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PRA TUDO SE ACABAR NA QUARTA-FEIRA 14 de março de 2011, nº 40, ano V Mais um carnaval se findou e a partir da quarta-feira de cinzas nos deparamos com o resultado das apurações dos votos dos jurados que definiram as posições de cada escola no carnaval 2011. Para algumas escolas, que trabalharam o ano inteiro para colocar na avenida suas fantasias, o resultado acabou com alguns sonhos. Para três, o sonho acabou bem mais cedo. Grande Rio, Portela e Ilha, impedidas de serem julgadas - devido ao incêndio na Cidade do Samba há um mês de carnaval - cumpriram seu destino de forma digna. A Grande Rio passou animada e mostrou uma capacidade incrível de superação. A Ilha fez um desfile correto, conquistou o estandarte de melhor escola, e provou que poderia ter sido julgada. A Portela, a escola que menos foi prejudicada no incêndio, passou, simplesmente passou. ' Mas, não foram só essas três escolas que não foram julgadas. Mesmo com a certeza de que não iria cair, a São Clemente investiu recursos no carnaval, contratou carnavalesco, apresentou-se bem vestida e com alegorias dignas de escola grande. Mas, os jurados não a julgaram. A escola, independentemente do que iria mostrar no desfile, já estava prejulgada bem antes de o desfile acontecer. E olha que esse ano, sem rebaixamentos, os jurados poderiam ter sido imparciais e terem julgado sem levar em consideração o nome da escola, afinal ninguém cairia. Mas o que se viu foi a mesma covardia de sempre. O mesmo aconteceu com a Porto da Pedra, que a despeito de ter passado fria e não ter feito um bom desfile (ficou provado que a escola deve preferir desfilar mais cedo na Sapucaí), também não obteve êxito com as notas dos jurados. Fico imaginando se a Ilha estivesse na disputa. Mesmo com aquele carnaval, qual seria a colocação que o júri lhe daria? Ano que vem, vamos obter essa resposta. ' Com menos escola na disputa, o resultado da apuração para Mocidade e Imperatriz, grandes vencedoras dos desfiles, revelou que ambas também não mais seduzem nossos jurados. Ainda carregam, por lógico, a grife do nome pelas conquistas do passado, o que as diferencia da Porto da Pedra, da São Clemente, e , incluiria aí a União da Ilha. Pela visão dos jurados, parece-nos que enquanto tiver uma escola “pequena” para que se possa tirar pontos e rebaixar, Mocidade, Imperatriz - e junto a essas a Portela - podem fazer o seu feijão com arroz, que se garantem nas posições intermediárias, mesmo que isso seja péssimo para o carnaval. '
O desfile da Mangueira provou o quanto a escola cresce quando vem com a sua cara.
Mas, mesmo que a escola tivesse caprichado mais nos quesitos
plásticos, pouco provavelmente seria aclamada como campeã
pelos jurados. Alguns décimos tirados da escola provam que a
grife “Mangueira” sofre de alguns estigmas que precisam ser
quebrados para a escola voltar a ser campeã. Com relação ao Salgueiro, mesmo que passasse perfeito e não tivesse problemas na avenida, não chegaria ao título. As notas dadas a escola, especialmente às alegorias, que foram o destaque do ano, são incompreensíveis. De positivo, ficou a sensação de que mesmo esfacelado, com perda de 1 ponto por um desfile problemático, o Salgueiro vale mais que metade das escolas que concorrem no Especial. E isso é preocupante.
A Vila mostrou que têm estrutura, e das que desfilaram, prometia brigar em pé de igualdade para chegar a mais um campeonato. Mas, o resultado provou que o júri não respeita ainda o seu pavilhão. Para ser campeã novamente, o que estará faltando à escola de Noel?
E
o tão enunciado embate pela mídia entre os estilos de
carnaval da Tijuca e da Beija-flor, para a conquista do carnaval,
não aconteceu. Os jurados não deixaram. Acharam que a
Beija-flor estava a ano-luz de todas as demais escolas. Uma pena. A
apuração iria ficar tão mais bacana se ela fosse
acirrada, tanto na luta para ser campeã, quanto na luta para o
rebaixamento. Fica aí a lição para que os jurados,
ano que vem, sejam mais coerentes e não elejam antecipadamente
com suas notas a vencedora e a perdedora do carnaval. Afinal, o
carnaval é um certame, e como todo certame deve propiciar
às escolas iguais condições para brigar
décimo a décimo por suas posições. Se assim
o for, o carnaval carioca agradece. |
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