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FAZENDO ARTI
A Fazendo Arti surgiu de um sonho, realizar o que mais gostamos, samba,carnaval e festa! Cores: vermelhos e branco, pois somos da Zona Leste de SP e estamos bem próximos à Leandro de Itaquera. Estamos aqui para contribuir e fazer bonito na avenida virtual, levando alegria, real a todos os paulistanos e Brasil afora! Nossa escola não conseguiu desfilar em 2013 mesmo tendo um grande samba, passamos por um momento delicado, em 2014 fomos 14º lugar e, com a chegada do nosso grande carnavalesco André Cardozo, chegamos ao grande sexto lugar! A classificação para a LIESV veio com o sexto lugar no CAESV em 2015. A estreia no Acesso foi em grande estilo: o vice-campeonato e a classificação para o Grupo Especial em 2017, estreando na elite com uma décima posição. Em 2018, foi quinto. Também contamos com uma duradoura parceria com Celsinho Mody e Léo Reis. Essa é a Família Fazendo Arti.
SINOPSE
ENREDO 2019
Caxambu – Ngoma, meu filho, que eu quero ver…
Justificativa “Quem ensinou meu avô Me conta através do tambor Que um povo sem sua cultura É escravo esperando o feitor” (Mestre Marcus Bárbaro) A Fazendo Arti, em 2019, trará a origem do Caxambu. O enredo teve leve inspiração na música “Caxambu”, de Bidubi, Jorge Neguinho, Zé Lobo e Elcio do Pagode, eternizada na voz de Almir Guineto. A ideia é trazer a história dos Ovimbundus, povo de Angola; em seguida, a resistência desse povo contra a escravidão; a chegada deles ao Brasil, para trabalhar nas fazendas de Café e Cana de Açúcar, em Minas Gerais; o Caxambu, como resultado da cultura deste povo; e, por fim, a popularização da dança e do ritual, com ênfase no Caxambu do Salgueiro, que é homenageado na canção supracitada. Enredo Dizem os Ovimbundus que descendem de FETI, o primeiro homem. FETI caiu do céu, e seu nome significa “princípio”. Na terra, FETI encontrou inúmeros animais e plantas, mas ninguém como ele. Em dado momento, viu sair das águas uma bela mulher a quem chamou TCHOYA, cujo nome é “ornamento, perfeição”. Ambos tiveram dois filhos, NGALANGI e VIYÉ, dando origem a todas as raças que habitam a região do Bié. Bié é parte de Angola, lugar onde fica o Rio Kwanza. Dizem os historiadores, no entanto, que os Ovimbundus são descendentes dos autores das pinturas rupestres de Caninguiri. Ou seja, a arte sempre esteve presente entre os Ovimbundus. Como todos os Bantus de Angola, na música, eles utilizavam o Ngoma, uma espécie de tambor africano. Os Ovimbundus criaram o Reino Bailundo e durante muito tempo lutaram contra a ocupação colonial portuguesa. Escravizados pela força da opressão, foram enviados ao Brasil. De Benguela, os navios negreiros partiram. Foram neles que os Ovimbundus vieram para o Brasil, parte deles para trabalhar nas fazendas de café e cana de açúcar de Minas Gerais. Trouxeram consigo suas raízes e a cultura. E o Ngoma veio junto. “Roda Caxambu vamos recrear Roda Caxambu minha gente pra lá pra cá Caxambu é dança velha Que você não conhece Caxambu veio de minas Quem mandou rodar fui eu Na Bahia tem o jongo Capoeira de afoxé Para dançar o caxambu Vai ter que bater com o pé Desde os tempos de menino Eu sonhava conhecer Essa dança tão bonita Que eu sempre ouvi dizer A mãe velha Mariana Junto com Tia Luzia Entoava o Caxambu Até o romper do dia” Em Minas, floresceu o Caxambu ao som do tambor Ngoma, da mesma forma que o Jongo, na Bahia. O jongo é sua mais popular derivação. Mas o Caxambu é mais do que canto e dança. Naqueles tempos, sua poesia metafórica permitiu que os praticantes da dança se comunicassem por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. Sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal, em que os negros falam de si, de sua comunidade, por meio da crônica e da linguagem cifrada. Por isso, foi proibido por lei, uma vez que, sobre o Caxambu, “temiam que os encontros propiciassem aos escravos a chance de ‘organizar sociedades secretas, aparentemente religiosas, mas sempre perigosas, pela facilidade com que alguns negros astutos podem usá-las com finalidades sinistras’ “. O Caxambu, então, que consiste numa dança ao som do tambor Ngoma e de uma dança de umbigada, uniu-se à religião e todas as demais manifestações da cultura negra, que foram rechaçadas pelo poder opressor, e só sobreviveu clandestinamente. Oi negro, que tá fazendo Oi, na fazenda do senhor? Sinhozinho mandou embora Pra quê que negro voltou? Dia treze de maio Cativeiro acabou E os escravos gritavam Liberdade, senhor! [cantado pelos jongueiros do Quilombo de São José da Serra]. Após o chamado “fim da escravidão”, com a Lei Áurea, a pobreza forçou os negros a morarem nos morros e favelas. Lá, mesmo sendo proibidas por lei as manifestações da cultura negra, o Caxambu, assim como o samba, sobreviveu escondido nos quintais das mães de santo. Uma delas, a tia Ciata, se tornou símbolo da resistência dos sambistas. No Jongo, uma variação do Caxambu, Maria Joana Monteiro foi a pioneira na preservação cultural, no morro da Serrinha. No ritual do Caxambu, um solista puxa um ponto de reverência a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito. É o pedido de licença. E aí começa a batucada, o canto e a dança, com pontos que ora exaltam a religiosidade, ora servem como recados para adversários: Olha vamos na dança do Caxambu Saravá, jongo, saravá, Engoma, meu filho que eu quero ver Você rodar até o amanhecer, Engoma, meu filho que eu quero ver Você rodar até o amanhecer O tambor tá batendo é pra valer É na palma da mão que eu quero ver O tambor tá batendo é pra valer É na palma da mão que eu quero ver Dona Celestina me dá água pra beber Se você não me der água Vou falar mal de você Deu meia noite, o galo já cantou Na igreja bate o sino É na dança do jongo que eu vou Deu meia noite, o galo já cantou Na igreja bate o sino É na dança do jongo que eu vou Carreiro novo que não sabe carrear O carro tomba e o boi fica no lugar Carreiro novo que não sabe carrear O carro tomba e o boi fica no lugar Quem nunca viu vem ver Caldeirão sem fundo ferver Quem nunca viu vem ver Caldeirão sem fundo ferver O tambor tá batendo é pra valer É na palma da mão que eu quero ver (“Caxambu”, de Bidubi, Jorge Neguinho, Zé Lobo e Elcio do Pagode) E, então, o Caxambu foi preservado, seja no Jongo da Serrinha, seja no Caxambu do Salgueiro, que foi exaltado por Almir Guineto em música de verdadeiro sucesso nacional. E, aqui, vale o registro da luta de Tia Guida, Tio Antero, Tio Arão, D. Leonor e Mestre Geraldo, entre outros, que transformaram o Caxambu na principal manifestação folclórica absorvida pelos salgueirenses, A Fazendo Arti, com isso, tenta ajudar na preservação deste legado cultural, que é a manifestação de parte relevante e negligenciada da história negra brasileira, exibindo com orgulho nossas raízes e cultura, e trazendo, de forma breve, a riqueza afro-brasileira Outras Informações Julgadas Necessárias (fontes de consulta, livros etc): . FERNÁNDEZ, Jose Carlos. Religião Ovimbudu, acessado em: http://nova-acropole.pt/religiao-ovimbundu/ . ISSO, Mbela. A Origem dos Ovimbundu Segundo a Tradição Oral, acessado em https://www.ovimbundu.org/categoria/historia-dos-ovimbundu/origem-dos-ovimbundu-segundo-tradicao-oral . KANDIMBA. Ngoma meu filho que eu quero ver, acessado em http://kandimbafilms.blogspot.com/2011/08/ngoma-meu-filho-que-eu-quero-ver.html . VIEIRA, Miguel Manuel. O Reino do Bailundo. Acessado em: https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/o-reino-do-bailundo-trabalho-elaborado.html . Dança do Caxambu, acessado em : http://cantosdecongoitabira.blogspot.com/2010/09/roda-caxambu-vamos-recrear-roda-caxambu.html . Dossie IPHAN 5 – Jongo no Sudeste, acessado em: http://www.cnfcp.gov.br/pdf/Patrimonio_Imaterial/Dossie_Patrimonio_Imaterial/Dossie_Jongo.pdf . Historia do Jongo e o Jongo da Serrinha, acessado em http://jongodaserrinha.org/historia-do-jongo-no-brasil/ . Jongo, movimento cultural, do site Na Estrada Com as Minas, acessado em: http://naestradacomasminas.com.br/2017/10/18/jongo-movimento-cultural/ . Site Caxambu do Salgueiro (http://caxambudosalgueiro.blogspot.com/) Leia a sinopse de 2018 da Fazendo Arti Leia a sinopse de 2017 da Fazendo Arti Leia a sinopse de 2016 da Fazendo Arti |
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