PRINCIPAL    EQUIPE    LIVRO DE VISITAS    LINKS    ARQUIVO DE ATUALIZAÇÕES    ARQUIVO DE COLUNAS    CONTATO

Editorial Sambario
Edição nº 91 - 24/04/2022

EXU VENCEU



O Carnaval de 2022 ficará marcado para sempre em nossos corações e mentes por ter sido o Carnaval da vida, o primeiro pós-pandemia.

Também ficará marcado pelo trágico acidente que vitimou a pequena Raquel. Como já dissemos aqui, é preciso que os fatos sejam apurados e os responsáveis penalizados.

Houve quem dissesse que o clima na Sapucaí estava pesado por causa do enredo da Grande Rio. Ouso dizer que foi exatamente o contrário. O clima melhorou, e muito, depois que a escola de Caxias pisou na avenida.

O que presenciamos ontem foi a história diante de nossos olhos.

A Grande Rio, que em 2018 foi rebaixada, virou a mesa e pediu desculpas, não só aprendeu a lição, mas deu aula.

A outrora escola dos globais e dos enredos insuportáveis fez, nessa madrugada, um dos maiores desfiles da história do Sambódromo, talvez o maior da atual passarela, com arquibancadas pares e ímpares.

O que os jovens Leonardo Bora, Gabriel Haddad, Evandro Malandro e Fafá estão fazendo desde 2020 na tricolor de Duque de Caxias não é brincadeira.

Mas o Grande responsável por isso tem nome: Exu.

E quem é Exu?

Talvez tenhamos que começar dizendo o que ele não é. Exu não é diabo, como insistem em dizer os ignorantes e mal intencionados.

Exu é orixá no candomblé, entidade na Umbanda e força da natureza.

Exu é caminho aberto, é mesa farta num país que voltou a sofrer com a mazela da fome.

Exu é a energia vital, o axé que fez a Sapucaí explodir ontem.

Exu é a gargalhada debochada e irreverente, é o marafo, o padê, a surpresa, o improvável. O gol do título, de virada, nos acréscimos.

Exu é, nas palavras do professor Luiz Antônio Simas, grande entusiasta desse enredo, uma escola de samba. Como foi essa Grande Rio que botou o Sambódromo abaixo em 2022.

Não sabemos quem vai ganhar o carnaval. Os jurados, assim como os políticos e as fraldas de Eça de Queiroz, precisam ser trocados periodicamente, pelos mesmos motivos.

O julgamento do Carnaval tem pouco a ver com o que acontece na avenida. A apuração é sistema, e Exu é antissistema.

Mas uma coisa é inegável: ontem, mais do que nunca, o Brasil das "tantas Estamiras", que insistem em resistir e reexistir, mostrou que está mais vivo do que nunca.

Exu venceu!

SITE SAMBARIO