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LONGE DE SER CURTO, PORÉM BASTANTE GROSSO Fiquei um
tempo sem postar artigos novos. Por isso, os assuntos abundam.
Vou tentar sintetizar ao máximo os tópicos. O Editorial do
Maciel mostra claramente o grande problema da relação do
comentarista de carnaval com os "torcedores" de escola
de samba. Sambista é diferente de torcedor, que não aceita
crítica ou diálogo. Todo mundo quer ter o saco puxado, quer ser
elogiado. Eu também quero. Mas para você ter algo, tem de
merecer. A verdade é que os compositores não estão acostumados
a alguém dando a cara a tapa e falando - teu samba é ruim, eu
não estou satisfeito e exijo mais. A falta disso, no passado,
fez o nível dos sambas ir ao fundo do poço. A internet abriu
espaço para que alguns, que tem um senso crítico mais apurado,
denunciem o que não presta e exaltem o que é bom. Aqueles que
tiveram o saco puxado toda vida estão levando para o lado
pessoal. Só lamento, não mudo minha postura por nada. E eu digo mais -
torcedor de futebol é mais civilizado do que torcedor de escola
de samba. Torcedor de escola de samba marreta o povo da Gaviões
e da Mancha, mas faz pior, é mais xiita. Se um jogador do
Corinthians joga mal, a própria torcida denuncia, vaia, pede
mudanças. Torcedor de escola de samba defende samba ruim,
defende postura autoritária de dirigente, defende tudo que
afasta o samba de sua essência. O verdadeiro
sambista denuncia. Candeia e Paulinho da Viola cansaram de
reclamar dos rumos errados que a Portela estava tomando nos anos
70. Por causa disso, foram praticamente expulsos da escola pelos
"torcedores" sambistas, iguais aos que infestam os
fóruns de carnaval por aí afora. Quem tinha razão? ***** O melhor samba do
ano, por incrível que possa parecer, vem de Santos, da escola Vila
Nova. Recebi a dica do meu grande amigo, o compositor
Imperial. O samba é um afro pedrada daqueles bons, com uma
melodia extremamente sofisticada, variada, e com uma pegada que
dificilmente se escuta hoje Link: http://www.4shared.com/file/85135197/2561abfd/VILA_NOVA.html
***** As safras do
acesso A e B conseguiram a façanha bizarra de ser piores do que
a do Especial. No Acesso A, então, a coisa foi feia. Sambas como
o da Estácio, Ilha, Rocinha, Caprichosos e Santa Cruz são
abaixo da crítica, lamentáveis sobre todos os aspectos. Para
piorar a situação, a produção do CD, a cargo de Ivo Meireles,
é caótica - a tentativa de criar um clima "ao vivo"
deixou as gravações com um gosto ainda mais artificial e sem
energia. É uma produção que impede uma análise musical: os
arranjos são feitos de qualquer maneira, às vezes o coral canta
uma melodia diferente da do intérprete (isso é muito visível
na faixa da Rocinha). E para terminar, a distribuição ficou
ainda mais precária do que de costume e atrasou tanto tempo que
só começou a ser vendido depois do Natal. O do Grupo B foi
bem melhor produzido. Leo Bessa está conseguindo encontrar a
fórmula mágica. Na primeira passada, arranjos bonitos e bem
elaborados, dando brilho a melodias muitas vezes não tão
inspiradas, mas que acabam ganhando vida num fraseado de violão,
num cavaco fazendo um floreio na hora certa. A produção só
não leva dez porque falta peso na segunda passada, quando entram
as baterias, algumas impondo um corre-corre desnecessário e que
contrasta negativamente com a primeira passada (caso bem claro na
faixa do Boi da Ilha). Os destaques das
duas safras são as reedições - Império da Tijuca, no Grupo A;
e "Afoxé", no Grupo B. Pena que o intérprete da
Cubango não esteja à altura do samba. ***** Comentários de São
Paulo: MOCIDADE ALEGRE -
O enredo sobre coração gerou um bom samba, que tem boas
condições de fazer bonito na avenida. Os refrões são fortes,
sendo o de cabeça excelente. O único erro técnico é em
"fazendo o homem conhecer / sua própria
existência", trecho que antecede o refrão do meio - a
melodia termina antes da letra e os compositores precisaram
esticar as notas, ficando pobre o trecho. NOTA: 8,9. UNIDOS DA VILA
MARIA - Samba burocrático, com letra resumo de sinopse e melodia
sem têmpero. A entrada da segunda parte é super mal resolvida,
assim como em "lutando contra a inflação / sou
batalhador, brasileiro". Nem a participação de Quinho,
com dezenas de cacos, deixam a faixa menos sonolenta. NOTA: 7,1. ROSAS DE OURO -
Mais um samba burocrático, apesar de audição mais agradável
que o da Vila Maria. O enredo merecia um trabalho mais poético,
mas os compositores optaram por termos como "conquistar
geral" e "galera ligada". O refrão de cabeça tem
melodia simples, já conhecida de dezenas de sambas. A fábrica
de sonhos mostra sua verdadeira a face - não se quer fabricar
sonhos, apenas empolgação artificial. NOTA: 7,4. TOM MAIOR - A Tom
Maior não escolheu o melhor samba de sua disputa, de Papito e
cia, e perdeu a oportunidade de ter o melhor samba de São Paulo
no ano. O samba sobre Angola e Martinho é forte, tem pegada,
dois bons refrões, boas variações melódicas, mas falta
sentimento. NOTA: 8,8. X9 PAULISTANA -
Para um enredo batido, uma samba com soluções melódicas
batidas. Lembra samba concorrente da Grande Rio. O samba é
genérico, com o mesmo sentimento e estilo de vários sambas que
passaram com o tema "Amazônia". Até mesmo o refrão
com o "Vou bater o meu tambor... auê", que tem boa
variação melódica, parece forçado. NOTA: 7,7. MANCHA VERDE -
Depois de Suassuna, a Mancha continua nordestina, com Pernambuco.
O samba de 2009, no entanto, não repete o nível do de 2008. O
refrão com "é garra, é amor, respeito / é força, é
vida, é emoção (...)" é genérico ao máximo, sem
ligação com o enredo, sem força. O resto do samba é apenas
certinho. O interprete foi muito mal e o samba acaba perdendo
força em alguns pontos por ele tentar florear onde não deve.
NOTA: 7,3. NENÊ DE VILA
MATILDE - A vitória de Claudio Russo na Nenê, como fato, foi
ruim porque consolida a ida de compositores do Rio para São
Paulo, tendência que vem se acentuando e que pode gerar a
descaracterização do samba-enredo paulista. O samba escolhido
era muito mais fraco do que seus concorrentes e, sinceramente, a
justificativa para a escolha é a maxima das escolas de outros
estados, que acham que só por ser do Rio, é bom. Não, não é.
Os sambas de Santaninha e de Royce eram superiores a este. Não
que este não tenha qualidades, mas é muito, muito triste ver
uma escola com tantos fundamentos, como a Nenê, desrespeitando
sua ala de compositores. Mas, enfim, taí o samba, que tem alguns
momentos diferenciados, como no bonito verso "Mais que
sessenta, muito mais!... A eternidade", mas que não
conta a história da escola, não relembra seus desfiles, e que
traduz a visão que os cariocas tem do samba de São Paulo, a de
samba 'prá cima', apelando para o Corinthians e gírias para
sacudir a massa. E vai funcionar, porque na Nenê, qualquer coisa
que se cantar fica bonito, ainda mais com o espetacular Royce
como intérprete. Enfim, a escola fez a sua opção e também se
modificou no universo do carnaval. Uma pena. NOTA: 8,3. IMPÉRIO DE CASA
VERDE - Samba de letra gigantesca, sem momentos diferenciados.
Falando de festas, feriados e celebrações, dentre elas a dos seus 15
anos, a escola faz da letra uma lista de tópicos.
Muitas vezes, como no refrão, as palavras ficam soltas, como em
"peço paz", que é pronunciado de qualquer jeito só
para constar e dar sentido a letra, mesmo não tendo melodia.
Fraco. NOTA: 6,9. PÉROLA NEGRA - O
título de melhor samba de São Paulo acaba indo para a Pérola
Negra, talvez a escola com menos marketing do Especial de São
Paulo. Que coisa linda o refrão de cabeça, com força, chamando
o sambista sem ser oba-oba. As variações melódicas da primeira
parte são espetaculares. O samba mostra pegada, é musculoso, E
para terminar a segunda parte, "aquela voz disse assim: o
carnaval vale ouro e a índia é inspiração... ENCONTREI
VOCÊ ... NO MEU CORAÇÃO", uma das melhores
preparações para refrão no ano. Parabéns aos compositores.
NOTA: 9,5. GAVIÕES DA FIEL
- Um enredo confuso, que usa a roda para chegar na fórmula 1,
gerou um samba que não chama a atenção, nem nos refrões. A
primeira parte está amarradinha, mas a segunda fica confusa a
partir do verso que emula a melodia da musiquinha que tocava nas
vitórias do Senna. Espero que, no centenário, a escola venha
com uma obra melhor. NOTA: 7,2. TUCURUVI - Samba
burocrático sobre Ouro Preto, que apela para o "Bata na
palma da mão" no refrão do meio para tentar uma artificial
ligação com o público. Não cola. NOTA: 6,8. PERUCHE - Muito
ruim o samba da escola, com aquele refrão genérico de samba do
acesso do Rio - Caprichosos quer (voltar)... A Peruche é (jóia
rara)... A letra é confusa e não esclarece a idéia do enredo e
a melodia não marca em momento algum. Quando os compositores do
Rio dominarem São Paulo, todos os sambas serão mais ou menos
assim. NOTA: 6,0. LEANDRO DE
ITAQUERA - Quando a homenagem a Regina Casé foi anunciada,
ninguém poderia imaginar este belo samba. Apesar de
desconjuntado, o samba tem muito momentos diferenciados. A
primeira parte tem sentimento, com um dos versos mais lindos do
ano "oh! solidário sertão, sofrimento, ilusão, adeus
asa branca". Depois, outro verso fenomenal, em letra e
melodia "favela... a nossa raiz, carente... mas sempre
feliz". Dois refrões pegados e bonitos antes da última
parte, a homenagem propriamente dita, que não apela para
breguice em momento algum. Muito bom mesmo. E para terminar a
faixa, a citação ao clássico "Babalotim", o samba
mais popular da escola, ficou muito bonita. NOTA: 9,2. ***** Comentário de Florianópolis: EMBAIXADA COPA
LORD - A atual campeã vem com um bom samba, amarradinho, sem
nenhum grande problema. Os dois refrões são excelentes, a
letra traduz bem o enredo, o samba só perde um pouco de força
na segunda parte, que não consegue manter a força da primeira.
NOTA: 9,4. CONSULADO DO
SAMBA - Nem a boa interpretação de Luizinho Andanças consegue
salvar este samba, que começa com um refrão gigantesco e sem
força, de letra genérica, sem qualquer ligação com o enredo e
apela para a comunidade. A melodia é fraca e o samba tem claros
sinais de arrastamento. O verso "Macunaíma por 'Cy' se
apaixonou" pode gerar ambiguidade para quem não acompanhar
o samba com a letra, já que Cy e se tem sonoridades parecidas. A
proposta do enredo, misturando Macunaíma e Zumbi, não fica
clara. É um samba confuso. Enfim, o carnavalesco Raphael Soares
vai precisar que seu talento supere as limitações do samba da
escola. NOTA: 6,7. PROTEGIDOS DA
PRINCESA - A Lins Imperial tentou, em 1993. Em 1997, foi a vez do
Império Serrano, em pleno ano de cinquentenário. No entanto,
Beto Carrero só conseguiu uma homenagem com um belo samba após
sua morte. A Protegidos da Princesa tem o melhor samba de
Florianópolis e um dos mais bonitos do Brasil em 2009.
Sem forçar a barra, o samba passa um sentimento inocente, como a
imagem do personagem. Os refrões são ousados, utilizando linhas
melódicas diferentes na repetição, o que demostra riqueza nas
variações. Na primeira parte, a história da comunidade
libanesa no Brasil é retratada de forma clara. O apelo
emocional ganha forma a partir do segundo refrão, no verso "A
arte inspirou o menino... a sonhar". Na segunda parte, o
parque é retratado, mas nada de "Vi Dinossauro, Vi
tarzã na selvas ô" - vejam a diferença de abordagem:
"Atravessando o portal/ Eu busco a imaginação / Sou
cavaleiro medieval / Pirata pra roubar o seu coração".
A atuação do intéprete Alan é segura e personalíssima.
Enfim, o samba é um dos poucos que agradam num ano de obras
muito fracas por todo o Brasil. NOTA: 9,8. UNIDOS DA
COLONINHA - Não é um samba ruim, mas tem dois problemas graves:
os dois refrões são genéricos e a melodia não tem grandes
variações. O enredo também não fica muito claro - sabemos
detalhes da história, mas não sua essência. É uma audição
agradável, mas falta tempêro a obra. NOTA: 7,8. UNIÃO DA ILHA DA
MAGIA - O ex-bloco inicia com o pé esquerdo sua trajetória como
escola de samba. A escola resolveu que o caminho para se
consagrar é importar talentos do acesso do Rio, de diretor de
carnaval a mestre sala e porta bandeira. O samba, assinado por
Fernando de Lima, é mais uma obra genérica, arremedo dos sambas
que o compositor espalha pelas escolas do acesso do Rio de
Janeiro. Quem já escutou um samba da Santa Cruz no milênio e
lê a letra, já sabe a melodia. O refrão do meio, p.ex., "Formosa
Lagoa / A Lua / Ao te ver bailando / Flutua" tem a mesma
melodia de Vila Isabel 1999: "Folia se faz... na Rua".
Eu já escutei essa samba tantas vezes ao longo de tantos anos
que, sinceramente, não aguento mais. A única coisa boa é a
interpretação de Davi do Pandeiro. NOTA: 5,2. ***** Comentários de Porto
Alegre: IMPÉRIO DA ZONA
NORTE - Apesar do enredo sobre correios ser burocrático e bem ao
gosto do carnaval atual, a letra consegue fugir do comum e o
samba tem boa melodia, com variações interessantes,
principalmente na segunda parte. É um samba com cara de Porto
Alegre e deve funcionar bem na avenida. NOTA: 8,9. IMPERATRIZ DONA
LEOPOLDINA - O cartão de visitas da faixa, com direito a
citação de "Asa Branca", estabelece o ótimo clima da
faixa. O samba é forte, tem pegada, e os refrões são ótimos,
em especial o do meio "Oh, mulher... mulher rendeira!".
A homenagem ao Ceará cai um pouco na segunda parte, mas é o
melhor do ano BAMBAS DA ORGIA -
O enredo sobre Clara Nunes abria a possibilidade de um samba mais
poético. O que se vê, no entanto, é uma letra simples, com
erros de métrica que são maquiadas com esticadas de sílabas
que tornam trechos do samba arrastados, principalmente na segunda
parte. A solução do refrão do meio, que entra forte, acaba
travando o samba. É um samba agradável, mas falta muita coisa.
NOTA: 7,6 UNIÃO DA VILA DO
IAPI - O enredo samba sobre o arroz é um arroz com feijão sem
sal. A melodia tenta ter pegada, mas é genérica. A letra é
resumo de sinopse. É competente, mas nada mais do que isso.
NOTA: 7,4. PRAIANA - Samba
agradável e despretencioso, com bons refrões. O problema é a
letra, com soluções poéticas muito pobres, como em "Este
esporte concentra atenção / Na mídia e patrocinadores a
evolução". A citação ao centenário do Internacional
de Porto Alegre soa forçada, já que é o único clube citado
num enredo sobre futebol, mas tem cara de ser culpa da sinopse.
NOTA: 7,6 GRAVATAÍ -
Falando de cinema, o samba é uma surpresa. Com uma melodia
extremamente variada e dois refrões fortes e fáceis de gravar,
funciona bem. A letra é que peca um pouco por ser muito direta,
mas nada que comprometa demais a obra. NOTA: 8,7. UNIDOS DE VILA
ISABEL - O samba tem uma pegada gostosa, mas possui erros de
métrica em "possuia o poder do diamante negro"
"seus raios cortam o solo formando a ilha". O refrão
do meio é genérico, com aquela melodia que a gente tá cansado
de ouvir nos sambas do Rio. O inicio de segunda parte tem melodia
fraca, mas melhora com a volta do refrão. NOTA: 7,9. PROTEGIDOS DA
PRINCESA ISABEL - O enredo sobre fobias gerou um samba esquisito.
É pesado, com uma melodia com muitos trechos em menor que não
combinam com a letra, muitas vezes irreverente, como no refrão
"ai credo em cruz! me assustei / sai pra lá, sai pra
lá! eu me espantei". A letra em si tem momentos de
pouca poesia, e um dos piores trechos da história em: "calor
ou calafrio / pânico, pavor, um arrepio / na primeira vez da
moça / o medo de se machucar". É muito feio,
sinceramente. NOTA: 6,0. ACADÊMICOS DE
NITERÓI - O enredo sobre a ópera "O Guarani" de
Carlos Gomes gerou um samba estranho, com alguns do melhores e
piores momentos do CD. A melodia do refrão de cabeça não tem
sentido, mas, em compensação, o do meio é forte. A melodia da
segunda parte é reta, menos no verso "e a tribo dos
aimorés / faz a tupã invocação", que tem uma variação
espetacular, de deixar boquiaberto. Sinceramente? Sei lá. NOTA:
7,7 ESTADO MAIOR DA
RESTINGA - O samba sobre Oscar Niemeyer é amarradinho, apesar de
meio burocrático e ter soluções poéticas pobres. Tem pegada e
deve funcionar bem. NOTA: 8,1. EMBAIXADORES DO
RITMO: O esquisito enredo sobre taças traz um samba
despretensioso, resuminho de sinopse, com alguns erros técnicos
como em "no passeio de locomotiva / sentir o aroma dos
vinhedos / premia quem está de bem com a vida", em que
a melodia não está resolvida, parece que um verso a mais foi
incluído. Fraquinho. NOTA: 6,9. ACADÊMICOS DA
ORGIA - A homenagem a Uruguaiana tem o grande refrão do ano na
cidade, com o seu "olha o zé fazendo a festa".
O resto do samba é competente, seguro, às vezes sem têmpero e
poesia, mas bem agradável. NOTA: 8,8. IMPERADORES DO
SAMBA - A homenagem ao Internacional de Porto Alegre é um samba
oba-oba muito bem feito, muito bem feito mesmo, com pretensão de
ser sacode, com direito a "Vâmo, vâmo Inter, faz o
'Gigante' explodir", num refrão sensacional para aquilo
que a escola pretende mostrar. O samba tem momentos diferenciados
como em "batalhas e batalhas nos gramados / brilhou,
brilhou, brilhou...". É o samba que você só pode
apreciar se se despir de preconceitos, de intelectualismo barato
e curtir o momento. NOTA: 9,1. UNIDOS DO CAPÃO
- Falando sobre cavalos da raça crioulo, o samba não tem muito
o que fazer nem como escapar de coisas como "Na Expointer
se consagrou / Freio de Ouro ele conquistou / A.B.C.C.C se
orgulhou / A chama crioula não se apagou". Sinceramente,
parabéns para os compositores, porque o samba é fraco, mas o
enredo é tão bizarro que acho impossível algo melhor. NOTA:
6,2. ***** APARECIDA - O
enredo sobre a pirataria tem uma uma abordagem muito parecida com
a da Imperatriz Leopoldinense de 2003. O samba, no entanto, é
mais pesado. A letra, muitas vezes, não acompanha o sentimento
que o intérprete Luizinho Andanças quer dar, e esse descompasso
acaba prejudicando a obra. O refrão do meio é pouco definido
melodicamente. NOTA: 7,3. VITÓRIA RÉGIA -
A homenagem ao ex-governador Ottomar Pinto, tem bons momentos de
melodia, mas peca na letra, como trechos bem ruins como em "mestrado,
doutorado, condecorado em todos os ofícios". O refrão
de cabeça, no entanto, é uma delícia. NOTA: 7,7. REINO UNIDO DA
LIBERDADE - A homenagem ao CEFET gerou um samba agradável, sem
grandes ousadias. Há erro de métrica em "Surgiam
aprendizes artífices", o refrão do meio é genérico e
o verso "tariano na dança do cacetinho" causa
estranhamento para quem não é da região. NOTA: 7,5. SEM COMPROMISSO -
Samba de Mingau, autor do samba da Grande Rio deste ano, tem a
qualidade de não fugir muito do estilo dos sambas da cidade. É
um bom samba, apesar de um deslize aqui e outro ali, como o
"se (...) me chamar... eu vou" do refrão do
meio. NOTA: 8,6. GRANDE FAMILIA -
Falando da Venezuela, o samba tem bastante pegada e dois bons
refrões. A dificuldade da letra é na hora de elencar os
diversos setores do desfile na segunda parte, misturando
petróleo, cassino e praia. O intérprete também tem dificuldade
de sustentar o tom e prejudica a audição. NOTA: 8,1. UNIDOS DA
ALVORADA - Melhor samba do ano em Manaus, "De Exú A Oxalá
Com As Bençãos Do Criador Tudo Tudo Pode Mudar" pode não
ser um poço de originalidade, pode ser mais um afro como tantos
outros, mas o samba é bem arrumado, de audição agradável e a
melodia traduz o sentimento da letra. É o caso do refrão de
cabeça "Ora yé yé o, ora yé yé o / Ora yé yé ô
mamãe oxum / Odê koquê maior ajuberô / Comunidade impõe o
seu valor!" - a letra não tem nada demais, mas o
refrão tem força. NOTA: 9,0. BALAKU BLAKU - A
obra, sobre a lenda de Akator, não é tão clara quantos os
outros sambas da cidade, além de ser bem pesado. Tem belos
momentos melódicos no início da segunda parte e o refrão de
cabeça é interessante, mas faltam maiores variações e pegada.
NOTA: 8,0. COROADO - Falando
do cenário da UFAM - Universidade Federal do Amazonas, o samba
tem ótimos momentos de melodias, com muitas variações e bons
refrões (três), bastante pegada. A letra é irregular,
provavelmente culpa da sinopse - na parte histórica vai bem, mas
na segunda parte cai bastante, perdendo força. NOTA: 8,5. PRESIDENTE VARGAS
- Falando de Roraima, a escola tem um samba irregular. A primeira
parte tem versos trepados e fica claro que o cantor estava muito
inseguro na gravação. A letra é genérica e sem encadeamento.
Fraco. NOTA: 6,5. ANDANÇAS DE
CIGANOS - Com enredo sobre Itacoatiara, a escola tem um samba bem
feito, com alguma pegada, mas sem muitas variações melódicas.
A letra não compromete e o refrão de cabeça é bom. Samba
correto. NOTA: 7,7. ***** Éééééééééééé! Saudações a todos! João Marcos |
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