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DAS FIRMAS, DO SAMBA-ENREDO PAULISTA E DO CARNAVAL DA TERRA DO GUGA Em reportagem recente do jornal “O GLOBO”, o assunto das “firmas” de samba-enredo foi abordado de forma crua, com direito a entrevista de compositores. Os jornalistas chegam a citar as escolas e os respectivos campeões – Arlindo Cruz e cia., teria vencido, além de Império Serrano, Portela e Grande Rio. Cláudio Russo seria responsável pelo samba da Beija-Flor, da Porto da Pedra e da Unidos da Tijuca. Ou seja, duas firmas seriam responsáveis por metade dos sambas do Grupo Especial. E não falaram das vitórias dessas firmas nas escolas do Acesso. Por bater nessa
questão, volta e meia recebo e-mails de leitores denunciando as
práticas das firmas. É muito comum intérpretes de escolas do
Rio fazerem shows em quadras de outros Estados e assumirem,
publicamente, a autoria de sambas que não foram, por eles,
assinados. Não podemos afirmar que todas estas informações
são verdadeiras e não seremos irresponsáveis de divulga-las
como tal. Evidentemente, muitos boatos correm a boca pequena,
plantados por compositores para promoção pessoal. Por exemplo,
recebi um e-mail dizendo que o samba do Salgueiro, na verdade, é
do Leonel. Duvido muito. Quando critiquei
a semelhança entre os sambas da Imperador do Ipiranga e da
Portela, duas pessoas me alertaram que não são da mesma firma
– o da Imperador seria de uma firma de São Paulo, que
também teria feito mais dois sambas no Grupo Especial.
Independente dos boatos serem verdadeiros ou não, eu acho muito
triste a desmoralização total dos concursos de samba-enredo por
estas firmas. O resultado é péssimo para todo mundo –
sambas feito em esquema fordista, fraquíssimos e descartáveis;
escolas sem personalidade; compositores de talento desistindo de
concorrer, etc. O samba está sambando mesmo... ***** Disponibilizaremos,
a partir desta semana, um arquivo com sambas enredo de São Paulo
dos 30 últimos anos. Sem ser uma retrospectiva definitiva, serve
como uma introdução, trazendo obras que entraram para a
história, seja por sua qualidade, seja por embalarem desfiles
maravilhosos. Eis a lista: 1.
Sete Cidades Encantadas (Rosas de Ouro, 1976) Nesta coletânea,
encontramos, p.ex., aquele que foi eleito, recentemente, o melhor
samba-enredo do carnaval de São Paulo, “Narainã”,
Camisa 1977. Da mesma escola, tem o de 1982, do baluarte
Talismã, um dos melhores compositores de São Paulo. Alguns sambas
foram selecionados porque entraram para a história, mesmo sem
embalar grandes conquistas, como Mocidade 1981, Rosas 1976,
Leandro 1989 e Peruche 1985. Da Peruche temos, também, o samba
de 1998, um dos quatro que Jamelão interpretou pela escola.
Outros, foram selecionados por serem a afirmação da potência
de escolas que ganharam força ao serem campeões, como o da
Gaviões - um dos mais conhecidos fora do Estado de São Paulo. O samba de 1985
da Nenê, além de coroado por um título, tem uma curiosidade -
embalou o desfile da escola na Sapucaí, quando ela desfilou
entre as campeãs do Rio. Na parte final,
sambas de dois compositores de muito talento – Imperial, com
o fantástico “Omni”, que mudou totalmente a cara dos
sambas paulistas, que começaram a ganhar mais pegada a partir do
sucesso da Mocidade, em 2003; e Armênio Poesia, com o bom samba
da X9 Paulistana de 2000. Além deles, dois sambas que embalaram
desfiles emocionantes nos últimos anos – o “Mar de
Rosas”, da Rosas de Ouro, de 2005, e o belíssimo samba do
desfile de superação da Mancha Verde do ano passado. Links: 1ª Parte: http://www.4shared.com/file/10067371/b5c757fa/30_anos_de_sambas_sampa1.html 2ª Parte: http://www.4shared.com/file/10068305/a5881572/30_anos_de_sambas_sampa2.html ***** Chegou a hora de
Florianópolis ter seus sambas comentados. O carnaval de lá tem
apenas quatro escolas, mas a qualidade surpreende os desavisados.
Recebi os sambas por mp3 e resolvi montar um pequeno CD com
sambas históricos da cidade e os de 2007 para os leitores do
SAMBARIO. Antes, os comentários sobre os sambas, que parece
ainda não terem sido “infestados” pelas firmas e
mostram um estilo diferente e interessante. CONSULADO DO
SAMBA - Na minha humilde opinião, o melhor samba do ano
no Brasil. Interpretado por Luizinho Andanças, a obra é uma
verdadeira aula de como se fazer um samba moderno. É samba de
verdade, não é uma marchinha. É cadenciado, sem ser arrastado.
A melodia é muito variada, mas sem mudanças bruscas que
dificultem a harmonia. As pausas, que são pouco exploradas nos
sambas enredo atuais, são utilizadas de maneira exemplar, como
nos melhores sambas enredo de Hélio Turco na Mangueira. A
métrica é perfeita. As sílabas são cantadas com a ênfase
necessária para provocar a emoção do público. A letra é
poética sem ser truncada. Os refrões são irresistíveis e
convidam ao canto. O samba é um verdadeiro achado. NOTA: 10,0. UNIDOS DA
COLONINHA – A Vice Campeã de 2006 resolveu homenagear a
cidade de Santo Amaro, a Imperatriz das Águas. O samba é muito
superior ao de 2006 e não faria feio em uma grande escola do Rio
ou de São Paulo. Lembra um pouco os sambas da Beija Flor,
predominando o tom menor, com uma mudança para tom maior no meio
da segunda parte – fórmula consagrada na escola desde
“Manôa”. Aliás, o clima do samba, talvez por causa do
enredo, é parecido com a de grande parte dos sambas que
concorreram na Beija Flor em EMBAIXADA COPA
LORD – Com São José da Terra Firme, Terra sem Males,
mais uma escola homenageia uma cidade de Santa Catarina. A letra
é um resumo de sinopse bem feito, mas sem grande poesia. O
refrão de cabeça é muito bom, tem uma melodia inusitada, que
pode crescer ao vivo. Entretanto, o samba pede uma pegada maior,
que dificilmente conseguirá ser dada no desfile pela dificuldade
de se cantar a letra, cheia de indianismos. O samba tem alguns
problemas técnicos, com métrica errada em trechos como no verso
“Seguem seu destino no rastro do sol”. NOTA: 8,3. PROTEGIDOS DA
PRINCESA – Choque neles! Com um enredo um tanto confuso,
misturando peão boiadeiro, caprichoso x garantido, fandango e
festas juninas, a escola apostou num samba bem leve, que não
amarra bem os temas. O resultado é uma letra que sai citando um
monte de coisas sem grande conexão entre si. O refrão de
cabeça é muito forte. Já o do meio é forçado e precisa de um
“tecladinho” para chamar atenção. A gravação que me
foi disponibilizada é pessimamente produzida, arrastada e é
salva pelo intérprete, que apesar da voz pouco convencional,
interpreta muito bem o samba. É, de longe, o mais fraco da
cidade no ano, mas ainda assim é interessante e diferente das
mesmices que escutamos por aí. NOTA: 7,4. Lá vai a relação dos sambas do CD com sambas históricos de Floripa e os sambas de 2007:
Links: 1ª Parte: http://www.4shared.com/file/10062043/457c2b7e/Sambas_de_Floripa1.html 2ª Parte: http://www.4shared.com/file/10062952/24b11126/Sambas_de_Floripa2.html ***** Agradeço os que
mandaram e-mail, em especial ao companheiro Gabriel Carin, que
vem enriquecendo o SAMBARIO com seus comentários para os sambas
anteriores ao primeiro LP de sambas enredo da história. Abraços a todos! João
Marcos |
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