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VAI
COMEÇAR A FESTA... Por força maior
e por causa da disputas de sambas-enredos, a coluna se ausentou
involuntariamente. Mas cá estamos novamente. E dessa vez para
discutir o principal momento de uma bateria antes do desfile: o
“encaixe” das mesmas com os sambas vencedores. Pois é
nesse momento que se decide o que será feito ou não na Avenida,
testes exaustivos nas quadras e ensaios técnicos na Marquês de
Sapucaí para acertos com o intérprete, paradinhas em fase de
aprimoramento e muitas outras coisas que tornam esse período
importante. Geralmente,
algumas baterias e mestres já têm na cabeça o que farão em
cada samba ou no que se destacou como favorito. Paradinhas são
criadas e aprimoradas nos ensaios restritos à bateria, que após
a escolha são encaixadas ou não no hino vencedor. Caso esse,
que ocorre em muitas escolas, como por exemplo Portela,
Salgueiro, Viradouro e outras. Os diretores de tamborim pensam
nos desenhos e alteram passagens e subidas para cada samba, assim
como os de surdos de terceiras (em escolas que fazem direção
desse naipe). É a hora do
acerto geral, que em aproximadamente um mês já está tudo no
eixo. Todo o sacrifício é posto à prova e em prática nos
ensaios técnicos de quadra e, a partir de Dezembro, na Sapucaí.
Aliás, é ali que se pode ter noção de como será o impacto
para o canto, para a escola, para a própria bateria e para os
“jurados populares”, que se manifestam rapidamente nas
arquibancadas. Ainda é cedo
para falarmos como será o comportamento de cada escola com o seu
samba, mas já ficamos na expectativa de mais um espetáculo
rítmico.
A LESGA acertou
em cheio ao trazer de volta os sambas com gravações ao vivo.
Assim como a matriz inspiradora LIESA fez de Quase todos os
naipes são convocados para a gravação, com exceção dos
chocalhos que só entram na fase de estúdio, juntamente com a
voz do intérprete e instrumentos de corda. Para qualquer ouvinte
e admirador de bateria, esse tipo de gravação é o que há de
melhor. Não só pela qualidade do produto, que se torna muito
mais próximo do que se faz em quadra e/ou Avenida, mas também
porque traz a escola para a casa do ouvinte. A produção que
é coordenada pelo ex-comentarista de bateria da Rede Globo e
ex-presidente da bateria da Mangueira, Ivo Meirelles, faz um
enfoque maior na participação das baterias nos sambas, tornando
o áudio num “mini-desfile” de aproximadamente 5
minutos. É um alento para os ouvidos e para quem acompanha de
longe os desfiles, porque deixa de lado a “frieza” dos
estúdios e a perda das características próprias de cada
bateria. Fora isso, ainda
trará um making off explicativo sobre cada bateria, escola e
instrumento. Para o leigo no assunto, mais uma chance de conhecer
melhor nossas orquestras de percussões. Começou muito
bem a LESGA, parabéns ao presidente Reginaldo e todos os
envolvidos. Ewerton Fintelmann Bruno Guedes |
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