O intérprete Gílson Bacana, além de cantor de
samba enredo também já fez de tudo um pouco na Beija-Flor
de Nilópolis. Neto de Vicente, um dos primeiros mestres de
bateria da Deusa da Passarela, também é pai do
intérprete Bakaninha, morto tragicamente aos 31 anos em um
acidente automobilístico em janeiro de 2022. O jovem chegou a
ser anunciado por Neguinho da Beija-Flor como seu sucessor.
Gilson Bacana desfilou na bateria, foi componente de ala até
chegar ao carro de som da Beija-Flor, no final dos anos 80. Morador de
Nilópolis, o cantor era o substituto de Neguinho nas eventuais
ausências do artista por compromissos profissionais.
Uma das primeiras aparições públicas de Bacana
aconteceu em janeiro de 1989, aos 19 anos de idade, quando a TV
Manchete exibiu o 1º Festival Manchete de Sambas-Enredo e de
Passistas, gravado no Teatro João Caetano, no centro do Rio,
durante o “Projeto Seis e Meia”. O festival consistia em
escolher o melhor intérprete, os melhores passistas masculino e
feminino e o melhor samba do ano entre as dezoito escolas do Grupo
Especial. Apenas Mangueira, Beija-Flor e Imperatriz não enviaram
ao festival seus intérpretes principais, que eram considerados
hors-concours (fora de concurso): Jamelão, Dominguinhos do
Estácio e Neguinho, sendo substituídos, respectivamente,
por Sobrinho, Preto Joia e Gilson Bacana. O intérprete da escola
de Nilópolis defendeu “Ratos e Urubus... Larguem a Minha
Fantasia”, trilha sonora do histórico desfile naquele ano.
O cantor é da equipe de canto de Neguinho da Beija-Flor e chegou
a defender o samba enredo da Beija-Flor quando o intérprete
principal se afastou para tratamento de um câncer em 2009. Desde
então foi preparando seu filho Bakaninha para ser o
“herdeiro” de Neguinho.
Gilson Bacana participou da coletânea Escolas de Samba Enredo,
da gravadora Sony (1993), dividindo os vocais com Neguinho na faixa
“Ratos e Urubus... Larguem a Minha Fantasia”, de autoria de
Betinho, Glyvaldo, Zé Maria e Osmar. Em 2006, cantou no CD Ala de Compositores da Beija-Flor de Nilópolis,
na faixa de sua autoria em parceria com Tião Barbudo
“Chato que nem carrapato”. Teve uma passagem pelo Boi da
Ilha do Governador em 2003, no Grupo de Acesso A da Sapucai, sendo o
intérprete oficial da escola ao lado de Cadinho da Ilha e
Flávio Martins.
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Início: Beija-Flor, segunda metade da década de 80. Sempre cantou na escola.
Desde 1988 – Beija-Flor (apoio de Neguinho)
2003 - Boi da Ilha (junto com Cadinho da Ilha e Flávio Martins)
GRITO DE GUERRA:
"Alô Nilópolis, canta a Sapucaí!" – ao
defender sambas nas disputas. "Olha a Beija-Flor aí gente! Chora
cavaco” – repetindo o grito de guerra de Neguinho nas
apresentações em que o titular eventualmente se ausenta.
CACOS DE EMPOLGAÇÃO: “beleza,
beleza”; “vambora Beija-Flor”; “tá
bonito”; “ih-ah”; “beleza, beleza,
beleza”; “que lindo, que lindo”; “ah
moleque”; “alô meus poetas...
DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:
CD Escolas de Sambas-Enredo Beija-Flor – Coletânea Sony (Sony, 1993)
CD Sambas-Enredo Grupo de Acesso A 2003 - Boi da Ilha do Governador
CD Ala de Compositores da Beija-Flor de Nilópolis (Independente, 2006)
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