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IMPÉRIO DA TIJUCA

IMPÉRIO DA TIJUCA

FUNDAÇÃO  08/12/40
CORES  Verde e Branco
QUADRA  Rua Medeiros Pássaro, 84
Tijuca
20220-310
Telefone: 2570-0364
BARRACÃO Rua Almirante Mariath, 6
São Cristóvão
20930-040
SÍMBOLO  Coroa

RESULTADOS - SAMBAS-ENREDO

HISTÓRICO

A Império da Tijuca traz, acrescido ao nome, o termo educativa, porque a preocupação principal, no momento de sua fundação, foi com a educação. A escola, desde o início, efetivou experiências comunitárias no morro da Formiga, onde está localizada.

Entre os fundadores, citamos Joaquim Augusto de Oliveira (Quincas), Rodolfo Augusto de Oliveira, Celestina Pinto Rabaça, Fernando Matos, Jorge Domingos da Silva, João Escrevente, Mario Pereira, Manoel Queiroz, Aylton dos Santos, Emílio Marcatte, Manuel Pinto, entre outros.

Havia uma escola de alfabetização para crianças, a "Tropa José do Patrocínio" (grupo de escoteiros do morro), que atuou anos na comunidade. A Império da Tijuca foi a primeira escola de samba a usar o termo Império, razão por que tem uma coroa, símbolo da nobreza, em sua bandeira, bem como o fumo e o café que traduzem as riquezas do Brasil.

Entre os nomes mais famosos da escola, citamos Sinval Silva (um dos compositores prediletos de Carmem Miranda) e Mário Pereira (Marinho da Muda), falecido em 1987.

Durante a década de 80, a escola esteve cinco vezes no grupo principal. Dessas, quatro foram consecutivas (de 1984 a 1987). Depois, só voltaria a participar do Grupo Especial numa única vez: em 1996, com o enredo "O Reino Unido Independente do Nordeste", de Miguel Falabella. Rebaixada, permaneceu no Grupo A até 2002, quando ocorreu o descenso para o Grupo B. Permaneceu no Terceiro Grupo por quatro carnavais até, com a reedição de seu enredo de 1986 "Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos", conquistar o título em 2006. Promovida, a Império da Tijuca fez um excelente desfile em 2007 com o enredo "O Intrépido Santo Guerreiro", permanecendo no Grupo A e obtendo os Estandartes de Ouro de melhor samba e escola do Grupo. Em 2009, reeditou "O Mundo de Barro de Mestre Vitalino", enredo de 1977.

Após uma série de bons desfiles no Acesso, em 2013 a escola realizou uma apresentação grandiosa com o enredo "Negra, Pérola Mulher", conquistando o título da Série A e o retorno ao Grupo Especial depois de 18 anos. Com a ingrata missão de abrir o desfile principal na noite de domingo, mesmo defendendo com raça o enredo "Batuk" na pista, a Império da Tijuca foi mais uma vítima do júri da LIESA, que costuma castigar as escolas oriundas do Acesso, amargando assim uma injusta última colocação em 2014. Desde 2015, está na Série A sempre realizando desfiles competitivos.

RESULTADOS DA ESCOLA

1946 - 16ª no Grupo 1

Aos Heróis do Monte Castelo

 

1948 - 7ª no Grupo 1

Enredo não disponível

 

1949 - 7ª no Grupo NO

Enredo não disponível

 

1950 - 5ª no Grupo 1

Enredo não disponível

 

1951 - 6ª no Grupo 1

Enredo não disponível

 

1952 - no Grupo 1

Enredo não disponível

 

1953 - no Grupo

A Primeira Cultura do Café no Brasil

 

1954 - 16ª no Grupo 1

Como o Samba Nasceu

Boca

 

1955 - 17ª no Grupo 1

Símbolos de Nossa Pátria

João Escrevente

 

1956 - 7ª no Grupo 2

Constituição de uma raça

Mário Pereira e Lilinho

 

1957 - 14ª no Grupo 2

Festa do Samba

 

1958 - 11ª no Grupo 2

Amores de D. Pedro I

Jorge Melodia

 

1959 - 3ª no Grupo 2

Homenagem aos Bombeiros

Jorge Melodia

 

1960 - 6ª no Grupo 2

Brasil Universitário

Claudino e Jorge Melodia

 

1961 - 10ª no Grupo 2

Brasil em Três Épocas

Nelson Fonseca e Jorge Melodia

 

1962 - 3ª no Grupo 2

Rapsódia Brasileira

Jorge Melodia, Augusto e Nelson da Adelina

 

1963 - 6ª no Grupo 2

Reminiscências da Música Popular Brasileira

Jorge Melodia

 

1964 - 1ª no Grupo 2

O Esplendor do Rio de Janeiro Imperial

Jorge Melodia

 

1965 - 8ª no Grupo 1

Apoteose ao Rio de Janeiro

Jorge Melodia

 

1966 - 10ª no Grupo 1

Desfilou simbolicamente, devido a enchente no Rio em Janeiro

Mauro Afonso

 

1967 - 8ª no Grupo 1

O Reino Encantado de Vicente Guimarães

Nelson Fonseca

 

1968 - 10ª no Grupo 1

Exaltação a Cândido Portinari

Gaúcho

 

1969 - no Grupo

O Negro na Escravidão Brasileira - Não foi julgado

Arnaldo Pederneira

 

1970 - 1ª no Grupo 2

Segredos e Encantos da Bahia

Jorge Melodia

 

1971 - 8ª no Grupo 1

O Misticismo da África ao Brasil

 

1972 - 10ª no Grupo 1

O Samba no Morro e na Sociedade

 

1973 - 4ª no Grupo 2

Brasil, Explosão do Progresso

Luiz Tuminelli e Maria Helena Farelli

 

1974 - 3ª no Grupo 2

Minas de Prata

 

1975 - 3ª no Grupo 2

Muiraquitã, o amuleto do amor

 

1976 - 1ª no Grupo 2

Guerreiros das Alagoas

Joãosinho Trinta

 

1977 - 11ª no Grupo 1

O Mundo de Barro de Mestre Vitalino

Geraldo Cavalcante

 

1978 - 11ª no Grupo 2

Calendário do Rio

 

1979 - 1ª no Grupo 2A

As Três mulheres do Rio

 

1980 - 4ª no Grupo 1B

De Sacristão a Barão de Ouro

 

1981 - 2ª no Grupo 1B

Cataratas do Iguaçu

 

1982 - 11ª no Grupo 1A

Iara, Ouro e Pinhão naTerra da Gralha Azul

Orlando Pereira

 

1983 - 2ª no Grupo 1B

Santos e Pecadores

 

1984 - 6ª no Grupo 1A

9215

 

1985 - 11ª no Grupo 1A

Se a Lua Contasse - Homenagem a Custódio Mesquita

Ney Ayan

 

1986 - 12ª no Grupo 1A

Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos

José Félix

 

1987 - 12ª no Grupo 1

Viva o Povo Brasileiro

José Félix

 

1988 - 4ª no Grupo 2

Nosso Sinhô, Rei do Samba

 

1989 - 7ª no Grupo 2

Rio, Samba e Carnaval

 

1990 - 2ª no Grupo B

Na Terra do Pau-Brasil, só Mico Dourado Deu

 

1991 - 8ª no Grupo A

Canaã, a Terra Prometida - Brasil

Jurandi Oliveira

 

1992 - 10ª no Grupo A

Um Mistério chamado Brasil (Homenagem a Sinval Silva)

Jorge Luiz Vilela

 

1993 - 8ª no Grupo A

Vitis Vinífera, A Império é uma Uva

Miguel Falabella

 

1994 - 4ª no Grupo A

Nélson Rodrigues, um Beijo na Sapucaí

Miguel Falabella

 

1995 - 2ª no Grupo A

No Sassarico da Colombo

Miguel Falabella e Eduardo Elias

 

1996 - 17ª no Grupo Especial

O Reino Unido Independente do Nordeste

Miguel Falabella

 

1997 - 4ª no Grupo A

A Coroa do Perdão na Terra de Oyó

Eduardo Silva

 

1998 - 5ª no Grupo A

Elymar Superpopular

Eduardo Silva

 

1999 - 9ª no Grupo A

No Palco da Alegria, Molejão é Rei nesta Folia

Eduardo Silva

 

2000 - 7ª no Grupo A

O Ouro Vermelho de Pati do Alferes

Eduardo Silva

 

2001 - 9ª no Grupo A

Macaé, a Princesinha do Atlântico

Arialdo Vilaça

 

2002 - 12ª no Grupo A

Vossa Excelência: Feijão com Arroz

Guilherme Alexandre

 

2003 - 9ª no Grupo B

A Magia Imperial põe a mão na Massa e encanta a Massa na Sapucaí

Eduardo Silva

 

2004 - 3ª no Grupo B

A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!

Jack Vasconcellos

 

2005 - 7ª no Grupo B

Sargentelli Carioca do Brasil. É Samba, é Alegria, é Mulata nota mil
Sandro Gomes

 

2006 - 1ª no Grupo B
Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
Sandro Gomes

 

2007 - 5ª no Grupo A
O Intrépido Santo Guerreiro
Sandro Gomes

 

2008 - 8ª no Grupo A
Duzentos Anos da Corte Real nos Jardins da Família Imperial
Sandro Gomes

1

2009 - 8ª no Grupo A

O Mundo de Barro de Mestre Vitalino

Fábio Santos

.

2010 - 5ª no Grupo A

Suprema Jinga - Senhora do Trono Brazngola

Jack Vasconcelos

.

2011 - 7ª no Grupo A

O Mundo em Carnaval - Um olhar sobre a cultura dos povos

Severo Luzardo

.

2012 - 3ª no Grupo A

Utopias - viagens aos confins da imaginação

Severo Luzardo

.

2013 - 1ª na Série A

Negra, Pérola Mulher

Júnior Pernambucano

.

2014 - 12ª no Grupo Especial

Batuk

Júnior Pernambucano

.

2015 - 6ª na Série A

O Império nas águas doces de Oxum

Júnior Pernambucano

.

2016 - 7ª na Série A

O tempo ruge, A Sapucaí é grande e o Império aplaude o Felomenal!

Júnior Pernambucano

.

2017 - 7ª na Série A

O Último dos Profetas

Júnior Pernambucano

.

2018 - 7ª na Série A

Olubajé – Um Banquete para o Rei

Jorge Caribé e Sandro Gomes

.

2019 - 4ª na Série A

Império do Café, o Vale da Esperança

Jorge Caribé

.

2020 - 6ª na Série A

Quimeras de um Eterno Aprendiz

Guilherme Estêvão

SAMBAS-ENREDO

1967

Enredo: O reino encantado de Vicente Guimarães

Compositores: Mário Pereira e Jorge Melodia

 

Ó deusa da literatura esclarecei minha memória

Quero vossa magia para descrever esta empolgante história

Afinava minha lira todas as manhãs

Para contar como foi sonhado “O reino encantado de Vicente Guimarães”

Grande escritor, nascido em Cordisburgo, o Minas Gerais

Sucessor de Monteiro Lobato, recebeu como herança

A arte de escrever para criança

E o literato amante da mitologia

Transformou-se em Vovô Felício, o mago da petizada

Que surgiu de uma fantasia.

Era uma vez um bom velhinho dotado de espírito jovial

Que com amor e carinho reunia a meninada contando lendas, cultivando a moral

Ministrando a cultura divertia a garotada

Que visitava o seu reino fabuloso

Onde com outros personagens vivia um sonho maravilhoso

João Bolinha, boneco de bolas, convertido pela boa fada em figura de gente

Maria Angelina, garbosa menina, Debete, o garoto inteligente

Sá Zefa, astuciosa cozinheira de gostosuras

Zé Bolacha, rei das tranquinadas e travessuras

Dando seqüência à história imaginada

O ancião contava fábulas de amor, aventuras e magia

E ensinava da natureza o que ele sabia

Lendas escolhidas por sua mente iluminada

João Grumete

Que de um golpe só matava sete

Uiapurú, Uiapurú, o pássaro da felicidade

O seu cantar e sua pena anunciam prosperidade

E o índio transformado em passarinho

Que fez de barro o seu ninho

Glórias aos benfeitores do passado

Preciosos médicos, fantásticos inventores

Homens ilustres, inspirados compositores

O quais Vovô tão bem historiou em seu “Reino Encantado”

Esta apoteose tão feliz

Tantas lembranças me traz

Dos meus tempos infantis

Áureos tempos que não voltam mais

Lá, rá, rá, lá, rá, lá, rá, rá, rá, lá, rá, rá, rá...

 

1968

Enredo: Exaltação a Cândido Portinari

Compositores: Ailton Furtado e Mario Pereira

 

Verdes campos da minha terra

Florescem, para inspirar

Livre canto da minha terra

Canto forte, para exaltar

Portinari

Do azul celestial

A beleza pictórica do mural

Com destemor

Retratou, sem fantasia

Nosso diário labor

Sonhos e sobrevivência

Nos cafezais, no algododeiro

Na procura eterna, o garimpeiro

Pintou, com poesia

A força que no agreste se fazia

Nosso chorar, nosso sorrir

Na tela, gigantescos murais

Foi o primeiro a colorir

Nossos problemas sociais

Sertão

Grande inspirador

Daquele que seria

O nosso maior pintor

Morro

Também fostes retratado

E o moleque esfarrapado

Que vendia alguma coisa

No tabuleiro, para ganhar o pão

Ele pintou com emoção

E quando a ONU o convidou

Para o painel da Sala das Nações

Deslumbrou, na cor

O tema profundo

"Guerra e Paz" no mundo

Assegurando o seu lugar

Além de nossos corações

É imortal, na história da pintura universal

 

1969

Enredo: O negro na civilização brasileira

Compositores: ???

 

Da África chegou

O mar imenso

Ultrapassou

O céu da Bahia

Recebia

A primeira galera

Que o negro trazia

Trezentos anos

De escravidão

Base à economia

De nossa nação

Nos campos ou na cidade

Com a liberdade

Sonhou

Voz imortal do poeta

Ao negro se irmanou

Ô ô Kaô

Cabecilê-Xangô ô ô

Brilhou o sol

Da nova era

Liberto o negro

Se expandiu

Quanta beleza encerra

A arte negra no Brasil

Negro gigante

Na servidão

Nos casebres, nos Palácios

Teus costumes e roupagens

Eram marcantes

O feitiço e a magia

O tempero picante

Das comidas da Bahia

Negro

Canto alto a tua glória

Defendeste nossa terra

Foram páginas de ouro

Na história

Bravo e herói

Oh, quanta luta traiçoeira

Vencia

Empunhando bem alto

A nossa bandeira

 

1970

Enredo: Segredos e Encantos da Bahia

Compositores: Mario Pereira e José Galvão Filho

 

Bahia quem te viu e quem te vê
Jamais poderá esquecer
Esta sublime aquarela
Fiel representante
Da terra verde e amarela
Os teus ritos e tuas crenças
Os teus mitos e tuas lendas
Sempre a deslumbrar

Salve ô terra altaneira
Tropical e hospitaleira (bis)
Terra de segredos colossais
Salve os teus orixás

Nas cadeiras baiana
Nas cadeiras iaiá (bis)
A Bahia mandou
Todo mundo sambar

É notável tua estrutura
Pujança na agricultura
Cenário sem par
Celeiro das letras e das artes
O teu colorido à parte
Hoje viemos exaltar com amor
E assim retorna à passarela
Esta apoteose tão bela
A lendária Salvador

Capoeira, bamba no pé
Se for à Bahia (bis)
Me traga uma figa de guiné

 

1971

Enredo: Misticismos da África ao Brasil

Compositores: Mário Pereira, João Galvão e Wilmar Costa

 

Lua alta, som constante

Ressoam os atabaques

Lembrando a África distante

E o rufar dos tambores, lá no alto da serra

Personificando o misticismo

Que aqui se encerra

Saravá pai Oxalá

Que meu samba inspirou

Saravá todo povo de Angola Nagô

Agô ôôô agô ôôô

 

Lá na mata tem mironga

Eu quero ver (bis)

Lá na mata tem um côco

Este côco tem dendê

 

Das planícies às cochilhas

O misticismo se alastrou

Num torvelhinho de magia

Que preto velho ditou

E o fetiche e o quebranto

Ele nos legou

 

Eu venho de Angola

Sou rei da magia (bis)

Minha terra é muito longe

Meu gongá é na Bahia

 

Tem areia ô tem areia (bis)

Tem areia no fundo do mar, tem areia

 

1972

Enredo: O samba do morro à sociedade

Compositores: Djalma do Cavaco e Vicente

 

Vamos sambar

Não importa o lugar

Nos salões mais elegantes

E lá no morro tão distante

Vamos sambar

Sem divisas sociais

Vou em notas musicais

Sou o povo, sou a amante

Felicidade no barraco

Ou no castelo

Sou o samba, sou um elo

Ligado a grandes amizades

 

Não vim, e sim eu vou

Vou caminhando (bis)

Levando amor

 

Seria lindo

Meu povo sorrindo, sambando (bis)

Seria lindo

Meu povo pedindo, cantando

1974
Enredo: As Minas de Prata
Compositores: Mauro Affonso, Jorge Melodia e Sinval Silva

Bahia, misticismo e esplendor
Preparava-se festivamente
Para a chegada do governador
Figura singular na história das minas de prata
Do grande José de Alencar
Luxo, riqueza e aventura
Na cidade e no sertão
Aquela gente humilde e pura
Foi tomada de ambição
Com a notícia inesperada
Que havia na baixada
Um riquíssimo filão

Havia um caboclo no fundo da mata (bis)
Só ele sabia o roteiro das minas de prata

Artimanha da história
Miragem, amor e ilusão
O tesouro cobiçado
Foi pra sempre sepultado
Com os segredos do sertão

Ê, abaré (ê, abaré)
Abaré, ô (bis)
De todas as tribos, pajé
De todas as matas, senhor

1975

Enredo: Muiraquitã, o amuleto do amor

Compositores: Wilmar Costa, Jorge Melodia e Wanderley

 

Mais uma lenda, da floresta tropical

Onde viviam as mulheres guerreiras

De beleza sensual

Eram as Amazonas, do eldorado sedutor

Só elas sabiam fazer

Muiraquitã o amuleto do amor

No lago espelho da lua

Mergulhavam para apanhar

As misteriosas pedras verdes para o amuleto preparar

Nas noites de lua cheia

O talismã era enfeitiçado de amor

Por Iara, “Mãe D’água” e Cobra Grande

Chefiados por Oxosse o Caçador

Que beleza de índia

Que mistério sedutor

Ela tem pedra verde

Tem mandinga e muito amor

Conori a bela Rainha Amazona

Capturou, o aventureiro Orellana

Que ousara descobrir o eldorado

E a linda Cacique o elegeu seu amado

Mostrou-lhe sua cidade

De ruas prateadas, seu fabuloso tesouro

Seu castelo dourado

E também lhe deu um Muiraquitã encantado

Um dia partiu para a corte o fidalgo aventureiro

Foi mostrar à seu Rei

O talismã feiticeiro

La-ra-la-la-la-la-la, ô ô ô

 

1977

Enredo: O Mundo de barro de Mestre Vitalino

Compositores: Biel Resa Forte, Adilson da Viola e Chipolechi

 

Nordeste novamente é lembrado

Na figura de um humilde escultor

 

Vitalino, com seu mundo de barro

A terra que Deus criou (bis)

Ele valorizou

 

Poeta no sentido figurado

De uma simplicidade sem igual

Que fascinado simplesmente

Retrata o Nordeste, sua gente

Grupo de bravos soldados

Camponês e lenhador (ôô ôô)

Boiadeiros e rendeiras

Lampião e seu amor

O caçador com seu cão a farejar

 

Tudo isso lá na feira

É louça de brincadeira (bis)

Feita de barro-tauá

 

Folguedo do maracatu

Uma festa tradicional

Onde o poeta

Se fez internacional

 

Olha o boneco de barro

Quem quer comprar (bis)

Leva boneco freguesa

Pras crianças alegrar

 

1979

Enredo: As Três Mulheres do Rio

Compositores: ???

 

Lá na feira, da água de menino
Em Salvador
Enquanto aguardava a freguesia
Sonhava acordado o negro Jerrô
Seus pensamentos
Nesta festa multicor
Lá na África distante
Foi saravá, o rei Xangô

Agoiê agoiê Xangô
Agoiê agoiê Xangô (bis)
Pro Império na avenida
Contar o sonho de Jerrô

Da sua gente, sua cor, sua nação
E levando a mão a testa
Pra fazer a saudação
Câo, Cabecile, viva o rei
Seja bem-vindo o justiceiro

Trazendo os troféus da vitória (bis)
Escoltados pelos seus guerreiros

Oxum, menina da fonte
A deusa dos ventos Caoiá
Obá guerreira
Na mão uma espada
Na cabeça um ojá

Obá Oxum Oiá
Obá Oxum Oiá (bis)
As três mulheres do rei
Fizeram Jerrô acordar

 

1980

Enredo: De Sacristão a Barão do Ouro

Compositores: Marinho da Muda e Cajá

 

Voltando através dos tempos

Quando a lembraça nos traz

A Catas Altas

Aldeia de Minas Gerais

Onde o antigo sacristão

Herdeiro de imensa riqueza

Construiu suntuosos palácios

Criando seu mundo

De encanto e beleza

Extravasava suas manias

Em banquetes de estranhas iguarias

 

Tudo na vida se dissolve igual fumaça (bis)

Bebam vinho, quebrem taças

 

Num opulento jantar

Oferecido ao imperador

Recebeu o titulo de barão

O mirabolante anfitrião

Envaidecido com a honraria construiu

Um belo e rico chafariz

E desfilava em carruagem toda de ouro

Depois que vendeu macaúba

Sua pujança se acabou

 

Hoje só resta lembrancas (bis)

De tudo que se passou

 

Almôndegas, banana de ouro

Foram extraídas do tesouro (bis)

 

1981

Enredo: Cataratas do Iguaçu

Compositores: Azeitona

 

Oh, que beleza

Que prazer eu sinto, a natureza olhando

Nuvem de poeira d’água

E o arco-íris este quadro emoldurando

Falo das cataratas do Iguaçu

De outra coisa não podia ser

 

A beleza fez em foz (bis)

Tudo que sabia fazer

 

(E diz a lenda)

No baile das borboletas

O índio Tarobá conduzia pela mão

A linda Naipi que era desprovida da visão

E ao deus Mboi Tarobá pedia

Que ela pudesse ver

As belezas que ele via

O sol se apagou

O rio Iguaçu se escondeu

Tremeu a terra, houve grande explosão

E Tarobá sumiu naquele turbilhão

Quando o sol voltou a brilhar

E o rio a correr

Na cratera que a explosão causou

O rio em fúria, em cataratas se formou

Naipi vibrou de alegria

Surgiu-lhe a luz nos olhos, tudo agora ela via

E procurou por Tarobá

Não encontrando deu um grito de agonia

 

Tarobá, Tarobá (bis)

Um lamento pela mata a ecoar

 

1982

Enredo: Iara, Ouro e pinhão na terra da gralha azul

Compositores: Jorge Melodia

 

Paraná ê, ê Paraná

É o Império da Tijuca (bis)

Na avenida a lhe exaltar

 

No sol bonito da manhã

Na imensidão da terra dos Tupis

Iara adorava o Deus Tupã

Pedindo a paz com os Guaranis

Quando uma linda arara

Em puro Tupi lhe falou

Que a ervateria lendária

Salvaria seu povo da dor, mas Gupi

Gupi, o Guarani guerreiro

Como o amigo Caraí, quase morreu

 

Foram salvos pelo chá milagreiro (bis)

E uma nova nação nasceu

 

Da estrela brilhou

A luz do amor, ô (bis)

E Iara com Gupi se casou

 

Na era do ouro

O bandeirante ali chegou

Dos arraiais e dos seus tesouros

Foi que o Paraná começou

Hoje a ave sagrada

Que semeou o pinhão

Em prosa e versos cantada

No povo mora no coração

É lenda é tradição

No rico solo do Sul

Iara, ouro e pinhão

Na terra da gralha azul

 

1983

Enredo: Santos e Pecados

Compositores: Adilson da Viola, Chipolechi e Cadó

 

Bahia de todos os santos e magia

Peço licença ao meu pai Oxalá

Para teus costumes exaltar

E teus pecados cantar

Tem candomblés e rituais

O afoxé abre os caminhos nos teus carnavais

O calendário baiano

No místico, sagrado e o profano

Os santos na capela e na magia

São festejados pelo povo da Bahia

Ribombam os trovões, o vento se agita

Barraqueiros no mercado

Fazem festa para bendita

Eparrei Iansã

Surge um novo amanhã

Pra mamãe Oxum

Senhora da Conceição

Tem axé lá no terreiro

Na igreja, procissão

 

Segure o remo, remador, reme pro mar (bis)

Vou fazer boa viagem, bom Jesus vai me levar

 

Oh, meu senhor

Meu povo, vem rezar em teu louvor

Tem caruru, vatapá, quindim

Água no pote na lavagem do Bonfim

Cai o sereno, vem a festa da Ribeira

Com muito samba, confusões e capoeira

Eh baiana, vem cantar

Traga oferenda a rainha Iemanjá

Babá-Lotim peça a Obaluaê

Pra abrir caminho à senhora Buruquê

 

Tem pescaria, quero ver quem é (bis)

Que vai arrastar a rede pra ganhar o lava-pé

 

1984

Enredo: 9215

Compositores: Ailton e Tibu

 

Em nome da moral e bons costumes

Essa lei surgiu

9215

Fechando os cassinos no brasil

É proibido jogar, jogar

Jogos de azar

Dada a ordem nua e crua

Quantos desempregados no olho da rua

Mas a jogatina continua

 

Corrida de cavalo, pode apostar

Loto e loteria existem em todo lugar (bis)

O palpite é borboleta

No bicho eu vou jogar

 

Hoje minha escola tão querida

Reabre os cassinos na avenida

Um mundo de requinte e alegria

Mostrando todos os jogos

Nessa noite de euforia

O maior show da terra é o carnaval

Num jogo de fantasia

 

A roleta da vida

Não para de girar (bis)

No jogo do amor

Não me canso de apostar

 

1985

Enredo: Se a Lua Contasse

Compositores: Jorje Canuto, Ademir, Jacaré, Moacyr e Tião Grande

 

Brilhou no céu uma estrela

Para iluminar a minha mente

E o Império engalanado

Com Custódio Mesquita

Se faz presente

Pra fazer bailar a poesia

Desse gênio que não esqueceremos jamais

 

Vamos matar a saudade (bis)

Que há 50 anos a recordação nos traz

 

Homem generoso e de respeito

Trazia dentro do peito um gigante coração

Aonde o necessitado encontrava

Afeto, acalento e proteção

Ator, pianista e seresteiro

Foi eterno escravo da canção (da canção)

E ao reger a sinfonia

Fazia o que queria com a batuta na mão

Entra na roda pra girar na brincadeira

E fazer subir poeira nesse fox naná

 

Eu quero ver, eu quero ver a sua ginga (bis)

E se você não sabe eu posso lhe ensinar

 

Mulher, Rosa de Maio

Grandes entre suas grandes criações

Também se "A Lua Contasse"

Que aumentou de um carnaval a explosão

No auge de suas glórias, foi abraçado pelo destino cruel

 

Compôs e deixou como dádiva a despedida

E foi se juntar a Noel (bis)

 

1986

Enredo: Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos

Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda

 

Você foi um berço de indios

Lugar de Estácio de Sá

Deu aos jesuítas o direito de ficar

Área do café e do chá

Onde os negros iam pra colheita trabalhar

Oh Tijuca

A brisa beija seu verde e faz bailar

Belos cantos que encantam

Recantos de encantar

O amanhecer, passarada a revoar

Vista Chinesa e a Mesa do Imperador

Olha que esplendor

Cachoeiras a cachoar

É a natureza a cantar

 

Desce o morro da Formiga

Do Borel e do Salgueiro (bis)

As escolas que incrementam

Nosso samba o ano inteiro

 

No Éden, tomavam a saideira

É um canto de saudade

Onde a mocidade

Papeava a noite inteira

Hoje, o progresso na area chegou, ôô

Indústria, comécio e metrô

A praça é meu ninho de amor

 

Império exalta sua raiz

E a massa tijucana (bis)

Se faz feliz

 

1987

Enredo: Viva o Povo Brasileiro

Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi, Marinho da Muda e João Quadrado

 

Tudo que vamos contar veio de lá da Itaparica

Ilha baiana onde viveu Pirapuama

E os personagens que ilustram essa trama

Dafé, Patrício Macário

E a mística figura do cenário

Ao passar pela Bahia os holandeses

Deixaram gerações, marcaram corações

E tem mais o barão cruel, homem dominador

Do monopólio da baleia era o senhor

Ôôôôôôôôôôôôôô

No verde esperança dos olhos de Maria luzia a fé

De um povo que sofria

Com ele lutou pelo ideal

De liberdade e justiça social

Após a vitória, coberta de glória

Tomada de emoção

Aprisiona o vencido, com sua doçura

Nas grades do seu coração

No Paraguai, vitória geral

Mas pro Macário, desilusão total

Ressoam novamente os atabaques

Agradecendo aos nossos orixás

Lá se foi o general, fim da linha

Hoje ainda existe a canastra

A irmandade da Casa da Farinha

Por trás desta alegria, à sombra de uma dor, de uma dor

De um povo hospitaleiro

 

Viva nós, viva o povo brasileiro (bis)

 

1988

Enredo: Nosso Sinhô rei do samba

Compositores: Eddie, Paulo Curupira e Alcir de Paula

 

Jura, fala meu louro

Deus me livra das mulheres

 

Mas o homem com toda fortaleza (bis)

Desce da nobreza e faz o que ela quer

 

Ressoam os atabaques

Para festejar

O centenário da escravatura

Que a Lei Áurea a princesa veio assinar

Em 1888 ôôô, quando o negro se libertou

Nascia nesta data

José Barbosa da Silva, "o Sinhô"

Seu nome correu fama

Pianista de real valor

Mas foi na cidade nova

Na casa da tia Ciata

Que sua estrela brilhou

 

Babalaôs

Babalorixás (bis)

Tem festa na aldeia

Tem batuque no congá

 

Na rua do Ouvidor

Sinhô, e o seu violão

Donga, Pinxinguinha

Um duelo constante na canção

Bahia, sua grande inspiração

Cronista sonoro da cidade onde nasceu

Suas músicas tornaram-se imortais

Que o meu Rio não esquecerá jamais

 

1989

Enredo: Rio, Samba e Carnaval

Compositores: Thibú e Ailton Negão

 

Meu Rio encanta

Hoje eu vou lhe cantar

Oh linda cidade

Igual a você não há

A beleza das montanhas e das matas

E o azul do mar

Sol irradiante

Mulatas a bronzear

A tarde no Maraca é gol

A galera a vibrar

As noites cariocas têm

Samba pra você sambar

Magias de enfeitiçar

É carnaval, a alegria vai contagiar

Pierrôs e colombinas

Confetes e serpentinas

Nesta festa popular

 

Não dá pra esquecer, Zé Pereira

Que com seu bumbo (bis)

Começou a brincadeira

 

O Rio amanheceu cantando

A cidade é imperial

A Tijuca canta

 

Rio, samba e carnaval (bis)

 

1991

Enredo: Canaã – A terra prometida Brasil

Compositores: Dica, Noronha e Jorge Melodia

 

Venho lá do morro da Formiga

Da Tijuca, gente amiga

Pra falar do meu Brasil

Terra prometida de encantos mil

E as maravilhas

Do menino gigante, fez despertar

A cobiça constante, de onde vem

De corsários de além-mar

 

Piratas, pirataria

Dorso dourado de ambição (bis)

Olhar de fogo e maldição

Gênio da mar em forma de dragão

 

E no fabuloso Eldorado, ô ô ô ô

A lenda do reino encantado

Onde um príncipe existia

A noite em óleo se ungia

Brilhava em ouro

Quando o dia amanhecia

 

Seu castelo diamante e cristal (bis)

Terra virgem, com riqueza colossal

 

E na tropical floresta

A natureza em festa

Rio, mar, cachoeira, rica flora

A fauna, lindas aves canoras

O índio adorava a lua

Gente inocente, genitália nua

Com lindas plumagens, se enfeitava

Caçava, dançava e cantava

Com seu tacape de guerra

Em defesa a nossa terra

 

Terra boa, tudo o que se planta dá

Celeiro do mundo (bis)

Quem viver verá

 

1992

Enredo: Um Mistério Chamado Brasil

Compositores: Eddie, Nuia, Curupira e Genivaldo

 

Se liga Brasil ôôô

Há um grito de revolta pelo ar

O índio que é dono da terra

Infelizmente já era

Não tem mais onde ficar (ficar, ficar)

Desde o nosso descobrimento

Até hoje eu lamento

Quando o branco aqui chegou

Acabou-se o que era doce

O nosso ouro sambou

E os negros trazidos do além-mar

Vindos para trabalhar

Na mais cruel escravidão

E no encontro das raças

Nasceu a mulata dessa miscigenação

Que saudade nos dá

Dos antigos carnavais

Show de Carmen Miranda

E os grandes bailes do Municipal

 

Aperta em cima, oi, segura em baixo (bis)

É só mutreta, é cambalacho

 

Tá virando picadeiro, ôôôô, o país tropical

Onde o povo-equilibrista

Vive de salto mortal (mas chega)

Chega não aguento mais

Levaram o pau e os ricos minerais

 

E a queimada continua (bis)

A Amazônia já está ficando nua

 

A Formiga vem desvendando esse mistério (bis)

Na Sapucaí, ouça o grito da Império

 

1993

Enredo: Vitis Vinífera – A Império é uma Uva

Compositores: Eddie, Nuia, Paulinho do Balão, Paulo Roberto, Luiz Fernando e Genivaldo

 

Surgiu no horizonte o astro-rei

É dia de plantar para colher

A uva pra amassar com o pé

E fazer o vinho que vamos beber

Vitis vínífera, lá no Egito, lágrimas de rá

Você sabe como é

Enche a taça, vira a taça

Orgia, muito amor, muita mulher

 

Ecoou Evoé

O primeiro porre não foi meu (bis)

Foi de Noé

 

Vou extravasar na poesia

Esquecer a nostalgia

Vou me acabar

Nesta festa que é profana

Passe a régua e tome cana

Diz o dito popular

Ê ê ê deus Baco

Seja tinto, seco ou licoroso

Vejam as cores da Império

Verde ou branco pra mim é mais gostoso

Na França eu bebo champanhe

E hoje vou ficar a mil

Vou me embriagar aqui no meu Brasil

Tomando a pura do barril

 

Bota mé na minha boca

Amor, amor (bis)

Eu vou tomar um porre

Hoje estou que tô

 

1994

Enredo: Nelson Rodrigues, um beijo na Sapucaí

Compositores: Preto Velho, Zé Carlos e Juarez de Souza

 

Nesse espaço cultural

Coroando o carnaval

A Império reverencia

O destaque do teatro nacional

O cronista imortal

Nelson Rodrigues, a dramaturgia

Na linguagem realista

Dos tempos de jornalista

Das folhas policiais

Com requinte criativo

Do repórter esportivo

Descreve as mazelas sociais

 

Calcei as sandálias da humildade

Procurei a honestidade

A virtude e a fé (bis)

Encontrei pelas ruas da cidade

Traição, leviandade

"A vida como ela é"

 

Descritas com inteligência

A lucidez e a demência

Num imenso turbilhão

Prostitutas, rufiões

Virtuosas e ladrões

Pisando o mesmo chão

Este mundo diferente

Mexe a cabeça da gente

E desbunda a sociedade

Exibindo suas taras

Escondamos nossas caras

Tapando a obscenidade

 

Este é o poeta que conheci

Nelson Rodrigues (bis)

Um beijo na Sapucaí

 

1995

Enredo: No sassarico da Colombo

Compositores: Adilson da Viola e Laert

 

Vou lhe dar um beijo doce amor

Amor ôôôô

De presente pelos cem

Minha escola hoje vem sassaricar

Vamos na carona desse bonde

Voltar aos tempos onde tudo começou

A boêmia, os bailes da cidade

E nas ruas, alegria

Moda e cores que esplendor

Corso, mascarados, serpentina

Pierrôs e colombinas

Água de cheiro, sensacional

Delírios, devaneios e loucuras, é geral

 

Tem no sassarico meu bem, skindô

A viúva e o brotinho (bis)

A madame e o vovô

 

A confeitaria era ponto central

Bela época

Cadeiras cativas, boatos e blá

Blá, blá, blá

As cinco em ponto era a hora do chá

Um toque bem familiar

Políticos, cocotes e coronéis

Escritores e o poeta genial

Faziam o QG do carnaval

 

Vem nesse balanço

Vem brincar no meu coração (bis)

A Império da Tijuca

Hoje faz a diversão

 

1996

Enredo: O Reino Unido Independente do Nordeste

Compositores: Carlinhos Melodia, Antônio da Conceição, Nogueirinha, Ricardinho do Pandeiro e Rosângela Matos

 

Nos braços de Morfeu, a fantasia

A poesia me faz delirar

Sou um rei nesta folia

Na magia do teu despertar

Brotou no agreste

Num sonho de repente ele surgiu

O Reino Unido do Nordeste

Independente do Brasil

País sem preconceito social

Na corte muito luxo, tudo é festa

O sol que alumia esta bandeira

Qual fogueira de São João

Cabra da peste, cantadô, muié rendeira

Vão pro senado, parlamento do sertão

 

Rufa atabaque, motumbá axé (bis)

Na opereta de cordel tem candomblé

 

Um brinquedo de criança

A mão do homem cria tanques e canhões

Guarnecendo as fronteiras

O gondoleiro a bordo da embarcação

Exportar é o que importa

Produtos são vendidos pro Brasil

O ouro negro e as frutas tropicais, o sal

O sul do continente consumiu

 

Eu acordei, foi ilusão

Caiu o muro, somos só uma nação (bis)

Brasil sensacional

Eu esta noite tive um sonho imperial

 

1997

Enredo: A Coroa do Perdão na terra de Oyó

Compositores: Ala dos Compositores

 

Axé, oferendas um canto maior

A Império conta a lenda

Sobre a coroa do perdão

Na terra de Oyó

Em sua obstinação

Oxalufã consulta seu Babalaô

Apoiado em seu cajado ô

Parte em visita a Xangô

Ao fazer a caminhada

Pressentia na jornada

Grande confusão

Pedras nos caminhos

Flores com espinhos

E a voz da tentação

Na chegada a decepção

Sete anos prisioneiro

E o caos se alastrou

Veio então a redenção

Tudo se normalizou

Do erro vem o perdão

E o mestre o perdoou

 

Caô, caô, caô Cabecile Xangô (bis)

 

E de regresso a Ifã

Oxalufã olhou pra trás

Sentiu a fé, no amor a criação

E no palácio houve a festa do pilão

 

Epeu ê babá

Salve os Orixás (bis)

É o verde esperança

Com o branco que é a paz

 

1998

Enredo: Elymar Super Popular

Compositores: Preto Velho, Laert, Gilmar Nogueira, Regina, Orlando Português e Adilson da Viola

 

Os astros convergiram em harmonia

A luz da vida o germinou e o fez nascer

Os deuses iluminaram sua guia

Atapetando o caminho a percorrer

A noite o envolveu num acalanto

A musa veio, leve a brisa a lhe beijar

A arte o cobriu com o seu manto

E quanto encanto ao ouvir o seu cantar

 

Chacrinha personagem imortal (bis)

Abriu-lhe as portas do estrelato musical

 

(No Canecão)

No templo das canções

Derreteu corações e as emoções de todos nós

As luzes da platéia se apagaram

Mil aplausos ecoaram ao calor da sua voz

Amor ateu, vida cigana, romantismo

Retratando com lirismo, relações tão sensuais

Que o tempo não desfaz

Na bela homenagem a Senna

O adeus em notas musicais

Fica a saudade de um gênio

Guerreiros não morrem jamais

Sua versatilidade comprovou

Encenando Che Guevara, a platéia delirou

Alô, meu amor

Na Leopoldina tudo começou

 

Alô, alô, Mengo (bis)

Essa bandeira sempre levantou

 

É o talento, é a garra, é a fibra

É Apolo, Oxossi e libra

Fazendo o povo sonhar (bis)

E a Império da Tijuca orgulhosa

Sonha junto toda prosa

Elymar super popular

 

1999

Enredo: No Palco da Alegria, Molejão é Rei nesta Folia

Compositores: Tuninho Gentil, Nogueirinha, Gracielle e Marco Batista

 

Alô Brasil, se liga

A festa já vai começar

O rei chegou pra coroar no carnaval

Grupo Molejo, a majestade musical

Eu quero educação, moradia, saúde

Alimentação, desfrutar de lazer

Pra alegrar o meu reino

E fazer feliz o meu viver (minha bandeira)

Minha bandeira é da paz e esperança

Nossa banda vai tocar

E você vai entrar na dança

Paixão pelo futebol (é gol)

A bandeira do samba

O Molejão levantou

 

Quem samba com Molejo

Samba diferente (bis)

A Formiga tira onda

E dá um show de samba quente

 

Ai "caçamba"

Se tá maluca, tá "doidinha por meu samba"

Meu "pensamento verde" é a bonança

O "paparico" é "brincadeira de criança"

Na "dança da vassoura" vou varrendo a tristeza

"Não quero saber de ti ti ti"

Nem se "a bruxa está solta" dentro da Sapucaí

 

Vem no balanço amor

Eu quero é Molejar (bis)

Hoje a explosão do samba

Não pode parar

 

2000

Enredo: O ouro vermelho de Paty do Alferes

Compositores: Boró, Paulinho RJ, Zezé Palhinha e Udson

 

Vem nessa que eu vou te levar, meu amor

Hoje meu samba está no ar, eu tô que tô (bis)

E a Império da Tijuca é emoção

Sessenta anos de raiz e tradição

 

Viajando a caminho de Minas

Paes Leme então se fascina

Ao ver palmeiras verdejantes

Na roça do Alferes chegou (se encantou)

Da combinação patis com a patente

Paty do Alferes de formou

Veio o desenvolvimento

Com as riquezas do teu chão

Município sufocado pela oposição

Mas na década de oitenta

A vitória afinal

E hoje é tema do meu carnaval

Passeando em Paty

No caminho do imperador

Onde Dom Pedro e a marquesa

Viveram uma história de amor

 

Água que pássaro não bebe, eu bebi

O imortal Duque Estrada, é de Paty (bis)

E o fruto que vale ouro, está aqui

Fazendo a festa na Sapucaí

 

Dá mais vida ao tempero

Este fruto natural

O tomate brasileiro

Enobrece a culinária nacional

 

2001

Enredo: Macaé, a princesinha do Atlântico

Compositores: Adilson Tatu e Gago

 

Meu Império da Tijuca, vem mostrar

Como é doce viajar nesta emoção

 

Deixa eu te namorar, Macaé (bis)

E conquistar teu coração

 

Emoldurada pelas mãos do Criador oi

É lindo contemplar tanta beleza

Seus rios, cachoeiras e cascatas

Verdadeiro paraíso de riquezas

O índio era o dono dessa terra

Quando o homem branco aqui chegou

E o negro feiticeiro vai pra mata

No quilombo a liberdade

Liberdade das amarras do senhor

 

Depois do porto, a ferrovia chegou

Dos engenhos de açúcar, ao cultivo do café (bis)

O ouro da Coroa reluzia, impulsionando Macaé

 

Na música, uma nova aurora

Conspiradores, shows de liras pelo ar

A São Pedro vai meu barco em procissão

Festa junina e lendas de emocionar

Oh Santana, segredo, mistério em oração

Assim conta a história

Que cem anos durou a maldição

O ouro negro surgiu, fez o progresso jorrar

E a cidade novamente a prosperar

Hoje a princesinha do Atlântico

Faz turista se encantar

Dádiva da Natureza

Jóia rara que me faz sonhar

 

2002

Enredo: Vossa Excelência: Feijão com Arroz

Compositores: Gago, Marcos Glorioso e Jorge Nascimentho

 

Prepare a mesa que hoje eu quero recordar

Poder contar

Que povos de além-mar, trouxeram de lá

A cultura do arroz que os brasileiros

Juntaram ao gostoso feijão

Que o índio não é bobo e já comia

O sol desperta a natureza

Fertilizando a terra com gotas do céu

 

Esse bom cheiro no ar, desperta o meu paladar

Vem que eu vou (bis)

Esse desejo danado, ah, que vontade que dá

Amor, assim vou me amarrar

 

Oxalá, oferenda aos orixás

Fartura, saúde, paz e proteção

Só a fé faz alcançar

Um prato cheio todo dia em cada lar

Educação e alegria pra criança ao despertar

Na música, na arte, na poesia que beleza

Azuki com integral é natural

Sai corrupção da minha mesa

No fogo à lenha, a feijoada tá aí, pode provar

É a preferência nacional

 

Nesse banquete imperial, amor, amor

Quem quiser pode chegar, vou me acabar (bis)

Tá de dar água na boca

Meu Império da Tijuca neste carnaval

 

2003

Enredo: A Magia Imperial põe a mão na Massa e encanta a massa na Sapucaí

Compositores: Aloisio Villar, Cadinho da Ilha, Pardal, Paulo Travassos, Mestre Arerê e Fabio Fernandes

 

A Império da Tijuca vem mostrar

Mistérios dos cereais

A verde e branco

Pega o prato e põe na mesa

Tá quentinho, que beleza

Macarronada é fonte de energia

Pelo tempo navegou

Essa massa é sagrada

Com uma pitada do Oriente

E tempero do Ocidente

Dá água na boca, vou saborear

 

Amasse a massa, amor me abraça

Vamos juntos fermentar (bis)

Pisando com graça, sacudindo a massa

Sentindo esse gostoso paladar

 

Que nobreza, na Itália virou carnaval

Alimento tão sublime

Em outubro tem seu dia especial

É magia e sedução

Hoje tem fartura na Sapucaí

Modernidade e tradição

A indústria fez exportação

De lá pra cá, daqui pra lá

Virou cardápio popular

 

Eu sou Império, um canto de raça

Sou alma e coração (bis)

A voz do povo, nossa massa, nossa gente

Sou um banquete de alegria e emoção

 

2004

Enredo: A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!

Compositores: Noronha, Rafael Coutinho e Gatto

 

Ah, minha Formiga

Desce o morro e vem sambar

É hora de mostrar no asfalto

Meu verde e branco

É doce, mas não é mole não

Na Índia tudo começou

Xarope doce nos rituais

A fé, a magia

Até no Oriente a cana adoçou

E se alastrou, no Ocidente fez moradia

 

Vejam só o que aconteceu

O caldo doce endureceu (bis)

Em Veneza refinou

O ouro branco se consagrou

 

O vento soprando nas velas

Riscou um caminho no mar

E o Nordeste abraçou, o litoral adoçou

Fazendo o folclore brilhar

Foi a cobiça do homem

Em Pernambuco se fez

No ouro branco o desejo

Que olho grande, holandês

Bom Nassau

O invasor que enriqueceu a nossa terra

Campos dos Goytacazes

Do açúcar floresceu

Escravas, sinhazinhas

Mucamas, "a moenda girou"

Clara, fantasia de criança

Tem balé eu tô na dança

Com você vou me adoçar

 

Tijuca, sou Império e vou cantar, vou contar

Caiu do céu, que doce mel (bis)

Hoje vou me lambuzar

 

2005

Enredo: Sargentelli Carioca do Brasil. É samba, é alegria, é mulata nota nota mil
Autores: Eddie Naval, Genival Cirilo, Roberto Eloy, Antonio do Sto. Antônio e Renato Grajaú

Quando uma voz
De trovão anunciou
A estrela que surgiu do céu iluminou
Sargentelli, um carioca do Brasil
É samba, é alegria, é mulata nota mil
Portela, sua águia altaneira
Vibrava com o escrete do fogão
Fazia um batuque na caixinha
O rei da irreverência popular
Lamartine, influência musical (genial)
O nosso bamba conquistou
O rígido cenário cultural

Saravá meu pai
Ecoa o brado no terreiro (bis)
Da vida fez um palco iluminado
E deslumbrou o mundo inteiro

No rádio e na televisão
"Viva meu samba"
Grande entrevistador
Um jurado "gente boa"
Exportando negritude
Eis o oba-oba espetacular
Voa, você que não está no mapa
Fez nascer em nossa data
O mais lindo laço de união

É do balacobaco, é do ziriguidum
Sargentelli é Carnaval (bis)
Canta Tijuca, seu orgulho imperial

 

2006

Enredo: Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos

Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda

 

Você foi um berço de indios

Lugar de Estácio de Sá

Deu aos jesuítas o direito de ficar

Área do café e do chá

Onde os negros iam pra colheita trabalhar

Oh Tijuca

A brisa beija seu verde e faz bailar

Belos cantos que encantam

Recantos de encantar

O amanhecer, passarada a revoar

Vista Chinesa e a Mesa do Imperador

Olha que esplendor

Cachoeiras a cachoar

É a natureza a cantar

 

Desce o morro da Formiga

Do Borel e do Salgueiro (bis)

As escolas que incrementam

Nosso samba o ano inteiro

 

No Éden tomavam a saideira

É um canto de saudade

Onde a mocidade

Papeava a noite inteira

Hoje, o progresso na area chegou, ôô

Indústria, comécio e metrô

A praça é meu ninho de amor

 

Império exalta sua raiz

E a massa tijucana (bis)

Se faz feliz

2007
Enredo: O Intrépido Santo Guerreiro
Autor: Bola

Jorge era um bravo guerreiro
Que enfrentou batalhas sem nunca temer
E com o seu talento natural
Chega ao comando da guarda imperial
Roma que em tempos distantes
Punia os amantes da religião cristã
Via o soldado convertido
Apesar de perseguido, confirmar a sua fé
Diocleciano, imperador romano
Ordenou a sua execução
Se espalhou o culto em sua devoção

Não chore alteza, não chore não
O cavaleiro matou o dragão (bis)
Santo guerreiro, de coração
Canta o Império em louvação

E ao chegar no Brasil
Com o sincretismo, no tempo da escravidão
Foi batizado de Ogum
É fogo, é ferro, é graça para cada um
Ele é que vence a demanda
Seja na Umbanda ou no Candomblé
Se hoje tem cavalhada
Amanhã tem congada pro santo de fé
Quem é fiel, é da guerra
É Corinthians na Terra e Jorge no céu

Eu te sinto pelo ar
Eu te vejo no luar (bis)
O Morro da Formiga em procissão
Faz a sua homenagem ao santo de devoção

2008
Enredo: Duzentos Anos da Corte Real nos Jardins da Família Imperial
Compositores: Guilherme Sá, Jota, Pingo, Carmo e Prof. Peixoto

Despontou no horizonte
Veio de longe toda Família Real
As águas do mar da saudade
São lágrimas de Portugal
O povo ao receber dom João
Corteja, a euforia é geral
Se encanta com o luxo e a riqueza
No estandarte da alegria tem nobreza
A cidade se renova, majestosa evolução
A arte é semeada em nosso chão

Jardim de beleza, perfume e sabor
Um doce recanto, lugar sedutor (bis)
João semeou lindos florais
Na herança eternos palmeirais

Ao som de pássaros cantores
O sol revela todas as cores
No despertar da natureza
Cresce a raiz da liberdade
Com esplendor na primavera
As flores dão adeus à majestade
Sopra, o vento abre as portas
Exala o cheiro de jasmim
É assim, quando encanto da paisagem
Chama os visitantes pro jardim

A imagem da história
"Rege a vitória" Imperial (bis)
A corte deixou seu legado
Coroado no meu carnaval

2009

Enredo: O Mundo de barro de Mestre Vitalino

Compositores: Biel Resa Forte, Adilson da Viola e Chipolechi

 

Nordeste novamente é lembrado

Na figura de um humilde escultor

 

Vitalino, com seu mundo de barro

A terra que Deus criou (bis)

Ele valorizou

 

Poeta no sentido figurado

De uma simplicidade sem igual

Que fascinado simplesmente

Retrata o Nordeste, sua gente

Grupo de bravos soldados

Camponês e lenhador (ôô ôô)

Boiadeiros e rendeiras

Lampião e seu amor

O caçador com seu cão a farejar

 

Tudo isso lá na feira

É louça de brincadeira (bis)

Feita de barro-tauá

 

Folguedo do maracatu

Uma festa tradicional

Onde o poeta

Se fez internacional 

Olha o boneco de barro
Quem quer comprar (bis)
Leva boneco freguesa
Pras crianças alegrar

2010
Enredo: Suprema Jinga - Senhora do trono Brazngola
Autores: Márcio André, Djalma Falcão, Ito Melodia, Grassano e Jota Karlos

Quem sou eu?
Sou Jinga, tô na ginga desse samba
Quem sou eu?
Guerreira que nasceu lá em Matamba
Kimbandeiros, profetizaram minha sorte
Viram longos tempos negros
Mas me deram braço forte pra lutar
Sangue de kgola kiluanji
Uma vida de mistérios pra contar

A invasão portuguesa, deixando terra sem lei
Tomando toda riqueza, reinado sem rei (bis)
Aí então fui chamada, por meu irmão sucessor
Fui mensageira da paz e amor

Senhor, a sua luz eu aceitei
Com adversários me aliei
Meu veneno foi além das ambições
Governei como varão, quilombola de Angola
Mesmo vencida unifiquei nações
Sou orgulhoso de uma raça
História que viaja nos negreiros
Sonho de um povo, senhora dos terreiros
Venho na força do vento, queimo como fogo
Dona do maracatu, minha espada é de ouro
Sou a luz da meia noite, meu cortejo vai passar
Sou rainha do congá

Eparrei oiá ... Oiá ... Oiá
Nesse Império Brazngola (bis)
Minha verdade, quem saberá?

2011

Enredo: O Mundo em Carnaval - Um olhar sobre a cultura dos povos
Autores: Henrique Badá, Fernandão, Marquinho Marino, Lequinho, Serginho Machado e Leco da Alerj

Um brinde a fantasia
A alegria do eterno folião
Eu sou o rei nessa folia
Mostrando ao mundo a minha emoção
Sagrado profano... divino prazer
Juízo não nego, até posso perder
Sou pobre, sou nobre... Loucura real
Mascarando a diferença social

Vou sambar abaixo de zero
Onde há frio, eu levo calor (bis)
Com a bateria do meu Império
Quarenta graus de amor

Na luta de uma nação
Da dor... A união, rompendo barreiras
Tem festa, tem dança, tem raça
Mistura que embala... "é samba na veia"
O teu coração eu conquistei
No Brasil me apaixonei
Por essa gente alegre e festeira
Que me recebeu com sorriso
A fantasia se torna real
Em todos os cantos do mundo
Eu sou o carnaval

No mundo do samba... celeiro de bambas
Chegou o meu Império
Te amo e não sei quantas vezes (bis)
Cantei toda a minha emoção
Ao desfilar na escola do meu coração

2012

Enredo: Utopia - Viagem aos Confins da Imaginação
Autores: Fernandão, Henrique Badá, Jacy Inspiração e Cabral Gadioli

Aos confins da imaginação
Em pensamento viajei
Morro da Formiga o paraíso
Entre tantas maravilhas encontrei
Há tanta gente buscando razões para ser feliz
Nesse mundo de magia
Tantos castelos criei
Nos contos de fada na mãe natureza
Que bom fantasiar o dia a dia
Mesmo que seja utopia
A vida fica mais bonita assim
Quero extravasar minha alegria
Desfilando por lugares que em sonho conheci

A Império da Tijuca em alto astral
E vamos nós viajando (bis)
Nesse cenário em festa
Parece que ainda estou sonhando

É lindo ver o povo irmanado
O vento soprando um canto de paz
O som da orquestra por todos os cantos
A voz da criança em versos me diz

Meu orgulho é ser tijucano
Fazer desse sonho... Um sonho real (bis)
O artista traçando seus planos
Faz esse eldorado virar carnaval

2013

Enredo: Negra, Pérola Mulher
Autores: Samir Trindade, Serginho Aguiar, F. Araujo, Tião Pinheiro e Alexandre Moreira

Orunmilá me deu a luz que veio despertar
A criação e o dom divino para transformar
Eu sou raiz ancestral, herdeira
Ìyámì, Eléeye, guerreira
Matizei as cores de mãe África
Berço, história viva em lutas nesse chão
Gèlèdé, fiz da magia minha perfeição
Amor, paixão, sublime beleza
Dançar feliz, saudar a natureza
Encanto, poder e sedução

Toca o tambor
Eu quero ver requebrar
Esse swing da cor... É ginga (bis)
Mesmo na dor não me deixei abalar
Meu sangue é raça e axé... Menina

É Odara
Louvar aos Deuses em uma só voz
Oxalá derrame bênçãos sobre nós
Nobreza singela, a rosa mais bela
Luz da inspiração
Negra mulher...
Mãe padroeira do Brasil tu és
O Morro da Formiga a teus pés
Sob teu manto nossa proteção
A lágrima que hoje desce do olhar é emoção
Meu Império da Tijuca vem exaltar a sua luta

Ô Ô Ô Ô... Nessa festa vai ter zoeira
Quilombola é brasileira (bis)
Faz kizomba a noite inteira!

2014

Enredo: Batuk
Autores: Marcio André, Vaguinho, Rono Maia, Alexandre Alegria, Karine Santos e Tatá

Vai tremer, o chão vai tremer
É nó na madeira, segura que eu quero ver (bis)
Coisa de pele batuk ancestral
Lá vem a sinfonia imperial

Bateu mais forte o coração
Tocou, senti a vibração
Da África, ressoou
A batucada que se espalha nesse chão
Lua clareia na aldeia, celebração
É dom de comunicação
Em cada cultura entoa rituais
Cura em devoção, magia dos sinais
É festa é kizomba, no toque pra Zumbi
Firma o ponto na gira não deixa cair

Na ginga do corpo
Na batida do pé, axé, axé! (bis)
Eleva a alma, o canto e a dança
Unindo as raças na fé e na esperança

Ecoou
O som divino do folclore popular
Batam palmas o cortejo vai passar
É o "fervo" que desce a ladeira
O batuque levanta poeira... capoeira
Dita moda, faz inclusão
Recria uma nação... guerreira
Batuqueiro, arrasta multidões
Nos blocos e cordões
Do Jongo aos salões
Conquistou a nobreza, fez sua realeza
O primeiro Império da corte do samba
Meu Império celeiro de bambas

2015

Enredo: O Império nas águas doces de Oxum
Compositores: Márcio André, Bola, Dudu, Marcão Meu Rei, Gallo e Alexandre Alegria

Brilha a coroa imperial
Nas águas doces de axé
Cai a chuva de Orum
Abençoa o aiê... Nasceu Oxum
A dona do ouro e da beleza
A força da natureza que Ododúa gerou ô ô 
Com Ogum venceu batalhas
Com Oxóssi, rei das matas, viveu seu grande amor
Exú deixou se enganar pelo poder da sedução
O segredo da magia no jogo de adivinhação

Lá vem a Iabá disputar
Com Obá a paixão de Xangô
Caô é o rei maior (bis)
Depois virou pomba dourada e voou
Do Alafim de Oió

À rainha de nossa fé
Sinfonia dos afoxés
O presente das águas à luz do luar
Renasce do ventre de Iemanjá
Senhora tão belo seu ilá
Com seu abebê encantado ela dança
Fertilidade, esperança, deusa, menina, mulher
Mãe das mães reflete a luz da vida
Nesta avenida... Axé
Como é bom te ter a Formiga é você
O samba em oração é nossa voz... Rogai por nós

Ô ô ô Oxum (ora iêiê ô), é Oxum
Nossa padroeira a desaguar (bis)
A fé no coração de cada um

2016

Enredo: O Tempo Ruge, a Sapucaí é Grande e o Império aplaude o Felomenal
Compositores: Jussara Pereira, Dalton da Nelci, Luiza Fontella, Adriana Vieira e LID

Na Tijuca o céu também se transformou
Senti o cheiro doce do juá
Chegou a caravana Rolidei
E o menino Zé vai te encantar
Misturou a sua alma às cores
Vida mambembe e seus amores
Entre drama e alegria
"Batalhando" dia a dia
Crescia um ator "felomenal"
De capa preta ou como veio ao mundo
"Conselheiro" ou "vagabundo"
Foi a alma do cinema nacional

Atenção! Tocou a sirene
Nossa cena se abre pra multidão (bis)

Hoje o fundo musical é com a sinfonia imperial

Na luta do "bem" contra o "mal"
Ele foi santo, diabo e presidente
Em horário nobre eternizou
O milagreiro do amor
Hoje! "Eu vou lhe usar", fantasia
Quero cair nesta folia e consagrar
O homem, o gênio, o mito
Colecionador e crítico
Rei da arte de representar
Estrela que hoje brilha no infinito
E a plateia grita bravo! (bravo!)
Seu show vai continuar

Bye bye menino, bye bye gigante!
O Império aplaude o artista errante (bis)
O tempo ruge e a Sapucaí é grande

2017

Enredo: O Último dos Profetas
Compositores: Gilmar L. Silva, Michel do Alto, Serginho Roco, Ferreti, Ismael David, Orlando Ambrosio e Washington Motta

Raio de luz prenuncia a vinda
A noite encantada é tão bonita
Virá um anjo bom anunciar
Um nascimento na aldeia de Judá
O emissário da esperança
Um ser de luz
Profeta, de muita fé no coração
Sou teu seguidor nessa missão
 
Deixa florescer palavras
Renascer da dor
Salve o meu santo (bis)
Tua mensagem é que me traz acalanto
Venho te homenagear, em verde e branco
 
Na umbanda ele é o rei Xangô
Kaô kabecilê
Vem ver no ylê meu orixá dançando no xirê
Levo na gamela o amalá
Na pedreira eu vou ofertar
 
Yaô Xangô é protetor
(bis)
 
Na festa junina segue a devoção
Vem “si minino” pro forró e pro baião
A sinfonia com a zabumba e viola
Dançar quadrilha meu amor chegou a hora
De pular fogueira, soltar balão é “pra lá de bão”
O céu fica todo iluminado, o arraiá tá animado
Viva São João!
 
O meu Império é a voz da justiça
O Morro da Formiga canta em louvação
(bis)
Então me batizei em tuas mãos
Nas águas do Rio Jordão

2018

Enredo: Olubajé – Um Banquete para o Rei
Compositores: Samir Trindade, Márcio André, Paulo Lopita 77, Neyzinho do Cavaco, Núia Rodrigues, Elson Ramires, Girão, J. Karlos e Daniel Katar

Quando Nanã gerou
Entregou seu filho a Iemanjá
Com todo amor ela cuidou
E lhe curou, na imensidão do mar
Salve o esplendor brilhante da manhã
Do filho iluminado de Oxalá e Nanã
Ele voltou…
Caçador, feiticeiro e bom de guerra
Batizado, senhor do sol e da terra
'
Obaluaiê jêjê nagô, é oluaiê, chama e calor
A cura de todo mal cobriu na palha
(bis)
Pode ter fé, a magia do velho não falha
'
Sapaktá, tribo dos ancestrais
Reinam mães senhoras e os orixás
Ossain, nas folhas o poder
Iroko, yewa, arroboboi oxumarê
Eu quero ver omolu dançar
No opanijé com o seu xaxará
Tem pipoca no alguidar, mandigueiro
Sinfonia imperial chegou no terreiro
Atôtô baluaiê, meu pai vem nos valer
O banquete para o rei vamos te oferecer
Espelho de gente guerreira
Que dá o suor na labuta, e faz Olubajé
No Império da Tijuca
'
Araloko, araloko pajuê
Ê pajuê ê pajuê (bis)
Vem o morro da Formiga, vem pra vencer

2019

Enredo: Império do Café, o Vale da Esperança
Compositores: Braguinha Cromadinho, Tem-Tem Jr, Pixulé, Jota, James Bernardes, Tinga e Diego Nicolau


Ventos de dor os trouxeram pra cá
Fé que guiou o destino de tantos
Africanos destinados à saudade
Sol e chuva, a tristeza como par
Nego tá cansado, nego tem que trabaiá
Nego tá cansado, nego tem que trabaiá
O ouro negro enraiza a escrava lida
E faz o áureo poder deixar o breu
A boa música valsava em poesia
Enquanto o ébano sangue escorreu

Tem batuque, jongo, capoeira
Na mandinga da vovó benzedeira (bis)
No terreiro firma o ponto, gira dos meus orixás
Força da fé que dobra o capataz

Ah, passou o tempo, o vale se transformou
A imigrante mágica misturou
Fez renascer a esperança dessa gente
Mãos calejadas fazendo arte
E um aroma de enlouquecer
Unem-se à folclórica verdade
Tanta gente veio conhecer
A luz que protege a alma
À cruz, peço pra me guiar
Se hoje é agronegócio que traz o progresso
O povo agradece e vem cantar

Desce o Morro da Formiga
Meu Império da Tijuca, vai à luta
(bis)
Traz o Vale do Café, negritude de valor
Num lindo rosário de amor

2020

Enredo: Quimeras de um Eterno Aprendiz
Compositores: Pixulé, Braguinha, Diego Nicolau, Tinga, Jota, Tem-Tem Jr., Fábio Gigi e James Bernardes

Eu sou a luz no breu
A transformação, o conhecimento
Páginas que enchem de esperança
Mudança escrita no tempo
Vento leva seu desejo de bravura
Ao vestir a armadura da leitura e do saber
Mesmo andarilho, estandarte
Retirante da arte, a quimera em você

Pelo rio navega, mero aprendiz
É a fé que me leva pelo meu país
Construindo exemplo, o milagre contemplo (bis)
Porque ainda é tempo de final feliz
(É tempo de final feliz)

Nativa inteligência
Floriu em livros a ciência
De narrativas, emoções
Pequenas tiras entre praças e canções
O samba é sabedoria
No Morro da Formiga, minha inspiração
Enredo bordado no verde do meu pavilhão
Império…
Tantas vezes fui seu companheiro
Hoje fiel escudeiro no sonho por mais educação

Vamos dar as mãos, seguimos na luta
Brilha a coroa, isso é Império da Tijuca!
(bis)
Já clareou um novo dia, minha arma é poesia