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RETROSPECTIVAS
E PERSPECTIVAS - PARTE 2 10 de janeiro de 2014, nº 47, ano VIII Nesta
segunda parte, abordo as escolas que irão desfilar na
segunda-feira de carnaval da Sapucaí. A campeã costuma
sair desse dia. Os
desfies serão marcados pelo lado lúdico e esportivo, de
uma imaginária
Pernambuco e brincadeiras infantis até a
consagração de atletas que elevaram o
nome do Brasil. Brasil esse que será retratado em paisagens, com
destaque para
certa região do Rio de Janeiro. MOCIDADE
– RESGATANDO SUA IDENTIDADE Em
2013, a Mocidade lembrou o Rock in Rio. A
bateria foi o destaque tentando misturar o samba com pegadas de rock
and roll.
O estranho carro que trazia uma grande tubulação que
cuspia as mazelas do mundo
representa bem o equivocado enredo, que entra para a história
como um dos
piores da escola. Que
a crise ronda a Mocidade, isso não é novidade
para ninguém. A escola, outrora, protagonista dos desfiles na
tabela de cima,
vem amargando, durante os últimos anos, a indesejável
competição para ficar no
Grupo. Para
2014, a Mocidade foi buscar inspiração (mais
uma vez) no seu carnavalesco Fernando Pinto. Daí, o saudoso
carnavalesco passou
a ser pano de fundo para a escola peregrinar na terra natal do
homenageado
e exaltar o Estado de Pernambuco (já tão decantado no
carnaval). O enredo, bem
costurado pelo competente Paulo Menezes, que retorna a escola, tem sido
elogiado pela crítica, assim como o samba, repleto de elementos
recorrentes dos
desfiles de carnaval. Nesse reencontro com sua gente, a escola foi
buscar seu
casal de mestre-sala e porta-bandeira de olho em outra busca (seu lugar
no
pódio das campeãs). Esse objetivo ainda é um
sonho, mas como já decantou a
escola, sonhar não custa nada ou quase nada. UNIÃO
DA ILHA – PENSANDO COMO GENTE GRANDE 2013
foi o ano da comemoração dos 60 anos da
escola, que celebrou os 100 anos do nascimento do poeta Vinicius de
Moraes. O
destaque ficou para a parte plástica, como o belo
abre-alas, a Barca da
Cantareira, que impressionou pela imponência, e o carro do
candomblé, todo
branco, consagrado à Oxalá, orixá de Vinicius, que
trazia uma figa e um
terreiro, com componentes tocando atabaques. A União da Ilha
ancorou na
passarela deslumbrante, mas a alegria não atravessou o mar. A
União da Ilha desde que retornou ao Grupo
Especial e especialmente após a contratação do
carnavalesco Alex de Souza tem
se esmerado na parte plástica do desfile, mas os outros quesitos
não tem
acompanhado a evolução estética. Para
2014, a escola contratou o competente Thiago
Diogo para comandar sua bateria e traz um samba mais leve, condizente
com o
enredo que retratará o universo infantil. Mas, se engana aqueles
que pensam que
a escola é café-com-leite. A escola vem amadurecendo e
ganhando autoconfiança
para dar o primeiro passo rumo ao sábado das campeãs.
Criticada nos últimos
desfiles por ter passado sem a garra e a alegria costumeiras, a
escola
busca em seu baú de memórias os elementos
necessários para voltar a ser feliz
na avenida. Assim, a escola vai mais uma vez mostrar seu
“colorido” universo,
de olho num promissor “amanhã”. A Ilha promete jogar
com regras do jogo, dando
uma volta nas concorrentes. Tudo isso sob a supervisão do
“tio” Alex de Souza,
o competente carnavalesco. O faz de conta se torna realidade e o
resultado é perder
ou ganhar, ganhar ou perder. VILA
ISABEL – TEM DE RESPEITAR! A
Vila Isabel sagrou-se campeã ao retratar os
hábitos do povo do interior. A
vitória
da Vila marcou também o retorno da carnavalesca Rosa
Magalhães ao pódio.
Destaque ficou com o samba, elogiadíssimo e fundamental para o
sucesso do
desfile, e as alegorias, como a do grande tatu-bola e dos
girassóis. Depois
de alguns anos no Acesso, a Vila voltou ao
Grupo Especial e nesse retorno já conquistou dois dos seus
três títulos. A
atual campeã surpreendeu o mundo do samba com a debandada de
seus talentos após
o inquestionável título de 2013. Para
2014, a escola pretende retratar os biomas
existentes no Brasil. O ano de 2013, pós- campeonato, foi muito
tumultuado, com
a escola ganhando espaço na mídia de uma forma nada
agradável, o que poderia
retratar uma possível desorganização
administrativa. Choram seringueiras,
cobiça ameaça e a Vila clama pela salvação.
Crise retratada, com o coração na
mão, a escola para fugir da marcação, vai precisar
provar que o sangue azul tá
na veia com certeza. E a escola
começou
o ano disposta a estabilizar-se. O carnavalesco Cid Carvalho chegou a
se
desligar da escola, mas retornou no começo de 2014. Como diz o
samba exaltação,
a Vila não quer saber de complicação, pois o
negócio dela é sambar. Que vença a
chama dos seus ancestrais. Sambar, como diz o samba, faz parte de sua
natureza.
Tem de respeitar. IMPERATRIZ
– A RAINHA DE RAMOS ENTRA EM CAMPO PARA
EXALTAR REI ARTUR O
recorrente estado do Pará foi tema da Imperatriz
Leopoldinense.
Destacou-se o carro de vasos de cerâmica
marajoaras, que tinha à frente, um conjunto de búfalos
– animal símbolo do
território da Ilha e o último carro, que remetia ao altar
da Virgem de Nazaré.
Como prêmio, pelo desfile, a escola voltou a desfilar no
sábado das campeãs. A
Imperatriz, após longo casamento com a
carnavalesca Rosa Magalhães, ganhou a fama de certinha, era
figurinha fácil no
sábado das campeãs, mas nos últimos anos vem
tentando se renovar. Parece que
acertou o passo em 2013. Para
2014, a escola foi buscar inspiração no jogador
Zico. Muito propício para o ano em que o Brasil promove mais uma
vez a Copa do
Mundo do Futebol. E Cahê Rodrigues conseguiu driblar as
dificuldades de se
levar esse tipo de enredo, aproximando-o do manto verde, branco e
dourado. A
referência ao Rei Artur e os cavaleiros do “Templo
Sagrado” foi o passaporte
que o promissor carnavalesco idealizou para que a Imperatriz reviva
seus
grandes momentos na avenida. Armada com um bom samba, o primeiro do
superpopular Elymar Santos, pra cima, que promete sacudir a avenida e
fazer
todo mundo cantar junto, a escola só tem um objetivo: Vencer,
vencer, vencer! É
uma pretensão audaciosa, mas a Rainha de Ramos quer ser mais uma
vez a rainha
do Templo Sagrado da Sapucaí. PORTELA
– EM TRANSFORMAÇÃO, A PORTELA EM BUSCA DO PORTO
SEGURO Aos
90 anos de idade, a tradicional Portela exaltou,
em 2013, os 400 anos do bairro de
Madureira. A águia, criticada, veio estilizada em um carro azul,
numa linguagem
gráfica inspirada no artesanato indígena da
região. A bateria da Portela veio
de branco e vermelho em homenagem a Zé Pelintra, figura da
Umbanda. No carro,
em formato de um trem, Paulinho da Viola, que completava 70 anos, foi
cercado
pela Velha-Guarda da escola. Após
o carnaval de 2013, a Portela se renovou. Sob
nova Administração, a escola ganhou
inspiração para voltar a sonhar com o
campeonato. Atrasos nos preparativos do carnaval, tão comuns nos
últimos anos,
parece coisa do passado. Cansada
de nadar contra a correnteza, a Portela sob
nova direção e com o retorno do campeão Alexandre
Louzada, promete levar as
transformações da Zona Portuária do Rio, ao longo
da história, em 2014. E nesse
resgate, o mar não poderia faltar. Mar e Portela sempre tiveram
tudo a ver. Há mais de 30 anos sem
conquistar um
campeonato e há mais de 40, sem conquistar um campeonato
sozinha, a escola
vai de mar a mar para exaltar a Pedra do Sal, paisagem da região
onde os
escravo, que vieram de Angola, Benin, Congo, começaram a
história do samba no
Rio. Como trunfo, a escola vem com o sorriso do samba escolhido, um dos
melhores sambas do ano, para brilhar nesse palco de ilusão. Se o
samba está
mais que aprovado, o desafio agora é cuidar da arte do canto e
da dança e
traçar o seu destino para não “brincar de fazer
carnaval”, pois chega de ser a
atriz coadjuvante do espetáculo exibido na Sapucaí.
Será que o axé da Portela
finalmente chegou? TIJUCA
– CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO Em
2013, a Unidos da Tijuca entrou na Sapucaí com a
responsabilidade de manter o título e fez uma homenagem à
Alemanha, mas
enfrentou problemas em seu desfile. A comissão de frente
vestida de Thor,
filho de Odin, não teve o impacto de antes. Em
compensação, algumas alas deram
show, como as do pintor Franz Marc, que abria uma bandeira com a
pintura O
cavalo azul, uma das obras do artista; a do fusca, com pessoas
carregando peças
que quando se uniam formam cinco carros; a da floresta negra, com
integrantes
formando o bolo com cerejas. Nas alegorias o belíssimo carro O
navio fantasma, que
lembrou a ópera do compositor Richard Wagner, mostrando a lenda
de uma
embarcação assombrada e o carro da cerveja, com tulipas
gigantes, com o
colarinho. A
escola mais badalada do carnaval, graças ao
competente trabalho do carnavalesco Paulo Barros, que revolucionou os
desfiles
na última década, continua sendo a escola que
atiça a maior curiosidade do
carnaval carioca pela sua ousadia e criatividade. Para
2014, a palavra chave é velocidade, a grande
paixão do homenageado, o piloto de fórmula 1, Ayrton
Senna, que completa 20
anos de morto em 2014. Por lógico, um enredo de Paulo Barros
não poderia ser só
uma homenagem ao piloto, então se prepare para ver a agilidade
de animais, a
velocidade da luz e as inovações tecnológicas,
como o trem bala e as notícias
da internet. Não pode faltar também o lado lúdico,
os desenhos clássicos, de
personagens velozes. Nessa corrida maluca pelo pódio, a Tijuca
não sai na pole,
já que é a última escola a desfilar. Mas, sair da
última posição para buscar o
primeiro lugar tem tudo a ver com o enredo e com a escola que quer a
vitória
alcançar. E a escola não pretende dar mole para as
concorrentes. Conquistar a
vitória é uma tarefa difícil, pois a pista
é sinuosa e qualquer deslize pode
fazê-la rodopiar. Uma certeza, porém, é que a
“última escola, volta” no
carnaval de sábado, resta saber em qual posição. |
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