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MARTINHO DA VILA NA INDEPENDENTES DE CORDOVIL
4 de janeiro de 2022, nº 9 Se inscreva no canal SAMBARIO no YouTube Coluna anterior: Visitando Sites Antigos de Carnaval no Site Web.Archive
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Criado na Favela da Praia do Pinto, no Leblon, Ovídio Brito ingressou, em 1958, como músico na bateria da Escola de Samba Independentes do Leblon, que ficava ao lado da birosca de seu pai, Manoel Dentinho. Exímio ritmista e percussionista, chegando a ser diretor de bateria e percussionista de categoria superior, Ovídio se especializou como cuiqueiro, onde aprendeu com os velhos cuiqueiros da favela e tornou-se um dos melhores neste instrumento. Em 1978 tornou-se presidente da Independentes de Cordovil, após o abandono de Chicão. Ficou no comando da escola até o carnaval de 1982, quando seu pai faleceu. Em 1984, Ovídio deu a ideia de por Martinho da Vila como enredo da escola. Nessa época, Ovídio tinha muita influência na comunidade, pois já era parceiro musical de Martinho, tendo inclusive inaugurado um dos melhores pagodes da época em seu bar em Cordovil, onde levava atrações inesperadas para serem acompanhadas pelo Grupo Sereno de Cordovil. Sendo assim, a proposta de enredo foi aceita e o carnavalesco Paulo César Cardoso escreveu e desenvolveu o enredo de 1984. Presidido por Salustiano Canela, o Salú, o Dragão da Leopoldina levou, portanto, para a avenida Rio Branco, o enredo “Terreiro, sala e salão: Martinho da Vila, axé”, o qual lhe renderia o 2ª lugar no Grupo 2A (AESCRJ), quase garantindo vaga no Grupo 1B.
Com 46 anos de vida em 1984, Martinho celebrou na avenida, com a presença de amigos, o que deve ter sido sua primeira vez como enredo. Conforme relata André Poesia: “Foi uma disputa interessante, com sambas de diversos estilos. Havia uma guerra decente. Ary Lage, Wagner e Paulo Pqd despontavam como favoritos, fizeram o samba na primeira pessoa, que após a vitória foi trocado para terceira". O presidente pediu que ao invés de “MEU CANTAROLAR”, o início fosse “SEU CANTAROLAR”. O samba pegou no gosto popular, numa disputa com Mazinho, Mariozinho, Português, Lula Barbudo, Luiz Galocha, Bóca, Paulo Mathias, Alemão, entre outros. Havia um samba que corria por fora num duplo sentido que muitos abraçaram: "Me dá, me dá / Meu canudo de papel / Sou o Martinho da Vila Isabel" do Português, Bóca e Alemão. Após a escolha, me parece que houve uma ajuda de Martinho, influenciando shows como de Beth Carvalho para arrecadação pra escola. No desfile a agremiação despontou como favorita, porém houve uma proposta de pagamento em troca do título, coisa que a Cordovil não aceitou, pois acreditou no valor do seu desfile. E não deu outra, foi segunda colocada, com Arranco e Unidos de Padre Miguel sendo campeãs empatadas”. A seguir, a letra do samba, divulgado na época, de forma impressa, pelo jornal O Globo:
Agradecido e feliz pela homenagem recebida, Martinho da Vila volta a desfilar pela agremiação em 1985, no enredo “Sangue, suor e lágrimas”. Pé quente, o desfile apresentado na avenida Rio Branco levou a agremiação ao título do Grupo 2A, coroando assim a volta à Sapucaí. Na reportagem do Jornal dos Sports (veja foto abaixo), é comentado que, além do Martinho, o povão de Cordovil contaria em 1985 com Beto Sem Braço, Neguinho da Beija-Flor e Bebeto de São João.
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Também sem gravação oficial disponível, meu canal TR - Sambas de Enredo
oferece à comunidade carnavalesca um registro do samba com
cavaquinho, cedido gentilmente por Matheus Natureza e seu pai
Chicão Natureza.
Infelizmente não temos vídeos dos desfiles, pois não foram televisionados, mas fica aqui esta passagem histórica. Se você possui ou viu por aí algum vídeo raro de reportagem da época sobre estes desfiles, avise-nos. Segundo Gérson Brisolara, colunista do SAMBARIO, um dos frutos que renderam dessa homenagem da Cordovil foi o convite que o carnavalesco da escola, Paulo César Cardoso, recebeu de Martinho para compor a comissão de carnaval da Vila Isabel para "Kizomba" (1988), juntamente com Milton Siqueira e Ilvamar Magalhães. A coluna apresentada acima, foi construída a partir de pesquisa feita em jornais antigos e a partir dos relatos de André Poesia, antigo componente desta extinta agremiação da Cidade Alta. A título de informação, também gravamos melodias de outros sambas da agremiação que não possuem registro oficial, como 1978 “Pregões do Rio Antigo” e 1980 “Deixa Falar que Depois eu Digo”. Em futuras colunas, a história da Independentes de Cordovil pode aparecer por aqui, de forma mais completa. Abraços!!! Túlio Rabelo |
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