22 de fevereiro de 2010, nº 7, ano II

Amigo sambista, 

 
A histórica comissão de frente da Tijuca: o grande destaque de 2010

A vitória da Unidos da Tijuca depois de quebrar um tabu de SETE DÉCADAS E MEIA, foi absolutamente merecida. Das doze agremiações, foi a ÚNICA a causar impacto na Avenida. Os componentes unitijucanos cantaram muito, repetindo a performance dos dois ensaios técnicos. O grande destaque do desfile ficou por conta da perfeita comissão de frente, com um show de ilusionismo, arrancando aplausos da Sapucaí inteira.  

Há de se ressaltar a ótima administração de Fernando Horta, o belo trabalho de barracão feito pelo incansável Paulinho D'Ouro, dos diretores de harmonia e carnaval Fernando Costa e Ricardo Fernandes, respectivamente, e claro, da comunidade do Borel. Mas o maior responsável pela vitória tem nome e sobrenome: Paulo Barros, o melhor carnavalesco da década. Ele e a escola ganharam o campeonato ao receber a sugestão do enredo de um adolescente chamado Vinicius: "Faça um enredo sobre segredos!!!". Como é um tema abstrato porém interessante, Barros não teve duvidas e nem segredo pra desenvolver esse enredo. E o resultado é o que se viu no desfile: inesquecível! Parabéns aos unitijucanos que esperaram por tanto tempo pela vitória! 

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Análises e notas dos desfiles: 

O desfile desse ano foi apenas agradável! Tijuca fez um desfile encantador, Grande Rio emocionou pela plasticidade e homenagens, a Mocidade animou a Sapucaí, Mangueira cantou muito... mas esperava uma Vila energizada, o que não aconteceu devido à falha absurda da aparelhagem de som. E a Portela, hein? Foi um verdadeiro fiasco e olha que eu acreditava na vitória...  

TIJUCA - Perfeita ela não foi. Barros ainda precisa caprichar no quesito Alegorias, onde houve oscilação de carros maravilhosos (Jardins e da Biblioteca) com carros sem noção nenhuma (rampa dos super-heróis e Michael Jackson). Fora isso, a escola cantou, empolgou, encantou e mereceu o campeonato.  NOTA 9 

GRANDE RIO - Desfile com gosto de quero mais. Destaque para a beleza das fantasias e alegorias. A bateria do Mestre Ciça como sempre impecável! A agremiação de Caxias fez a melhor apresentação de sua história no grupo principal. NOTA 8,5

BEIJA-FLOR - O feijão com arroz de sempre, mas com pouco tempero. Fez um desfile correto, porém chato. A escola veio sem a vibração característica marcante em suas apresentações. O luxo das fantasias foi o ponto alto da escola nilopolitana. NOTA 8 

VILA ISABEL - Para mim era a grande favorita ao título. Mas com a falha do sistema de sonorização, que diga-se de passagem, é do tempo de Noel... a Vila não empolgou, apesar de ter feito um belo desfile. Apesar das fantasias de bom gosto, algumas alegorias estavam bastante simplórias. Destaque para a bateria do Mestre Átila com suas bossas e paradinhas.  NOTA 8 

SALGUEIRO - Como eu disse na coluna anterior, a escola se classificaria de forma sossegada para o Desfile das Campeãs. Com um enredo que não tem nada a ver com a escola, era previsível que não brigaria pelo título. Apresentação correta, apenas com destaque positivo para o conjunto plástico. NOTA 7,5 

MANGUEIRA - Se tivesse o luxo da Beija-Flor, talvez ganhasse o título. A Manga veio muito forte, com seus componentes cantando muito, mas no aspecto visual muito aquém de sua grandeza. O samba fez a diferença. NOTA 8 

MOCIDADE - O samba absolutamente animado proporcionou à escola um desfile alegre e solto. Destaque para a harmonia da escola. Se fosse uma das últimas a desfilar, teria lugar garantido no Sábado das Campeãs. NOTA 8 

IMPERATRIZ - Um sambão nas suas mãos e não foi aproveitado. A Imperatriz cantou pouco, devido a várias alas comerciais. A agremiação de Ramos teve sérios problemas em suas alegorias, principalmente o abre-alas deixando buracos em sua apresentação e "futricando" a evolução. O ponto alto da escola foi o show da bateria do Mestre Marcone. NOTA 6,5

PORTELA - A grande decepção do ano. Criaram-se muitas expectativas positivas pra escola, que acabou fazendo um desfile burocrático. O enredo de difícil compreensão ajudou a complicar a cuca dos sambistas, vide alegorias e fantasias. Tirando os quesitos plásticos, a escola esteve razoável. O componente cantou bem o samba, que também é burocrático e a bateria empolgou com suas paradinhas. NOTA 5 

PORTO DA PEDRA - Se a Portela foi decepcionante, a Porto da Pedra fez um desfile surpreendente. O samba, na minha opinião, é um dos piores da década, porém rendeu bem na Avenida. Aliás, se tivesse um samba sensacional, estaria brigando pelo Sábado das Campeãs. A escola apresentou irreverência. Pecou na evolução e harmonia, além de algumas alegorias que tiveram problemas. NOTA 6 

ILHA - Primou pelo luxo e requinte de fantasias e alegorias, marca registrada da carnavalesca Rosa Magalhães. A escola veio empolgada, compacta e sem erros gritantes. O samba fluiu, o enredo foi bem contado e a bateria do Mestre Riquinho agradou a todos. Merecia uma colocação muito mais honrosa do que o penúltimo lugar. NOTA 7,5 

VIRADOURO - A agremiação de Niterói fez um desfile fraquíssimo. Parecia que alguns componentes já sabiam que seria rebaixada. O conjunto plástico parecia de Segundo Grupo, absolutamente de gosto duvidoso. O "dindin" do patrocinador não veio e a escola acabou fazendo o que podia ser feito. NOTA 4

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No grupo da Lesga, a São Clemente faturou o título, apesar de ter realizado um desfile inferior a muitas escolas do grupo. Caíram para o Grupo RJ1, Padre Miguel (que, na minha opinião, não merecia cair) e Tuiuti. 

No RJ1, deu Alegria da Zona Sul, que fez um belo desfile principalmente no conjunto plástico. O Arranco fez tecnicamente o melhor desfile desse grupo, ficando em segundo, porém não subindo. Caíram para o RJ2, Jacarezinho, Boi da Ilha e Flor da Mina. 

A campeoníssima do RJ2 foi a Independente de São João que exaltou a africanidade. Quem também subiu foi a Difícil é o Nome. Desceram Cosmos, Dendê e Manguinhos, todos pra o RJ3. 

No Grupo RJ3, a campeã foi a Em Cima da Hora contando e festejando seus 50 anos de glórias. Villa Rica e Rosas de Ouro também garantiram suas vagas para o RJ2. As tradicionais Lucas e Vaz Lobo, juntamente com Cabral, desceram para o último grupo. 

E pra fechar, no RJ4, a grande campeã foi a Leão de Nova Iguaçu que homenageou Neguinho da Beija-Flor. Em sua estréia, a Império da Praça Seca também subiu com o segundo lugar conquistado. Quem não desfila em 2011 é a Uraiti, que foi a ultima colocada, aliás a 73ª colocada se contarmos todos os grupos. 

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E no carnaval iguaçuano deu Império da Uva. Mais detalhes dessa conquista no próximo artigo.

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ERRATA: Na coluna anterior, equivocadamente disse que a bateria da Vila Isabel era capitaneada pelo Mestre Mug - quem está comandando brilhantemente é o Mestre Átila. Peço desculpa aos leitores! 

QUE O NOSSO TAMBOR CONTINUE SEMPRE A RUFAR DENTRO DE NÓS, GRAÇAS A DEUS!!! 

Um grande abraço e até a próxima, amigo sambista!!!