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JURANDIR DA MANGUEIRA

JURANDIR DA MANGUEIRA

 

     

   

    Nome completo: Jurandir Pereira da Silva

 

 

    Ano de nascimento: 1939

 

 

    Ano de falecimento: 2007

                                                                     


O desaparecimento do cantor e compositor Jurandir da Mangueira, em 26 de abril de 2007, entristeceu não só quem ama a verde e rosa, mas também quem ama o samba e o carnaval carioca e sobretudo brasileiro. Ultimamente, o sambista atuava como primeira voz da Velha Guarda Show da Mangueira.

Compositor inspirado, dono de uma voz suave e um sorriso franco, Jurandir nasceu em Campos dos Goitacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Aos cinco anos de idade, se mudou para a Candelária. Exerceu várias profissões, como sapateiro e caldeireiro na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Ingressou na ala de compositores da Estação Primeira em 1959. No início, fazia apenas sambas de terreiro. A pedido de Cartola, passou a compor também sambas enredo. Ganhou 12 vezes o concurso de samba enredo na Mangueira, com diversos parceiros (o mais constante deles era Hélio Turco, com quem venceu nove carnavais).

Seu primeiro samba enredo cantado na avenida foi “Exaltação a Villa-Lobos”, em 1966. No ano seguinte, apresentou “Mundo encantado de Monteiro Lobato”, obra que Jamelão considerava, particularmente, o samba mais bonito da história da Mangueira e sempre presença garantida no repertório do mestre. Também foi de autoria de Jurandir o samba que deu o supercampeonato à verde e rosa, em 1984, ano da inauguração do sambódromo. Naquela ocasião, a Mangueira encerrou o segundo dia de desfile percorrendo a passarela e, ao chegar na Praça da Apoteose, deu a volta e fez o caminho inverso, para delírio de quem ainda permanecia nas arquibancadas.

Na época em que o disco oficial dos sambas enredo saía pela gravadora Top Tape, Jurandir sempre gravava os sambas de sua autoria, já que o titularíssimo Jamelão, por motivos contratuais, era impedido de colocar sua voz. Em 1985, Jurandir substituiu Jamelão na Marquês de Sapucaí. Em plena véspera do desfile da Manga, o sr José Bispo tinha marcado um show fora da cidade do Rio de Janeiro. No entanto, um atraso no vôo fez com que o mestre dos intérpretes não chegasse a tempo de desfilar. Mas o carro de som da verde e rosa estava em boas mãos e na voz serena de Jurandir. No entanto, a escola apresentou dificuldades no desfile e chegou na 9ª posição.

Em 1988, através de Jurandir, Helio Turco e Alvinho (que depois viria a ser presidente da escola), a Mangueira apresenta aquele que é considerado um dos melhores sambas enredos de todos os tempos. Com os versos “pergunte ao criador, pergunte ao criador/ quem criou esta aquarela/ livre do açoite da senzala/ preso na miséria da favela”, a Estação Primeira questionou o centenário da assinatura da Lei Áurea, no samba “100 anos de liberdade, realidade ou ilusão”. Dois anos depois, com o belíssimo “E deu a louca no barroco” o mesmo trio deu o primeiro Estandarte de Ouro em samba enredo à Mangueira.

Jurandir compôs ainda muitos sambas de terreiro. Entre outros, “Minha companheira”, gravado por ele no CD duplo, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, “Mangueira, sambas de terreiro e outros sambas". Considerado uma das mais belas vozes do samba, participou, ao lado de outros grandes sambistas contemporâneos, do CD “Meninos do Rio” (Carioca Discos) e gravou, em 2005, num projeto patrocinado pela Petrobras, seu único CD solo. Em 2006, Jurandir teve um sério problema cardíaco que o levou à mesa de cirurgia. Logo em seguida, foi finalmente eleito Baluarte da Mangueira por seus serviços prestados à escola. Em 2007, dois meses antes de falecer, desfilou pela primeira vez (e última vez) ostentando tal distinção, no emblemático carro que Beth Carvalho foi impedida de desfilar.

Com uma trajetória destas, se todos fossem iguais a Jurandir, que maravilha seria viver.

Início: Ingressou na Ala de Compositores da Mangueira em 1959. Sempre e somente desfilou pela Estação Primeira.
Primeiro ano como intérprete oficial: 1985
1981 – apoio de Jamelão
1984 – apoio de Jamelão
1985 – cantor principal
1988 – apoio de Jamelão
1990 a 1992 – apoio de Jamelão

GRITO DE GUERRA: não tinha um grito de guerra específico

DISCOGRAFIA:
. Sambas Enredo Grupo 1-A (participação) (1984, Top Tape)
. Sambas Enredo Grupo 1-A (participação) (1985, Top Tape)
. Chico Buarque de Mangueira (participação) (1998, BMG)
. Velha Guarda da Mangueira e convidados (vários) (1999, Nikita Records)
. Mangueira – Samba de terreiros e outros sambas (vários) (2000, Prefeitura do Rio)
. Meninos do Rio (vários) (2001, Carioca Discos)
. Mangueira definitiva (2003)
. Jurandir (2005, Candongueiro)

SAMBAS DE SUA AUTORIA: Exaltação a Villa-Lobos” (Mangueira/1966, com Cláudio); “Mundo encantado de Monteiro Lobato” (Mangueira/1967, com Darcy da Mangueira, Helio Turco, Batista, Dico e Luiz), “Mercadores e tradições” (Mangueira/1969, com Darcy da Mangueira e Helio Turco), “Modernos bandeirantes” (Mangueira/1971, com Darcy da Mangueira e Helio Turco), “Dos carroceiros do imperador ao Palácio do Samba” (Mangueira/1978, com Rubens da Mangueira), “De Nonô a JK” (Mangueira/1981, com Arroz e Comprido), “Yes, nós temos Braguinha” (Mangueira/1984, com Arroz, Comprido, Hélio Turco e Jajá), “Abram alas que eu quero passar” (Mangueira/1985, com Darcy da Mangueira e Hélio Turco), “100 anos de liberdade, realidade ou ilusão” (Mangueira/1988, com Alvinho e Hélio Turco), “Deu a louca no barroco” (Mangueira/1990, com Alvinho e Hélio Turco), “As três rendeiras do universo” (Mangueira/1991, com Alvinho e Hélio Turco) e “Se todos fossem iguais a você” (Mangueira/1992, com Alvinho e Hélio Turco).

 

OUTRAS COMPOSIÇÕES: “Vovó Chica”, gravada por Beth Carvalho no disco Pra seu governo (1974), “Anunciando o sol raiar”, gravada por João Nogueira no disco Pelas terras do pau-brasil (1984), “Folha de Zinco”, gravada pelo Grupo Fundo de Quintal no disco Ciranda do Povo(1989), “Transformação”.

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