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SAFRA DE SAMBAS PARA 2007 É BOA, MAS NADA DE ANTOLÓGICA Às vésperas da gravadora
Universal pôr o CD oficial do Grupo Especial do Rio de Janeiro
para 2007 nas prateleiras das melhores lojas do ramo, vou tecer
comentários pelo que eu escutei na net e pelo que eu ouvi e
troquei idéias com malucos por samba como eu. Seguem então os
comentários de cada samba na ordem em que as obras aparecerão
no CD oficial. Comparação com 2006: Superior. O "Soy loco por ti América" tinha grande apelo popular, mas escorregava num portunhol de gosto duvidoso e melodia merengueada. A construção musical da obra escolhida para 2007 é muito melhor. No entanto, "Metaformoses" é inferior aos sambas de 94 e 2005, de autoria do próprio Diniz. Comparação com Vila
Isabel: Certamente o samba de 2007 não entrará em
nenhuma antologia de uma escola que tem em sua carteira obras
incontestavelmente melhores compostas por Martinho, Luiz Carlos
da Vila e Paulo Brasão. Comparação com 2006: Inferior. O do ano passado, "Amazonas", composto pela mesma parceria liderada por Marcio das Camisas, era mais leve, mais vibrante. O samba deste ano é mais pesado, em tom menor. Poderá ter maior apelo se Zeca Pagodinho - citado na letra - aparecer no desfile. Comparação com Grande
Rio: Samba certamente inferior a boas composições na
relativamente recente história da escola, como "Águas
claras para um rei negro" (1992), "No mundo da
lua" (1993), "Os santos que a África não viu"
(1994) e "Madeira-Mamoré, a volta dos que não foram lá no
Guaporé" (1997). Comparação com 2006: Equivale em qualidade com "Arquitetando folias". Este "Vira o jogo" tem uma boa construção, melodia agradável e que facilita o canto. Apesar de soar estranho o "respiro fundo/no pinball quero brincar". Comparação com
Viradouro: É um hino que obedece o estilo definido
pelos sete sambas anteriores das parcerias capitaneadas por
Gusttavo. Mas está longe dos antológicos "Bravíssimo -
Dercy Gonçalves" (1991), "E a magia da sorte
chegou" (1992), "Amor sublime amor" (1993) e
"Orfeu, o negro no carnaval" (1998). E a anos-luz dos já
longínquos sambas da época dos desfiles da Rua Amaral Ferrador,
em Niterói: "Amor em tom maior" (1981), "Mutou
muido kitoko" (1982) e "Acredite se quiser"
(1983). Comparação com 2006: Superior. Apesar do "Velho Chico" ter sido um samba bonito e bem construído, era pesado, com dois refrões em tom menor e letra extensa, diferente daquilo que o mangueirense estava acostumado a desfilar. Comparação com
Mangueira: É da linha de sambas comerciais como
"Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu"
(94), "A Esmerlada do Atlântico" (95) e "Trinca
de reis" (89). Comparação com 2006: Superior. O tema da negritude sempre é sujeito a gerar bons sambas e este confirma a regra. O tema de Poços de Caldas, misturando o mítico reino de Atlântida e o apelo ambiental pela preservação da água no planeta, ficou muito confuso. Comparação com
Beija-Flor: Ficará no mesmo patamar de alguns épicos
da Era Comissão de Carnaval, como "Araxá" (1999),
"A saga de Agotime" (2001), "Manôa, Manaus, Amazônia,
Terra Santa" (2004). Comparação com 2006: Superior. Aliás, o "De lambida em lambida" é o melhor samba da trilogia composta por Jorge Remédio. Comparação com Unidos
da Tijuca: A escola do Borel tem um respeitável histórico
de sambas antológicos. Se compararmos com a trajetória da própria
escola, este samba de 2007 será apenas mediano. Comparação com 2006: Equivale em qualidade ao "Brasil, marca a tua cara e mostra para o mundo". A melodia também tem nuances inteligentes e típicas de samba de carnaval. Comparação com
Portela: Um dos melhores sambas compostos para a azul e
branco de Madureira nesta primeira década do século 21. Comparação com 2006: Inferior. Por enfocar a fé do brasileiro, o "Império do Divino" era mais emocionante e mais inspirado. Comparação com Império
Serrano: A ala de compositores da verde e branco da
Serrinha é considerada a melhor dentre todas as escolas. Mesmo
assim, é covardia uma comparação com as antologias compostas
por de Silas, Mano Décio, Roberto Ribeiro ou Beto Sem Braço. Comparação com 2006: Inferior. Apesar de ousado, o samba de 2007 possui uma letra extensa e uma melodia sinuosa e complexa, tornando o canto mais difícil. O intérprete Preto Jóia terá um desafio pela frente. Comparação com
Imperatriz Leopoldinense: Não deverá se tornar antológico,
pois concorre com as obras memoráveis de Bidi, Zé Catimba,
Gibi, Niltinho Tristeza, Darcy do Nascimento e Dominguinhos do
Estácio. Comparação com 2006: Equivale à qualidade de "A vida que pedi a Deus", também de autoria de Toco. Harmonia bem construída, letra caprichada, beleza musical inquestionável, mas sem explosão para um desfile de carnaval. Comparação com
Mocidade: Carente de boas obras nesta primeira década
do século 21, a comunidade de Padre Miguel pode considerar o
samba de 2007, assim como as obras de 2002 e de 2006, como as
melhores dos últimos anos. No entanto, não se comparam a pérolas
como "Festa do Divino" (1974), "Mãe Menininha do
Gantois" (1976), "Ziriguidum 2001" (1985),
"Como era verde meu Xingu" (1983), "Tupinicópolis"
(1987), "Vira virou, a Mocidade chegou" (1990),
"Chuê, chuá, as águas vão rolar" (1991),
"Sonhar não custa nada" (1992) ou
"Villa-Lobos" (1999). Comparação com 2006: Superior. "Microcosmos", resultado de uma fusão de dois sambas, era um bom samba. Mas "Candaces" vai tocar fundo na emoção salgueirense. Comparação com
Salgueiro: O samba de 2007 tem tudo para ingressar no
panteão das obras antológicas da negritude da Academia do
Samba. Comparação com 2006: Superior. Não tem nem comparação. Comparação com Porto
da Pedra: Em uma trajetória relativamente curta, a
escola de São Gonçalo ganhou uma bela obra para rechear ainda
mais a sua carteira de bons sambas. "Preto e branco à
cores" já chega para fazer companhia para "Campo
cidade, em busca da felicidade" (1995), "A folia no
mundo - um carnaval dos carnavais" (1996), "No reino da
folia, cada louco com sua mania" (1997), "E na farofa
do confete, tem limão tem serpentina" (1999), "Um
sonho é possível" (2001) "Serra acima, rumo à terra
dos coroados" (2002), Rixxa Jr. |
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