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E-MAIL
DO EUGÊNIO LEAL Recebi
um e-mail muito educado e bem escrito por Eugênio Leal. Quem é bamba conhece:
Eugênio é jornalista, coordenador da Rádio Tamborins, programa de rádio pela
internet sediado no site Esquentando os Tamborins (http://www.tamborins.com.br).
Também é autor de samba enredo e integrante da ala dos compositores da São
Clemente. Pois
bem. Eugênio enviou-me por e-mail uma resposta referente à coluna que eu
escrevi aqui no Sambario há um tempo atrás, intitulada “Batuque
não é privilégio, samba não se aprende no colégio”. Para
conservar o caráter do texto, reproduzo a resposta que o Eugênio Leal
escreveu: Encontrei
um tempinho para navegar na net e cheguei até a sua coluna. Fiquei muito
honrado de ver meu nome citado entre talentos tão grandes do carnaval. Eu
realmente não faço música além do samba enredo. Primeiro porque eu gosto é
de samba-enredo, embora tenha uma grande simpatia pelo samba de raiz. Mas minha
paixão sempre foi samba-enredo. Sou do tipo que ouve o ano inteiro e fica
pesquisando os sambas cada vez mais raros. Também não sei se teria capacidade
para fazer uma boa música de meio de ano. Já até tentei e fiz algumas, mas as
guardo para mim. Quanto
aos outros citados na sua lista, alguns já tentaram a vida fora do samba
enredo. O Fernando de Lima, meu vizinho aqui em Laranjeiras e ex-compositor da São
Clemente, teve uma música gravada pela Beth Carvalho em 1997 (“Se você
soubesse”). Essa música foi, inclusive, o carro-chefe do disco "Carioca
da Gema", que não fez tanto sucesso porque a Beth estava na época com um
problema nas cordas vocais e andava um pouco rouca. O
Gusttavo (da Viradouro) faz parte de um grupo de pagode que executa músicas próprias.
Com certeza, algumas feitas por ele próprio. É o Família Clarão (ex-Clarão
da Lua), que faz muitos shows, especialmente em Niterói, mas não conseguiu
emplacar um grande sucesso na mídia. O André (Diniz, da Vila Isabel) também
tinha um grupo de pagode, mas parece que acabou. Eles chegaram a fazer um CD no
final dos anos 90 que também não vingou. Mas ele tem músicas gravadas em Cds
pouco conhecidos, como o disco da Raça Rubro Negra (tem uma muito bonita,
"Ser Flamengo"). O João Estevam tem, pelo menos, uma música gravada,
pela Beth Carvalho, que é um samba do bloco Simpatia é quase amor "No meu
Rio de Fevereiro simpatia é quase amor". Sei
que eles têm potencial para fazer grandes obras além do samba-enredo, mas hoje
em dia é muito difícil entrar nessa área, furar o bloqueio dos poucos
artistas de samba que conseguem vender bem. Além do que o mercado quer mais é
porcaria mesmo, coisas do tipo daqueles pagodes irritantes, que estes
compositores com certeza não querem fazer. Pra
encerrar - dos oito sambas enredo que eu já fiz, só um ou dois não passaram
por uma mesa de bar antes de serem finalizados. E eles perderam. (ass)
Eugênio Leal Obrigado, Eugênio, pela gentileza em ter me enviado a resposta. O que dá para constatar é que atualmente há uma dificuldade grande da “nova guarda” dos compositores de carnaval em conseguir emplacar suas obras nos repertórios dos figurões do samba e o samba enredo acaba sendo um refúgio, uma válvula de escape para os autores. Rixxa Jr. |
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