Jackson Martins
era um dos jovens talentos do carnaval, até ter sua voz
silenciada no início de agosto de 2004, após ser
assassinado durante um assalto, aos 32 anos.
Budista, zen,
tranqüilo e uma pessoa de alto astral. Era assim que Jackson era
definido pela família e pelos amigos. O início como
puxador foi na Inocentes de Belford Roxo, já na década de
90. Também obteve destaque como defensor de sambas nas
eliminatórias das escolas. Venceu três disputas
consecutivas na Beija-Flor, o que chamou a atenção de
Neguinho da BF, que o convidou para ser músico de sua banda.
Às
vésperas do desfile de 1997, quando a Caprichosos de Pilares
amargava o Grupo A, o puxador oficial da escola, Luizito, foi demitido.
O então presidente, Fernando Leandro, acreditou no potencial
daquele jovem de 24 anos, e o chamou para cantar na Sapucaí o
animado samba “Do tambor ao computador”. A escola
conquistou o vice-campeonato do Acesso e o direito de retornar à
elite do carnaval carioca.
No carnaval
seguinte, quando completava apenas o segundo ano como intérprete
oficial na passarela do samba – e o primeiro no Grupo Especial
– Jackson Martins considerava ter vivido um momento mágico
com “Negra origem, negro Pelé, negra Bené”. O
samba estourou no país inteiro e, mesmo a Caprichosos abrindo o
desfile em 1998, todo o sambódromo cantou os versos “quem
tem magia no pé/ é Pelé/ quem vem na força
da fé/ é Mandela/ e a voz que veio de lá/ da
favela/ é da guerreira Bené/ salve ela”. Outro
momento destacado por Jackson Martins foi a homenagem feita pela escola
ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy, em 1999. Ao
contrário do ano anterior, este samba não teve tanta
divulgação e foi explodir mesmo na avenida, logo quando a
escola entrou.
Jackson Martins
cantava em bares na noite. Em 1989, participou do grupo de pagode
Levanta a Poeira, marcado por um repertório de partido alto,
sambas românticos, pagode e samba de raiz. Gravou um CD solo em
1996. Também participou do projeto Puxadores de Samba, com os
colegas Dominguinhos do Estácio, Preto Jóia, Serginho do
Porto e Wantuir. Jackson Martins deixou esposa e duas filhas.
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INÍCIO: Inocentes de Belford Roxo, em 1988. A
partir de 1991 passou a ser contratado pelos compositores para defender
os sambas nas eliminatórias de samba-enredo. Venceu três
disputas consecutivas na Beija-Flor, na Mocidade, entre outras.
Primeiro ano
como intérprete oficial: 1997
De 1997 a 2004:
Caprichosos de Pilares
Grito de guerra: Chegou Caprichosos! Chegou Caprichosos! Vai
à luta, meu povo!
Cacos de empolgação: “vem no batuque, bateria”;
“vâmbora, vâmbora, vâmbora”;
“dá vontade até de chorar”.
Tamborim de
Ouro de melhor intérprete do Especial em 1999.
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MAIS FOTOS
DE JACKSON MARTINS
Duas almas já presentes no céu: Jackson e D.
Zica da Mangueira. E, em 2001, puxa o samba ao lado de Nana Gouveia
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Bem acompanhado por Wander Pires (E), mais Neguinho e Wantuir
(D)
Junto com os mestres Neguinho e Jamelão
Com Ito Melodia
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