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Coluna do Luiz Carlos Rosa

RETA FINAL NA MANGA

19 de agosto de 2010, nº 9, ano II

Amigo sambista,
 
A Mangueira foi a primeira agremiação do Grupo Especial a divulgar na mídia carnavalesca suas obras concorrentes. Evidentemente, o enredo sobre o poeta Nelson Cavaquinho "deu ginga", tanto que a safra de sambas na verde e rosa é bastante satisfatória. Foram apresentadas nada mais nada menos que 131 obras, dos quais apenas seis continuam na disputa:
 
SAMBA 5A (19 SITE CARNAVALESCO)
Este é o meu preferido desde a prematura saída do sambaço de Tantinho e cia. É uma obra que tem a cara e focinho da Mangueira dos anos 80 e 90. Aliás, se o Mestre Jamelão estivesse vivo, com certeza aprovaria, já que além de ser bonito, o samba se encaixaria perfeitamente à sua saudosa interpretação. Classudo, de letra simples, mas que conta o enredo com muita categoria. Cantado por Pixulé, tem um refrão principal que é um verdadeiro "arrasta-bairro": "Sou filho fiel da minha bandeira/sou verde e rosa vim aqui pra desfilar...". Outro grande momento do samba é a entrada da segunda parte que chega a ser imponente. Enfim, esse é um samba pra desfile campeão!!!
 
SAMBA 9A (31 SITE CARNAVALESCO)
A obra não tem problemas técnicos relevantes, a letra descreve bem o enredo onde destaco o belíssimo verso "Sonhei/que folhas secas cobriam meu chão/ pra delírio dessa multidão...". Entretanto, a melodia não tem tempero, claramente carece de momentos mais inspirado. O refrão principal é bom, mas o central não tem força alguma. É o grande azarão da turma - na minha opinião - pois dos seis classificados é o que menos me chama a atenção.
 
SAMBA 22 B (2 SITE CARNAVALESCO)
Se o samba acima não tem grandes momentos melódicos, este aqui tem de sobras. A melodia é bastante envolvente, conseguindo mesclar lirismo e animação com certa sagacidade. A letra retrata muito bem o tem aproposto. O verso "Montado em seu cavalo/o Nelson da Silva/chaga a primeira estação" é interessantíssimo. Na quadra, a obra está num ótimo momento e cresce a cada eliminatória. Uma das fortes candidatas à vitória.
 
SAMBA 30B (13 SITE CARNAVALESCO)
Esse tambem é um dos fortíssimos candidatos a vencer a disputa na verde e rosa. É uma obra leve, bem encorpada, com trechos emocionantes e uma melodia bastante agradável. Alias, o casamento entre melodia e letra é de impressionar. Os refrões são pegajosos, principalmente o de cabeça "Eu sou fiel sou da Mangueira/o meu amor não tem fronteiras...". Tem uma forte torcida nos foruns de internet.
 
SAMBA 56B (15 SITE CARNAVALESCO)
O sambaço de Lequinho e cia. desponta como o grande favorito na Manga. Das obras "modernas" é com toda a certeza a melhor do certame. Letra excepcional que foge completamente do óbvio e uma melodia que tem a marca da parceria: valente com variações extravagantes. Outra "marca" da parceria é a pergunta no primeiro verso do refrão principal. Em 2010 o pessoal perguntava "Onde mora a poesia?". No samba de 2011, ''Quem faz o povo sambar???". 
 
SAMBA 57A (36 SITE CARNAVALESCO)
Confesso que este samba não me agradava logo no inicio da disputa. Entretanto, passando a ouví-lo constantemente, notei que se trata de uma bela obra de refrões extremamente fantásticos. A letra e melodia estão perfeitamente casados, prontos pra lua de mel. Dizem que esta obra é do grande compositor Hélio Turco. Vamos aguardar os acontecimentos!!!
 
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BEIJA-BEIJA, BEIJA-BEIJA
 
Não vejo motivos pra tanta indignação de alguns sambistas após ser divulgado o samba concorrente de Erasmo Carlos, Paulinho Valle e Eduardo Lages. Particularmente, prefiro um samba deste naipe do que os politicamente corretos que estão sendo divulgados, e que pelo andar da carruagem, dificilmente serão lembrados após a dispersão.
 
Até porque a safra nilopolitana chega a ser frustante. Tem bons sambas mas "O" samba é que faltou na escola. Talvez Laíla mande dar aquela paradinha pra revisão. Se isso realmente acontecer, torço para que todas as parcerias encontrem um grande momento de inspiração porque o enredo não é complicado. É a simplicidade do Rei.
 
Voltando a falar da obra do Tremendão, num todo, não é ruim. É curto, facil de cantar e é... diferente. Não é japonês, amigo, pode ficar tranquilo. É um samba que não irrita. Nas primeiras audições quem não deu uma risadinha no refrão principal "beija-beija/ beija-beija", que atire a primeira pedra. É tosco, mas gruda na mente. A letra é que deveria ser mais poética, e claro, biográfica, já que praticamente só fala de amor (seis vezes)... É por isso que a "paradinha" do Laíla seria bem-vinda.
 
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EU RECOMENDO...
 
Aurinho da Ilha foi o último grande baluarte de uma geração talentosa na União da Ilha do Governador. Assinou obras magnificas na agremiação insulana no qual destaco o clássico Domingo (1977). Tambem se aventurou no Salgueiro onde compôs "História da Liberdade" (1967) e o melhor samba da escola, na minha opinião: "Dona Bêja – A feiticeira de Araxá" do carnaval de 1968. E é com este samba que faço uma pequena homenagem ao já saudoso Aurinho. Uma obra fantástica, bem construída e que não possui refrões. A melodia é uma das mais lindas de toda a história do nosso carnaval. Quem interpreta é outro monstro sagrado que tambem se foi há alguns anos: Mestre Jamelão. Por tudo isso que eu recomendo:
 

 
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QUE O NOSSO TAMBOR CONTINUE SEMPRE A RUFAR DENTRO DE NÓS, GRAÇAS A DEUS!!!

Um grande abraço e até a próxima, amigo sambista!!!

Luiz Carlos Rosa
luizfuga@yahoo.com.br