SINOPSE ENREDO 2010

Currus Navalis - Da Origem à Trajetória do Carnaval

Senhoras e Senhores para o mundo da folia: "Currus Navalis", da origem à trajetória do carnaval"

Sinopse de Enredo

Num sonho delirante de folião, a Lira de Ouro conta a História do carnaval através de sua origem e seus ícones internacionais reavivando a tradição carnavalesca que fez nascer o Brasil para o mundo como o país do carnaval.

Justificativa:

A “Lira” Apresenta o Carnaval

A origem é baseada nos sincretismos religiosos que culminaram duma festa pagã com início na Grécia e Roma Antiga quando o festejo nas ruas dessas cidades se fazia um préstito em torno de um enorme carro em forma de navio dedicado ao deus Dionísio ou Baco. Sob a luz de fogueiras, folhas de parreiras e vestes extravagantes, mulheres e homens eram seduzidos a viver a intensa delicia de celebrar a chegada das colheitas. Eram as Saturnais. Havia uma completa inversão da ordem social, onde era possível ver nas ruas de Roma escravos transformados em homens livres, homens que se vestiam de mulheres ou senhores que se deixavam subjugar pelos próprios escravos. As sementeiras, flores, trigos e as parreiras entoavam as festas, até que, ao chegar o Cristianismo, as comemorações foram expurgadas das mitologias. Sob a égide do cristianismo, para além das brincadeiras, surgiram máscaras, que se relacionavam ao culto dos mortos. Estar mascarado seria também uma forma de espantar os maus espíritos.

O Entrudo

Em Portugal, os primeiros registros das comemorações carnavalescas datam de finais do século XV, era freqüente que as pessoas se envolvessem à bordoada e aproveitassem o pretexto da festa para saldar algum ajuste de contas pendente. Na altura, era normal celebrar o Entrudo à colherada, quando se juntavam enormes grupos em batalhas campais para digladiarem. Atiravam-se também cabaças de cera com água de cheiro, tangerinas, bolos, pasteis de natas e também se usavam finos tubos de vidro pelos quais se sopravam feijão e milho, isto para não falar das luvas de areia que serviam de arremesso para tentar derrubar os chapéus de quem passava na rua.

O Baile de Máscaras

Tentou-se por cobro a estes excessos aplicando-se algumas iniciativas como os bailes em clubes “socialmente” bem freqüentados ou as batalhas de flores, que ainda hoje existem, por exemplo, no Carnaval de Loulé. Assim, durante algumas décadas, o Carnaval perdeu piada e prestígio, resumindo-se a uma brincadeira de crianças mascaradas e mais algumas tropelias de foliões em teatros e circos. Hoje em dia recuperou créditos, tornando-se até no ex-líbris de algumas vilas e cidades em Portugal, numa festa que envolve autarquias, empresários e muitos milhares de foliões, cheios de alegria. Como se costuma dizer, no Carnaval ninguém leva a mal...

O Entrudo Chega ao Brasil

Influenciado pelas festas européias, o entrudo chega ao Brasil trazendo personagens como Pierrô, Colombina e Rei Momo. No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos Carros Alegóricos, típicos das Escolas de Samba atuais.

As Escolas de Samba

Com a presença dos escravos negros e a sua musicalidade, a influência dos desfiles das Mães de Santos ornamentadas de colares. A festa foi descendo os morros e se popularizando. Esse crescimento se deu com a ajuda das Marchinhas Carnavalescas. O clima de nostalgia que tocava o coração foram dando espaço para a musicalidade popular e os festejos e fantasias que vinham dos morros. Surge a primeira Escola de Samba, surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar, no Bairro do Estácio. A partir dai o Carnaval de Rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas Escolas de Samba no Rio de Janeiro e também em São Paulo.Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

O Carnaval nas Ruas

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o Carnaval no ritmo do Frevo e do Maracatu. Na cidade de Salvador, existem os Trios Elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos Blocos de Rua e do Afoxé Filhos de Gandhi e do surgimento da Guitarra Elétrica de Dodô e Osmar sobre os Trios Elétricos. O batuque negro também envolveu a celebração de ritmo e dança, destacando-se o samba, presente em quase todos os Estados, e o frevo, particular manifestação do Estado de Pernambuco. Na Europa e Américas, o carnaval é comemorado com muitas fantasias, intrumentos nas ruas, contudo, algumas possuem tradições que tornaram-se ícones carnavalescos de luxo e grandiosidade como os desfiles em Veneza com as máscaras de seda, as mamas-viejas e gramileiros no Uruguai, os Rei dos gatos na Noruega, brincadeira em que quem matar o gato de brinquedo no saco, ganha a coroa e os suditos cowboys e indígenas, ou até mesmo o mais cênico carnaval de rua de todos no mundo, a luta entre o bem e o mal na Diablada boliviana cujo ícone mostra a essência entre o bem e o mal cristão que fez surgir a quaresma, cheia de mitos e lendas com vampiros, mulas sem-cabeças ou o lobisomem.

E, assim, a Lira de Ouro encerra uma história real, de festejos populares que desenharam-se pelas músicas que hoje na passarela João Jorge Trinta é cantada e ovacionada por todos.

SINOPSE DOS COMPOSITORES