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Edição nº 49 - 9/8/2013 Dominguinhos é um homem que nunca negou sua raiz. Desde que deixou pela primeira vez a então Unidos de São Carlos no fim dos anos 70, sempre manteve o bairro de Ismael como sobrenome artístico. No bicampeonato pela Imperatriz em 80 e 81, o "do Estácio" marcava presença em todos os caracteres da TV e encartes de LP's. O carisma e o reconhecimento fizeram com que emplacasse uma carreira solo regular a partir da metade dos 80. No primeiro desfile no novo Sambódromo, lá estava ele de volta à sua antiga escola. Nada mais justo do que o sr. Domingos ser a primeira voz da Estácio de Sá, na estreia do novo nome, em 1984. De lá só sairia para embalar o antologico "Liberdade, Liberdade" gresilense, cinco anos depois. 1992 seria o grande ano de Dominguinhos em sua escola do coração. Em sua terceira passagem pela agremiação, que vinha numa bela sequência no Grupo Especial com eficientes apresentações, empunharia o microfone da Estácio sacudindo a Sapucaí inteira com o contagiante "me dê, me dá" e a passagem do Trem do Caipira, proporcionando o primeiro e único título estaciano do desfile principal, impedindo o certo e esperado tricampeonato da Mocidade de Renato Lage. O último ano de Dominguinhos em sua Estácio foi em 1995, quando a vermelho-e-branco homenageou o centenário do Flamengo. O intérprete teria sido desligado da escola após ganhar o concurso de samba da Imperatriz para o Carnaval seguinte. Após um 96 sabático, apenas como apoio de Preto Jóia na agremiação gresilense, reencontraria Mestre Ciça na Viradouro, dando uma longa continuidade à parceria vitoriosa na Estácio em Niterói. Particularmente, perdi as contas de quantas vezes tive que esclarecer aos leigos o motivo pelo qual Dominguinhos ainda era "do Estácio", mesmo há anos na Viradouro e por ter cantado o mais famoso samba-enredo da Imperatriz. Muito por conta também da Estácio, nos últimos 16 anos, ter desfilado apenas uma vez no Especial, em 2007. Devoto de Nossa Senhora de Nazaré, de maneira a comparecer anualmente em Belém do Pará para o Círio, sua fé não só ajudou a salvar sua vida após graves problemas de saúde nos últimos anos como também não o deixou ficar muito tempo longe do que ama. Muitos consideraram sua carreira acabada após o encerramento de sua terceira passagem pela Imperatriz, após o último fevereiro que passou. Aí entrou em cena a devoção. O reconhecimento por tudo que Dominguinhos construiu no Carnaval Carioca, a partir de seu ingresso na antiga Unidos de São Carlos, no fim da década de 60. Leandro Santos é uma das grandes revelações dos últimos anos na Sapucaí. Desde 2010 é a voz principal da Estácio de Sá. E, em plenos tempos em que duelos de egos ocorrem por todos os lados, o mundo do samba foi presenteado com uma profunda demonstração de carinho pela trajetória de um profissional. Partiu do próprio Leandro o convite para que Dominguinhos retornasse à sua querida Estácio. Todos sabemos das dificuldades que um sambista encontra para emplacar a liderança absoluta de um carro de som na Sapucaí, sobretudo numa escola grande e tradicional como a Estácio. Tanto que muitos nomes consagrados estão atualmente de fora. Pois Leandro, num gesto singular e franciscano, abriu mão de qualquer privilégio em prol da história. De quem embalou uma agremiação que estreava novo nome na primeira vez da Marquês de Sapucaí. Daquele que soltou o gogó na improvável façanha da Paulicéia Desvairada. 19 anos depois, sr. Domingos tremulará novamente o Pavilhão do Amor. O Carnaval agradece a Leandro, cuja grandeza no gesto lhe abrirá cada vez mais portas. A ansiedade em ouvir a nova dupla do Carnaval em ação começa a me tomar por inteiro. Agora eu posso exclamar que Dominguinhos é mais uma vez DO ESTÁCIO. "A saudade apertou e eu voltei, e eu voltei...". FOTO: Divulgação Marco Maciel
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