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SANTA CRUZ - O SAMBA DO ACESSO 27 de outubro de 2009, nº 27, ano II Com a escolha da Rocinha, completam-se os sambas que as escolas da Lesga levarão para o carnaval 2010. Como o leitor deve ter percebido, na última manifestação, fiquei entusiasmada com os sambas da Beija-flor, Vila Isabel e Imperatriz, que, para mim, são o destaque da safra de 2010. É certo que os jurados oficiais
resolveram julgar os sambas nivelando-os por baixo. Não
creio que em 2010 esse
modo de proceder seja justo com os sambas das três escolas
citadas. Como entender o enredo da Tijuca,
por exemplo, pelo samba??? Impossível. Seria justo
compará-lo com os sambas da
Beija, Vila e Imperatriz que foram precisos??? Mas, vamos deixar de lero-lero, e
vamos ao que interessa. A safra de 2010 da Lesga está
aquém dos sambas da Beija, Vila e
Imperatriz. De cara, para ser coerente, todos deveriam ter suas notas
bem
próximas daquelas dadas a maioria das escolas do Grupo
Especial (8,5),
excetuando é lógico o especialíssimo e
temporal “samba” de Pilares. Porém, cada grupo deve ser analisado
separadamente. Então, os sambas do Grupo de Acesso A devem
ser comparados entre
si. Assim, o que se percebe é que todos os sambas do Grupo A
estão nivelados,
razão pela qual as notas dadas devem ser bem
próximas, o que facilita a
sutileza de se explorar os décimos. Vale acrescentar que, da mesma
forma que a manifestação sobre os sambas do GE, a
visão aqui é de primeira
empatia, por isso, limitadíssima. Por lógico,
existem as mudanças melódicas, de
letras, a gravação oficial, a passagem nos
ensaios e no dia de desfile oficial,
ocasiões distintas em que merecerão novas
avaliações. Por ora, vamos avaliar o que
temos. Os sambas escolhidos pelas agremiações em
sua versão original nas
disputas.
ESTÁCIO O enredo do berço do samba é
maravilhoso. A sinopse foi muito bem conduzida e mais feliz que o samba
escolhido. Não que o samba seja ruim, pelo
contrário. Mas ele não conseguiu ter
a sutileza e a linguagem “de rua” que a sinopse
magistralmente enveredou. A
primeira parte do samba, que remete à origem do samba e da
escola, é muito boa.
A segunda parte, entretanto, é excessivamente focada no
enredo que deu o único
título da Estácio no especial. Apesar da
importância desse desfile, a Estácio
tem uma história muito mais rica que melhor poderia ter sido
explorada. Mas, o
samba cumpre o seu papel e parece-me que vai crescer muito na avenida
com o
chão maravilhoso que a escola possui. Como o samba, na data
de elaboração desta
coluna, já tinha algum tempo de escolhido, o
refrão principal já está no meu
cotidiano e me conquistando cada vez mais. Nota 9,8 Quem sou eu? IMPÉRIO DA TIJUCA O samba do Império da Tijuca
é
muito bom. A versão original gravada para a disputa,
entretanto, achei muito
acelerada. Talvez mudando a cadência do samba, ele poderia
crescer um pouco
mais no meu conceito final. Mas está tudo lá. A
letra descreve a sinopse e o
samba é muito valente (talvez por isso a
aceleração) e tem a cara dos grandes
enredos do Império da Tijuca. Se depender do samba, a escola
tem tudo para
fazer um bom desfile na avenida. Nota 9,7 Viaja Tuiuti nessa
canção de amor
Eu confesso que tomei um susto
com a contratação de Milton Cunha pela Cubango. A
Cubango é uma escola
tradicional, com uma linha de enredos mais pesada e
clássica, mas em 2010 ela
virá com a cara da São Clemente. O enredo, apesar
de tratar de coisa séria,
enveredou por uma linha totalmente diferente do bem-sucedido enredo da
Porto da
Pedra de 1997. Isso pode ser até um ponto positivo para que
se evitem
comparações. Mas, fica claro no samba o estilo
galhofeiro do enredo. A melhor
passagem do samba, para mim, é a destacada acima. O samba
não é ruim, pois
captou a essência do enredo, mas algumas passagens
estão forçando
“irreverência”, sem a leveza e sutileza
que se esperava. Também achei algumas
expressões utilizadas no samba, para descrever a insanidade,
bem incorretas,
politicamente. Nota:
9,6 ROCINHA Mulheres de luta, as filhas da guerra RENASCER
A Renascer cresce a cada ano e tem a pretensão de ser a grande novidade do especial na próxima década. O enredo, não menos pretencioso, foi inspirou no magistral Tupinicópolis da Mocidade, mas a pretensão ficou na vontade. A sinopse e o samba escolhidos criam uma cidade aquática e imaginária e fazem alusão a aspetos marítimos. Mas falta ao enredo a mensagem que existia em Tupinicópolis – a quebra de conceitos, tabus, a inversão da cultura brasileira se os índios passassem de colonizados a colonizadores, o momento temporal que o Brasil vivenciava em 1987, na chamada “redemocratização”. Tudo isso fez de Tupinicópolis um enredo antológico. E olha que o samba escolhido pela Mocidade em 1987 nem de longe representou a grandeza desse enredo. Voltando a escola de Jacarepaguá, o samba não é ruim, apesar de apelar para o “oba-oba” em algumas passagens, tem um bom suingue e refrões fortes, mas, devido à incompreensão do enredo, não se destaca. Até porque depois que a Portela levou as maravilhas do mar para a avenida na década de 80 com um samba inesquecível. Fica difícil evitar comparações. Isso sem falar no banho dado pela Mocidade na década de 90. De qualquer forma, é de se elogiar a coragem da escola Renascer. Nota: 9,6
O tema – aço – foi
muito bem
transformado em enredo pela escola. A sinopse foi feliz e o samba,
representando-a, conseguiu passar bem a mensagem. Porém,
numa comparação com os
demais sambas, apesar de não ser um samba ruim, o samba de
Padre Miguel não se
destaca. De qualquer sorte, o samba traz idêntica estrutura
melódica que a vem
consagrando na avenida, o que nos leva a prever que servirá
para o desfile e as
pretensões da escola. Nota:
9,5 INOCENTES
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