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Coluna do Luiz Antônio Fernandes

Coluna do Luiz Antônio Fernandes

DESABAFO DE UM APAIXONADO POR SAMBAS-ENREDO

Todo ano é assim. E lá se vão 22 anos nessa loucura. Chega final de novembro e começo de dezembro, vou as lojas a procura do CD de sambas enredos do carnaval Carioca. Em minha cidade sempre sou um dos primeiros a comprar. Pois aqui só chegam poucas cópias e quem bobear, fica sem.

Como sou, viciado, fissurado, apaixonado e muitos anos mais por sambas enredos, sempre comprei lps/cds originais para completar minha coleção. E a espera para que chegue os sambas nas lojas é angustiante. Porém...

Confesso que de alguns anos para cá, tenho adquirido os cds, escuto 2, no máximo 3 vezes cada samba e guardo na estante, carinhosamente confeccionada para guardar minhas preciosidades.

Sinto saudade do tempo que comprava os LPs/Cds e escutava dias, semanas inteiras até cansar. Como era bom escutar sambas na voz de Quinzinho, Rico Medeiros, Aroldo Melodia, Marcos Moran, Sobrinho, quanta saudade.

Tenho em meu acervo cerca de 160 cds de sambas enredos, e sempre me pego escutando alguns, mas destes alguns, quase nunca são de 97, 98 para cá (a não ser os dos grupos de acesso).

É sempre a mesma coisa, compro os cds do Grupo Especial, escuto-os um pouco e guardo-os.

Excetuando o Rio de Janeiro, não há mais, na minha opinião, lugar algum do Brasil, que os sambas façam tanto sucesso como antigamente.

Sambas antológicos como É hoje,  Bumbum Paticumbum Prugurundum, Contos de areia, Yes nós temos braguinha, Tupinicópolis, Kizomba, Liberdade Liberdade e muitos outros perpetuavam-se e avançavam o período carnavalesco tocando e sempre sendo lembrados por aqueles que amam sambas-enredos. Hoje em dia a coisa mudou: passado o carnaval, jazem os sambas enredos.

Se me perguntarem em que ano uma certa escola apresentou tal samba, de 1994, acertaria 85%.

De 1995 em diante confesso que me lembraria de no máximo 20%.

Na minha opinião, do ano de 1991, para cá, somente 2 sambas conseguiram ultrapassar  o período de momo e ficaram na memória do povo, sendo cantados em charangas de jogos de futebol, rodas de sambas etc... Sonhar não custa nada, da Mocidade Independente e Peguei um Ita no Norte, do Salgueiro (este mais pelo seu refrão do que propriamente pelo samba todo em si). Dos demais, pouco se ouviu ou se ouve (excetuando-se no Rio de Janeiro, o que não podia ser diferente).

Em qualquer roda de samba que freqüento, os sambas antológicos citados mais acima são cantados com freqüência e decorados na boca de qualquer um.

Para completar meu desabafo, um comparativo: 

Você pega e escuta o cd/lp de 1983 e nele encontra: 

Quinzinho, Rico Medeiros, Dominguinhos do Estácio, Aroldo Melodia, Sobrinho, Marcos Moran, Silvinho da Portela, Ney Viana, Grilo, Neguinho da Beija-Flor, Carlinhos de Pilares (só faltaram Jamelão, Rixxa e David Correa para completar o time). 

Aí, você pega e escuta o CD de 2005 e nele encontra: 

Jamelão, Dominguinhos do Estácio,  Neguinho da Beija-Flor e... 

Obs: Gosto muito também do Nego, Wantuir e do Serginho do Porto, mas num patamar abaixo dos intérpretes que citei acima do disco de 1983. 

Fui!!!

Luiz Antonio Fernandes

luizfan@terra.com.br