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Edição nº 96 - 02/02/2023
CARNAVAL 2023 PELO BRASIL - GUARATINGUETÁ
Tive a felicidade de receber o CD físico do Carnaval de Guaratinguetá, enviado por Paulo dos Santos, que integra a Diretoria Executiva da OESG como Secretário. Vamos apresentar neste EDITORIAL SAMBARIO os seis sambas-enredo, gravados no Rio de Janeiro, com produção musical de Mauricio Fonseca e Victor Alves. Os registros fonográficos ocorreram no M&C Studio Produções. Ouça o CD abaixo, diretamente do canal do Bruno Rezende. A ordem de desfiles será a seguinte: 1ª – Beira Rio da Nova Guará 2ª – Mocidade Alegre do Pedregulho 3ª – Bonecos Cobiçados 4ª – Embaixada do Morro 5ª – Acadêmicos do Campo do Galvão 6ª – Unidos da Tamandaré Confira o histórico das escolas, com as fichas técnicas, os resumos dos enredos e as letras dos sambas. A.R.C.E.S. MOCIDADE ALEGRE DO PEDREGULHO Fundação: 17 de novembro de 1974 Cores: Azul, Branco e Vermelho Sede Social: Rua Professor Virgílio dos Santos, 300 - Pedregulho Títulos: 03 (1992, 2019 e 2020) Presidente: Gabriel Fellipe de Barros Carnavalesco: Aílton Cunha Ser guerreiro é ultrapassar obstáculos, enfrentar as dificuldades e seguir em frente, sabendo que o esforço sempre valerá a pena. Um “guerreiro” inspira a todos com exemplos de força, garra e determinação. Alguns entram para história, outros procuram vencer a guerra em cada batalha de seu cotidiano, mas, conhecidos ou anônimos, buscam a sua vitória de cada dia, ao longo de uma vida. Sabendo disso, com grande entusiasmo, a Mocidade Alegre do Pedregulho apresenta na avenida Presidente Vargas, os Guerreiros do Brasil, do Mundo e, principalmente, os “guerreiros da comunidade do Pedregulho”, exaltando todas as lutas e vitórias desses que não fogem à luta e nasceram para vencer. A.R.C.E.S. MOCIDADE ALEGRE DO PEDREGULHO Enredo: “Grandes Batalhas são dadas a Grandes Guerreiros” Compositores: Mike Candido e Luizinho Ramos Intérprete Oficial: Pixulé De braços abertos Um gigante despertou nesse lugar Sob acordes de magia Nasceu minha Escola numa noite de luar Somos retratos de um povo Que não desiste jamais Lutando contra a intolerância Alimento a esperança Na força dos imortais Oh, Negra Rainha, que tanto lutou Exemplo de força, coragem e amor Sou quilombola, tenho a luz dos ancestrais Alma guerreira dos meus Orixás Folheando a história Encontro bravos guerreiros De honras e glórias, liberdade, justiça e paz Seguindo o caminho da fé Lealdade reflete a verdade Salve os grandes guerreiros O nosso orgulho é de ser brasileiro Ogunhê... Ogunhê Firmo o ponto, sim, senhor Salve São Jorge, meu santo protetor Fiel padroeiro, emana bondade Brilha, Mocidade! A.R.C.E.S. EMBAIXADA DO MORRO Fundação: 1 de janeiro de 1944 Cores: Vermelho e Branco Sede Social: Rua Alfredo Antunes, 105 – Alto das Almas Títulos: 18 (1966, 1968, 1970, 1971, 1972, 1973, 1975, 1981, 1984, 1986, 1995, 1996, 1999, 2004, 2006, 2008, 2009 e 2011) Presidente: José Carlos Leite da Silva Carnavalescos: Nicolas Gonçalves e Victor Santos “TAMBOR: O SENHOR DA ALEGRIA” Embalados por tambores, nós, o “Morro”, contamos em forma de cortejo, a história da criação do Mundo, na tradição angolo-congolesa, onde Zambiapungo, o Supremo Criador, não se contentava com a falta de alegria na vastidão do mundo e, então, decidiu interromper a criação. Seus filhos, preocupados com a tristeza do pai, ofertaram-lhe presentes para agradá-lo, mas Zazi, o único que não lhe ofertara nada, recorreu ao oráculo e perguntou como acabaria com o banzô do pai. O oráculo ordenou que ele pegasse a primeira árvore do mundo e a deixasse oca com suas chamas e a cobrisse com o couro de um bode branco, cuja carne deveria ser servida a seus irmãos. Depois de cumprir com as ordens do oráculo, Zazi percutiu o couro do tambor. Aluvaiá, que os yorubás conhecem como Exu, gingou numa dança que lembrava as ondas do mar. Desta forma, todos o acompanharam, iniciando, assim, a primeira festa da manhã do mundo. Zambi sentiu a alegria que lhe faltava, e ordenou que todo aquele que transgredisse a tristeza, ouvisse o som de N’goma, o primeiro tambor, pois ele é a trilha da felicidade, o “Senhor da Alegria”. E, desta forma, se deu a criação do mundo, ao som de tambores. A.R.C.E.S. EMBAIXADA DO MORRO Enredo: “Tambor: O Senhor da Alegria” Compositores: Du Big Boca, Douglas Chocolate, Celsinho Mody, Paulo Senna, André Ricardo, Guilherme do Tilica, Matheus Can Can e Rafa do Cavaco Intérprete Oficial: Igor Sorriso A força do mais velho, o Criador Um sopro, fez-se a luz de uma nação Cada inkisse, um dom da natureza Cada um com sua força e poder Zambi carregava uma tristeza Faltava vida em sua criação Seus filhos lhe trouxeram oferendas Mas nada acalentava o coração Zazi, com sua sabedoria Nos búzios, teve a iluminação Aê aê... Trovejou... Relampeou Aê aê... Trovejou... Relampeou! Senhor do fogo, a justiça ele bradou... Senhor do fogo, a justiça ele bradou! Ô Zazi ê... Ô Zazi á... Do sacrifício, fez do couro, a criação Do Baobá, com sua chama construiu Em seu louvor, toquem com as mãos N’goma, o protetor dessa nação! Ginga, Aluvaiá, no balanço do mar Abre os caminhos, deixa girar Viva a alegria do tambor, senhor tambor Faz a Embaixada estremecer Na alegria desse novo amanhecer A nossa festa veio celebrar você O Morro desce, poeira sobe... Samba com fé, de pé no chão! Ouça o clamor desse tambor ancestral Que rufa no meu carnaval! G.R.C.E.S. UNIDOS DA TAMANDARÉ Fundação: 07 de julho de 1967 Cores: Azul e Branco Sede Social: Rua Paissandu, 250 - Centro Títulos: 10 (1976, 1977, 1978, 1980, 1988, 1990, 1994, 2000, 2012 e 2014) Presidente: Mauro de Oliveira Galhardo Carnavalesco: Sandro Rauly "SOLLICITUS - QUEM NÃO VIVE PRA SERVIR, NÃO SERVE PARA VIVER" Nos primórdios da história da humanidade o homem já nutria o ato da solidariedade. O nosso desfile será traduzido em momentos representando alguns feitos daqueles que servem ao próximo sem medir esforços, além de exaltarmos o povo mais solidário que existe, que é o povo brasileiro. Um povo que se une, luta e sente na pele as emoções e sabe da necessidade em ajudar ao próximo. A solidariedade é capaz de transformar a nossa sociedade, um simples ato solidário pode salvar muitas vidas! Só quem passa pela escuridão sabe a grandeza da luz interior... não deixe que tempos turbulentos tirem a tua paz. O sol continua a brilhar! A luta contra o mal só será vencida com quem adere a luz sem julgar os outros. Apenas apoiar, amar, ajudar, unir e servir. Como “nem só de pão vive o homem”, a Unidos da Tamandaré, com arte, criatividade, força e garra de sua comunidade, vem elevar momentos de solidariedade, bondade, caridade e de esperança na expressão do verdadeiro amor para um novo amanhã! Hoje o nosso samba é solidário, é caridade e o verdadeiro sentido da palavra amor ao próximo! G.R.C.E.S. UNIDOS DA TAMANDARÉ Enredo: “Sollicitus – Quem não Vive pra Servir, não Serve para Viver” Compositores: Dunga do Cavaco, Diego Nicolau, Kátia Leite, Flávio Macedo e Guilherme do Pél Intérprete Oficial: Léh Olhe em meus olhos irmão! Só a compaixão vai fazer a diferença. Nesse mundo às vezes tão cruel, Nossa missão, independe de crença. O momento é de união, em dedicação à solidariedade, Como tantos um dia fizeram pela humanidade. Exemplos de luta e candura, Pra alguns o remédio, pra todos a cura. A misericórdia, a remissão que afeta, É o ensinamento do “Senhor dos profetas” Santa dos desamparados, Serva de Deus tem piedade. No caminho já dizia “Chico”, A chave é fazer a caridade. O brasileiro é assim, solidário por natureza Traz na alma o dom de se unir, mesmo que na incerteza. Juntos contra a fome, assim todo mundo come E combate a injustiça social. Um gesto nobre e essencial. “Favela”, que ensina a sociedade. Projetos, campanhas, fraternidade, Um mundo assim eu tenho fé. O samba, também levanta essa bandeira. Orgulho de gente guerreira que doa alegria e samba no pé. Sou Tamandaré! A quem precisa eu estendo a mão. O meu abraço é de coração. Só quem sabe servir, serve pra viver. Juntos iremos vencer. G.R.C.E.S. ACADÊMICOS DO CAMPO DO GALVÃO Fundação: 31 de março de 1974 Cores: Azul, Vermelho e Branco Sede Social: Rua Geraldo Baracho dos Santos, 79 – Campo do Galvão Títulos: 16 (1979, 1982, 1985, 1987, 1989, 1991, 1992, 1998, 2001, 2002, 2003, 2005, 2006, 2007, 2011 e 2018) Presidente: Pedro Henrique Antunes dos Santos Peixoto Carnavalesco: Fran Sergio Oliveira “CONGADA AO REI NEGRO SÃO BENEDITO... UMA HISTÓRIA DE FÉ, AMOR E DEVOÇÃO!" Em um ato de fé, amor e devoção, a alvorada e as caixas de São Benedito, anunciam um folguedo popular que atravessa gerações. No coração da nossa morada, São Benedito será coroado o Rei Negro do Campo do Galvão, exaltado pela cavalaria de fé, e pelas congadas com seus batuques, coreografias e emoção... em uma procissão emoldurada de histórias de graças alcançadas. Ecoaremos milagres para uma vida doce e distribuiremos doces milagreiros do nosso santo amado. Nessa congada, todos os santos negros se encontram e são exaltados pelos tambores da nossa bateria. Nosso enredo entoará um samba-canto de igualdade entre irmãos, a paz entre as religiões e um festejo de amor, brandura e ancestralidade. Bendito, bendito, mas será o Benedito? Sim, é e será! Amanheceu, a esperança voltou, no chão vamos erguer o mastro de São Benedito e com ele vamos elevar os pensamentos que residem em nossos corações: o sonho de ver a nossa Escola, novamente, campeã do carnaval! Salve, São Benedito, Santo Negro Rei Coroado. G.R.C.E.S. ACADÊMICOS DO CAMPO DO GALVÃO Enredo: “Congada ao Rei Negro São Benedito... Uma História de Fé, Amor e Devoção!” Compositores: Butuca, Mestre Pelé, Wilian Cavaquinho, Cururu, Totê, Betinho Santos BJN, Dandô e Nego Intérprete Oficial: Emerson Dias Luz radiante do Divino que ilumina O ventre onde ainda há mordaça Filho da África liberto A inocente negritude... Axé Seu coração clama por esperança Alma bondosa eremita De atitude, mouro Benedito Reza um relicário de nobreza No mosteiro de Maria celebrar O Príncipe Negro da humanidade Com Deus menino nos braços seu altar Orações... profecias... caridades... Um lindo arrebol vem anunciar Da capela sinos ressoam Fogos na alvorada, hoje é o grande dia Segue a procissão em romaria Doces da fé, devotos a bradar E os cavaleiros em comunhão No compasso da congada ao Rei Negro Paz e amor, fraternidade pra louvar A nossa tradição, São Benedito é a imagem No Estandarte do Campo do Galvão E na batucada de gente bamba O santo cozinheiro é coroado Levanta o mastro, povo do samba Sou azul, vermelho e branco... sou morada G.R.C.E.S. BONECOS COBIÇADOS Fundação: 05 de fevereiro de 1957 Cores: Verde e Rosa Sede Social: Rua São Roque, 111 - Campinho Títulos: 03 (1967, 1969 e 1974) Presidente: João Vítor Santos Costa Carnavalesco: Comissão de Carnaval O arrasta-pé de Bonecos Cobiçados! Junho... Mês de muita festa, fé e devoção! Pedimos em procissão aos nossos padroeiros juninos que nos protejam e nos guardem... Que Santo Antônio não nos deixe faltar o alimento e o amor tão desejado. Que São João nos ajude a pagar nossas penitências, para que sejamos dignos do perdão divino. Que São Pedro nos abra os caminhos da felicidade, da paz espiritual e do paraíso para a vida eterna. Iremos todos juntos em procissão, rezando e louvando os santos de nossa devoção, abrindo os caminhos para celebrar e comemorar os festejos juninos. Um viva aos santos juninos! Viva a cultura e a tradição! É tempo de festa! O canto que a gente canta, a dança que a gente dança, a reza que a gente reza ao som dos batuques ancestrais... é a verdadeira história e contos que o nosso povo faz! Embarcamos nesse mundo de cultura, crenças, cores, danças, musicalidade, gastronomia e fé! G.R.C.E.S. BONECOS COBIÇADOS Enredo: “Com os Santos da Devoção, o Arraiá de Pedro, Antônio e João!” Compositores: Rômulo Antunes, Bruninho, Lucas Tupã, Mário Celso, Pedro Ferraz e Tonzinho Moreira Intérprete Oficial: Darlan Alves Pedro, abra os caminhos, que minha Escola vai passar (lá lá laiá) João, acenda o braseiro, pra minha luz eternizar Antônio, casamenteiro, une a festança e a fé Junta cavaco e sanfona, é “cobiçado” esse arrasta-pé! Da festa pagã, sagrada devoção Vem singrando os mares com a colonização Hoje, os santos padroeiros Trazem junho à fevereiro O samba se torna oração Toca sanfoneiro, em poesia Que é pr’ocê se encantar Vem dançar nossa quadrilha Pula fogueira... ioiô Pula fogueira... iaiá Tremulam bandeirinhas, vou brincar de pescaria Delícias e sabores, milho e amendoim Quentão deixa animado o casamento caipira Misturam-se culturas... Nordeste, tradição que não tem fim No homem do campo ecoa a força do canto Na dança, na reza, batuques ancestrais Mostra que a verdadeira história é nosso povo quem faz Arraiá, “vixe maria”, pra ficar na memória Em busca de um sonho real Levante as mãos com alegria, rumo à vitória No Berço do meu Carnaval! Olha a cobra... é mentira, olha a chuva... já passou Na “barraca do beijo” encontrei o meu amor Sou Bonecos Cobiçados, verde e rosa é a minha vida E hoje canto o meu orgulho na avenida! G.R.C.E.S. BEIRA RIO DA NOVA GUARÁ Fundação: 08 de setembro de 1970 Cores: Vermelho, Azul e Branco Sede Social: Avenida Vaz de Caminha, 101 – Nova Guará Títulos: 02 (1983 e 1993) Presidente: Marlon Willian dos Santos Silva Carnavalesca: Monique Reis Vindos de além-mar, na contundente diáspora africana, os negros escravizados trouxeram muito mais do que sua força de trabalho e servidão, impostas pelo domínio do opressor invasor. As mãos negras que eram obrigadas a servir, também batucavam. Ao passarem pelo ritual de circular um baobá na África, não houve esquecimento: nascia a resistência. A pele que era chicoteada, também era o couro do tambor que levava a transcendência da virtude e manifestação de seus orixás. Na terra onde derramaram sangue e suor impostos pela escravidão, também foram derramadas a sua fé, crenças, manifestações e cultura. O negro resistiu e de sua resistência brotou a semente que semeou arte, e do batuque aos deuses proibidos, nascia o samba. Ora marginalizado, o samba, fruto reprimido das manifestações e rituais de nossos ancestrais africanos também resistiu, e resiste! Em seus 50 anos de história, a Beira Rio da Nova Guará é resultado da resistência deste batuque ancestral, da negritude, da fé preta, é herança canjerê nas terras a margem do rio Paraíba do Sul, onde Oxum continua a proteger os seus filhos, que cantam e dançam em louvação. G.R.C.E.S. BEIRA RIO DA NOVA GUARÁ Enredo: “Herança Canjerê” Compositores: Igor Vianna, Thiago Meiners e Vinicius Santana Intérprete Oficial: Igor Vianna Axé... Nova Guará revela a sua fé Um grito para aquele que lutou A força que resiste na senzala Que não se cala ante a fome do opressor Ganância que marca seus filhos nas ondas do mar Que abraça a coragem dos seus Orixás Correntes que entrelaçam a maldade Serão quebradas no raiar de um novo dia Batuque de candomblé... Feitiçaria Aportam no Rio de São Sebastião Respeita tua tradição Dama da noite, malandragem, boemia Terno de linho, chapéu panamá A benção de Ciata E pelo telefone... O samba mandou me chamar! É verdadeira a cultura popular Nos versos e acordes dessa melodia Tem ginga na roda, pandeiro e tantã A resistência da poesia Samba de tanta inspiração dos geniais Herança que pulsa dos meus ancestrais No repicar do banjo e do tamborim É a “Coruja”, o orgulho do meu povo No seu “Jubileu de Ouro”, cantando assim... Bate no tambor, ê canjerê Na “Beira Rio”, a voz negra é essência Firma na palma da mão, junta Orum e Ayê A liberdade há de resplandecer! CONTATOS DA OESG Facebook: www.facebook.com/oesgcarnaval Instagram: @oesgcarnaval E-mail: oesgcarnaval@gmail.com |
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