povo
É o grito da massa de novo (bis)
Se liga nessa São Clemente vem aí
Contagiando a Sapucaí
1999
ENREDO: A São Clemente comemora e
traz Rui Barbosa para os braços do povo
AUTOR(ES): Ricardo Góes, Ronaldo Soares, Chocolate e
Antônio
Minha escola faz a festa
Traz para o povo um baiano genial
Defensor da igualdade
A liberdade, o seu ideal
Uma luta pioneira
Nossa bandeira um país melhor
Reformas sociais ele pediu
Que agitaram esse meu Brasil
Idéias liberais abolição
E "Rui Barbosa" orgulha essa nação
O amor à Pátria ele fez valer
"Águia de Haia" nos faz vencer (bis)
A luz de um novo amanhã virá
Seu nome nunca vai se apagar
Mesmo exilado
Jamais abandonou seus ideais
O jornalista consagrado
Que a família amou demais
Jurista e diplomata se fez imortal
Tornou-se um brasileiro sem igual
Um líder nacional
O exemplo vai ficar
A luta não pode acabar
Os jovens vão se lembrar
O sonho irá brilhar
Vem recordar, ser mais feliz (bis)
A São Clemente exalta o meu país
2000
ENREDO: No
ano 2000, a São Clemente é Tupi, com
Sergipe na Sapucaí
AUTOR(ES): Helinho 107, Cláudio Filé, Reginaldo Bessa e
Leonardo Alegria
Raiou a nova era
É tempo de paz na terra
Hoje a São Clemente se veste de Tupi
Pra comemorar
Conta a lenda que o Deus Maíra
Sete deusas de pedra criou
E Numiar, a escolhida
Com seu filho Arapiá se casou
No seu ventre quatro estações
Para governar a nossa vida
A lua e o sol jamais vão se beijar
Assim Maíra fez a paz reinar
Xingó, acende a memória
Vestígios da história, vem mostrar (bis)
Xingó, é chão que irradia
Calor, energia, vem brilhar
Oh, Sergipe
União de culturas, folclore popular
Rendas, bordados que beleza
E a culinária sem igual
No velho Chico eu vou navegar
Magias e mitos, encontrar
E as carrancas espantam a maldade
No novo milênio que vai chegar
A São Clemente faz...
A festa em 2000 (bis)
E com Sergipe celebra (amor)
Os "500 anos" do Brasil
2001
ENREDO: A
São Clemente mostrou e nada mudou neste
Brasil gigante
AUTOR(ES): Rodrigo Índio, Eugênio Leal, Fabinho e Paulo
Renato
Cantei, ah, como cantei
Eu alertei, eu critiquei, amor
Jeito moleque, brincalhão eu vou
Tentando melhorar esse país (pra ser feliz)
O meu grito ecoou
E aí, o que mudou
Mas não desisto, sou guerreiro lutador
Se correr, o pardal pega
Se ficar, o ladrão come
Onde a coisa vai parar
Tô sem terra, tô sem ninho
Qual será o meu caminho
Quero casa pra casar
Tá na hora de curar minha saúde
Quem tem plano fica pobre (bis)
E o pobre que se cuide
Hoje o Capitão de Asfalto
Tomou de assalto as manchetes dos jornais
Marginalizado
Virou culpado da tragédia social
E o meu povão do carnaval
Não pode mais participar
No troca-troca deu lugar
Para o turista delirar
A solução então
É investir na educação
Criar emprego
Para libertar essa nação
Faz a festa, me abraça, põe champanhe na taça
A São Clemente é alegria (bis)
Vem no peito e na raça, sacudindo a
massa
Na explosão da bateria
2002
ENREDO: Guapimirim
- Paraíso ecológico abençoado
pelo Dedo de Deus
AUTOR(ES): Rodrigo "Índio", Eugênio Leal,
Fabinho, Paulo Renato e Anderson Paz
Eu vou comemorar
Contemplar a Guanabara
Tão bela visão do meu pavilhão
A minha grande inspiração (ao longe)
Ao longe
Abençoada pelas mãos do criador
Divina, pequena fonte cristalina
Gigante, vou desvendar os segredos teus
Que a magia do Dedo de Deus
Nessa viagem vai nos revelar
É lindo, é bom demais
Por onde eu olho a natureza brota em paz (bis)
Tem "sambaqui", herança eterna
Dos nossos ancestrais
A cobiça te explorou
Desde os tempos imperiais
Ainda hoje pago pra ver
Não tem preço preservar os animais
Por entre as matas, rios, cascatas
Trilhar teus caminhos tão especiais
Agora, o progresso chega sem destruição
Recicla a forma de agir desta nação
E faz sua mensagem ecoar
Guapi, nessa avenida sou criança, sou mirim
A esperança é ver o mundo todo assim
E uma nova era semear
A São Clemente chegou, sorria
Aqui não tem racionamento de alegria (bis)
O nosso show é energia
Quarenta anos na pressão da bateria
2003
ENREDO: Mangaratiba,
uma História de Lutas para todos
que Amam a Terra e a Liberdade
AUTOR(ES): Alexandre Araujo, Diego Mendes e Rodrigo Telles
Tô chamando pra sambar
Samba aí que eu quero ver
Deus Tupã a Trovoar (bis)
Lua faz o sol nascer
Feito um Tupinambá, entro nessa multidão,
A São Clemente conquistou seu coração
Índio lutador
Guerreiro pela própria natureza
Defendeu o ouro, todo seu tesouro
Salvou sua terra da ganância portuguesa
Fez um troca-troca gostoso
Botou o colar no pescoço
Olhou pro espelho e sorriu
Índio vaidoso, fingiu que não viu
Que os franceses tão levando o Pau-Brasil
Capoeira dos Escravos, jogada com muita fé
Do gingado das mucamas, sinto o aroma do café (bis)
Da queimada o homem branco, produzia o carvão
Leva banana, produto de exportação
Hoje no recanto milenar
Preservo a vida ouço pássaros cantar
Mangaratiba eu vou
Na suas matas sonhar
Um beijo entre a serra e o mar
Escuto o som do tantã, rolando até de manhã
Nas suas praias também quero namorar
2004
ENREDO: Boi
voador sobre o Recife -
Cordel da galhofa nacional
AUTOR(ES): Jorge Melodia, Noronha, Marcos Zero e Cesar Ouro
A cobra vai fumar
De além-mar ao mar de lama
Gostoso é pecar, se lambuzar no mel da cana
Índias que não estão no mapa
Na boquinha da garrafa, cheias de amor pra dar
O tal batavo começou a avacalhar
E como brasileiro gosta de uma obra
Nassau fez até de sobra
Mascarando o leão do norte, lugarejo sem saúde
Onde a maior virtude era viver de armação
Macunaíma, anti-herói idolatrado
Aqui tudo foi tramado pra virar esculhambação
Todo mundo pelado, beleza pura
Todo mundo pelado, mas que loucura (bis)
Ninguém segura a perereca da vizinha
É um barato a buzina do Chacrinha
Era a corte um rebu
Se ouvir um sururu vai pra ponte que partiu
Com o laranja endividado
O pedágio foi cobrado, o primeiro do Brasil
O boi voou, começou a roubalheira
A galhofa, a bandalheira pra chacota nacional
Mas tira o olho, ninguém tasca eu vi primelro
Tem muito boi brasileiro pra comer nesse quintal
Aonde a zorra vai parar
Eu tô sofrendo, mas eu gozo no final (bis)
A São Clemente faz a gente acreditar
Que no Brasil o que é sério é carnaval
2005
Enredo: Velha é a
Vovozinha: a São Clemente Enrugadinha e Gostosinha
Autores: Diego Mendes, Alexandre Araújo, Rodrigo Telles,
Júnior
Duarte, Armandinho do Cavaco e Eugênio Leal
Saravá Orixás, proteção
Giram baianas espalhando na avenida
Sabedoria, inspiração
É Aruanda a iluminar a nossa vida
Nessa troca de energia
A noite fez o feitiço
Da luz surgiu a magia
A princesinha virou a vovozinha do mar
Sai do casulo e vem sambar
Sou aposentado, tô desesperado
Desboto na fila, só levo um trocado
INS.O.S. descaso e confusão, vem do estatuto a
solução
Eu sassarico, tomo uma e vou bingar
Se tá caído, vai levantar (bis)
Tá tudo azul, eu levo a vida em alto astral
Beijo na boca pra gozar o carnaval
Em busca da eterna mocidade
Sigo os passos da ciência, o meu remédio é sorrir
Ao bailar pela cidade, sinto há felicidade
Eu tô na moda, vou brincar me divertir
Velho é a vovozinha
Solta a voz e contagia, mostra todo o seu valor
A velha guarda pisa forte arrepia
O retrato da história onde o samba começou
É gente bamba, porta-voz da alegria
Que o tempo preservou
São Clemente guerreira, canta pra mudar
Mostra a força do povo, faz acreditar (bis)
Luta por dignidade, em nome da melhor idade
2006
Enredo: De Gonzagão
a Gonzaguinha: Em Vida de Viajante
Compositores: Rodrigo Índio, Fabio Rossi, Ronaldo Soares,
Ricardo Góes e Cláudio Filé
"Lua", ilumina minha
escola
Pra fazer na avenida o mais bonito São João
Tem forró, maracatu, frevo, arte em argila
Num "estado" de paixão
Seu coração pernambucano bate forte de saudade
Que a "alma do sertão" resgatou
Transformando sonhos em realidade
Toca o fole sanfoneiro e encanta o mundo inteiro
Asa branca quer voar
Espalhando a semente, é do povo, é da gente
Abre o sorriso e vem cantar
Não dá mais pra segurar, amor
Seu grito de alerta ecoou (bis)
Desperta o poeta genial
Explode coração no carnaval
Cantar e não ter a vergonha de ser feliz
Viver na escola da vida um eterno aprendiz
Amar a mulher e a pureza da criança
No futuro há esperança
Com liberdade pra sonhar
Sangrando eu vou, eu vou
Mergulhar com você no lago do amor
E lá do céu poder reviver
Mais uma linda turnê
Levanta a poeira, sou mais São Clemente
O preto e amarelo, orgulho da gente (bis)
Sacode bateria no compasso do baião
Cantando Gonzaguinha e Gonzagão
2007
Enredo: Barrados no
Baile
Compositores: Alemão do Táxi, Carlinhos da Penha,
Maninho, Gil
Melodia e Jassa
Sou um vencedor
Pouco me importa se você não acredita
Em meu coração tem emoção
A igualdade é a palavra mais bonita
Derrubei verdades
Quero ter livre minha forma de expressão
Na arte, esporte e cultura
Abaixo a discriminação
Sou índio, sou negro, sou filho da terra
Meu canto de guerra é contra a opressão (bis)
Não traio a verdade, eu sou diferente
Tenho a São Clemente no meu coração
Sigo a luz que me conduz
Em busca da felicidade
No meu arco-íris
Não tem preconceito
Respeito o direito à sua opção
Chega de maus tratos à mulher
Justiça e trabalho sem distinção
Assumo os deveres
E exijo os direitos
Quero ser tratado como cidadão
A São Clemente
não discrimina
Convida geral
Do Hip Hop ao Axé (bis)
Com muito samba no pé
Vem para o baile do meu carnaval
2008
Enredo:
O
Clemente João VI no Rio: A Redescoberta do Brasil...
Compositores: Helinho 107,
Ricardo Góes, Naldo,
Cláudio Filé, Armandinho do Cavaco e Marcelo Santa Clara
No
céu brilhou
O azul cintilante refletindo a nobreza
Lisboa se enfeitou
Celebrando a união das realezas
O povo festejou
Para orgulho da coroa portuguesa
O reino então se mudou
Meu Rio se transformou
Num grande centro de real beleza
Um verdadeiro paraíso tropical
Entrada régia com florais e esculturas
O ritual do beija-mão é sem igual (bis)
O amor impera em sublime poesia
E no palácio a alegria é geral
Com os portos abertos
Surgem amigas nações
Sob o olhar fuzileiro
Adeus colônia, pois o Rio é capital
Viagens pitorescas
Colorindo a cidade, "pinta" a arte francesa
O aclamado rei de Portugal
Vê chegar a hora da partida
O povo se rende na mais pura emoção
É eterno o carinho ao Clemente João
Grande monarca luso-brasileiro
Receba a homenagem do meu Rio de Janeiro
Cerimônia na corte, fechou "geral"
Maria Louca arrasou no visual (bis)
A São Clemente com requinte e fidalguia
Prepara a festa pra Família Real
2009
Enredo: O Beijo Moleque
da São Clemente
Autores: Rodrigo Indio, Alexandre Araujo, Fabio Rossi, Rodrigo Telles e
Armando Daltro
O menino fugiu pra ser artista
Voou pro mundo como faz um trapezista
Vendia o pão de cada dia pra sonhar
O palco é o seu lugar
Um dia o destino traçou
O céu de lona a brilhar
A cara pintada de branco e o coração colorido de amor
Da realidade fez palhaçada
Talento não tem raça nem cor
Encanto e sorrisos por onde passava
Aplausos... O show começou!
“Domo-a-dor” com esperança.... Um lutador
Tem magia na cartola..... Tem sim senhor!!! (bis)
Dou cambalhota, sou um rei no picadeiro
Na corda bamba se equilibra o brasileiro
Segue a caravana pela história
Viu a liberdade de uma raça ser prisão
A monarquia caiu, o marechal coroou
A obra do palhaço trovador
“Beija-a-mim”, circo teatro que
“com-graça”
Apoteose te abraça
Tira a máscara e revela
Veja que é preta e amarela
São cores de um grande amor
Lá vem São Clemente, desponta a guerreira
Moleca, faceira, que me faz feliz (bis)
Eu trago no peito paixão verdadeira
Meu beijo moleque não é brincadeira
2010
Enredo: Choque
de Ordem na Folia
Autores: Luiz Carlos Ribeiro, Marquinhos Gravino, Alex Jouber, Rubinho
Salomão e Marcelo D. Noite
Maravilhosa e com um
corpinho violão
Minha cidade continua a deslumbrar
Quando chega fevereiro, o meu Rio de Janeiro
Para tudo pra sambar
Que saudades que eu tenho
De antigos carnavais
Pegava o bonde andando
E namorava a colombina
E chuva era só de serpentina
Hoje é carro na calçada
Um fuzuê, o caos (bis)
Baderna em cada esquina
O gato agora é geral
Eu bem que te avisei
Que o samba um dia ia sambar
Genitália apareceu
O rei momo emagreceu
E a rainha paga pra reinar
Evolução será que é isso?
Carnavalesco a esmolar
Vou mudar meu destino
Quero crer como um menino
Nesta grande festa popular
A São Clemente vem chegando com alegria
Dando um choque de ordem para acertar essa folia (bis)
Hoje eu quero o povo todo aqui
Com sorriso na Sapucaí
Enredo: O Seu, o Meu, o
Nosso Rio, Abençoado por Deus e Bonito por Natureza
Autores: Ricardo Góes, Ronaldo Soares, FM, Grey, Serginho
Machado, Flavinho Segal, Helinho 107, Cláudio Filé,
Armandinho do Cavaco, Nelson Amatuzzi, Fabio Portugal, Rodrigo Maia,
J.J. Santos e Xandão
E Deus fez a maravilha
Mistérios brotam deste chão
Que a natureza esculpiu
Divina emoção
O Rio nasceu no sol da canção
Terra cobiçada, iluminada
Gente feliz
Menina dos olhos
Do pai criador
Que o padroeiro abençoou
Nas suas águas me banhar
Da fonte vou beber (bis)
E nesse Império Tropical, amanhecer
Passo a passos... Civilização
O modernismo surgiu
Entre riscos e traços se rebatizou
Cidade maravilhosa!
"Minha alma canta", de tanta emoção
A bossa embala o "tom" da canção
Preservar!
É o caminho vamos respeitar
Ter consciência é saber cuidar
Do patrimônio mundial
Rio seu pôr-do-sol é um poema
Braços abertos entra em cena
Nesse carnaval!
Sou carioca e São Clemente
Irreverente, minha paixão (bis)
Meu Rio sua beleza inspira o mar azul
Canta Zona Sul!
2012
Enredo: Uma Aventura
Musical na Sapucaí
Autores: Ricardo Góes, Serginho Machado, Marcos Antunes, FM,
Guguinha, Vânia e Flavinho Segal
Prepare o seu coração
É pura emoção
A sirene acabou de tocar (u-lá-lá)
A orquestra começou
E entoou o meu cantar
Um violino anuncia
Vem viajar na magia
Do meu cabaré, com samba no pé
Vem exibir, pode aplaudir
Será que é sonho meu?
Sucesso aqui vou eu
Põe a máscara pra mim
Vem comigo, a hora é esta (bis)
Não sei viver sem você
És o artista, faz a nossa festa
De tudo aconteceu
Puxa! Aqui Paris é avenida
Hoje o malandro sou eu
Vi a tristeza feliz da vida
Dei um susto, o fantasma sumiu (buuu)
Sou irreverente
Se o samba empolgou, virou carnaval
Nossa aventura musical
Noviça dançou ao som da canção
E conquistou meu coração
Tem bububu no bobobó
Sem sassarico é uó (bis)
Bumbum de fora, pernas pro ar
Bravo! A São Clemente vai passar
2013
Enredo: Horário
Nobre
Compositores: Gabriel Mansilha, Nelson Amatuzzi, Victor Alves,
Floriano do Caranguejo, Beto Savana, Guguinha e Fabio Portugal
Nem adianta me ligar agora
Estou grudado na tela
Antiga história de amor
Orgulho da gente
Ajeita a poltrona, chegou... São Clemente!
No espelho, a magia atravessa gerações
Está no ar a mística das grandes emoções
Coragem irmãos, que a viagem
Tem os dramas da vida que imita a arte
As lutas de um povo e suas bandeiras
Amores e risos por todas as partes
Dance bem, dance mal, dance sem parar
Roque quer sambar... Né brinquedo não (bis)
Quero ouro, muito dez, Inshalá
O Astro na imagem da televisão
Bem lembro a me seduzir
A morena sensual Gabriela
Fogosa Tieta e a doce Isaura
Branca escrava, tão bela
Em Bole-Bole quem não viu?
Dona Redonda explodiu!
Segura a peruca, Perpétua
Odete, chegou sua hora
O Brasil parou! Quem matou?
Já vai terminar do jeito que eu quis
Vilão não tem vez, final feliz
Olha quem chegou, Sinhozinho Malta
Viúva Porcina sambando igual mulata (bis)
Milhões de imortais também presentes
Na tela da São Clemente
2014
Enredo: Favela
Compositores: Ricardo Góes, Serginho Machado, Grey, Anderson, FM
e Flavinho Segal
Em busca da felicidade
Trago a esperança no olhar
Sou bisneto de imigrantes
À miscigenação eu vou brindar
Sem régua, sem esquadro
Arquiteto da ilusão
Com muita luta construí o nosso chão...
Pobre... Mas rico de emoção
Livre... Mas preso na paixão
Favela... Te emoldurei em aquarela
Linda nesta Passarela
A força da fé... Sou eu
Se o bem vence o mal... Valeu (bis)
O amanhã, vou conquistar
É preciso acreditar
Gangorra da vida
De que lado está?
A fome de amor faz meu sonho sonhar
Na minha lida desço o morro pra vencer
Quero justiça pra poder viver
Devemos dar as mãos e juntos caminhar
Minha favela coisa mais bela não há
É nas vielas que nasce o mais puro samba
Se tem batucada nos guetos tem bamba (bis)
É o coração quem manda...
Eu quero mais é ser feliz
A minha estrela vai brilhar (bis)
Oh! São Clemente, eternamente
Vou te amar...
2015
Enredo: A incrível
história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da
Tocandira e da Onça Pé de Boi
Compositores: Leozinho Nunes, Wiverson Machado, Hugo Bruno, Diego
Estrela, Ronni Costa e Victor Alves
Chega mais...
Mas vem sem medo, hoje é Carnaval
Artista brasileiro genial
E nem Matinta Pereira hoje vai lhe calar
Vem bicho brabo e onça sambar
Clementiano é fiel, não abandona
Vem pra folia, Fernando Pamplona
De Rio Branco a Rio Branco aprendeu
Se encantou com esta festa popular
E quando foi julgador, o desfile atrasou
Seu coração salgueirou
Zambi é Zumbi, Chica da Silva
mandou... ôôôô
Exaltando o negro pro mundo inteiro cantar (bis)
Pega no ganzê oi, pega no ganzá
Idealista, grande vencedor
Fez o desfile ganhar outra dimensão
Choveram críticas ao professor
Junto aos confetes e alegria do povão
Hoje sua herança desfila aqui
Lindo girassol começa a se abrir
É o mestre
Que segue o astro rei lá no infinito (bis)
O céu ficou ainda mais bonito
Todos querem aplaudir
Vem que a festa é da gente
Meu orgulho São Clemente (bis)
Ao gênio maior da avenida
Canta Zona Sul, feliz da vida
2016
Enredo: Mais de
Mil Palhaços no Salão
Compositores: Rodrigo Índio, Alexandre Araújo, Fabio
Rossi, Vinícius Nagem, Amado Osman, Armando Daltro, Rodrigo
Telles e Davi Costa
Que confusão, meu deus do céu!
Foi travessura dos diabos
O bobo irreverente do reino fez piada
A corte encantada aplaudiu
Na feira, em cena a arte
O céu de estrelas ilumina o chão
Espalha por todas as partes
Sorrisos pela multidão
Fascina meninos de qualquer idade
Suspense! O show começou!
Montado na felicidade, surge o palhaço!
O circo chegou!
Alô, alô! Alô criançada vai ter palhaçada
Quero ver você feliz… (bis)
Dou cambalhota, pirueta! Se chorar, faço careta
Bravo! A platéia pede bis!
Tá certo ou não tá? Eu vou gargalhar
Oh! Quanta alegria!
Divino dom do riso é carnaval
Na festa dos "reis da folia”
A cara branca, o pastelão!
Cara-pintada, voz de uma nação
Sou saltimbanco brasileiro, me equilibro o ano inteiro
Tem marmelada e "faz-me-rir"
Acorda! Esquece a tristeza e vem cantar
“Pelo telefone” mandaram avisar
O palhaço o que é?
É ladrão de mulher!
Mas tem samba no pé
O palhaço o que é? É doce ilusão
Sonho de criança, pura emoção (bis)
De preto e amarelo pintou meu amor!
Hoje tem São Clemente? Tem, sim senhor!
2017
Enredo: Onisuáquimalipanse
Compositores: Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Anderson
Paz, Gustavo Albuquerque, Camilo Jorge e Marcelão da Ilha
Contam… que o governante de um país
Dançava as noites tão feliz
E brincava mascarado
Do zum zum do carnaval
Bailou… como o astro-rei de um poema
Ao final da cena
Houve aclamação geral
O sol… a partir desse tal dia (bis)
Ganhou a honraria de símbolo real
Daí então o ministro do tesouro
Ergueu a peso de ouro
Um palacete e convidou
O soberano que encantou-se nos jardins
Com a beleza se mirando nas águas do chafariz
Foi assim que descobriu nessa festança
Que havia comilança em sua pátria mãe gentil
Chega ao fim tanta cobiça
Quem levou não leva mais (bis)
Majestade da justiça
Palavra de rei não volta atrás
Usando a mesma régua e o mesmo traço
Construiu-se outro palácio
De imponência sem igual
Ecoam pelos ares de Versalhes
Os acordes de um baile suntuoso e triunfal
A coroa do sol vem me coroar
Alumiou, deixa alumiar (bis)
Que hoje o rei sou eu
Brilhando com a ginga que o samba me deu
2018
Enredo: Academicamente Popular
Compositores: Gusttavo Clarão, Ricardo Góes, Flavinho
Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Orlando
Ambrósio
Vem ver! Convidei Debret
Pra pintar o desfile do meu carnaval
A arte neoclássica impera
No Brasil colonial
Dom João! Em nobres traços vê inspiração
E faz um Rio à francesa
Erguendo os pilares do saber
Emoldurando… a exuberante natureza
Onde toda forma se mistura
Na mais perfeita arquitetura
É a força da mata, salve São Sebastião
Onde o artista encontra o povo, a beleza desse chão (bis)
Viu no tom a negritude, viu no índio atitude
O esplendor de uma nação
Ao ver a minha obra na avenida
Relembro dos artistas imortais
É a brasilidade dando vida
À arte dos salões aos carnavais
Hoje… “quem chorava vai sorrir”
Os manuais vão reluzir
A “missão” no peito de quem ama
Em manter acesa a chama
Recriar… os 200 anos de história
Numa linda trajetória
Academicamente popular
A mais bela arte o samba me deu
Fiz da São Clemente o retrato fiel (bis)
Os traços mais finos, com as bençãos de Deus
Deslizam no meu papel
2019
ENREDO: E
o samba sambou...
AUTOR(ES): Helinho 107, Mais Velho, Chocolate e Nino
Vejam só
O jeito que o samba ficou (e sambou)
Nosso povão ficou fora da jogada
Nem lugar na arquibancada
Ele tem mais pra ficar
Abram espaço nesta pista
E por favor não insistam
Em saber quem vem aí
O mestre-sala foi parar em outra escola
Carregado por cartolas
Do poder de quem dá mais
E o puxador vendeu seu passe novamente
Quem diria, minha gente
Vejam o que o dinheiro faz
É fantástico
Virou Hollywood isso aqui (isso aqui)
Luzes, câmeras e som (bis)
Mil artistas na Sapucaí
Mas o show tem que continuar
E muita gente ainda pode faturar
"Rambo-sitores", mente artificial
Hoje o samba é dirigido com sabor comercial
Carnavalescos e destaques vaidosos
Dirigentes poderosos criam tanta confusão
E o samba vai perdendo
a tradição (bis)
Que saudade
Da Praça Onze e dos grandes carnavais
Antigo reduto de
bambas (bis)
Onde todos curtiram o verdadeiro samba
2020
Enredo: O Conto do Vigário
Compositores: Marcelo Adnet, André Carvalho, Pedro Machado,
Gustavo Albuquerque, Camilo Jorge, Luiz Carlos França, Gabriel
Machado e Rafael Candela
O sino toca na capela e anuncia
Nossa Senhora começou a confusão
Quem vai ficar com a imagem de Maria?
O burro vai tomar a decisão
Mas o jogo estava armado
Era o conto do vigário
Nessa terra fértil de enredo
Se aprende desde cedo
Todo o papo que se planta dá
Dom João deu uma volta em Napoleão
Fez da colônia dos malandros capital
Trambique, patrimônio nacional
Tem laranja!
“Na minha mão, uma é três e três é dez” (bis)
É o bilhete premiado vendido na rua
Malandro passando terreno na lua!
Hoje, o vigário de gravata
Abençoa a mamata
Lobo em pele de cordeiro
Trago em três dias o seu amor
“La garantia soy yo”
“Só trabalho com dinheiro”
Chamou o VAR, tá grampeado
Vazou, deu sururu
Tem marajá puxando férias em Bangu
Balança na rede
Abre a janela, aperta o coração
O filtro é fantasia de beleza
Na virtual roleta da desilusão
Brasil, compartilhou, viralizou, nem viu!
E o país inteiro assim sambou (bis)
“Caiu na fake news”
Meu povo chegou ô ô!
A maré vai virar, laiá! (bis)
Na ginga pra frente, lá vem a São Clemente
Sem medo de acreditar!